Francês com jeitinho brasileiro

Sem mudanças nos motores e alterações visuais de pouco impacto, Renault lançou linha 2012 do Sandero confiante em mantê-lo como um sucesso de vendas, e responsável pelo crescimento da companhia no Brasil

Victor Marcondes

O Sandero chegou ao País em 2007 com o objetivo de ser um carro popular, que pudesse ser bem equipado e comercializado a um preço relativamente baixo. Mais de quatro anos depois de sua chegada, a atualização da linha 2012 confirma que a montadora francesa estava certa em apostar no hatch. Afinal, a marca pretende ampliar a sua participação no mercado nacional dos atuais 5% para 8% até 2016. Para alcançar este resultado, o compacto será uma das principais armas na briga pela fatia do bolo.

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As mudanças na nova gama foram bem discretas, mas, mesmo assim, ainda conseguiram deixar o modelo mais interessante. A dianteira tem faróis com desenho diferente, grade frontal menor e pára-choques também reformulado. Novidades muito parecidas com as implantadas em veículos lançados na Europa, como o Twingo e o novo Mégane. A lateral continua sem alterações. Na traseira, a identificação do modelo foi para o centro da tampa do porta-malas, e as lanternas ganharam superfície em alto relevo.

No interior, o espaço amplo continua o mesmo que agradou tantos brasileiros. Há novos materiais, cores e texturas. O painel ganhou um estilo mais moderno. A parte central, agora em preto brilhante, tem novo sistema de som. E, finalmente, uma grande correção foi feita pela fabricante: os comandos dos vidros elétricos migraram da parte debaixo do console central para as portas. Agora a abertura do tanque pode ser feita por meio de uma alavanca interna, e o novo isolamento acústico na cabine diminuiu os ruídos internos.

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Os três conjuntos mecânicos que equipam as diversas versões do Sandero não tiveram alteração. O modelo 1.0 16V Hi-Flex, está presente nas linhas Authentique e Expression e rende 76 cv com gasolina e 77 cv no etanol. Entrega entre 9,9 kgfm e 10,1 kgfm de torque, respectivamente, os dois a 4.350 rpm.

Segundo a marca, o motor 1.6 8V Hi-Torque, é uma opção análoga às configurações 1.4 dos veículos concorrentes. Presente nas versões Expression e Privilège, gera 92 cv de potência com gasolina e 95 cv com etanol. O torque de 13,7 kgfm e 14,1 kgfm aparece a 2.850 giros.

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Por fim, o propulsor 1.6 16V Hi-Flex foi desenvolvido para os que preferem uma condução de muito mais desempenho. Configurado exclusivamente para a versão Stepway, tem potência de 112 cv com álcool e 107 cv utilizando gasolina, ambos a 5.750 rpm. Oferece torque máximo entre 15,5 kgfm e 15,1 kgfm, respectivamente, a 3.750 rpm. Possui sistema com duplo comando de válvulas no cabeçote, e o balancim é roletado, o que reduz o atrito entre as peças móveis e o consumo.

A única inovação na parte mecânica foi a introdução do câmbio automático de quatro marchas com troca sequencial, que veio depois do lançamento oficial do veículo, atualmente disponível para as versões Stepway e Privilège. Toda a linha tem de série câmbio manual de cinco marchas. De acordo com a Renault, as relações de marcha foram adequadas conforme a motorização, visando extrair o máximo dos valores de potência e torque.

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Com suspensão desenvolvida para as condições do solo nacional, o veículo consegue passar por valetas, buracos e obstáculos pequenos sem incômodo para os passageiros. Na dianteira utiliza tecnologia do tipo McPherson, com braços triangulares e amortecedores integrados às molas helicoidais. Na traseira funciona um sistema semi-independente, composto por barra de torção transversal, molas helicoidais e amortecedores hidráulicos telescópicos verticais com barra estabilizadora.

Em relação aos pneus, as versões de entrada saem de fábrica com modelos 185/70 de 14 polegadas, mas podem receber opcionalmente a medida 185/65 de 15 polegadas, item de série da versão 1.6 8V, ou 195/60 16 polegadas, na versão Stepway.

Entre os itens de série do veículo está a válvula compensadora de frenagem. O dispositivo regula a distribuição da frenagem em função da carga do veículo entre os sistemas de freios dianteiro e traseiro. Outro componente de segurança é o CAR, que trava automaticamente as portas do veículo após os 6km/h. O sistema ABS está disponível como opcional para os modelos acima da Expression.

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Uma ampla gama de opcionais de personalização e conforto é oferecida nas concessionárias da marca. Um destaques da empresa é o Renault Assistance, um serviço de assistência técnica e de socorro mecânico, com atendimento 24 horas para os proprietários de carros da marca.  Disponível em diversas cores, os preços variam de R$ 28,7 mil para a versão de entrada Authentique e pode chegar a R$ 42,6 mil na topo de linha Stepway.

Ficha Técnica
Renault Sandero Privilège

Motor
Quatro tempos, bicombustível (etanol e/ou gasolina), quatro cilindros em linha e 8 válvulas

Tração
Dianteira

Cilindrada
1.598 cm³

Diâmetro x curso
79,5 mm x 80,5 mm

Taxa de compressão
9,5:1

Potência máxima
95 cv (etanol) @ 5.250 rpm / 92 cv (gasolina) @ 5.250 rpm

Torque máximo
14,1 kgfm (etanol) @ 2.850 rpm / 13,7 kgfm (gasolina) @ 2.850 rpm

Alimentação
Injeção Eletrônica Multiponto Seqüencial

Câmbio
Mecânico, 5 velocidades

Relações de transmissão
1ª 3,72:1
2ª 2,05:1
3ª 1,39:1
4ª 1,03:1
5ª 0,80:1
Ré 3,55:1
Diferencial 4,21:1

Sistema de Freios
Duplo circuito em “X”, discos sólidos dianteiros com 259 mm de diâmetro, e tambores na traseira, com 203 mm de diâmetro.

Suspensão dianteira
Tipo McPherson, com triângulo inferior, amortecedores hidráulicos telescópicos com molas helicoidais.

Suspensão traseira
Rodas semi-independentes, molas helicoidais e amortecedores hidráulicos telescópicos verticais com barra estabilizadora.

Direção
Hidráulica, diâmetro giro 10,5 m

Rodas
Liga Leve

Dimensões externas

Comprimento do veículo: 4.021 mm
Largura do veículo / com retrovisores: 1.746 mm / 2.000 mm
Altura do veículo: 1.528 mm
Distância entre-eixos: 2.591 mm
Volume do porta-malas min/máx: 320 / 1.200
Tanque de combustível: 50 litros

Desempenho
Velocidade máxima: 174 km/h (etanol) / 172 km/h (gasolina)
0 a 100Km/h: 11,7 s (etanol) / 12,1 s (gasolina)

Boas curvas com o Uno Sporting

Versão top de linha do Novo Uno compensa na dirigibilidade o que falta em motor. Modelo teve o sistema de suspensão modificado para ganhar uma tocada mais esportiva e segura

Texto: Fernando Lalli

Quando o Novo Uno chegou em 2010, o modelo impressionou pela ousadia do design, indo na contramão de seus concorrentes do mercado ao apresentar um estilo inconfundível. As diversas opções de configuração dão ainda mais opções a quem busca um carro popular com personalidade própria, mas é a versão esportiva do modelo que lhe parece cair mais naturalmente, realçando o apelo naturalmente jovem de suas linhas.

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O Fiat Novo Uno Sporting conserva a descontração do Novo Uno e reforça o lado esportivo do modelo. Apesar de o motor Fire 1.4 EVO ser o mesmo que equipa outras versões mais comportadas (se é que esse é um adjetivo aplicável ao modelo), a suspensão recalibrada se encarrega de dar ao Sporting um comportamento dinâmico mais condizente com sua personalização agressiva. Nas ruas ou na estrada, o motor tem um desempenho razoável, mas o conjunto vai muito bem nas curvas, sensivelmente mais estável que as outras versões da gama.

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A Fiat detalha o processo de retrabalho da suspensão do Sporting, destacando que o sistema foi calibrado para permitir melhor dirigibilidade, além de transmitir maior sensação de esportividade e segurança. Os amortecedores também foram modificados para deixar o carro mais firme no solo. Já a altura em relação ao solo foi reduzida em 20 mm, enquanto as molas ficaram mais rígidas, projetadas com a técnica “side-load” para otimizar o funcionamento da suspensão, reduzindo as forças radiais na haste do amortecedor e os atritos internos, o que resulta em melhor absorção da aspereza do solo.

Para diminuir a rolagem da carroceria, a barra estabilizadora dianteira ficou mais grossa, com diâmetro aumentado de 17 mm para 18 mm tem maior diâmetro, e o eixo traseiro ganhou maior rigidez torcional. Os pneus também ficaram mais largos, com medida 185/60 R15, que calçam devidamente as rodas de liga leve de 15 polegadas. Tudo isso, segundo a fábrica, para que as suspensões do Uno Sporting tivessem menor tempo de resposta à direção e menor inclinação nas curvas, além de evitar sustos em manobras no limite da aderência. O resultado é um carro firme e esperto em manobras curtas, sem comprometer o conforto em ruas de pavimento mais irregular.

