Peugeot inaugura nova concessionária em São Paulo/SP

A Peugeot do Brasil inaugurou mais uma revenda na cidade de São Paulo/SP, gerida pelo Grupo Dahruj, que atua no mercado há 30 anos, com operações na capital e cidades do interior do Estado, como Jundiaí, Sumaré e Campinas. A nova concessionária fica na Avenida Gastão Vidigal, 1.687, Vila Leopoldina, São Paulo (SP).

Concessionária segue conceito “Blue Box”,  padrão mundial de comunicação visual da Peugeot
Concessionária segue conceito “Blue Box”,
padrão mundial de comunicação visual da Peugeot

Construída no conceito “Blue Box”, padrão mundial de comunicação visual da Peugeot, a nova loja ocupa uma área total de cerca de 500 mil m². O espaço é dividido entre as seções administrativas, showroom de veículos novos e seminovos, assistência técnica e departamento de peças e serviços.

Em sua operação, a Dahruj contará com os modelos 208, 308, 408 e o SUV compacto 2008, além da linha de importados (3008, 308 CC e RCZ) e dos utilitários Partner e Boxer. Segundo a montadora, esta é a primeira das 22 que estão previstas para todo o país até o final do ano, de acordo com a montadora. Deste total, o Estado de São Paulo receberá 12 novas lojas.

“A nova concessionária de São Paulo está alinhada ao conceito mundial da marca. Ela oferece instalações e serviços de qualidade para que os clientes tenham nas lojas o mesmo nível de conforto, sofisticação e praticidade presentes em nossos automóveis”, declara Geder Denofrio, diretor de desenvolvimento de rede da Peugeot do Brasil.

Bosch patrocina módulo automotivo no WorldSkills São Paulo 2015

A Bosch estará presente na 43ª edição da WorldSkills Competition, competição de educação profissional. O evento, que ocorre pela primeira vez na América Latina, é aberto ao público de 12 a 15/08 e será realizado em São Paulo/SP, no Anhembi Parque.

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A competição envolve diversos segmentos profissionais que totalizam 50 ocupações divididas em seis áreas técnicas. A Bosch é patrocinadora da ocupação 33, Tecnologia Automotiva, e irá fornecer os equipamentos de teste que estruturam uma oficina mecânica de qualidade para que os competidores demonstrem suas habilidades e conhecimentos durante as disputas.

“A Bosch apoia iniciativas que valorizam a formação profissional e a WorldSkills São Paulo 2015 é, sem dúvida, uma oportunidade de evidenciar e estimular os jovens para o mercado de trabalho. A empresa acredita na importância da formação técnica como diferencial de mercado tanto para os próprios profissionais como para as empresas”, afirma Delfim Calixto, vice-presidente da divisão Automotive Aftermarket da Robert Bosch para a América Latina.

Além de participar da competição, a Bosch também investe nos jovens de outras maneiras, como a parceria que tem com o SENAI desde 1960, qualificando neste período 1400 profissionais. Ao longo dos últimos 10 anos, cerca de 80% dos aprendizes se tornaram colaboradores após o término do programa, enquanto a média do mercado é de 50%.

Como ler os esquemas da Peugeot?

Saiba como interpretar e manusear os esquemas elétricos dos carros da Peugeot, que possuem codificações específicas para identificar os fios, conectores, interconexões e circuitos

Carolina Vilanova

 

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Como ler os esquemas da Peugeot?

 

Para entregar um serviço de boa qualidade na parte elétrica do veículo do seu cliente é necessário que o técnico conheça bem a estrutura elétrica do modelo a ser reparado, além de saber interpretar e manusear os esquemas elétricos de cada sistema ou conjunto. É essencial também entender os conceitos da eletricidade, saber usar unidades de medida e utilizar peças originais e ferramentas apropriadas para o trabalho.

 

Ao realizar o diagnóstico dos veículos Peugeot, a engenharia da marca utiliza esquemas elétricos exclusivos e de fácil compreensão e utilização, que vamos mostrar nessa edição. Estes diagramas possuem uma codificação específica para identificar os fios, conectores, interconexões, e circuitos.

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Os automóveis da Peugeot possuem uma grande quantidade de sistemas elétricos e eletrônicos distribuídos pela carroceria e são equipados com um sistema de multilexagem, capaz de fazer a ligação e interação entre diversos componentes do carro, com o número de fios e conexões reduzidos.

 

Para facilitar a concepção e utilização de esquemas numa eventual reparação, o carro foi dividido em três partes:

 

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Família de componente

 

De acordo com o exemplo da nomenclatura de peças de reposição, os diversos componentes elétricos e eletrônicos dos modelos Peugeot estão divididos seguindo o mesmo principio dos grupos de construção. A partir disso, os esquemas são divididos em famílias de componentes elétricos, de acordo com a tabela abaixo, e depois cada família é separada em sub grupos.

 

Grupo 0 – motor
Grupo 1 – equipamentos do motor
Grupo 2 – transmissão
Grupo 3 – eixos
Grupo 4 – direção e freios
Grupo 5 – suspensão – rodas – equipamentos elétricos do motor
Grupo 6 – equipamentos elétricos – carroceria – ferramentas
Grupo 7 – carroceria – partes inferiores e dianteiras.
Grupo 8 – carroceria – partes superiores e traseiras.
Grupo 9 – portas – acessórios – manutenção

 

Família 1 – motor
Família 2 – sinalização iluminação exterior
Família 3 – iluminaçào interior
Família 4 – informaçào ao condutor
Família 5 – lavagem e limpeza
Família 6 – assistência a mecanismos diversos
Família 7 – auxílio à condução
Família 8 – conforto na condução
Família 9 – multiplexagem

 

Codificação elétrica

 

Cada elemento elétrico ou eletrônico componente de um veículo possui um código numérico de quatro dígitos identificando a família e a numeração sequencial.

 

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Numeração dos aparelhos (Exemplos)
0002 Comutador de iluminação de sinalização
0004 Combinado
0005 Comutador de limpa-vidros
1000 Contactor de segurança de arranque
1001 Relé de arranque a frio
1002 Bomba de arranque a frio
1003 EV de arranque a frio
1005 Relé de interdição de arranque
1006 Acionador de bloqueador de motor
1007 Sensor de inclinação de carroceria
1010 Motor de arranque
1015 Calculador de controle Stop/Start
1020 Alternador
1021 Alternador reversível
1022 Condensador de filtragem do alternador
1025 Caixa de bateria dual
1026 Acumulador de energia
1028 Caixa de prot. de alim. das redes elétricas
1030 Relé de informação do motor a trabalhar
1031 Caixa do estado de carga da bateria
1032 Caixa de proteção do cabo da bateria
1040 Relé de permanência geral
1041 Comutador de paragem de emergência
1042 Relé geral
1043 Impulsor de reposicionamento
1044 Caixa de diodo
1045 Impulsor de reposicionamento auxiliar
1050 EV resistência de aquec. arranque
1086 Relé corte arranque alarme anti-roubo
1087 Relé da eletroválvula de arranque
1088 Relé de alimentação frigor, reboque
1100 Detonador
1101 Termoresistência água mot/módulo de avanço
1102 Módulo de avanço
1103 Resistência de EV correção de avanço
1104 EV de correção de avanço
1105 Módulo de ignição
1107 Sensor de posição de válvula variável
1108 Calculador de comando de válvulas
1109 EV de desativação dos cilindros
1110 Distribuidor de ignição
1115 Sensor de referência de cilindro
1116 Sensor de referência de cilindro 1
1117 Sensor de referência de cilindro 2
1118 Sensor de ref. Do cilindro de admissão
1119 Sensor de ref. do cilindro de escape
1120 Sensor de detonação do motor
1121 Sensor de detonação do motor 1
1122 Sensor de detonação do motor 2
1125 Contactor do pedal do acelerador
1127 Relé de alimentação de ignição
1130 Calculador de ignição
1131 Bobina de ignição do cilindro 1
1132 Bobina de ignição do cilindro 2
1133 Bobina de ignição do cilindro 3
1134 Bobina de ignição do cilindro 4
1135 Bobina de ignição
1136 Condensador de bobina de ignição
1137 Bobina de ignição do cilindro 5
1138 Bobina de ignição do cilindro 6
1140 Módulo antipoluição para carburador
1141 Relé de adm. vela 1 aquec. água
1142 Relé de adm. vela 2 aquec. água
1143 Relé de adm. vela 3 aquec. água
1145 EV de abertura da borboleta
1146 Relé de adm. vela 1-2 aquec. água
1147 Relé de adm. vela 3-4 aquec. água
1148 Relé 1 de aquecimento da água do motor
1149 Relé 2 de aquecimento da água do motor
1150 Caixa de pré-aquecimento
1151 Relé do filtro de combustível aquecedor
1155 Relé de pré-aquecimento
1156 Relé de pós-aquecimento
1157 Termocontato de pós-aquecimento
1158 Caixa de com. pré e pós-aquecimento
1159 Caixa de adm. Velas pré-aquecimento
1160 Velas pré-aquecimento
1161 Velas pré-aquecimento cilindro 1
1162 Velas pré-aquecimento cilindro 2
1163 Velas pré-aquecimento cilindro 3
1164 Velas pré-aquecimento cilindro 4
1190 Aquecedor do circuito de água
1191 Bobina de ignição + referência cilindro
1200 Relé de bomba de combustível
1201 Relé de bomba de injeção
1202 Relé taquimétrico
1203 Contactor de inércia
1204 Relé de segurança de choque
1205 Fusível de bomba de combustível
1206 Caixa de com. bomba de transferência
1207 Bomba de transferência
1208 Bomba de injeção diesel
1209 Bomba auxiliar de alimentação
1210 Bomba de combustível
1211 Bomba/nível de combustível
1212 EV do ar no depósito
1213 Relé de bomba de ar
1214 Testemunho de mudança de velocidade
1215 EV de purga do canister
1216 Resistência de simulação de canister
1217 EV de corte de purga do canister
1218 EV de corte avanço de ignição
1219 Potenc. De posição da borb., injeção BVA
1220 Sensor de temperatura de água do motor

