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Manutenção para rodar suave

Acompanhe a substituição dos rolamentos das rodas traseiras e dianteiras do Volkswagen Gol e veja ainda as dicas de diagnóstico para detectar problemas no sistema e como se prevenir contra peças falsificadas

Carolina Vilanova

 

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Manutenção preventiva é essencial para manter o conjunto de rolamentos das rodas funcionando perfeitamente. Com a função de movimentar a roda com o menor atrito possível, sem perder as características de segurança e conforto dos ocupantes do carro, os rolamentos merecem bastante atenção dos mecânicos.

 

Na verdade, é impossível afirmar uma quilometragem específica para a substituição dos componentes. Isso depende de várias condições: tipo de solo no qual o veículo trafega, maneira de dirigir do motorista, funcionamento correto de outros componentes de suspensão etc.

 

“Falta de alinhamento, pneus em mau estado, amortecedores com problemas são fatores que podem sobrecarregar o rolamento causando danos irreparáveis. Em boas condições, um rolamento de roda pode ultrapassar os 100 mil Km de vida útil”, conta Atílio Gioielli Jr., da área de Assistência Técnica do Grupo Schaffler do Brasil.

 

Alexandre Santana, técnico do departamento de Assistência Técnica da SKF do Brasil, explica que por causa da sua função, a manutenção preventiva do rolamento deve constar uma inspeção a cada 20 mil km e a troca dos componentes aos 70 mil km. “É ficar preciso ficar atento, pois os desgastes naturais dos rolamentos são de pouca profundidade e não causam tanto desconforto ao condutor”, completa.

 

Existem vários tipos de rolamentos, classificados em 1ª, 2ª e 3ª geração. O de terceira geração tem o cubo de roda integrado e o de geração 3.2 tem cubo e sensor de ABS.

 

Hoje em dia, em termos de rolamentos para roda os mais modernos podem até ser híbridos, com uma carreira de esferas e outra de rolos cônicos, e sensorizados para ABS. “Entre as novas tecnologias, destacam-se os rolamentos E2 – Eficiência Energética, projetados para consumir menos energia ( de 30% a 50%) em relação aos rolamentos normais, o que possibilita aumento de vida útil de até duas vezes, além de menor temperatura com reduzido uso de lubrificante”, afirma Alexandre.

 

Rolamento-E2-da-SKF

 

Nessa matéria, trocamos o rolamento de rodas de um Volkswagen Gol, ano de fabricação 2003, que é de primeira geração, ou seja, não é integrado no cubo da roda. Nesse caso, o rolamento dianteiro é formado por duas carreiras de esferas. O traseiro é um kit composto por dois rolamentos de rolos cônicos, cupilha, retentor e um sachê de Graxazul.

 

O componente não oferece reparo e quando perde a vida útil ou sofre com desgaste é preciso substituí-lo, sempre pelo modelo compatível e original. “Também não deve alterar ou recondicinar a peça, ou pelo menos, não deveriam existir rolamentos recondicionados, afinal são projetados e desenvolvidos de acordo com rígidos padrões de qualidade, com medidas específicas (tolerãncias dimensionais) e materiais próprios (aço, graxas e vedações), características essenciais para atender as exigências dos automóveis, cada vez mais avançados tecnologicamente”, alerta Atílio.

 

Mas tome cuidado, pois o mercado pirata trabalha com componentes recondicionados e falsificados. Para evitar comprar peças piratas ou de má qualidade, fique atento se a loja compra de distribuidor autorizado; peça sempre a nota fiscal, até para fins de garantia; analise bem embalagem; e não compre peças com preços muito fora dos valores de mercado.

 

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Um detalhe de suma importância é o descarte correto dos rolamentos, já que são peças de aço e compostos químicos (graxas e polímeros). Os componentes substituídos devem ser separados de outros produtos da oficina e devem ter o destino certo, ou seja, uma sucateadora autorizada e de boa procedência.