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Uma das medidas para manter o conforto à bordo foi a adoção de coxins hidráulicos passivos para a sustentação do motor. De acordo com a Fiat, o componente combina borracha altamente elástica com o componente hidráulico para que o coxim consiga proporcionar alta rigidez nas baixas frequências e baixa rigidez em médias e altas frequências, reduzindo o ruído e a vibração do motor de forma mais efetiva do que os coxins convencionais.

Visual chamativo
Para se distinguir dos outros modelos da linha, por fora, além das rodas maiores, o Uno Sporting recebeu aerofólio traseiro, spoilers nos para-choques dianteiro e traseiro, ponteira dupla de escapamento, faróis com máscara negra, anéis da grade anterior em vermelho, faixas e “minissaias” laterais, bordas das caixas de rodas e revestimento das colunas das portas em preto, além do logo “Sporting” nas laterais e traseira do carro.

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Em seu interior, o painel recebeu revestimento que imita fibra de carbono, mostradores personalizados com as cores laranja e vermelha, bancos com tecido exclusivo e bordado “Sporting”, computador de bordo e volante em couro, ambos de série. Mas se o dono do Uno Sporting quiser se diferenciar ainda mais, a Fiat oferece duas opções de personalização: a Sport, que traz adesivos para os para-lamas e tampa traseira mais badge para coluna C; e a Exclusive, que é composto de volante em couro exclusivo com detalhes laranja, tecidos para os bancos também com detalhes laranja e pinturas internas na cor cinza, além do tapete em carpete exclusivo.

Caso não seja suficiente, há mais itens de personalização nas concessionárias, que oferecem capas de espelhos retrovisores, capa das maçanetas externas das portas, pomo do câmbio, acabamento do freio de mão, moldura do painel de instrumentos, faixas decorativas e pedaleiras esportivas, além de acessórios como alarme, parafuso antifurto das rodas e protetor de cárter.

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À parte de toda essa oferta, os equipamentos de série que a Fiat lista para o Sporting incluem direção hidráulica, faróis de neblina, trava e vidros dianteiros elétricos, entre outros. Opcionalmente, o modelo pode contar com o HSD (High Safety Drive ― airbag duplo + freios com sistema ABS), ar condicionado e rádio CD MP3 Connect com viva-voz Bluetooth + USB.

A Fiat dispõe oito cores diferentes para o Sporting, sendo três exclusivas: Amarelo Indianápolis, Vermelho Modena e a nova Laranja Nemo, todas sólidas. As demais são a sólida Branco Banchisa mais quatro metálicas: Prata Bari, Cinza Cromo, Cinza Scandium e Preto Vesúvio. Mas, não importa a cor, dificilmente a versão Sporting passará despercercebido na rua, por mais popular que o Novo Uno esteja se tornando.

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Ficha Técnica
Fiat Novo Uno Sporting

Motor
Posição: Transversal, dianteiro
Número de cilindros: 4 em linha
Diâmetro x Curso: 72,0 x 84,0 mm
Cilindrada total: 1.368,3 cm³
Taxa de compressão: 12,35:1
Potencia máxima: 85 cv a 5.750 rpm (gasolina) – 88 cv / 5.750 rpm (etanol)
Torque máximo: 12,4 Kgfm / 3.500 rpm (gasolina) – 12,5 Kgfm / 3.500 rpm (etanol)
Número de válvulas por cilindro: 2
Eixo de comando de válvulas: Um no cabeçote

Ignição
Tipo: Magneti Marelli, eletrônica digital incorporada ao sistema de injeção

Alimentação
Combustível: Gasolina/Etanol
Injeção eletrônica : Magneti Marelli, multiponto, sequencial

Câmbio
Número de marchas: 5 à frente e uma à ré
Tração: Dianteira com juntas homocinéticas
Relação do diferencial: 4,357

Relações de transmissão
1ª: 4,273
2ª: 2,238
3ª: 1,444
4ª: 1,029
5ª: 0,872
Ré: 3,909

Embreagem
Tipo: Monodisco a seco com mola a disco e comando mecânico

Sistema de Freios
Serviço: Hidráulico com comando a pedal (ABS opcional)
Dianteiro: A disco sólido (Ø de 257 mm) com pinça flutuante
Traseiro: A tambor (Ø de 185 mm) com sapata autocentrante e regulagem automática de jogo

Suspensão dianteira
Tipo: MacPherson com rodas independentes e braços oscilantes inferiores transversais
Amortecedores: Hidráulicos, telescópicos de duplo efeito
Elemento elástico: Mola Helicoidal

Suspensão traseira
Tipo: Com eixo de torção e rodas semi-independentes
Amortecedores: Hidráulicos, telescópicos de duplo efeito
Elemento elástico: Mola Helicoidal

Direção
Tipo: Hidráulica com pinhão e cremalheira
Diâmetro mínimo de curva : 9,8 m

Rodas
Aro: 6,0JX15”
Pneus: 185/60 R15

Peso do veículo
Em ordem de marcha: 944 Kg (2 portas) / 955 Kg (4 portas)
Capacidade de carga: 400 Kg
Carga máxima rebocável (s/freio): 400 Kg

Dimensões externas
Comprimento do veículo: 3.770 mm
Largura do veículo: 1.673 mm
Altura do veículo (vazio): 1.487 mm
Distância entre-eixos: 2.373 mm
Bitola dianteira: 1.430 mm
Bitola traseira: 1.420 mm
Altura mínima do solo (vazio): 170 mm
Volume do porta-malas: 280 litros (290 litros c/inclinação de bancos traseiros e 690 litros c/bancos traseiros rebatidos)
Tanque de combustível: 48 litros

Desempenho
Velocidade máxima: 170 km/h (gasolina) / 172 km/h (etanol)
0 a 100Km/h: 11,5 s (gasolina) / 11,2 s (etanol)

Consumo (Norma NBR 7024)
Ciclo estrada: 17,7 km/l (gasolina) / 12,2 km/l (etanol)
Ciclo urbano: 13,2 km/l (gasolina) / 9,1 km/l (etanol)

Chineses agradam o brasileiro

Modelos da JAC Motors quebram o preconceito do consumidor com números significativos de vendas e qualidade acima do esperado, mas a mecânica ainda é desconhecida no mercado independente

Fernando Lalli e Carolina Vilanova

Em março deste ano, a chinesa JAC Motors chegou fazendo barulho no Brasil. Com uma ação publicitária massiva e 50 concessionárias inauguradas simultaneamente, a montadora apostou alto para se estabelecer no mercado. Claro que o apelo do produto faria a diferença no sucesso da empreitada e, no caso, o hatch J3 e sua versão sedã J3 Turin caíram no gosto de muita gente, chegando já em seu primeiro mês ao 3º lugar nos emplacamentos entre os compactos Premium na cidade de São Paulo, à frente de modelos bastante conhecidos como o VW Fox e o Renault Sandero.

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Para conquistar o consumidor e vencer o preconceito contra a sua nacionalidade, o J3 é vendido em apenas uma versão de acabamento, reunindo em seu pacote de equipamentos freio ABS com EBD, airbags e direção hidráulica de série, itens que em quase todos seus concorrentes são encontrados apenas como opcionais. Os preços competitivos (R$ 37.990 para o hatch e R$ 39.990 para o Turin) e a garantia total de 6 anos sem limite de quilometragem também foram fatores decisivos para o seu sucesso. Na esteira do bom momento, a empresa colocou em pré-venda a minivan J6, que, de acordo com a JAC, teve 600 unidades reservadas mesmo sem a possibilidade de test-drive.

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A empolgação da montadora com o mercado brasileiro é tanta que nem a polêmica alta do IPI mudou os planos da JAC em se estabelecer definitivamente no país com uma fábrica própria na Bahia. De acordo com o presidente da marca no Brasil, Sérgio Habib, serão investidos cerca de R$ 900 milhões na unidade fabril, que deve ser inaugurada em 2014.

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Mas será que a aceitação inicial do mercado teve razão de ser? Afinal, carros de outras marcas chinesas nem passam perto da unanimidade entre os consumidores justamente pelos defeitos que surgem naturalmente de empresas que vêm de um país sem tradição automobilística forte: rede de atendimento limitada, falta de peças de reposição e até falta de qualidade de construção no veículo, o que acaba se refletindo em problemas futuros. Seria a JAC a primeira marca a se diferenciar, oferecendo produtos baratos e com qualidade para brigar de igual para igual com as grandes montadoras mundiais instaladas aqui?

J3 hatch e J3 Turin
O desenho do J3 é a primeira surpresa positiva: projetado pelo Centro de Design da JAC na Itália, o carro tem linhas harmoniosas e personalidade própria. O Turin, apesar das lanternas traseiras grandes, não fica comprometido pelo estigma de “adaptação” do qual comumente sofrem os sedãs derivados de modelos compactos, já que o teto tem caimento da coluna traseira mais arredondada, diferente do hatch, dando ao sedã um melhor desenho do porta-malas. Entretanto, em relação ao modelo vendido na China, o J3 “brasileiro” ganhou mudanças visuais, como novas rodas, novo painel, novas cores internas e acabamentos, entre outras modificações.