 

Da mesma maneira acontece com cada conector de função específica ou ficha (tomada elétrica de diagnóstico). No caso, este código é sempre iniciado pela letra”C”.

 

Numeração das fichas com função específica “C”  (Exemplos)
C001 Diagnóstico contral
C002 Para cabos de desempanagem
C004 Diagnóstico combinado
C103 Ficha de teste de informação com o motor a trabalhar
C104 Porta-fusível de comut. de paragem de emergência
C105 Ficha opcional corta-circuito geral
C109 Ficha de teste de ignição
C110 Ficha antiparasita de ignição
C111 Ficha de regulagem de ignição para ralenti
C120 Ficha de teste de ignição
C125 Ficha de regulação antipoluição
C126 Porta-fusível da bomba de alimentação
C127 Ficha de teste de EGR
C128 Ficha porta-fusível de resist. de
aquec. do carburador
C130 Ficha de injeção/ignição
C133 Ficha porta-fusível de calc. de injeção/ignição
C136 Porta-fusível da flange de aquecimento
C137 Ficha porta-fusível de aquecimento
de sonda de oxigênio
C140 ficha de ponto-morto superior
C145 Ficha de desenvolvimento do sistema
C150 Ficha de teste de funcionamento de GMV
C163 Ficha de teste de BVA
C170 Ficha de teste de gestão eletrônica
C180 Diagnóstico de gás 1
C181 Diagnóstico de gás 2
C182 Gás rico
C183 gás pobre
C200 Alimentação da tomada de caravana
C231 Ficha de duplo comando de auto-escola
C260 Ficha de porta-fusível de farol
de nevoeiro dianteiro
C700 Ficha de teste de antiblocagem das rodas
C701 Ficha de porta-fusível de potência
C705 Ficha de teste antipatinagem
C710 Ficha de teste de direção assistida variável
C721 Ficha de teste de ecrã multifunção
C771 Ficha de teste de suspensão
C800 Ficha de teste de ar-condicionado
C820 Ficha de teste de antiarranque codificado
C840 Ficha de alimentação + permanente rádio
C860 Ficha de teste de alarme anti-roubo
C861 Alimentação de alarme anti-roubo
C863 Ficha de teste de central de proteção
C103 Teste de informação de motor a trabalhar
C105 Opção corta-circuito geral
C109 Teste de ignição
C110 Antiparasita de ignição
C111 Reg. De ignição para ralenti
C120 Teste de injeção
C125 Regulação antipoluição
C126 Porta-fusível de bomba de alimentação
C128 Porta-fusível de resist. de aquec.
do carburador
C127 Teste de EGR
C130 Teste de injeção/ignição
C133 Porta-fusível de calculador de injeção
C137 Porta-fusível de aquec. de
sonda de oxigênio
C140 Ponto-motor superior
C145 Desenvolvimento do sistema
C150 Teste de funcionamento de GMV
C163 Teste de BVA
C170 Teste de gestão eletrônica
C180 Diagnóstico GPL
C231 Duplo comando auto-escola
C260 Porta-fusível do farol de nevoeiro
C464 Porta-fusível de alimentação de tacógrafo
C623 Teste de trancamento
C630 Diagnóstico de memorização do banco
C654 Teste de cinto pirotécnico

 

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Identificação dos conectores

 

Os conectores elétricos utilizados nos veículos da marca são identificados pela cor e o número de vias. As cores são identificadas através de abreviaturas do nome da cor em francês.

 

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Identificação das massas, fichas, derivadores (605 até AM 94, 106 e405 até AM 92)

 

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Identificação das massas,uniões fichas, derivadores (1007, 106 a part. MJ93/206, 207, 306, 307, 405 a part. MJ93/ 406, 407, 605 a part. MJ95/607/807/Expert/Partner)

 

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Os fios e cabos elétricos são identificados através de código alfa numérico, gravado de forma escrita na parte externa, encontrada a cada 20 cm em toda a sua extensão. Apesar de possuírem cores diferenciadas, o que conta é somente o código alfa numérico. Na codificação dos fios e cabos é identificado a família a qual pertence o fio, se passou ou não por um fusível, se vem direta da bateria ou não etc.

 

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Identificação dos fios e cabos elétricos:
Alimentação diversa
BM    Alimentação + bateria pós-fusível  (caixa de fusíveis no compartimento do motor)
CE    Alimentação + iluminação pós-contato
CR    Saída de alimentação código / estrada (comutador de iluminação)
PA    Alimentação de faróis adicional de máximos
PB    Alimentação de faróis de nevoeiro FR
PC    Alimentação de faróis nos médios
PR    Alimentação de faróis nos máximos
RC    Saída de alimentação código/estrada (comutador de iluminação)
VR    Alimentação + mínimo pós-reostato
D      Dreno
M      Massa
+P    Mais permanente

Massas
D      Dreno
M      Massa
MP   Massa de faróis
MV   Massa de testemunho

Multiplexagem
90 .. Fios multiplexagem

 

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Numeração dos fios (Esquemas com BSI)
Alimentação
A                  + acessórios
AE                + acessórios saída BSI
AH                + acessórios saída da caixa de fusíveis do habitáculo
AM                + acessórios saída BM34
B                   + bateria direto
BD                + bateria arranque
BE                + bateria saída BSI
BECE           + bateria saída BSI / + pós.cont. saída BSI (derivação parc.)
BF                + bateria serviço saída fusíveis de grande intensidade
BH               + bateria saída da caixa de fusíveis do habitáculo
BM               + bateria saída BM34
BM1             + bateria saída BM34 protegido
BM2             + bateria saída BM34 não-protegido
BS                + bateria serviço
C                  + pós-contato
CE                + pós-contato saída BSI
CE1             + pós-contato saída BSI protegido
CE2             + pós-contato saída BSI não-protegido
CH               + pós-contato saída da caixa de fusíveis do habitáculo
CM               + pós-contato pós-contato saída BM34
D                  + arranque
DE                + arranque pós-relé
K                   + pós-contato (desliga no arranque)
KE                + pós-contato (desliga no arranque) saída BSI
KH                + pós-contato (desliga no arranque) saída da
                            caixa de fusíveis do habitáculo
KM               + pós-contato (desliga no arranque) saída BM34
L                   + alternador direto
LH                + alternador saída da caixa de fusíveis do habitáculo
LM                + alternador saída da BM34
P                  + motor a trabalhar
PE                + motor a trabalhar saída BSI

 

Identificação dos fios e cabos elétricos

 

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Cabo de alimentação de + após fusível

 

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Cabo de alimentação protegido por fusível

 

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Ponto de massa

 

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Esquema de cablagem
A – representação Tomada de massa.
B – número de aparelho.
C – número de fio.
D – nome de terminal du conector.
E – cor du conector.
F – número de terminal du conector.
G – número de fusível.
H – representação da informação indo para outra função.
I –  número da função indicada pela referência.
J –  representação fio existente conforme equipamento du veículo.
K – figura representativa. de aparelho.
L – fios em união.
M -representação de um empalme união.
N – identificação do chicote.
0 – representação de uma caixa de  fusíveis.
P – número de interconexão.
Q -número de vias de interconexão.
R – cor de interconexão.
S – representação de uma interconexão parcial.
T – representação de uma empalme

 

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Colaboração técnica: SENAI-Ipiranga