 

“Isso porque além da questão ambiental, o rolamento não pode cair nas mãos de recondicionadores, para não alimentar a indústria da falsificação. Uma dica, coloque sal no rolamento ou água com sal antes de dispensá-lo, assim a peça logo estará corroída e não servirá para recondicionar”, orienta Atílio .

 

Mão na graxa

 

Quando é constatado falha nos rolamentos, o reparador deve ter em mãos a peça adequada para a aplicação, consultada no catálogo do fabricante. Então, está na hora de se preparar para realizar o serviço. Preste atenção nos itens de segurança necessários: óculos e luvas. Na desmontagem, componentes internos ou travas podem saltar na altura dos olhos do técnico e causar um acidente.

 

“Quando escutamos um ruído na roda do veículo, é comum pensarmos que é o rolamento. Mas é preciso estar atento, pois pode significar problemas de pneus ou suspensão”, diz.

 

Para identificar com precisão o ruído do rolamento de roda dianteira, é preciso levantar o carro num elevador e utilizar o estetoscópio. Na roda traseira, podemos identificar a hora de trocar o rolamento se houver ruído ou folga excessiva no cubo de roda.

 

Outra recomendação importante dos fabricantes é abrir a embalagem apenas na hora em que for utilizar os componentes, afinal, o rolamento sai de fábrica com uma película lubrificante protetiva e embalagem especial para evitar a oxidação. Se por algum motivo, manusear a peça e não montar, aplique uma camada de óleo protetivo antes de devolver a peça para o estoque.

 

“No caso do rolamento dianteiro, que já sai de fábrica com vedação, não pode ser armazenado por mais de três anos, que é o tempo de vida útil da graxa, lembrando que esse tipo de peça não pode ser aberta para relubrificação”, aconselha Atílio.

 


Desmontagem da dianteira

 

1) Com o carro no elevador, ligue o motor e acelere até 80km/h, ou três mil giros. Coloque o estetoscópio no cubo de roda e escute atentamente, se fizer barulho o problema é do rolamento.

 

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2) Afrouxe a porca de fixação do cubo, para somente depois remover a peça. Se alguém pisar no freio enquanto o técnico solta os parafusos, facilita o trabalho. Deixe o parafuso que segura o disco de freio para não correr o risco de quebrar.

 

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3) Solte o terminal de direção. Use a ferramenta saca-terminal para auxiliar. Não esqueça de apertar com torque de 3,5 Kgfm na hora da montagem.

 

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4) Agora, termine de soltar a porca do cubo e retire-a. Não esqueça de apertar com o torque de 25 Kgfm.

 

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5) Remova o parafuso da pinça de freio localizado atrás da pinça. (5a) Retire a pinça e o disco. (5b)

 

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6) Em seguida, solte e retire os três parafusos que prendem o defletor de proteção do disco de freio. Desencaixe o defletor.

 

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7) Está na hora de soltar os dois parafusos inferiores do pivô e com a alavanca, sacar o componente.

 

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8) Para facilitar a desmontagem da homocinética, passe um pouco de óleo lubrificante no eixo e, em seguida, bata com um martelo de borracha para desencaixar a peça.

 

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9) Abaixe o elevador para soltar a porca da torre do amortecedor. Retire a torre com o cubo de roda acoplado.

 

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10) Coloque a peça na prensa. Nunca use a marreta para não danificar o conjunto. Retire o cubo.

 

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Obs.: Verifique se o cubo está desgastado e se há desgaste no assentamento do anel interno do cubo. (10b)

 

11) Com um alicate de bico reto, retire os anéis elásticos do rolamento, uma de cada lado. Não é necessário trocar o anel, a não ser que esteja danificado.