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E segundo a montadora, não são apenas questões estéticas que diferem o modelo original do que é vendido aqui: nada menos que 242 modificações foram feitas no J3 para deixar o modelo ao gosto do consumidor brasileiro. Na parte mecânica, o motor ganhou mais torque e potência, os freios receberam ajuste para uma melhor performance, a direção hidráulica ficou mais precisa, o sistema de combustível foi adaptado à gasolina nacional e os amortecedores, da marca Hitachi Tokico, foram recalibrados, ficando mais firmes.

Outras alterações ficaram por contra de alteração nas vedações, novas palhetas do limpador de pára-brisa, alteração na densidade das espumas dos bancos e o isolamento acústico da cabine, que recebeu 20 kg adicionais de material fonoabsorvente. Ou seja, o carro foi totalmente modificado tendo como foco o conforto e o prazer ao dirigir. A versão especial “Brasil” lançada em novembro inclui ainda bancos de couro e película protetora nos vidros, sem alteração nos preços.

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O espaço interno é amplo para um carro de 3,96 m de comprimento (4,15 m no sedã), levando quatro adultos com tranquilidade, além do porta-malas de 350 litros, ótimo para um hatch – o sedã leva 490 litros, um dos maiores porta-malas do mercado. O acabamento é bem feito, e ganha ponto extra levando-se em conta que as outras montadoras chinesas não deixaram boa impressão com seus modelos nesse aspecto. A posição de dirigir é adequada, assim como a visibilidade nos dois modelos.

Acelerando pelas ruas, o motor a gasolina (o flex virá em 2012) de exatos 1.339 cm³ de capacidade impressiona pelo fôlego. Com 108 cv e 14,1 kgfm de torque declarados pela fábrica, o bloco confeccionado em alumínio é desenvolvido em parceria com a austríaca AVL e possui 16 válvulas com duplo comando e VVT (comando variável de válvulas). Segundo a JAC, o modelo tem aceleração de 0 a 100 km/h em 11,7 segundos (11,9 segundos para o J3 Turin) e velocidade máxima de 186 km/h.

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Nas ruas, o motor se comporta como um legítimo 1.6 e não sofre em deslocar os quase 1.100 kg do sedã e do hatch pelas ruas, somente dando um pouco de trabalho em subidas mais íngremes, mas nada que uma redução de marcha não resolva. Entretanto, é justamente aí que aparece o “porém” de ambos os modelos: o câmbio mecânico de 5 velocidades tem uma grelha de engates bastante justa e deixa a passagens de marcha bem duras. Fica quase impossível errar uma mudança, mas em uma jornada mais longa no trânsito, é um fator de incômodo.

A suspensão, por sua vez, atua bem equilibrando conforto e establidade, dispondo de sistema McPherson e suspensão independente tipo dual link na traseira. O freio dianteiro é a disco ventilado de 241 mm de diâmetro, propositalmente superdimensionado, e as rodas traseiras dispõem de freio a tambor auto-ajustável. De série, o veículo conta ABS de 8ª geração da Bosch e EBD (divisor eletrônico de frenagem).

Outros itens do amplo leque de equipamentos de série que a fábrica destaca são ar condicionado, direção hidráulica, duplo airbag frontal, acionamento elétrico de vidros, trava e retrovisores, faróis com regulagem elétrica de altura do facho e sensor de estacionamento traseiro. O interior do modelo ainda conta com volante com regulagem de altura, travamento automático das portas a 15 km/h, banco traseiro bipartido 60/40, CD player com 6 alto-falantes e entrada USB. O único opcional do modelo é a cor metálica, oferecida a R$ 990.

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Com tantos pontos a favor, resta saber se todos eles se sustentam ao longo da vida útil – e o quanto essa vida útil será longa. A montadora afirma que o modelo passou por mais de 2 milhões de km em testes para adaptá-lo ao mercado brasileiro, e a avaliação do Cesvi aponta o J3 como o segundo hatch compacto mais fácil e barato de se consertar após uma colisão, enquanto o Turin alcançou a primeira posição entre os sedãs de seu porte, no mesmo índice. Mais um indício a favor do modelo é o uso de equipamentos vindos de sistemistas bastante conhecidas do mercado, como Delphi, Continental, Johnson Control, Visteon e Bosch.

Tudo isso somado aos 6 anos de garantia que a montadora oferece, em um carro de R$ 37.900,00 (R$ 39.900 para o Turin), causa até estranhamento do consumidor. Mas se por um lado ele vem atraindo o consumidor por argumentos aparentemente sólidos, ainda há um longo caminho pela frente até que a marca se estabeleça como confiável perante o mercado, ou seja, como se comportarão esses veículos na rodagem. E só o tempo dirá se conseguirão vencer esse desafio em um mercado tradicional e conservador como o brasileiro.

Dados Técnicos

Modelo
J3
J3 Turin
Versão
1.4 VVT
1.4 VVT
Dimensões totais
Comp. x Larg. x Alt. (mm)
3965×1650×1465
4155×1650×1465
Entre eixos (mm)
2400
2400
Peso em ordem de marcha (kg)
1060
1100
Capacidade do porta-malas (l)
350
490
Capacidade do tanque de combustível (l)
48
48
Tipo de motor
4 cilindros em linha
4 cilindros em linha
Deslocamento volumétrico (cm3)
1332
1332
Diâmetro (mm)
75
75
Curso (mm)
75,4
75,4
Comando de válvulas
DOHC 16V VVT
DOHC 16V VVT
Relação de compressão
10,5:1
10,5:1
Potência Máxima (cv/rpm)
108/6000
108/6000
Torque Máximo (Nm/rpm)
138/4500
138/4500
Transmissão
Manual de 5 Velocidades
Manual de 5 velocidades
Suspensão dianteira
Independente, tipo McPherson com molas helicoidais e barra estabilizadora
Independente, tipo McPherson com molas helicoidais e barra estabilizadora
Suspensão traseira
Independente, tipo Dual Link com molas helicoidais
Independente, tipo Dual Link com molas helicoidais
Freios
Dianteiro a disco ventilado e traseiro a tambor com sapatas auto-ajustáveis, com ABS e EBD
Dianteiro a disco ventilado e traseiro a tambor com sapatas auto-ajustáveis, com ABS e EBD
Pneus
185/60 R15
185/60 R15
Rodas
Em liga de alumínio 15″
Em liga de alumínio 15″
Velocidade máxima
186 km/h
186 km/h
Aceleração de 0 a 100 km/h
11,7 segundos
11,9 segundos


J6 e J6 Diamond
Vinda das mesmas pranchetas que deram origem ao J3, a van J6 briga em um segmento superior com um pacote de equipamentos e preço igualmente competitivo. Assim como o hatch, é igualmente sem opcionais além dos que são vendidos como acessório nas concessionárias. O J6 também possui seis anos de garantia e é vendido em duas versões: com cinco lugares, que custa R$ 58.800, ou a Diamond, com sete lugares e disponível apenas no Brasil, por R$ 59.800. A montadora espera vender até 1.500 unidades por mês.

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O modelo chega para o consumidor brasileiro equipada de série com ar-condicionado com regulagem eletrônica de temperatura, freios com ABS e EBD, airbag duplo, pneus 205/55 aro 16”, faróis de neblina dianteiros e traseiros e sensor de estacionamento. No interior, o volante vem revestido de couro e traz comandos para o MP3 e CD player, retrovisores e vidros elétricos. O único opcional classificado pela montadora é a  pintura metálica, que sai por R$ 1.190. Nas concessionárias, o comprador pode ainda optar por pneus 215/45 aro 17” por R$ 1.600, bancos de couro por R$ 1.400 para o J6 e R$ 1.800 para o J6 Diamond.

Assim como o modelo compacto, a montadora divulga que a van passou por duros testes de rodagem antes de chegar ao mercado brasileiro, totalizando 1 milhão de km percorridos nessa fase. Entre os sistemas modificados está o conjunto de suspensão, que ficou mais rígido. O sistema é independente com barra estabilizadora e subframe, com o tradicional sistema McPherson na frente, e Dual Link na traseira. Os freios responsáveis por brecarem os 1.500 kg da van contam com discos ventilados no eixo da frente e sólidos na parte traseira, além do auxílio dos sistemas ABS e EBD.

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No conjunto mecânico, a transmissão teve as relações de marcha encurtadas e o motor também difere do modelo asiático, que é vendido com um bloco 1.8. As versões brasileiras vêm equipadas com motor 2.0 16V com duplo comando de válvula do cabeçote, que gera uma potência de 136 cv a 5.500 rpm e torque máximo de 19,1 kgfm a 4.000 rpm. De acordo com a JAC, com esses números, o J6 acelera de 0 a 100 km/h em 13,1 segundos e atinge velocidade máxima de 183 km/h.