Qualificação e inovação

Paulo SKaf, presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), faz uma análise da situação da indústria de veículos e autopeças no Brasil. Ele acredita que a turbulência da crise ainda não passou, mas para crescer, devemos continuar a investir em mão-de-obra qualificada e em inovação

 

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Revista O Mecânico: A Fiesp trabalha para que o Brasil seja uma grande potência na indústria. Nós já alcançamos esse status perante os países desenvolvidos?
Paulo Skaf: O Brasil já é reconhecido como uma grande potência internacional no campo dos negócios. Basta olharmos para como nossa economia modernizou-se nas últimas décadas e como nossa indústria é desenvolvida e diversificada. Quando nós, da Fiesp, promovemos rodadas comerciais pelo mundo ou quando recebemos delegações estrangeiras, sentimos que todos confiam na inovação e no crescimento da produção brasileira. Apenas no ano passado, mais de uma dezena de chefes de estado visitaram nossa sede e, desses encontros, nasceram muitas parcerias comerciais. Contudo, apesar de já despontarmos em vários setores, ainda há muito a fazer para que nosso País realmente tenha um lugar de destaque entre os países do chamado Bric (Brasil, Rússia, Índia e China). Para isso, devemos exercer, cada vez mais, nossa diplomacia empresarial e traçar estratégias com foco em setores-chave, como em biocombustíveis, fontes renováveis de energia, nanotecnologia, siderurgia e a agroindústria de um modo geral.

 

O Mecânico: O ano de 2008 foi o melhor ano da indústria automotiva em todos os tempos, como foi nossa performance em relação ao cenário mundial de produção de veículos?
Skaf: O setor automotivo tem sido um dos mais castigados pela crise financeira mundial, mas, até outubro, a produção de veículos no Brasil estava em expansão, e encerramos 2008 com mais de 3 milhões de unidades fabricadas, ou seja, um crescimento acima de 8% em relação a 2007. Veja que, enquanto a produção mundial de veículos cresceu cerca de 40% nos últimos 10 anos, a produção brasileira aumentou em quase 90% no mesmo período e nos colocou entre os 7 maiores fabricantes do mundo. Já a produção norte-americana, por exemplo, caiu mais de 10%. Tudo isso mostra que o setor automobilístico brasileiro tem plenas condições de se desenvolver ainda mais e nos elevar no ranking mundial. O que devemos fazer é investir em mão-de-obra qualificada e em inovação sempre.

 

O Mecânico: No final do ano sofremos com quedas na produção de veículos e de autopeças por conta da crise financeira mundial. Essa turbulência já passou, agora que as vendas começaram a se estabilizar?
Skaf: A turbulência ainda não passou, nem no Brasil, nem no mundo. Apesar do impulso de crescimento da indústria automobilística nos primeiros meses deste ano, a crise não acabou. O crescimento sazonal foi suficiente apenas para recuperar as perdas verificadas desde o início da crise. Se compararmos a produção acumulada entre janeiro e fevereiro de 2009 com o mesmo período de 2008, veremos que a produção nacional de veículos caiu mais de 20%. Isto significa que se nos acomodarmos, o País sofrerá consequências mais graves. As autoridades nacionais precisam baixar a Selic mais rapidamente, continuar a incentivar o setor por meio de cortes nos impostos e fazer reaquecer a demanda nacional. Assim, é possível que, até 2010, o Brasil volte a crescer de maneira mais consistente.

 

O Mecânico: Qual é a expectativa da indústria brasileira no setor automotivo e de autopeças para esse ano? Vamos crescer?
Skaf: Gostaria de pregar otimismo, mas o fato é que o crescimento da indústria automobilística deverá acompanhar o ritmo da economia nacional como um todo. Talvez, seja até um pouco melhor devido aos incentivos do governo. Simulações feitas pela Fiesp mostram que, caso o BC siga com uma estratégia gradualista de queda da Selic e encerre o ano com uma taxa em 10,25%, o crescimento do PIB brasileiro ficaria bem próximo a zero, com probabilidade de recessão. Por outro lado, caso o governo reduza a taxa, por exemplo, para 8,5%, o PIB cresceria entre 1% e 1,5%.

 

O Mecânico: Na sua opinião, essa crise na indústria nacional é passageira? Quais as negociações com o governo em relação aos incentivos fiscais para que as montadoras continuem vendendo veículos?
Skaf: Esperamos que sim, mas, neste momento, seria uma irresponsabilidade dar um prognóstico sobre quando a atividade econômica reverterá o ciclo de baixa. No caso específico das montadoras, as medidas adotadas pelo governo federal como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), permitiram uma baixa de preços. No entanto, essas medidas têm caráter temporário e, por isso, lutamos juntamente com representantes do setor automobilístico para torná-las mais duradouras.

 

O Mecânico: Desde o ano passado foram demitidos vários empregados da indústria automobilística. Quais as medidas que podem ser tomadas para que essa situação se reverta?
Skaf: Nenhum empresário demite à toa. Custa muito caro recrutar, selecionar, admitir, treinar e motivar empregados. Um empresário é como um maestro de uma orquestra, não quer mexer no grupo para não desafinar. Infelizmente, a indústria automotiva tem sido uma das mais afetadas pelo desemprego, mas, num período anterior à crise, este foi um segmento que cresceu bastante. Neste momento, temos que nos unir e buscar saídas dentro da lei, como banco de horas e férias coletivas, para evitar o desemprego. A demissão deve ser o último recurso para manter viva a empresa e, assim, manter parte dos postos de trabalho.

 

O Mecânico: A crise financeira e as demissões anunciadas recentemente nos EUA surtirão ainda mais efeitos para os brasileiros, já que muitas fábricas instaladas aqui são multinacionais?
Skaf: Esperamos que os incentivos dados pelo governo, assim como a pujança do consumo interno, sejam suficientes para que o setor consiga atravessar a crise. Não estamos isolados, os efeitos da crise são globais. Contudo, devemos lembrar que o Brasil tem condições de atravessar essa turbulência com segurança maior que muitos países desenvolvidos. Nosso sistema bancário é saudável e tem ampla regulação e fiscalização. O sistema de crédito não está contaminado como na maioria dos países avançados e nossa demanda interna pode sustentar parte do crescimento econômico brasileiro. Tenho certeza que, com coragem e trabalho, venceremos mais esta tempestade.

 

O Mecânico: Muitos trabalhadores foram apenas colocados em férias coletivas. Existe um programa de incentivo para atualização desses operários enquanto eles não estão na linha de produção?
Skaf: O tempo poupado dos trabalhadores pode ser preenchido com cursos gratuitos de qualificação profissional. No Senai de São Paulo, por exemplo, oferecemos 100 mil vagas para trabalhadores que tiverem redução ou suspensão da jornada de trabalho. A indústria quer fazer sua parte e necessita da ajuda governamental para criar condições que propiciem a retomada do crescimento e a manutenção do emprego.

 

O Mecânico: A maioria da mão-de-obra capacitada que existe hoje na indústria automotiva nacional e na prestação de serviços para manutenção de produtos industrializados vem do SENAI?
Skaf: Tenho muito orgulho de participar do SENAI e do SESI de São Paulo, instituições pioneiras no conceito de Responsabilidade Social no Brasil e que simbolizam o compromisso da indústria com um projeto completo de educação ligado ao trabalho. Veja que mais de 80% dos alunos da rede SENAI de São Paulo saem da escola empregados. Nos cursos da área automotiva, esse índice sobre para 94%. São resultados muito expressivos e que mostram que nossa atuação está no caminho certo, que é aliar o ensino profissional do SENAI com educação básica do SESI.

 

O Mecânico: Qual a importância da parceria entre montadoras e fabricantes de autopeças com o SENAI? O que as indústrias oferecem para o SENAI em termos de capacitação profissional e equipamentos?
Skaf: A sinergia do SENAI de São Paulo com as empresas do mercado automobilístico tem sido sempre muito produtiva. A parceria permite uma contínua reciclagem dos professores e alunos do SENAI, por meio da transferência de novas tecnologias, veículos e equipamentos. O trabalho de qualificação do SENAI, por sua vez, produz pesquisas e inovações que beneficiam todo a cadeia automotiva.

 

O Mecânico: O SENAI também promove atualização profissional por meios dos cursos de formação. Para os pequenos empresários, como donos de oficinas mecânicas, qual a vantagem de investir nesses cursos para os seus funcionários?
Skaf: Dentre as diversas linhas de cursos, o SENAI-SP disponibiliza o de Formação Continuada, que são de curta duração, geralmente entre 60 e 120 horas. Concebidos de forma modular, esses cursos permitem, por meio de uma grade curricular, a preparação básica e também a atualização técnica dos profissionais do setor de reparação. Já para o empregador, a vantagem é a possibilidade de criar profissionais constantemente qualificados e bem preparados para o exercício da ocupação.