 

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12) Saque o rolamento com uma bucha de diâmetro próximo (poucomenor) ao diâmetro maior do rolamento. (12a)

 

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Obs.: Faça uma inspeção minuciosa para atestar que o alojamento do rolamento não possui ovalização. Antes de montar use uma pasta de montagem. Se o cubo está ovalizado vai deixar marcas na pista do rolamento. (12b) Se utilizar o súbito, posicione o instrumento e faça as medidas em “X”, que devem ter valores até 0,05 mm. (12c)

 

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13) A montagem é o processo inverso, com algumas recomendações em relação à limpeza e ao torque de aperto de alguns parafusos. Limpe a peça e coloque o anel elástico, do lado dianteiro da manga para facilitar a montagem da peça na prensa.(13a) Inicie o embuchamento do rolamento com um martelo de borracha e, em seguida, coloque na morsa, com a ferramenta adequada (nesse caso a interferência está no anel externo). (13b)

 

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Desmontagem do rolamento traseiro

 

Agora, é a vez de remover o rolamento das rodas traseiras. Como já sabem, as peças são vendidas em kits.

 

1) Comece o procedimento removendo a calotinha e cupilha. Depois retire a trava de fixação da porca, oexcesso de graxa e a porca.

 

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2) Retire o cubo com os conesinternos.

 

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3) Com uma chave de fenda retire o retentor e depois, os cones dos rolamentos.

 

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4) Com ferramenta adequado e auxílio da prensa, retire as capas dos rolamentos. Como último recurso, pode-se extrair rolamentos pequenos com ajuda de um punção metálico de material mole e um martelo, entretanto, os golpes devem ser distribuídos por toda a circunferência do anel fixo.

 

Obs.: Inspecione o estado do alojamento.

 

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5) Remova as impurezas da campana e do conjunto usando querosene e deixe secar naturalmente. Não utilize estopa, pois solta fiapos e poeira.

 

6) Inicie a montagem com ferramental adequado (tubo de face plana no diâmetro do anel) e um martelo de borracha. Utilize a prensa para terminar o embuchamento.

 

Obs.: Na montagem, o lado cônico é voltado para fora. (6b)

 

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7) Novamente limpe bem o alojamento e aplique a Graxazul, que vem na quantidade certa para utilização no kit. Preencha 1/3 do rolamento com a graxa. A graxa tem que penetrar entre os roletes, a pista e a gaiola.

 

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8) Engraxe a capa do rolamento e coloque o retentor no eixo do cubo.

 

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9) Vire o tambor para montar o rolamento externo (do lado de fora). Aplique a graxa no rolamento e dentro do alojamento.

 

Obs.: Remova o excesso de graxa quando necessário.

 

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10) Prepare-se para instalar o conjunto de volta no veículo. Coloque a arruela de encosto e a porca-castelo, depois siga as seguintes instruções:

 

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Aperte a porca, girando simultaneamente o cubo da roda até notar resistência. Então, afrouxe a porca-castelo por, no mínimo, 1/12 volta, até coincidir com o próximo furo do contrapino e travar. Controle o giro e o basculamento do mancal. A roda deve girar livre e não pode haver folga no aro. Por fim, coloque a tampa. Ao terminar a montagem é recomendado fazer um teste de percurso com o veículo, para o correto ajuste dos rolamentos. Em seguida, controlar novamente a folga da roda se necessário.

 

Colaboração Técnica: Schaeffler Brasil Ltda.

6 comentários em “Manutenção para rodar suave

  1. tenho um gol G5 2009/ 2010 o rolamento traseiro não passa de se 6 mil fica roncando incomoda demais, já fui em oficinas diferente mais não adianta.sempre coloco SKF dizem que é o melhor acho que é tudo porcaria. O que pode ser?

  2. Bom dia…
    Gostaria de saber o aperto de ajuste e aperto final dos rolamentos do cubo de roda dianteiro e traseiro do golf 1.6

    Grato

  3. Gostaria saber detalhe sobre a vida util do rolamento da roda dianteira da f250, o meu ta com folga em cerca de 2 anos de uso

  4. Boa noite, tenho uma ranger 2008 3.0 está com o rolamento dianteiro com barulho este rolamento e blindado com abs quero saber se tem como trocar so o rolamento alguém sabe mim tirar esta dúvida e como fazer obrigado

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