Outro ponto reforçado no modelo brasileiro foi a redução no índice de NVH (noise, vibration and harshness, ou ruído, vibração e aspereza), com a adição de material fonoabsorvente nas colunas A, B e C, melhoria da vedação dos vidros e do sistema de escapamento.

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O interior não sofreu alterações. O painel possui quadro de instrumentos em 3D, iluminação indireta azulada, e sistema de áudio, comandos de ventilação e ar-condicionado integrados ao console central. Os bandos da frente possuem regulagem de altura e os bancos traseiros possuem regulagens individuais, sendo que no J6 Diamond, o acesso para a terceira fileira é feita pelas portas laterais traseiras e os ocupantes também podem reclinar o encosto. O espaço interno se destaca, fruto dos 4,55 metros de comprimento e largura de 1,78 metro do veículo. Como todos os bancos traseiros são rebatíveis e removíveis, a van pode ter espaço para até 2.200 litros de bagagem. Com a segunda fileira de bancos, o porta-malas ainda fica em bons 720 litros.

Em geral, a minivan tem boa dirigibilidade e desenvolve muito bem na estrada, alcançando uma boa velocidade com bastante estabilidade. O câmbio acompanhou bem a força do motor, com engates precisos e uma relação longa. Num tempo bem chuvoso com o carro em alta velocidade, se mostrou bastante estável. Em relação ao conteúdo interior, o J6 tem espaço para a família, mas se abrir os sete bancos, a bagagem fica em casa. Os comandos são simples, mas eficazes. Pelo preço, é um bom carro, só falta saber como vai ser a manutenção e a reposição de peças quando o tempo passar.

Dados Técnicos

Modelo
J6
J6 Diamond
Motor
2.0 DOHC 16V
2.0 DOHC 16V
Dimensões totais
Comp. x Larg. x Alt. (mm)
4550×1775×1660
4550×1775×1660
Entre eixos (mm)
2710
2710
Peso em ordem de marcha (kg)
1500
1500
Capacidade do porta-malas (l)
720/2200
198 / 720/ 2200
Capacidade do tanque de combustível (l)
68
68
Tipo de motor
4 cilindros em linha
4 cilindros em linha
Deslocamento volumétrico (cm3)
1997
1997
Diâmetro (mm)
85
85
Curso (mm)
88
88
Comando de válvulas
DOHC 16V
DOHC 16V
Relação de compressão
10:1
10:1
Potência Máxima (cv/rpm)
136/5500
136/5500
Torque Máximo (Nm/rpm)
187/4000
187/4000
Transmissão
Manual de 5 Velocidades
Manual de 5 Velocidades
Suspensão dianteira
Independente, tipo McPherson com molas helicoidais e barra estabilizadora
Independente, tipo McPherson com molas helicoidais e barra estabilizadora
Suspensão traseira
Independente, tipo Dual Link com molas helicoidais
Independente, tipo Dual Link com molas helicoidais
Freios
Dianteiro a disco ventilado e traseiro a disco sólido com ABS e EBD
Dianteiro a disco ventilado e traseiro a disco sólido com ABS e EBD
Pneus
205/55 R16
205/55 R16
Rodas
Em liga de alumínio 16″
Em liga de alumínio 16″
Velocidade máxima
183 km/h
183 km/h
Aceleração de 0 a 100 km/h
13,1 segundos
13,1 segundos

Space Cross: continua grande por dentro e mais aventureira

Voltado para conduções urbanas e off-roads, o veículo ficou mais alto e manteve a versatilidade característica. Os novos itens visuais o deixaram mais bonito e com a esportividade à flor da pele

Victor Marcondes

Quase um ano depois do lançamento da Space Fox, a Volkswagen ampliou a família com o lançamento da versão aventureira Space Cross. Com mudanças importantes na suspensão e design equilibrado, seguindo as tendências internacionais da marca, o modelo é a nova proposta da montadora para o segmento que chama de “Cross Light”: peruas urbanas em roupagem “off-road”, voltadas para viagens e estradas de terra menos irregulares.

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Nesta versão, o veículo é equipado com o motor 1.6 VHT Total Flex que desenvolve 104 cv quando abastecido com etanol e 101 cv com gasolina. O conjunto mecânico fica completo com a transmissão manual MQ200 de cinco velocidades,  que garante precisão e suavidade dos engates. A transmissão automatizada ASG I-Motion (Automated Sequential Gearbox) é opcional, e mantém um bom desempenho e baixo consumo de combustível.

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Todo o desempenho do motor resultou numa aceleração, segundo a montadora, de 0 a 100 km/h em 11,5 segundos e velocidade máxima de 177 km/h, com etanol. Com gasolina a aceleração é feita em 11,8 segundos e a velocidade máxima é de 175 km/h. Com o câmbio I-Motion os valores aumentam em 12 segundos e 12,3 segundos, respectivamente. O consumo médio na cidade ou estrada, medido de acordo com a norma NBR 7024, é de 13,8 quilômetros com um litro de gasolina e 9,3 quilômetros com um litro de álcool.

Em comparação à Space Fox, a suspensão do modelo Cross teve alterações na geometria, nas mangas de eixo e na calibração da suspensão. A estabilidade aumentou em razão das novas mais largas nos dois eixos: 1.448 mm na dianteira e 1.435 mm na traseira, acréscimo de 33 mm e de 23 mm, respectivamente. Os pneus maiores (205/55 R15, em vez de 195/55 R15) deixaram a perua mais alta em cerca de 3,5 centímetros, e pronta para encarar condução urbana ou fora de estrada.

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Os freios dianteiros também foram alterados e agora trazem discos de 280 mm (24 mm maiores) proporcionando uma sensação melhor de segurança durante as frenagens. Para completar, o conjunto vem com sistema ABS de série, que contribui para segurança do motorista.

A característica aventureira está presente no para-choque dianteiro com a ampla abertura de ventilação com grade tipo colméia, e nos faróis auxiliares com função de neblina e longo alcance. Nas laterais, os destaques são os frisos de plástico ressaltando o nome do veículo e as rodas de liga leve com 15 polegadas pintadas de cinza.

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Os trilhos do rack que se estendem por todo o veículo reforçam a maior altura do carro. Na parte de trás, o para-choque incorpora retro-refletores e lanterna de neblina. As lanternas são escurecidas, ressaltando a esportividade. O lançamento do modelo foi marcado pela produção de 200 unidades exclusivas na cor Vermelho Apple.

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No interior, a Space Cross traz muitos detalhes já incorporados na Space Fox, como o posicionamento elevado do motorista, comandos de fácil acesso, uso de matérias de ótima qualidade, a mesma quantidade de porta-objetos, incluindo a gaveta localizada sob o banco. Mesinhas dobráveis nos encostos dos bancos dianteiros são itens de série.

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A pedaleira exclusiva tem acabamento de alumínio e as soleiras internas têm o logotipo Space Cross. Os bancos são revestidos de tecido Malharia Sound preto, mas podem receber revestimento opcional de couro Softline preto. Os assentos traseiros contam com regulagem longitudinal, que permitem aumentar a capacidade do porta-malas de 430 litros a 527 litros.

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Com uma ampla oferta de itens tecnológicos de fábrica, o veículo tem computador de bordo com sete funções, espelho retrovisor interno eletrocrômico, faróis com acendimento automático e função coming & leaving home, sensor de chuva, retrovisor externo com função tilt down e sensor de estacionamento traseiro. Outros itens de série são: conjunto elétrico, ar condicionado, direção hidráulica e airbags dianteiros.

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Entre os opcionais estão rádio com CD-Player ou rádio AM/FM, ambos com entrada USB e Bluetooth, além de interface para iPOD, Coluna de direção com ajuste de altura e profundidade e o pacote com volante multifuncional em couro, que, nos carros com transmissão I-Motion, pode incorporar comandos para troca de marchas atrás do volante. A Space Cross está disponível nas concessionárias da marca com preços de R$ 57.990 na versão com câmbio manual e R$ 60.990 para o modelo I-Motion.

O caminho para os motores a combustão

Menores e mais eficientes, os projetos e lançamentos das grandes montadoras no exterior indicam o futuro dos propulsores de combustão interna nos próximos anos

Fernando Lalli

Já faz alguns anos que as montadoras têm voltado suas pesquisas para o desenvolvimento mais acelerado de motores a combustão verdadeiramente eficientes, capazes de economizar combustível, agredir menos o meio ambiente e, ao mesmo tempo, desenvolver mais potência. Essa forma mais inteligente de se pensar o motor, e que, sob certo aspecto, parece ser a mais óbvia, passou a ser algo urgente com as constantes crises dos combustíveis e com o endurecimento das leis de emissões de gases por parte dos governos locais, principalmente na Europa e nos Estados Unidos.

Por isso, em breve, veremos nas ruas algumas configurações pouco usuais hoje em dia. Motores menores, com menos cilindros, mas turbocomprimidos e com injeção direta de combustível, além de outros recursos para compensar a perda de potência e torque com a cilindrada menor. O movimento de redução de tamanho dos blocos é chamado de downsizing, termo adotado para definir a tendência da construção de motores pequenos e mais econômicos com força equivalente a um bloco de cilindrada superior.