 

O Mecânico: O SENAI tem escolas de mecânica de veículos espalhadas por todo o Brasil. O que essas escolas podem oferecer para o estudante?
Skaf: A rede SENAI possui no seu território nacional 150 unidades que atuam na área automotiva. As escolas são estruturadas de acordo com os recursos disponibilizados pelos diferentes departamentos regionais, que avaliam o parque industrial local e realizam os investimentos para o atendimento da demanda. Existem diferenças de ofertas pelas Escolas, mas 113 oferecem qualificação profissional por meio do Curso de Aprendizagem Industrial (que são gratuitos), 26 têm Curso Técnico em Automobilística (no caso de São Paulo esses cursos também são gratuitos) e 163 Cursos de Formação Continuada (para mais informações consulte o site: www.senai.br).

 

O Mecânico: Como o SENAI pode ajudar a reaquecer o mercado de reposição de autopeças?
Skaf: Trabalhamos com a certeza de que os cursos profissionalizantes do SENAI podem contribuir para a elevação da competitividade da indústria brasileira. No caso do mercado de reposição, um profissional melhor preparado e munido de informações técnicas realiza as substituições de peças de forma mais criteriosa. E é por meio de um serviço mais qualificado que o consumidor, o proprietário do veículo, sente a importância deste trabalho e torna-se mais consciente da necessidade das manutenções preventivas e não somente as corretivas.

 

O Mecânico: Qual a relação entre a FIESP e o SINDIREPA-SP?
Skaf: O Sindirepa tem um papel muito importante e que ultrapassa seu papel em benefício das empresas associadas. Vemos que seu engajamento com a orientação e serviços ao consumidor tem sido muito forte e vão ao encontro dos ideais de desenvolvimento sustentável defendido pelo Sistema FIESP.

 

O Mecânico: Na sua opinião, a inspeção veicular ambiental implantada desde o ano passado vai melhorar a qualidade de ar de São Paulo e ainda movimentar o mercado de reposição e o fluxo nas oficinas?
Skaf: É o que se espera, pois o programa está bem estruturado. O SENAI de São Paulo teve participação intensa nesse processo, pois todos os profissionais que atuarão nas linhas de inspeção foram preparados pela entidade. A expectativa é de que a ação gere uma ampliação natural do movimento tanto nas oficinas, quanto no comércio de reposição de peças.

Qualidade em Série: Estoque na medida certa

Armazenar corretamente na sua oficina apenas uma reserva de peças e componentes de maior giro faz com que o serviço prestado ao seu cliente seja mais rápido e eficaz

Carolina Vilanova

 

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Muitos empresários da reparação não sabem, mas manter um estoque mínimo na oficina, com as peças de maior fluxo, corretamente armazenadas e prontas para serem usadas, pode trazer muitos benefícios para o seu negócio. Muita gente também não dá importância, mas o transporte, o armazenamento e o manuseio correto da peça são fatores de grande relevância para garantir a qualidade na hora de prestar um serviço mecânico ao seu cliente.

 

É por isso que, na oitava matéria realizada em parceria com o IQA (Instituto da Qualidade Automotiva) trazemos as dicas e as recomendações de como montar, manter, organizar e controlar com eficiência um estoque saudável e lucrativo para a sua oficina. “É imprescindível que as maneiras corretas de estocagem sejam respeitadas, para que a peça seja aplicada corretamente, garantindo um serviço de qualidade”, afirma José Palacio, auditor do IQA.

 

O estoque é uma reserva de peças e componentes que a oficina deve ter para atender as necessidades e emergências do dia-a-dia na prestação dos seus serviços. Em primeiro lugar, é preciso determinar o tamanho do seu estoque, e para isso deve-se considerar o fluxo de veículos da sua oficina e seu ramo de atuação. A preocupação atual deve ser manter o estoque mínimo sem prejudicar o atendimento do cliente dentro do prazo estimulado.

 

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“Peças de maior rotatividade devem ter prioridade, sempre de acordo com os serviços que a empresa oferece. Uma oficina que mexe com motor, por exemplo, deve ter lubrificantes, filtros, velas e cabos no estoque. Se a oficina for genérica, o ideal é balancear qual o fluxo maior e manter em estoque as peças que mais saem”, explica Palacio.

 

Outra dica importante é manter parceria com fornecedores, distribuidores e com lojas de varejo, para ser atendido e atender o mais rápido possível. Além disso, um grande varejo também atende o consumidor final e pode indicar a sua oficina como uma boa prestadora de serviços. “Parcerias assim facilitam na hora da assistência técnica e na obtenção de informações técnicas. Mas tudo deve ser feito através dos distribuidores”, comenta.

 

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O segundo passo importante é identificar as peças e armazená-las corretamente, seguindo os critérios de armazenamento do próprio fabricante. Isso garante a preservação da qualidade das peças e sua conservação. “É preciso ficar atento pois existem peças que precisam de posição correta para estocar e essas técnicas diferem de peça para peça. Além disso, muitas produtos têm prazo de validade, como pneus, baterias e lubrificantes”, esclarece Palacio.

 

Mas tudo isso não tem resultado se não houver um controle de estocagem adequado, com uma pessoa responsável pela entrada e saída de peças do seu estoque, principalmente, se contar com peças de alto valor e componentes eletrônicos. “É sempre importante ter controle da data de entrada e de saída de cada componente, para manter o sistema rotativo e evitar o armazenamento de peças fora de prazo de validade, o que pode provocar danos irreparáveis”, analisa.

 

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Também é imprescindível manter as peças em um ambiente fechado, iluminado, limpo e organizado. “A pessoa que responde por armazenar deve se atentar também a esses detalhes, além de garantir um espaço para manipulação das peças”, atenta Palacio.

 

A organização das peças pode ser feita por fabricante ou por tipo de produto, como melhor se adequar aos processos da empresa. O ideal é que a oficina trabalhe com um software de gerenciamento, que faz esse controle automaticamente e ajuda a saber exatamente o que tem no estoque e por quanto tempo. “O técnico precisa saber se pode ou não contar com certa peça, se está disponível e dentro do prazo da validade”, alerta.

 

O software oferece infinitas possibilidades para a oficina, já que as peças são todas cadastradas quando chegam. Pode fazer, por exemplo, o controle da quantidade das peças armazenadas, o que evita encalhar componentes de um determinado fabricante, já que o cliente não escolhe a marca.

 

Por outro lado, as peças que já foram usadas e estão danificadas devem ser mantidas em local separado dos novos produtos. “Separe bem as peças novas das danificadas, que podem contaminar as outras, e além disso, ter um local adequado e seguro garante que as peças descartadas não sejam colocadas novamente em circulação”, afirma.

 

Todas as peças devem ser identificadas e vistoriadas periodicamente, por isso, faça um inventário uma ou duas vezes por ano para observar como está o estoque, tanto na parte contábil quanto na parte física das peças. “O estoque tem impacto direto na saúde financeira da empresa, por isso seu fluxo precisa ser muito administrado”, complementa Palacio.

 

Em oficinas certificadas, o controle do estoque é de suma importância e faz parte do processo de auditoria, no qual verifica-se a limpeza do local, condições das peças, critério de estocagem etc. “Os maiores erros que encontramos são peças oxidadas, embalagens danificadas, produtos fora da embalagem e armazenamento incorreto de determinados componentes”, alerta Palacio.

 

De acordo com o IQA, o profissional deve controlar e conhecer a fundo o seu estoque, garantindo que todas as peças sejam periodicamente identificadas e vistoriadas, para serem aplicadas corretamente, evitando erros e desperdícios. A utilização correta das peças é mais um dos fatores que garantem a qualidade do serviço prestado, com impacto direto no próprio sucesso do negócio.

 

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Cuidados no recebimento das peças
– Confira a nota fiscal;- Analise a situação física da embalagem e como foi seu transporte;- Abra a embalagem e veja se a peça apresenta avarias;- Depois da conferência, verifique o tipo de proteção de cada peça;
– Armazene a peça de acordo com as especificações do fabricante.

 

O que é importante no estoque de uma oficina?
– Organização- Controle- Vistoria Periódica- Giro rápido

Troca da bomba d’água do motor SOFIM eletrônico

Acompanhe os procedimentos para troca da bomba d’água do motor SOFIM eletrônico, que equipa as vans Fiat Ducato, Citroën Jumper, Peugeot Boxer e algumas versões da Renault Máster

Carolina Vilanova

 

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Os motores diesel trabalham freqüentemente num regime de rotação muito alto, principalmente, quando os veículos estão com capacidade total de carga. Rodam quilômetros e quilômetros nas estradas em velocidade constante e em seguida enfrentam horas de congestionamento nos centros urbanos. Nesse ritmo, o calor dentro do motor é uma grande preocupação e deve ser mantido sob controle.

 

A função de manter a temperatura em níveis ideais é do sistema de arrefecimento e o que faz o líquido circular na parte interna do motor para controlar a temperatura é a bomba d’água. Manter o sistema funcionando em ordem evita danos irreparáveis para o conjunto, por isso, a principal recomendação é trocar liquido de arrefecimento no período determinado pelo manual do proprietário, utilizando sempre um aditivo, de acordo com as recomendações de cada montadora.

 

Nessa matéria, que fizemos com a ajuda de Silas Sidney Bhering, instrutor técnico do SENAI-Ipiranga, desmontamos e instalamos a bomba d’água no motor diesel SOFIM, que equipa várias vans – Fiat Ducato, Citroen Jumper, Peugeot Boxer e algumas versões da Renault Máster. Esse mesmo motor aparece nas variações: 2.5 D, 2.8 D, 2.8 TD e 2.8 HDI, esses dois últimos, eletrônicos.

 

Todas as motorizações têm a mesma estrutura, logo os passos para a instalação da bomba são os mesmos. Os valores do tensionamento das correias, porém, podem ser diferentes, por isso cheque no manual do fabricante do veículo antes de montar.

 

Vale lembrar que fizemos o procedimento com o motor montado num cavalete para facilitar a visualização das peças. Executar o serviço diretamente no carro requer mais habilidade e atenção do técnico, pois em alguns casos será necessário desmontar outros componentes do motor ou do veículo. Nesse caso, a troca tem que ser feita pela parte inferior do veículo. Portanto, será necessário levantar o veículo num elevador e desmontar o defletor de proteção do pára-lamas da roda dianteira direita para ter acesso ao motor.

 

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Em primeiro lugar, temos que pensar em manutenção preventiva, por isso, é extremamente importante que o técnico oriente seu cliente em relação ao líquido de arrefecimento adequado e ao nível correto aplicado no veículo. “Trocar o líquido no período determinado, de acordo com as recomendações de cada montadora, é essencial”, analisa Silas.

 

Jair Silva, supervisor de Assistência Técnica da Affinia Automotiva, complementa, afirmando que a tensão e o alinhamento da correia da bomba também devem ser checados nas eventuais inspeções, para que funcionem em perfeita ordem.

 

Na falta dessa manutenção, o principal problema que a bomba pode sofrer é a oxidação, que pode ser causada por superaquecimento do motor, vazamentos e líquido inadequado e contaminado. “É importante detectar onde está o dano, checando todo o sistema: radiador, mangueira, líquido, válvula termostática e a própria bomba. Quando o veículo apresenta uma coloração marrom (barrenta), provavelmente, os rotores da bomba estarão corroídos. Se escutar um ruído vindo da bomba, os rolamentos interno podem ter sido danificados”, explica Silas.

 

Ficha técnica – 2.8 HDI

Número de cilindros

4 em linha
Cilindrada total
2.800 cm 3
Taxa de compressão
18,5:1
Potência máxima (ABNT) / regime
127 cv a 3.600 rpm
Torque máximo (ABNT) / regime
30,6 kgm a 1.800 rpm
Nº de válvulas por cilindro
2
Eixo de comando de válvulas
Um no cabeçote
Combustível
Diesel
Injeção
Eletrônica – Bosch – Common Rail
Tanque combustível
80 litros

 


Substituição

 

Quando constatar que o problema é na bomba d’água, é necessário fazer a substituição do componente, que nesse caso, não tem reparo porque é blindado. “Mesmo em motores maiores, trocar a peça é a melhor opção pelo custo benefício que oferece, afinal é nova, tem garantia e maior vida útil”, diz Silas, que recomenda o uso apenas de peças originais na aplicação correta.

 

“Existem bombas recondicionadas, porém, não é uma prática indicada. Em motores da linha diesel é possível fazer o reparo da bomba com componentes fornecidos pelos próprios fabricantes. Tome cuidado também com a falsificação, por isso, procure um vendedor idôneo”, alerta Jair.

 

Quando começar o procedimento não esqueça de usar os equipamentos de proteção individual: óculos e luvas, pois o líquido possui agentes químicos nocivos à saúde.

 

1) O primeiro passo é a remoção da correia do ar-condicionado, para isso, o técnico deve soltar a tensão da correia. Comece soltando a porca-trava do parafuso de regulagem do esticador.

 

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2) Em seguida, afrouxe o parafuso de fixação do esticador e solte o parafuso de regulagem do esticador da correia. (2b)

 

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3) Agora, remova a correia do ar-condicionado e o parafuso de fixação do esticador para sua remoção. Montar com aperto de 5 Kgfm.

 

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4) Afrouxe agora os parafusos de fixação da polia da bomba d’água, sem removê-los.

 

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5) Alivie a tensão da correia do alternador, para isso, comece soltando a porca-trava do parafuso de regulagem do esticador.

 

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6) Em seguida, afrouxe o parafuso do suporte do alternador.

 

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7) Solte o parafuso de regulagem para aliviar a tensão da correia do alternador e a remova.

 

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8) Desconecte o tubo distribuidor do líquido de arrefecimento da carcaça da bomba, através dos dois parafusos localizados na parte traseira da bomba d’agua. O torque é de 3 kgmf.

 

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9) Para remover o suporte do esticador da correia do alternador, retire o parafuso da parte de trás.

 

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10) Agora retire os parafusos de fixação da polia que tinham sido afrouxados antes. Retire a polia. Torque de montagem é de 3 kgfm. Com o auxílio de uma chave de fenda, comprima o tensionador hidráulico da correia dentada e trave-o com a ferramenta especial 1 860 638 000 (Peugeot) para evitar a quebra da carcaça da bomba durante a remoção e instalação.

 

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Obs.: Se houver algum problema com os selos de vedação da bomba, haverá vazamento do líquido pelo orifício da carcaça da bomba, conhecido como “ladrão”. Nesse caso, substitua a bomba. (10a)

 

11) Agora, retire os parafusos de fixação da bomba de maneira cruzada. Lembre-se de qua montagem o aperto também deve ser cruzado, com torque de 5 kgfm.

 

Obs.: como o tensionador hidráulico da correia dentada está alojado na carcaça da bomba, não é recomendado rotacionar o motor após a remoção da bomba, para assegurar o perfeito sincronismo do motor. (11a)

 

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12) Desloque a bomba com cuidado, soltando-a do tubo de distribuição para sua remoção total.

 

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Instalação

 

A montagem da bomba d’água desse motor é o processo inverso da desmontagem, com os determinados torques e a tensão correta aplicada nas correias. Tenha atenção ao colocar a bomba no lugar, pois é necessário usar ferramenta especial para travar o tensionador hidráulico. (Na Peugeot, o número da ferramenta é 1 860 638 000).

 

1) Ao colocar a polia, apenas encoste os parafusos de fixação.(1a) Instalar a correia do alternador prestando atenção no seu alinhamento, depois tensione através do parafuso regulador. (1b) Aperte os parafusos de fixação da polia com torque de 3 kgfm.

 

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2) Acople o aparelho medidor de tensão na correia entre o alternador e a bomba d’água. Nesse caso, utilizamos o equipamento da Peugeot. Aperte a ferramenta da correia até ouvir o “click” da catraca e estique a correia até encontrar os seguintes valores:

 

Bomba nova: 122 +22 unidade SEEM
Bomba usada: 69 +7 unidade SEEM
(Checar outras marcas para saber a unidade de medida)

 

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3) Na hora de colocar a correia do ar-condicionado, encontre a tensão da mesma maneira, apertando o parafuso regulador do tensionador da correia de acessórios. Com o aparelho acoplado, encontre o valor de 96 + unidade SEEM.

 

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Colaboração técnica: SENAI-Ipiranga

Manutenção para rodar suave

Acompanhe a substituição dos rolamentos das rodas traseiras e dianteiras do Volkswagen Gol e veja ainda as dicas de diagnóstico para detectar problemas no sistema e como se prevenir contra peças falsificadas

Carolina Vilanova

 

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Manutenção preventiva é essencial para manter o conjunto de rolamentos das rodas funcionando perfeitamente. Com a função de movimentar a roda com o menor atrito possível, sem perder as características de segurança e conforto dos ocupantes do carro, os rolamentos merecem bastante atenção dos mecânicos.

 

Na verdade, é impossível afirmar uma quilometragem específica para a substituição dos componentes. Isso depende de várias condições: tipo de solo no qual o veículo trafega, maneira de dirigir do motorista, funcionamento correto de outros componentes de suspensão etc.

 

“Falta de alinhamento, pneus em mau estado, amortecedores com problemas são fatores que podem sobrecarregar o rolamento causando danos irreparáveis. Em boas condições, um rolamento de roda pode ultrapassar os 100 mil Km de vida útil”, conta Atílio Gioielli Jr., da área de Assistência Técnica do Grupo Schaffler do Brasil.