Um dos projetos mais recentes e mais característicos dos futuros padrões de construção é o motor Ecoboost 1.0, apresentado oficialmente pela Ford no Salão de Frankfurt deste ano e que estreará em 2012 no Ford Focus europeu. Trata-se de um bloco 1.0 com apenas 3 cilindros, projetado para oferecer o mesmo desempenho de um motor 1.6 convencional a gasolina. De acordo com a montadora, em sua versão mais potente, o Ecoboost 1.0 será capaz de atingir 120 cv e torque de 17 kgfm entre 1.300 e 4.500 rpm.

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Para conseguir esses números, a Ford equipou o bloco com turbo de alto desempenho, capaz de atingir 250 mil rpm, injeção direta de gasolina e duplo comando de válvulas variável (Ti-VCT). Soluções como a saída de exaustão fundida na cabeça dos cilindros, bomba de óleo com compressor variável e o sistema de refrigeração dividido diminuem o tempo de aquecimento do motor e reduzem o consumo de combustível.

Os engenheiros da montadora também adotaram o uso de revestimentos especiais para reduzir as perdas internas por atrito, além de colocar as correias principais trabalhando imersas em óleo, para um funcionamento mais suave e silencioso. Por causa do número ímpar de cilindros, para balancear corretamente o bloco, foi adotada uma estratégia de compensação através do volante e da polia.

Também na Europa, o Energy TCe 115 da Renault vai começar a substituir os 1.6 16V a partir de 2012, segundo a montadora, e será 25% mais econômico. O TCe terá bloco de 1.2 l e 4 cilindros, mas também adota turbo, injeção direta, duplo comando de válvulas e bomba de óleo com compressor variável, chegando a resultados semelhantes de potência: 115 cv e 19 kgfm de torque entre 2.000 e 4.000 rpm. Entre as principais diferenças, o motor da Renault tem o bloco feito de alumino e usa corrente no lugar da correia. Até 2015, a montadora espera que o propulsor esteja equipando 85% de seus carros vendidos na Europa.

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Entretanto, enquanto a Ford e a Renault estão preparando o terreno, a Fiat já disponibiliza no Velho Mundo o compacto 500 com motor TwinAir de apenas 2 cilindros e 900 cilindradas. Com as mesmas características de alimentação do Ecoboost 1.0 e do TCe 115, de acordo com a Fiat, o propulsor emite 30% menos CO2 na atmosfera e desenvolve 65 cv de potência e 14,8 kgfm de torque.

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Para não deixar que qualquer quantidade de combustível seja queimada em vão, tanto o TwinAir quanto o TCe 115 da Renault contam também com o auxílio do dispositivo Start & Stop, que desliga o motor quando o motorista pára o carro e automaticamente volta a ligá-lo ao mais leve toque no acelerador. Hoje visto em carros mais luxuosos, o sistema tem tudo para se popularizar daqui pra frente em todos os segmentos do mercado.

Parceria
Graças ao bom momento econômico do Brasil, a tecnologia do downsizing não está distante de nós – pelo contrário, já roda em nossas ruas. Um dos exemplos é o motor THP, desenvolvido pela PSA (Peugeot/Citroen) em conjunto com a BMW, e que equipa o crossover Peugeot 3008 e o recém-chegado esportivo RCZ. O propulsor tem 1,6 l de capacidade cúbica, 16 válvulas com duplo comando e segue a tendência do uso da combinação entre turbo e injeção direta de combustível.

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A montadora francesa detalha que, no THP, o alternador, a bomba de óleo, a turbina do motor, a válvula termostática, a bomba d’água e o comando de válvulas de admissão são comandados segundo estratégias definidas pelo módulo da injeção eletrônica, o que permite um controle mais preciso do funcionamento de cada atuador, sem desperdícios de energia. O resultado, além da economia e da redução de emissões, é uma potência de 156 cv e torque máximo de 24 kgfm logo aos 1.400 rpm; números superiores, por exemplo, aos do motor 2.0 16V que equipa o sedã Peugeot 408.

A parceria entre a montadora francesa e a BMW gerou também o motor VTI, que equipa algumas versões básicas do Mini Cooper vendido no Brasil e outros modelos da Peugeot na Europa. O bloco, também de 1.6 l, apesar de dividir diversos componentes com o THP, se vale de tecnologias de princípios diferentes. Além de ser aspirado, possui dois sistemas de variação de abertura de válvulas: enquanto um faz a variação contínua dos tempos da injeção e da exaustão (VVT), outro sistema faz esse ajuste considerando a posição do acelerador, tudo para tentar reduzir a quantidade de combustível no cilindro ao estritamente essencial de acordo com a aceleração do motorista.

O VTI rende 120 cv de potência e 16 kgfm de torque a 4.250 rpm. De acordo com dados da Peugeot, tanto o VTI quanto o THP tornaram os veículos que equipam pelo menos 10% mais econômicos e menos poluentes que os modelos anteriores.

Uniformidade de configurações
Além da parceria com a Peugeot, a BMW aponta outra tendência para quem ainda vai produzir motores de capacidade cúbica maior. O projeto de sua futura plataforma, que surgirá sob o conceito EfficientDynamics, partiu do princípio do cilindro “ideal” para multiplicá-lo em blocos de 3, 4 e 6 cilindros em linha, que poderão dividir até 60% das peças entre si. Esse cilindro terá 0,5 l de capacidade cúbica, e gerará motores a gasolina e a diesel, de 1.5, 2.0 e 3.0 litros, com turbo, injeção direta e demais tendências. A marca ainda não estipula datas para o início da produção dessa linha, mas, sim, poderemos ver em breve um BMW com motor de 3 cilindros e, ainda por cima, transversal, o que é algo impensável para muitos fãs puristas da marca…

Outra montadora que tem planos muito parecidos é a Volvo, que declarou recentemente que, até 2020, pretende equipar todos os seus modelos apenas com motores de 3 ou 4 cilindros, também construídos sobre uma plataforma comum de cilindros idênticos de 0,5 litro.

Estes e tantos outros exemplos são indícios de que algumas quebras de paradigmas estão só começando no conceito de motorização do automóvel. Antes que o carro elétrico ou qualquer outra tecnologia alternativa se torne simplificada o bastante para ser massificada, os carros movidos a motores de combustão interna perdurarão por muito tempo, mas adequados a um mundo que tem que se renovar por inteiro, a começar pela mentalidade da indústria e do consumidor. E você, profissional da reparação, está preparado para mudar junto com o mercado?

Lubrificação sob medida

Venda de óleos lubrificantes a granel é uma das soluções encontradas para diminuir a poluição do planeta por conta do descarte de embalagens plásticas. Mais barato e econômico, o sistema vem ganhado espaço nas oficinas do Brasil
Victor Marcondes

Uma forma diferente de comercializar óleos lubrificantes está invadindo as oficinas nacionais. Ao invés de eliminar quilos e quilos de embalagens no lixo, os profissionais da reparação preferem ter o controle exato do produto dentro de um barril especial conhecido como granel. Apesar de não ser uma novidade no mercado, são poucos os estabelecimentos que utilizam esta alternativa. E não é por acaso, afinal, mesmo com a chancela dos seus mecânicos de confiança, os motoristas ainda dão preferência para as embalagens tradicionais.

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Os granéis são tambores que, geralmente, comportam 200 litros, ou conforme a necessidade da empresa, e são abastecidos com o mesmo produto vendido nos vasilhames comuns, que têm bem menos litros. Basicamente, o negócio se diferencia porque o consumidor paga apenas pelo volume que será aplicado em seu veículo, evitando desperdícios ou sobras.

O gerente de marketing de Pesados da Castrol, Fabio Aubin, comenta como isso acontece na prática. “Um cárter de carro pode ter capacidade para 3,7 litros. O dono deste carro precisará comprar 4 litros de óleo na embalagem tradicional, ou seja, estará comprando mais óleo do que precisa. Com o granel o consumidor pagará pelo volume que realmente precisa. Além disso, o preço do granel é um pouco mais em conta do que o das embalagens comuns.”

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A coordenadora de qualidade de produtos da Petrobras Distribuidora, Izabel Tereza, confirma como os benefícios acabam atingindo o bolso do motorista. “O consumidor final terá como vantagem o preço inferior em cerca de 10%, pois neste caso ele não estará pagando pela embalagem plástica. Por haver um medidor, existe mais precisão do volume que está sendo colocado no motor de seu carro”.

Para vender neste sistema é preciso que a oficina tenha um espaço para instalação de um equipamento específico para bombear o produto. Pode ser por compressão a ar ou manual, dependendo da distribuidora. O sócio-administrador da Redave Peças e Serviços, Helton Rech, que passou a utilizar barris em prol do meio ambiente, fala dos investimentos que fez em sua loja. “Cada tambor de óleo utiliza uma bomba. Colocamos o produto em jarras transparentes com medidas, para termos a certeza que estamos aplicando na quantidade correta. Cada bomba custou em média R$ 300,00.”