 

Alexandre Santana, técnico do departamento de Assistência Técnica da SKF do Brasil, explica que por causa da sua função, a manutenção preventiva do rolamento deve constar uma inspeção a cada 20 mil km e a troca dos componentes aos 70 mil km. “É ficar preciso ficar atento, pois os desgastes naturais dos rolamentos são de pouca profundidade e não causam tanto desconforto ao condutor”, completa.

 

Existem vários tipos de rolamentos, classificados em 1ª, 2ª e 3ª geração. O de terceira geração tem o cubo de roda integrado e o de geração 3.2 tem cubo e sensor de ABS.

 

Hoje em dia, em termos de rolamentos para roda os mais modernos podem até ser híbridos, com uma carreira de esferas e outra de rolos cônicos, e sensorizados para ABS. “Entre as novas tecnologias, destacam-se os rolamentos E2 – Eficiência Energética, projetados para consumir menos energia ( de 30% a 50%) em relação aos rolamentos normais, o que possibilita aumento de vida útil de até duas vezes, além de menor temperatura com reduzido uso de lubrificante”, afirma Alexandre.

 

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Nessa matéria, trocamos o rolamento de rodas de um Volkswagen Gol, ano de fabricação 2003, que é de primeira geração, ou seja, não é integrado no cubo da roda. Nesse caso, o rolamento dianteiro é formado por duas carreiras de esferas. O traseiro é um kit composto por dois rolamentos de rolos cônicos, cupilha, retentor e um sachê de Graxazul.

 

O componente não oferece reparo e quando perde a vida útil ou sofre com desgaste é preciso substituí-lo, sempre pelo modelo compatível e original. “Também não deve alterar ou recondicinar a peça, ou pelo menos, não deveriam existir rolamentos recondicionados, afinal são projetados e desenvolvidos de acordo com rígidos padrões de qualidade, com medidas específicas (tolerãncias dimensionais) e materiais próprios (aço, graxas e vedações), características essenciais para atender as exigências dos automóveis, cada vez mais avançados tecnologicamente”, alerta Atílio.

 

Mas tome cuidado, pois o mercado pirata trabalha com componentes recondicionados e falsificados. Para evitar comprar peças piratas ou de má qualidade, fique atento se a loja compra de distribuidor autorizado; peça sempre a nota fiscal, até para fins de garantia; analise bem embalagem; e não compre peças com preços muito fora dos valores de mercado.

 

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Um detalhe de suma importância é o descarte correto dos rolamentos, já que são peças de aço e compostos químicos (graxas e polímeros). Os componentes substituídos devem ser separados de outros produtos da oficina e devem ter o destino certo, ou seja, uma sucateadora autorizada e de boa procedência.

 

“Isso porque além da questão ambiental, o rolamento não pode cair nas mãos de recondicionadores, para não alimentar a indústria da falsificação. Uma dica, coloque sal no rolamento ou água com sal antes de dispensá-lo, assim a peça logo estará corroída e não servirá para recondicionar”, orienta Atílio .

 

Mão na graxa

 

Quando é constatado falha nos rolamentos, o reparador deve ter em mãos a peça adequada para a aplicação, consultada no catálogo do fabricante. Então, está na hora de se preparar para realizar o serviço. Preste atenção nos itens de segurança necessários: óculos e luvas. Na desmontagem, componentes internos ou travas podem saltar na altura dos olhos do técnico e causar um acidente.

 

“Quando escutamos um ruído na roda do veículo, é comum pensarmos que é o rolamento. Mas é preciso estar atento, pois pode significar problemas de pneus ou suspensão”, diz.

 

Para identificar com precisão o ruído do rolamento de roda dianteira, é preciso levantar o carro num elevador e utilizar o estetoscópio. Na roda traseira, podemos identificar a hora de trocar o rolamento se houver ruído ou folga excessiva no cubo de roda.

 

Outra recomendação importante dos fabricantes é abrir a embalagem apenas na hora em que for utilizar os componentes, afinal, o rolamento sai de fábrica com uma película lubrificante protetiva e embalagem especial para evitar a oxidação. Se por algum motivo, manusear a peça e não montar, aplique uma camada de óleo protetivo antes de devolver a peça para o estoque.

 

“No caso do rolamento dianteiro, que já sai de fábrica com vedação, não pode ser armazenado por mais de três anos, que é o tempo de vida útil da graxa, lembrando que esse tipo de peça não pode ser aberta para relubrificação”, aconselha Atílio.

 


Desmontagem da dianteira

 

1) Com o carro no elevador, ligue o motor e acelere até 80km/h, ou três mil giros. Coloque o estetoscópio no cubo de roda e escute atentamente, se fizer barulho o problema é do rolamento.

 

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2) Afrouxe a porca de fixação do cubo, para somente depois remover a peça. Se alguém pisar no freio enquanto o técnico solta os parafusos, facilita o trabalho. Deixe o parafuso que segura o disco de freio para não correr o risco de quebrar.

 

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3) Solte o terminal de direção. Use a ferramenta saca-terminal para auxiliar. Não esqueça de apertar com torque de 3,5 Kgfm na hora da montagem.

 

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4) Agora, termine de soltar a porca do cubo e retire-a. Não esqueça de apertar com o torque de 25 Kgfm.

 

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5) Remova o parafuso da pinça de freio localizado atrás da pinça. (5a) Retire a pinça e o disco. (5b)

 

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6) Em seguida, solte e retire os três parafusos que prendem o defletor de proteção do disco de freio. Desencaixe o defletor.

 

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7) Está na hora de soltar os dois parafusos inferiores do pivô e com a alavanca, sacar o componente.

 

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8) Para facilitar a desmontagem da homocinética, passe um pouco de óleo lubrificante no eixo e, em seguida, bata com um martelo de borracha para desencaixar a peça.

 

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9) Abaixe o elevador para soltar a porca da torre do amortecedor. Retire a torre com o cubo de roda acoplado.

 

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10) Coloque a peça na prensa. Nunca use a marreta para não danificar o conjunto. Retire o cubo.

 

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Obs.: Verifique se o cubo está desgastado e se há desgaste no assentamento do anel interno do cubo. (10b)

 

11) Com um alicate de bico reto, retire os anéis elásticos do rolamento, uma de cada lado. Não é necessário trocar o anel, a não ser que esteja danificado.

 

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12) Saque o rolamento com uma bucha de diâmetro próximo (poucomenor) ao diâmetro maior do rolamento. (12a)

 

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Obs.: Faça uma inspeção minuciosa para atestar que o alojamento do rolamento não possui ovalização. Antes de montar use uma pasta de montagem. Se o cubo está ovalizado vai deixar marcas na pista do rolamento. (12b) Se utilizar o súbito, posicione o instrumento e faça as medidas em “X”, que devem ter valores até 0,05 mm. (12c)

 

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13) A montagem é o processo inverso, com algumas recomendações em relação à limpeza e ao torque de aperto de alguns parafusos. Limpe a peça e coloque o anel elástico, do lado dianteiro da manga para facilitar a montagem da peça na prensa.(13a) Inicie o embuchamento do rolamento com um martelo de borracha e, em seguida, coloque na morsa, com a ferramenta adequada (nesse caso a interferência está no anel externo). (13b)

 

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Desmontagem do rolamento traseiro

 

Agora, é a vez de remover o rolamento das rodas traseiras. Como já sabem, as peças são vendidas em kits.

 

1) Comece o procedimento removendo a calotinha e cupilha. Depois retire a trava de fixação da porca, oexcesso de graxa e a porca.

 

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2) Retire o cubo com os conesinternos.

 

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3) Com uma chave de fenda retire o retentor e depois, os cones dos rolamentos.

 

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4) Com ferramenta adequado e auxílio da prensa, retire as capas dos rolamentos. Como último recurso, pode-se extrair rolamentos pequenos com ajuda de um punção metálico de material mole e um martelo, entretanto, os golpes devem ser distribuídos por toda a circunferência do anel fixo.

 

Obs.: Inspecione o estado do alojamento.

 

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5) Remova as impurezas da campana e do conjunto usando querosene e deixe secar naturalmente. Não utilize estopa, pois solta fiapos e poeira.

 

6) Inicie a montagem com ferramental adequado (tubo de face plana no diâmetro do anel) e um martelo de borracha. Utilize a prensa para terminar o embuchamento.

 

Obs.: Na montagem, o lado cônico é voltado para fora. (6b)

 

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7) Novamente limpe bem o alojamento e aplique a Graxazul, que vem na quantidade certa para utilização no kit. Preencha 1/3 do rolamento com a graxa. A graxa tem que penetrar entre os roletes, a pista e a gaiola.

 

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8) Engraxe a capa do rolamento e coloque o retentor no eixo do cubo.

 

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9) Vire o tambor para montar o rolamento externo (do lado de fora). Aplique a graxa no rolamento e dentro do alojamento.

 

Obs.: Remova o excesso de graxa quando necessário.

 

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10) Prepare-se para instalar o conjunto de volta no veículo. Coloque a arruela de encosto e a porca-castelo, depois siga as seguintes instruções:

 

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Aperte a porca, girando simultaneamente o cubo da roda até notar resistência. Então, afrouxe a porca-castelo por, no mínimo, 1/12 volta, até coincidir com o próximo furo do contrapino e travar. Controle o giro e o basculamento do mancal. A roda deve girar livre e não pode haver folga no aro. Por fim, coloque a tampa. Ao terminar a montagem é recomendado fazer um teste de percurso com o veículo, para o correto ajuste dos rolamentos. Em seguida, controlar novamente a folga da roda se necessário.

 

Colaboração Técnica: Schaeffler Brasil Ltda.

Nova opção entre vans e furgões

Veículo comercial da Ford possui características e preços competitivos com objetivo de abocanhar uma fatia de 11% desse segmento

Carolina Vilanova

 

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Mesmo passando por um momento financeiro delicado em sua matriz nos EUA, a Ford continua investindo no Brasil, com toda certeza de que nosso mercado está preparado para receber e vender muito bem os novos produtos da marca. Para comprovar isso, acaba de trazer a linha de vans e furgões Transit, com a promessa de conquistar 11% desse acirrado segmento, liderado pelo Fiat Ducato.

 

O principal argumento de vendas da Ford Transit é a quantidade de equipamentos de série que oferece ao motorista: airbag, freio ABS, distribuição eletrônica de frenagem, controle eletrônico de estabilidade e sistema de assistência de arrancada em rampas e frenagem em emergência. O preço agrada mais ainda: a partir de R$ 83.990,00.

 

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Para completar a ótima relação custo/benefício, o modelo adota o motor Duratorq 2.4 L, do tipo Turbo Diesel, com quatro cilindros em linha, sistema de injeção eletrônica common rail de segunda geração e partida a frio. Com essa configuração, o veículo é capaz de alcançar a potência máxima de 115,6 cv a 3.500 rpm e torque de 31,63 kgmf a 1750 rpm.

 

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A construção desse motor conta com características próprias que asseguram baixo nível de ruídos e vibrações, ótimo desempenho, economia de combustível e redução de poluentes, de acordo com a Ford. São quatro válvulas por cilindro, tuchos hidráulicos com balancins roletados, comandos de válvulas tubulares e volante do motor com dupla massa, além do turbocompressor com válvula “waste gate”, intercooler e válvula EGR, que diminui o índice de óxido de nitrogênio (NOx) nos gases de escapamento.

 

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O trem de força é complementado com a caixa de transmissão de seis velocidades manual MT 82. As marchas a frente e a ré são sincronizadas e acionadas por cabos, proporcionando mais suavidade e precisão nos engates. Outro destaque é a tração traseira, que permite melhor distribuição do peso do veículo e maior estabilidade.

 

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A direção hidráulica com grande diâmetro de giro facilita na hora de fazer uma manobra. A suspensão robusta pode resistir a severas condições de solo e de carga.

 

O veículo é importado da Turquia e tem preços de R$ 83.990,00 para a versão Furgão Curto com capacidade de 7,5 m³; de R$ 93.290,00 na Furgão Longa com capacidade de 11,3 m³; e de R$ 103.990,00 para a Van de passageiros. A garantia é de um ano.

Ferramenta certa

Acompanhe as dicas e recomendações para a utilização correta de ferramentas convencionais nos serviços prestados por oficinas mecânicas

Carolina Vilanova

 

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Muitas das ferramentas que fazem parte da rotina de uma oficina mecânica parecem simples de utilizar, afinal, são instrumentos que servem para serviços em geral, inclusive feitos em casa. Mas na verdade, não é bem assim. Mesmo as ferramentas convencionais precisam de orientação na hora da utilização, pois podem colocar em risco toda a qualidade do trabalho efetuado e ainda causar sérios acidentes com os usuários.

 

A primeira recomendação do instrutor técnico do SENAI-Conde José Vicente de Azevedo Ipiranga-SP, Valdemar de Lima, é sobre a aquisição dos produtos. “Sempre que for comprar ferramentas para sua oficina, procure marcas conhecidas, que desenvolvem produtos de qualidade e forneçam garantia. Isso vai assegurar a qualidade do serviço prestado ao seu cliente”, afirma.

 

Antes de começar um serviço, certifique-se de que todas as ferramentas necessárias estão em mãos, além disso, analise o estado da peça, limpeza e aferição. A organização em maletas, armários ou carrinhos personalizados é fundamental para facilitar a busca das ferramentas corretas e prevenir que sofram danificações.

 

 Não pode faltar na sua oficina
• Alicates
• Chave de Boca
• Chave em L
• Chave Torx
• Martelos em geral
• Chave de fenda
• Chave estrela
• Chave hexagonais (Allen)
• Chaves combinadas
• Chaves Philips ou de fenda cruzada
• Manivela
• Catraca

 

• Cabo de força
• Desandador
• Macho para roscas internas
• Cocinetes para rocas externas
• Soquetes
• Torquímetros
• Goniômetro para torque ângulo
• Relógio comparador
• Micrometros
• Manômetros
• Paquímetros
• Calibre de raios, lâminas e roscas.

 

Ao utilizar qualquer ferramenta, se posicione corretamente: apóie bem o corpo nas pernas e mantenha os pés separados. Use óculos de proteção e luvas se for necessário.

 

Em geral, todo serviço feito fora do veículo deve ser feito em cima de uma bancada apropriada, com a ajuda de um torno de bancada (morsa) necessário. para a fixação das peças ou componentes para que o técnico tenha mais firmeza na hora de fazer um trabalho. Mas lembre-se de prestar atenção se os mordentes (protetor) estão no lugar certo para não danificar as peças.

 

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As ferramentas mais comuns, não só nas oficinas, são as chaves de fenda e as chaves combinadas. Geralmente produzidas em aço cromado ou forjado, dependendo da aplicação, as chaves é necessário verificar alguns pontos antes de escolher com qual vai trabalhar. “A cabeça do parafuso e o tipo da fenda são sempre referências em relação ao tipo e ao tamanho da chave que sra utilizada”, observa o técnico.

 

“Jamais utilize uma chave de fenda como alavanca, conheço mecânicos que sofreram sérios acidentes por conta disso”, alerta Valdemar.

Cuidados com chaves de fenda:
– Utilize a chave de fenda somente para apertar ou desapertar parafusos- Não afie a ferramenta no esmeril, para evitar que perca suas características técnicas como dureza e resistência, o que pode causar a quebra da chave ou um acidente com o usuário- Verifique se a ferramenta está em condições de uso, sem apresentar trincas no cabo ou arredondamento das arestas na ponta da chave, causados por uso incorreto da ferramenta, impactos ou na utilização em parafusos de diâmetro diferente do especificado. Nesses casos, substitua por uma nova- Aplique periodicamente uma fina película de óleo lubrificante na chave para proteger sua superfície.

* Fonte: Gedore

 

Em relação às chaves de boca, na hora que for soltar o parafuso, sempre utilize a chave fechada da ferramenta combinada para não estragar a porca, o parafuso ou até mesmo a chave. Lembre-se de segurar bem a peça.

 

Se o parafuso estiver espanado, deve ser substituído. “Existem algumas ferramentas específicas para tratar de casos como o de um parafuso quebrado dentro do componente, sem danificar a peça, como a ferramenta macho-rosca-esquerda”.

 

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Use um cabo de força se precisar soltar uma porca ou um parafuso muito apertado, como os de alto torque. Esse instrumento reduz a força que o técnico tem que fazer e facilita a retirada do elemento. Na linha pesada o multiplicador de torque é muito usado para remover ou apertar torques elevados.

 

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Existem no mercado vários tipos de alicates, tipos de ferramentas essenciais no trabalho do mecânico, são eles: alicates de travas internos e externos, alicates universais, alicates de corte, de bico e de bico curvo bomba d’agua. “Cada um tem uma utilidade diferente. Quando for remover travas, segure a peça para limitar o deslocamento e evitar que escape e seja arremessada. Isso pode machucar o técnico”, avisa.

 

Cuidados com os alicates:
– Não utilize o alicate para bater, soltar parafusos ou arrancar pregos- Não segure peças próximas da região que for soldada, pois pode aquecer demasiadamente a mandíbula e danificar de forma irreversível o tratamento térmico aplicado no alicate- Aplique periodicamente uma fina película de óleo lubrificante nas partes metálicas do alicate para proteger sua superfície- Evite quedas, isto pode danificar sua isolação

– Guarde o alicate em ambientes secos e longe de objetos ou ferramentas pontiagudas e cortantes.