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Ele afirma que começou a ver vantagens no granel desde que implantou em seu centro automotivo. “A primeira é o custo do produto que é inferior ao do óleo nas embalagens plásticas, a segunda é a redução da quantidade de frascos que temos que encaminhar para aterros especializados, já que não podem ser destinados para o lixo reciclável comum. O armazenamento do produto também é outro ponto a favor, pois ocupa menos espaço do que as caixas de óleo.”

Convencendo o cliente

Infelizmente, o consumidor ainda não confia suficientemente nesta nova maneira de comprar lubrificante. A credibilidade acaba quando se desconfia que pode haver adulteração do conteúdo do barril. A solução para isso, segundo Andrea T. Alves, coordenadora de marketing da Cosan – Lubrificantes Mobil, “é mostrar o lacre numerado de segurança na entrada dos mini-tanques com a data e nota fiscal da ultima entrega e expor o Certificado de Qualidade em local visível.”

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Para conquistar o cliente, Helton diz que o seu argumento é comparar o granel com os frascos comuns. “Digo que o óleo que estamos oferecendo tem a mesma qualidade que o embalado, sendo o mesmo produto é da mesma marca que nossa empresa sempre comercializou. Em alguns casos chegamos a mostrar a nota fiscal da fábrica, comprovando que o óleo é da referida empresa.”

Além de mostrar a nota fiscal, a Castrol recomenda que o aplicador trabalhe com processos de segurança, qualidade e profissionalismo. “As lojas Castrol Auto Service ou mesmo lojas bandeiradas de outras grandes empresas do setor, passam por diversas auditorias que dão maior credibilidade ao consumidor”, diz Fabio. Porém, ele diz que mesmo assim isso não garante 100% de credibilidade, o que faz com que este segmento enfrente uma grande barreira para crescer nas lojas mecânicas e super trocas.

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A validade do produto é outro fator que o aplicador deve sempre estar atento. O prazo pode variar de uma marca para outra. Por exemplo, no caso da Petrobras o tambor deve ser esgotado em até seis meses. O óleo lubrificante da Mobil, por sua vez, pode durar até 60 meses. Já a Castrol afirma que o tempo deve ser verificado na etiqueta de cada granel, pois pode variar dependendo da fórmula.

Benefícios ambientais

Sem dúvidas, a sustentabilidade nesta forma de comercializar óleo para motor é o grande mote para a continuação e insistência neste mercado. “A redução de lixo produzido é a principal vantagem para o meio ambiente. Gostaria que as oficinas mecânicas do Brasil passassem a usar mais este formato, para acostumar os clientes na procura por este tipo de produto”, analisa Helton. De acordo com ele, sua empresa comercializa em média quatro tambores de 200 litros por mês. “Isso gera uma redução de 800 embalagens que não precisam ser descartadas no lixo.”

Com as vendas de lubrificantes a granel, a Mobil conseguiu diminuir a produção de embalagens plásticas, evocando sua responsabilidade ambiental, tida como pilar fundamental para os negócios da marca. “Desde 2006, quando a companhia iniciou as vendas a granel, mais de 16 milhões de embalagens deixaram de ser utilizadas, para benefício do meio ambiente”, conta Andrea.

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Agindo com a mesma fórmula de produção, a Petrobras estima que a não fabricação de 200 embalagens de 1 litro do óleo equivalem a menos 2,5 toneladas de CO2 emitidas na atmosfera. A Castrol, por sua vez, afirma enxergar os benefícios que a venda de lubrificante em tambor proporciona ao planeta, mas prefere omitir estes dados estratégicos.

A palavra sustentabilidade nunca foi tão amplamente empregada como nos tempos atuais. A insistência não é por acaso, está obrigando a indústria a desenvolver novas formas de comercializar produtos já consolidados no mercado. São projetos simples e inovadores como o granel que ajudam a refletir o consumo consciente, mais responsável. Apostar neste novo método também convida motoristas a repensar a forma de adquirir lubrificante para o motor do veículo. O processo é novo, mas tem tudo para dar certo. Para o mecânico não custa nada tentar e incentivar.

 

Audi R8 GT ultrapassa a barreira dos 300 km/h

Superesportivo de 560 cv de potência tem produção limitada em 333 unidades, das quais apenas três serão trazidas para o Brasil ao preço de R$ 1 milhão cada.

Carolina Vilanova

Quem escuta do lado de fora um Audi R8 GT passar numa reta a mais de 300 km/h se impressiona com o barulho: idêntico ao de uma turbina de avião. Esse modelo especialíssimo da montadora alemã, que chega ao Brasil em apenas três unidades, ultrapassa outra barreira cheia de zeros: a de 1 milhão de reais. Ou seja, é somente para um seleto grupo de proprietários que já fecharam negócio.

Debaixo do capô do R8 GT está um impressionante V10 FSI (injeção direta de combustível), capaz de alcançar os 560 cv de potência a 8.000 rpm. O torque também impressiona: 55,1 kgfm a 6.500 rpm. A lubrificação por cárter seco garante, de acordo com a marca, a quantidade ideal de óleo mesmo em acelerações laterais e durante velocidade máxima. Entre outros números impressionantes, o superesportivo acelera de 0 a 100 km/h em 3,6 segundos e chega à velocidade máxima de 320 km/h. É quase um avião.

Audi R8 GT/Cockpit

Tem tudo de carro de corrida: peso reduzido em 100 kg, em relação ao modelo original, graças à adoção de peças em fibra de carbono e de alumínio. Também foram reduzidos pesos de alguns componentes da transmissão, das rodas, do sistema de freio (com discos de cerâmica) e até de acessórios como o coletor de admissão, isolação do motor, bancos do tipo concha e tapeçaria.

A transmissão automatizada de seis marchas, do tipo R tronic, permite a troca automática ou manual por meio de borboletas atrás do volante, mais uma característica que vem das pistas. Em altas rotações, a troca de marcha leva apenas um décimo de segundo, ou seja, o motorista nem sente.

Outros itens tipicamente de competição são o controle de saída (launch control) e o controle de tração Quattro, que garantem a aderência exata nas arrancadas. O sistema de tração integral Quattro concentra a tração no eixo traseiro, mas ativa mais tração no eixo dianteiro conforme o necessário. Para deixar a condução mais esportiva, o sistema de controle de tração ESP pode ser desligado.

Quanto à suspensão, o sistema é formado por barras de alumínio em forma de triângulo. Para garantir a frenagem com toda essa potencia, o sistema de freios utiliza discos largos de cerâmica com fibra de carbonoAs rodas de aro 19 são calçadas com pneus 235/35 ZR na frente e 305/30 ZR atrás.

Em relação ao desenho, algumas modificações para dar um toque de carro de corrida, inclusive utilizando componentes do Audi R8 LMS (Le Mans Séries), que participa das corridas de GT3. O resultado é um visual agressivo, com mais pressão aerodinâmica, sem perder em coeficiente de aerodinâmica.

Audi R8 GT/Cockpit

 

No luxuoso interior, a estrutura de fibra de carbono é reforçada, e acomoda apenas duas pessoas. Com três compartimentos para transporte de bagagem atrás dos bancos e um porta-malas dianteiro, com capacidade de 100 litros. O superesportivo sai de fábrica também com faróis e lanternas de LED, ar condicionado automático, sistema de navegação, alarme, computador de bordo e sistema de som de alto padrão da marca Bang & Olufsen e muito mais. Vale a pena conferir.

 

FICHA TÉCNICA

– Conjunto propulsor
Motor: 5.2L FSI
Cilindros: 10 cilindros em V
Cilindrada: 5.204 cm³
Potência: 560 cv @ 8000 rpm
Torque: 54 Kgfm @ 6500 rpm

– Transmissão
Tração: Integral quattro®
Câmbio: R- tronic 6 velocidades

– Pesos/Capacidades
Peso: 1525 Kg
Comprimento: 4,43 m
Largura: 1,93 m
Altura: 1,24 m
Entre-eixos: 2,65 m
Capacidade do tanque de combustível: 90 litros
Capacidade do porta-malas: 100 litros

– Performance/Consumo
Aceleração de 0-100 km/h: 3,6s
Velocidade máxima: 320 km/h
Consumo em Cidade: 4,8 km/L
Estrada: 10,1 km/L
Combinado: 7,2 km/L
Emissão de CO2 combinado: 323g/km

Celta e Prisma: mudanças para manter o que tem de bom

Versões 2012 dos Chevrolet Celta e Prisma ganham mimos de acabamento interno uma plástica no desenho externo, mantendo o que tem de melhor: o motor 1.0 VHCE de 78 cavalos de potência

Carolina Vilanova

O visual externo mudou, o acabamento interior também, depois de uma bela repaginada, o que foi preservado na linha Chevrolet Celta e Prisma 2012 foi o motor 1.0 mais potente da categoria. Com agilidade e força, o conjunto VHCE, já na sua fase mais ecológica e econômica, continua muito bem calibrado, ajudando a dar um bom impulso nas vendas dos populares da General Motors do Brasil.

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Que esse mercado é o mais competitivo entre os consumidores brasileiros, não é segredo para ninguém, ainda mais quando se tem em campo adversários de peso, como Fiat Uno, Ford Ka e Volkwagen Gol, mesmo nas versões mais antigas. A vantagem da linha popular da Chevrolet tinha muito a ver com a tradição da marca e com o desempenho do motor, mas deixava de lado alguns parâmetros importantes nos dias de hoje: beleza interior e funcionalidade.

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Se isso era uma reclamação, o problema foi resolvido. Grande parte das mudanças da linha Celta e Prisma foram feitas dentro do veículo, que ganhou até um toque de Malibu. Mas nem por isso o desenho externo foi deixado de lado, mesmo que pequenas, as modificações foram certeiras, ficou mais bonito, mais moderno e mais com cara de carro da Chevrolet.

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A linha ganhou nova nomenclatura: LS (básica) e LT (mais completa), ambos os modelos ganharam nova grade, seguindo a nova identidade visual da Chevrolet. Os faróis foram escurecidos e os para-choques vêm na cor do veículo em todas as versões. As lanternas também foram escurecidas e teve como resultado um visual mais esportivo, que pode ser completado com acessórios originais disponibilizados pela montadora.

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No interior, o acabamento dos bancos e o material dos painéis e portas são totalmente novos. O tecido dos bancos ganhou diferenciada e textura mais moderna, assim como os detalhes da manopla do câmbio e os botões de comando exibem um detalhe cromado bem esportivo. O volante foi aprimorado, também com um toque de esportividade e  gravata dourada em evidência.

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O painel, também novo, recebeu iluminação na cor “Ice Blue” igual à utilizada nos modelos Malibu e Camaro. A iluminação do hodômetro, agora vem em LED, em vez de lâmpadas, ficou mais bonito e eficiente. Há mais porta-objetos dispostos, sempre em locais de fácil acesso. A linha recebeu novas mantas acústicas na parte interna do compartimento do motor para diminuir o nível de ruído do habitáculo.

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Pacote mecânico

Se tem um motor que a General Motors do Brasil se orgulha de ter projetado é o que equipa o Celta e, agora, o Prisma. O conjunto 1.0 Flexpower VHCE nasceu ainda na gasolina, mas foi passando por aprimoramentos tecnológicos ao longo dos anos para chegar nessa versão, mais econômica, mais ecológica e mais potente. Assim, desenvolve 78 cv de potência e 9,7 kgfm de torque com etanol, e 77 cv e 9,5 com gasolina. A versão do Prisma LT continua oferecendo o motor 1.4 Econo.Flex, que chega a 97 cv e 13,7 kgfm com etanol e 95 cv e 13,2 kgfm com gasolina.

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Nos testes, ambos os carros mostraram agilidade e desempenho, dentro das limitações de um propulsor 1.0 litro, com economia e torque. Numa subida, por exemplo, com o ar-condicionado ligado, não é necessário engatar a primeira, o carro sobre em segunda tranquilamente ou até mesmo em terceira se não estiver carregado.

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O câmbio de cinco marchas suave e preciso no engate faz um conjunto perfeito com o propulsor, mostrando muita eficiência. O conjunto de suspensão oferece estabilidade e garante uma boa dirigibilidade nos dois compactos.

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O sucesso dos dois modelos de entrada da marca é comemorado pela Chevrolet. “Se somarmos a produção do Prisma e do Celta, desde o lançamento deles, já tivemos mais de 1,5 milhão de unidades produzidas. Trata-se de um número expressivo e que tanto nos orgulha”, comemora o diretor geral de Marketing e Vendas da General Motors do Brasil, Ronaldo Znidarsis.

Ficha técnica – 1.0 VHCE

Modelo: N10YFH

Disposição: Transversal

Número de cilindros: 4 em linha

Cilindrada (cm3): 999

Diâmetro e Curso (mm): 71,1 x 62,9

Válvulas: OHC, duas válvulas por cilindro

Injeção eletrônica de combustível: M.P.F.I. (Multi Point Fuel Injection)

Taxa de compressão: 12,6:1

Potência máxima líquida

(ABNT NBR 5484 – ISO 1585): Etanol: 78 cv a 6.400 rpm / Gasolina: 77 cv a 6.400 rpm

Torque máximo líquido

(ABNT NBR 5484 – ISO 1585):  Etanol: 9,7 kgfm (95 Nm) a 5.200 rpm / Gasolina: 9,5 kgfm (93 Nm) a 5.200 rpm

Combustível recomendado: Gasolina comum e/ou Etanol

Rotação máxima do motor (rpm): 6.800

Bateria: 12V, 42 Ah

Alternador: 60 A (90 A com ar condicionado)


TRANSMISSÃO 1.0

Modelo: F17 Minus HR

Manual de 5 velocidades à frente sincronizadas

Relação de marchas:

Primeira: 4,27:1

Segunda: 2,35:1

Terceira: 1,48:1

Quarta: 1,05:1

Quinta: 0,80:1

Ré: 3,31:1

Diferencial: 4,87:1

CHASSIS/SUSPENSÃO 1.0

Dianteira:
Independente McPherson, molas helicoidais com carga lateral, amortecedores telescópicos hidráulicos pressurizados a gás

Traseira:
Semi-independente com braços oscilantes, molas tipo barril progressivas, amortecedores telescópicos hidráulicos pressurizados a gás

Direção:
Manual, pinhão e cremalheira (Hidráulica, pinhão e cremalheira)

Direção redução:
Manual: 22,0:1 (Hidráulica: 16,0:1)

Direção número de voltas (batente a batente):
Manual: 4,1 (Hidráulica: 2,75)

Diâmetro de giro (m):
Manual: 9,80 (Hidráulica: 9,95)

FREIOS

Tipo: Discos dianteiros, tambor traseiro

Disco diâmetro x espessura (mm):
Dianteiro: 236 x 12,7; traseiro 180 x 30

RODAS/PNEUS

Roda: 13 x 4½ (14 X 5½)

Pneus: 165/70R13 (175/65R14)

CAPACIDADES

Porta-malas (litros): 260

Carga útil (kg): 490

Tanque de combustível (litros): 54

Óleo do motor (litros): 3,25 (3,5 com o filtro)

Sistema de refrigeração (litros): 6,4


Ficha técnica – 1.4 l Econo.Flex

 Modelo: N14YFL

Disposição: Transversal

Número de cilindros: 4 em linha VHC (Very High Compression)

Cilindrada (cm3): 1.389

Diâmetro e Curso (mm): 77,6 x 73,4

Válvulas: OHC, duas válvulas por cilindro

Injeção eletrônica de combustível:   

M.P.F.I. (Multi Point Fuel Injection)

Taxa de compressão: 12,4:1

Potência máxima líquida

(ABNT NBR 5484 – ISO 1585): Etanol: 97 cv a 6.000 rpm / Gasolina: 95 cv a 6.000 rpm

Torque máximo líquido

(ABNT NBR 5484 – ISO 1585):  Etanol: 13,7 mkgf (134 Nm) a 2.800 rpm / Gasolina: 13,2  mkgf (129 Nm) a 2.800 rpm

Combustível recomendado: Gasolina comum e/ou Etanol

Rotação máxima do motor (rpm): 6.300

Bateria:
12V, 42 Ah (55 Ah com ar condicionado)

Alternador:
55 A (70 A com ar condicionado)

 TRANSMISSÃO 1.4

Modelo: F15-5 CR

Manual de 5 velocidades à frente sincronizadas

Relação de marchas:

Primeira: 3,73:1

Segunda: 2,14:1

Terceira: 1,41:1

Quarta: 1,12:1

Quinta: 0,89:1

Ré: 3,31:1

Diferencial: 3,74:1

 

CHASSIS/SUSPENSÃO

Dianteira:
Independente McPherson, molas helicoidais com carga lateral, amortecedores telescópicos hidráulicos pressurizados a gás, barra estabilizadora ligada a haste tensora

Traseira:
Semi-independente com braços oscilantes, molas tipo barril progressivas, amortecedores telescópicos hidráulicos pressurizados a gás

Direção:
Manual, pinhão e cremalheira (Hidráulica, pinhão e cremalheira)

Direção redução:
Manual: 22,0:1 (Hidráulica: 16,0:1)

Direção número de voltas (batente a batente):
Manual: 4,3 (Hidráulica: 2,75)

Diâmetro de giro (m):
Manual: 9,80 (Hidráulica: 9,95)

FREIOS

Tipo: Discos dianteiros ventilados, tambor traseiro

Disco diâmetro x espessura (mm): Dianteiro: 236 x 20; traseiro 180 x 30

RODAS/PNEUS

Rodas: 13 x 4½ (Opc.: 14 X 5½)

Pneus: 165/70R13 (Opc.: 175/65R14)

CAPACIDADES

Porta-malas (litros): 439

Carga útil (kg): 470

Tanque de combustível (litros): 54

Óleo do motor (litros): 3,25 (3,5 com o filtro)

Sistema de refrigeração (litros): 6,4 (6,6 com ar-condicionado)

 

Segurança e bom senso

Proibição do kit xenon afeta todos os carros adaptados sem autorização e registro. Carros com sistema original de fábrica e os regularizados antes da resolução estão liberados
Fernando Lalli

Depois de muita polêmica envolvendo consumidores, fabricantes e autoridades, os faróis de xenon não originais foram definitivamente proibidos no último dia 2 de junho. Nesta data, foi publicada a resolução nº 384 do Contran, que altera o Código de Trânsito Brasileiro quanto às modificações permitidas nos veículos. Agora, os populares kits que convertem em xenon os faróis originalmente projetados em lâmpadas halógenas (comuns) não podem mais ser instalados.