* Fonte: Gedore

 

Para trabalhar com os soquetes, é necessário utilizar alguns acessórios, como catraca, manivela, cabo T, junta universal, extensão e o próprio torquímetro. São apresentados em vários tipos e tamanhos – reforçados, dodecagonal, estriado – o que exige do mecânico atenção redobrada. Para a utilização de chaves pneumáticas usar sempre soquetes de impacto.

 

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Segure firme e encaixe a ferramenta corretamente no soquete e este no parafuso, assegurando que estão perfeitamente encaixados antes de começar o serviço, garantindo assim a prevenção de acidentes. Antes de começar a apertar com o soquete, rosqueie o parafuso com a mão.

 

Torquímetro

 

O torquímetro tem a função de controlar e aplicar o aperto exato em componentes de fixação, como porcas e parafusos. O cuidado com o equipamento é um dos quesitos essenciais para que o trabalho tenha qualidade.

 

Em primeiro lugar, é importante procurar um produto de boa procedência e marca conhecida, para exigir garantia e assistência técnica se necessário. O técnico deve estar treinado e preparado para usar o equipamento. Faça as calibrações e aferições a cada seis meses por empresas recomendadas pela fábrica.

 

Dicas para o torquímetro:
– Não submeta o equipamento a impactos- Armazene em local arejado, sem umidade- Faça limpeza externa, mas não coloque graxa ou óleo- A limpeza interna deve ser feita por uma empresa especializada na hora da calibração.

 

Faça manutenção também se o aparelho sofrer quedas, impactos etc.

 

Os torquímetros são apresentados em vários tamanhos, condicionados a capacidade de torque do parafuso a ser trabalhado. Ajuste o torque prescrito até escutar o aviso, que pode ser sonoro, com luz, digital, com ponteiros, etc.

 

O torquimetro de precisão, indicado para torques muito baixos. “Antes de utilizar, zere o relógio principal e vai monitorando até o outro ponteiro alcançar o torque especificado”, explica.

 

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Cuidados com as ferramentas:
– Cheque se não tem rebarbas- Veja se as partes estão bem fixas (parafusos, porcas, molas etc)- Deve estar bem seca- Veja se está em condições de uso (não use chaves desgastadas, facas sem cortes, cabos trincados etc)

– Em ferramentas específicas para isolação, a gravação de 1000V deve estar bem legível

– Cada tipo exige cuidados específicos de conservação, porém, todas devem ser limpas e lubrificadas para evitar oxidação

– Armazenamento incorreto causa acidentes

* Fonte: Corneta

Ano de inspeção

Conversamos com o Secretário do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo, Eduardo Jorge Martins Alves Sobrinho, que contou como será a Inspeção Veicular de emissões de poluentes para veículos do ciclo Otto

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Revista O Mecânico: A partir de 2009 os veículos terão que passar por uma inspeção veicular de emissões. Como será esse processo?
Eduardo Jorge Martins Alves Sobrinho: O Programa de Inspeção Veicular Ambiental está em implantação na capital desde 2007. Trata-se de uma medida que visa minimizar as emissões de poluentes pelos veículos, buscando estimular a manutenção preventiva adequada e manter as emissões dentro dos padrões recomendados pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA). È, acima de tudo, um programa de saúde pública.

O Mecânico: Quais veículos devem passar pela inspeção?
Eduardo Jorge: O programa vem sendo implantado pela Prefeitura gradativamente: em 2008 começamos com a inspeção de toda a frota diesel. Em 2009 passarão pela inspeção todos os veículos diesel, todas as motos e os carros movidos a álcool, gás ou gasolina, registrados no Detran entre 2003 e 2008. O proprietário desses carros deve começar a agendar sua inspeção em até 120 dias antes da data limite de seu licenciamento e terá 90 dias para realizar a inspeção, que deve ser realizada de acordo com o final da placa dos veículos.

O Mecânico: Tem previsão para alcançar toda a frota nacional?
Eduardo Jorge: A legislação prevê que cidades com frota acima de 3 milhões de veículos podem implementar seus próprios programas. A cidade de São Paulo está fazendo o seu papel. No resto do País a responsabilidade de implantação é dos governos estaduais e federal.

O Mecânico: Como será feita a inspeção, quando deve ser feita e por quem?
Eduardo Jorge: É preciso entrar no site www.controlar.com.br, imprimir o boleto com a tarifa de R$ 52,73 (valor a ser corrigido para o exercício 2009), efetuar o pagamento nos bancos conveniados, esperar 72h (prazo de compensação bancária), entrar novamente no site e agendar a inspeção. A Prefeitura dispõe de telecentros onde é possível acessar gratuitamente a internet e agendar a inspeção.

O Mecânico: O que é checado na inspeção? Qual é a condição do veículo regular?
Eduardo Jorge: O veículo é submetido a dois tipos de procedimentos: a inspeção visual e a medição computadorizada. A visual é feita por um inspetor treinado, que verifica se o motor do veículo está regulado, se há emissão visível de fumaça, vazamentos aparentes e/ou alteração no sistema de escapamento. Se for constatada alguma irregularidade, o veículo é rejeitado (termo técnico) e não passa pelo segundo procedimento. Nesse caso, o proprietário recebe um laudo indicando as irregularidades encontradas para procurar uma oficina de sua confiança e efetuar a manutenção. O prazo para retorno com carro regulado é de 30 dias.

Passando pelo teste visual, o veículo vai para a medição automatizada, controlada por computador. É feita a medição do nível de ruído, o nível de emissão de monóxido de carbono e de hidrocarbonetos, a diluição (percentual de CO e CO2) e a velocidade angular do motor (rotação em marcha lenta). Se o veículo for reprovado, o proprietário recebe um laudo apontando as prováveis causas da reprovação, e deverá efetuar as regulagens.

Os veículos aprovados recebem um certificado e um selo para ser colado no vidro dianteiro. Quem for reprovado terá 30 dias para fazer a manutenção do carro e reagendar a inspeção gratuitamente. Quem não fizer a inspeção não conseguirá licenciar o veículo em 2009.

O Mecânico: Tem um custo para o motorista? O que acontece se não realizar a inspeção?
Eduardo Jorge: Para realizar a inspeção é preciso pagar uma tarifa de R$ 52,73. Quem não fizer no prazo da placa terá seu licenciamento bloqueado.

O Mecânico: Em caso de irregularidade, qual o valor da multa e quantos pontos na carteira?
Eduardo Jorge: Quem não fizer a inspeção terá o licenciamento de seu veículo bloqueado e estará sujeito a multa de R$ 550,00.

O Mecânico: Qual a previsão de veículos que serão atendidos por mês ou ano?
Eduardo Jorge: Este ano, exercício 2009, a frota a ser inspecionada é de cerca de 2,5 milhões de veículos.

O Mecânico: Quem fará a fiscalização disso?
Eduardo Jorge: A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente.

O Mecânico: No ano passado foi implementada a inspeção dos veículos diesel, qual o resultado desse projeto?
Eduardo Jorge: Em 2008 foram inspecionados 40.336 veículos diesel, sendo que 83% desses veículos foram aprovados. O cronograma 2008 de atendimento está em andamento.

O Mecânico: Em qual oficina será realizada a inspeção?
Eduardo Jorge: A inspeção ambiental é realizada nos Centros de Inspeção Veicular implantados pela empresa contratada para realizar o serviço – a Controlar, que venceu a licitação da Prefeitura para esse programa.

O Mecânico: Qual o papel das oficinas mecânicas nesse processo?
Eduardo Jorge: As oficinas mecânicas participam na reposição de peças, troca de óleo, filtros e regulagem do motor; importantes para manutenção e bom funcionamento do veículo.

O Mecânico: O que o mecânico pode fazer para que o processo da inspeção veicular tenha sucesso?
Eduardo Jorge: A manutenção periódica dos veículos é peça fundamental para a aprovação na inspeção, por isso, ele deve orientar o seus clientes nesse sentido.
O Mecânico: Onde o mecânico pode procurar informação para ajudar na inspeção veicular?
Eduardo Jorge: As entidades representativas da categoria poderão auxiliar. Entre elas estão o Sindirepa e o Sindipeças.

O Mecânico: Na sua opinião, como o mecânico pode lucrar com a inspeção veicular?
Eduardo Jorge: O mecânico será recomendado pelos seus próprios clientes pelos bons serviços.

O Mecânico: Quais seriam suas recomendações para os mecânicos, como ele deve se preparar?
Eduardo Jorge: As entidades da categoria ministram cursos rápidos sobre o tema.

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