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Quem insistir em usar o kit de forma irregular estará sujeito a multa de R$ 127,69 e perda de 5 pontos na carteira do motorista. Os únicos casos liberados de uso dos kits xenon são os veículos autorizados via CSV (Certificado de Segurança Veicular) pelo Contran antes da data de publicação da nova lei. Esta autorização, que deve constar na documentação do carro, não será mais emitida.

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Muito populares nos últimos anos entre os carros de rua e praticamente uma regra entre os adeptos do “tunning”, os farois de xenon chegam a iluminar com três vezes mais intensidade do que os equipados com lâmpadas comuns, de halogênio. Para quem usa o kit adaptado, a maior iluminação causa a sensação de segurança pela visibilidade ampliada, mas o que pode acontecer é justamente o contrário. “O uso do kit xenon em faróis convencionais projetados para lâmpadas de halogênio provoca alto índice de dispersão de luz, o que compromete a segurança dos motoristas e pedestres”, explica o gerente nacional de vendas da Osram, Cirilo Moscatelli.

A Osram, que fabrica esse tipo de lâmpada, salienta que os sistemas de iluminação xenon originais de fábrica são capazes de utilizar toda a capacidade de emissão de luz com eficiência, através do controle de direcionamento de luz e outros dispositivos que evitam sua dispersão. “Nenhuma adaptação do sistema de iluminação é recomendada, porque compromete toda a distribuição de luz prevista no projeto original de um farol ou lanterna”, alerta Cirilo.

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Outra fabricante de lâmpadas e kits xenon, a Philips, ressalta que o assunto foi amplamente debatida em câmeras temáticas, junto ao AEA e departamentos de trânsito do governo, e que seria possível fazer a adaptação sem comprometer a segurança nas ruas. “Havia o entendimento de que existiam kits de qualidade que, quando bem instalados e feitos os procedimentos de regulagem, não ofereciam riscos aos motoristas”, conta o diretor comercial de aftermarket na America Latina da Philips Iluminação Automotiva, João Paulo Borgonove.

João Paulo explica que a instalação dos kits era permitida pelo Contran aos usuários que procurassem a regulamentação via CSV. “Neste contexto, o Kit era um acessório legal e não trazia riscos”, afirma. Mas pesou contra o kit xenon a quantidade de veículos com alterações irregulares e sem autorização dos órgãos de trânsito. “Sob essa perspectiva, a proibição foi benéfica, pois diminuirá a possibilidade de ocorrer acidentes de trânsito”, completa.

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Oriente bem o seu cliente

Quem possui a autorização do Contran para uso do kit no registro do veículo ainda poderá utilizar o xenon, mas sua instalação em outros carros está definitivamente proibida desde a publicação da nova resolução. Por isso, também cabe ao mecânico o papel de conscientizar o proprietário que quiser insistir na irregularidade da instalação do xenon. “Em decorrência desta resolução, o procedimento correto é orientar o consumidor de que esta instalação está proibida e o usuário estará sujeito à multa”, atenta João Paulo, da Philips.

Caso o mecânico receba um cliente com o kit xenon instalado, ele deve observar se a adaptação foi autorizada e registrada no Certificado de Registro de Veículo. “Caso contrário, o mecânico deve orientar o cliente a desinstalar o kit e instalar uma lâmpada que esteja dentro das leis”, orienta Cirilo, da Osram. O mecânico também pode explicar aos seus clientes, que não quiserem voltar utilizar as lâmpadas comuns, que existem opções no mercado dentro das leis em vigor que podem substituir o xenon sem comprometer a segurança dos outros motoristas.

“Existem dois tipos de consumidores que compravam os kits xenon: aqueles que gostam de ter o carro mais atrativo, com efeito jovial e moderno, em que a cor da luz branca era mais apreciada, e os que são atraídos pela maior capacidade de iluminação das lâmpadas xenon”, explica João Paulo, ressaltando que a Philips disponibiliza diversas opções no mercado de reposição em conformidade com as atuais legislações, oferecendo mais iluminação e visual diferenciado.

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A Osram, por sua vez, alerta que alguns proprietários têm optado por usar lâmpadas de 100 Watts para substituir o xenon, que também são proibidas pela legislação. Pior ainda: estas lâmpadas liberam uma alta quantidade de calor que pode deformar as lentes dos faróis, além de consumir mais corrente elétrica, o que pode danificar o sistema elétrico do veículo, queimar o chicote elétrico, provocar risco de incêndio e a perda da garantia do veículo.

Colocando todas estas informações ao proprietário, o mecânico fará com que ele pense duas vezes antes de privilegiar seu gosto pessoal em detrimento da segurança, tanto a dele quanto a do próximo. Será que vale a pena arriscar?

Garantindo uma boa viagem

Motoristas aproveitaram a 32ª Feira do Carreteiro para fazer check up gratuito em seus “brutos” e receber informações técnicas para melhorar seu trabalho na estrada

Texto: Fernando Lalli
Fotos: Alexandre Andrade e Paulo Fernandes

Considerado o mais tradicional encontro de carreteiros no Brasil, a Feira do Carreteiro, realizada em Aparecida do Norte/SP, recebe todo ano 50 mil pessoas, sendo destas 5 mil caminhoneiros de todo o país. Organizada pela Revista O Carreteiro, entre 13 e 16 de junho, a 32ª edição da Feira ofereceu atrações e serviços para os trabalhadores do setor e suas famílias, como palestras técnicas, Sala do Motorista, Salão da Criança, romaria, shows musicais e o Truck Test, onde os motoristas puderam dirigir algumas das principais novidades do mercado de caminhões, percorrendo um circuito de 4 km de extensão.

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E quem estacionou seu caminhão no pátio da Basílica de N. Sª Aparecida pôde aproveitar, além das atrações, uma área especialmente destinada à manutenção preventiva. Entre os dias 13 e 15, das 9 às 18 horas, o espaço Truck Service abrigou estandes de empresas parceiras do evento, como a Bridgestone/Bandag, Nino Farois e MIP Medições, que ofereceram check up gratuito e orientação técnica quanto à preservação e boa rodagem dos caminhões.

O espaço, um dos mais procurados pelos carreteiros, tem por objetivo, principalmente, aumentar a segurança nas estradas, dando orientações em relação aos benefícios da manutenção preventiva nos prazos determinados. A Nino Farois fez de graça a regulagem do sistema ótico dos caminhões, enquanto a MIP Medições aferiu os tacógrafos dos veículos, ambos itens de segurança primordiais para quem vive na estrada.

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O gerente de marketing da Bridgestone, Ricardo Drygalla, destaca a importância de orientar o caminhoneiro sobre qual a melhor forma de cuidar do veículo, citanto especificamente o pneu. “Se não for cuidado de maneira correta, além de risco, gerará mais custos, pois terá a vida útil reduzida”, alerta Ricardo, que cita como exemplo o alinhamento incorreto, que pode reduzir a vida útil do pneu em até 25%.

Parceiros na segurança
Em parceria com a franqueada Dragão Truck Center, a Bridgestone/Bandag participou do evento pelo 10º ano consecutivo da Feira do Carreteiro. O estande da empresa fez o diagnóstico de diversas anomalias mecânicas que podem ocorrer no caminhão, incluindo toda a parte relacionada a pneu, suspensão, sistema de freio, sistema elétrico, sistema de direção e demais acessórios.

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“Temos um check list de itens, no qual passamos o diagnóstico para o motorista, dando a situação real do veículo, para que ele passe em algum ponto de venda da rede BTS e exceute o serviço com desconto”, explica Felipe Pelaio, gerente de novos negócios da Bridgestone/Bandag. A expectativa era atender até 350 caminhões durante os três dias de trabalho, além de fazer o trabalho de conscientização do motorista quanto à importância da manutenção preventiva.

Para atingir os objetivos, a rede BTS contou com a participação de técnicos e especialistas de empresas parceiras como a JFF (câmaras de ar), ZL Brasil (barramento e terminais de direção), Knorr-Bremse (freio a ar), Cobreq (lona de freio), Móbil (lubrificantes), entre outros. “Nossa rede de parceiros dá toda a parte de assistência técnica, responsável por passa ao caminhoneiro o que ele deve fazer no caminhão dele”, afirma Felipe. O gerente ainda salienta a importância para a empresa da proximidade com o cliente final, avaliando sua percepção com relação aos serviços oferecidos.

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Toda essa atividade desenvolvida na Feira reflete a importância de evitar que a principal ferramenta de trabalho do carreteiro fique parada, o que representa prejuízo para ele e para quem depende de seu serviço, seja seu patrão ou sua família. Portanto, um “bruto” não pode ficar parado por descuido na manutenção: o lugar dele é na estrada, rodando firme e com segurança.

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