Aplicação de amortecedores Power Shock em modelos Fiat

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Tecnologia da Magneti Marelli nos amortecedores Cofap instalados em versões do Uno e do Palio faz a função da barra estabilizadora, mas casos de aplicação errada comprometem a segurança dos proprietários

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Atenção na aplicação e honestidade com o cliente. Deveria ser redundante dizer que esses são dois itens obrigatórios para o trabalho do mecânico dentro da oficina. Mas existe ainda uma minoria que prefere o famoso “não tem tu, vai tu mesmo”: o que importa é entregar o carro para o cliente o mais rápido possível, mesmo que o serviço não seja perfeito. E isso é péssimo para a imagem de todo o setor da reparação independente, já que a fama acaba rebatendo em todos aqueles que trabalham dignamente com aquilo que amam. E todos nós amamos carros e gostamos de viver desse ramo, certo?

 

Pois uma série de reclamações recebidas pelo setor de Garantia da Magneti Marelli sobre a aplicação de amortecedores Cofap Power Shock na linha Fiat chega a assustar. Apresentada ao mercado em 2009, a tecnologia Power Shock, desenvolvida pela empresa, foi agregada a alguns veículos Fiat como equipamento original.

 

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“Essa tecnologia se baseia em uma mola feita de aço especial, localizada dentro do tubo do amortecedor, que tem por função reduzir a inclinação da carroceria nas curvas, o chamado efeito ‘rolling’, e melhorar a dirigibilidade do veículo”, explica o coordenador de assistência técnica e de produto da Magneti Marell Cofap, Antônio José Corassini, comparando a atuação do Power Shock à da barra estabilizadora. “No caso de sua aplicação na perua Palio Adventure Locker, o Power Shock permitiu que o diâmetro da barra fosse menor”, explica o especialista. Mas em algumas versões de entrada do Uno e do Palio hatch, o Power Shock na dianteira substitui a barra estabilizadora por completo – e é aí que começam os problemas.

 

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Esse amortecedor não é um item opcional, mas, sim, faz parte do sistema de suspensão do carro, que foi pensado especificamente para receber a compensação de força que ele faz. Portanto, os carros que possuem amortecedores Power Shock de fábrica jamais podem ser equipados com outros amortecedores que não contenham a tecnologia, havendo ou não a presença da barra estabilizadora.

 

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Caso seja instalado um amortecedor sem a tecnologia em um carro que deveria receber o Power Shock, o efeito é o mesmo da retirada da barra estabilizadora de um veículo normal, ou seja, a dirigibilidade e a estabilidade do veículo são prejudicadas. Além disso, o alinhamento do veículo fica grosseiramente afetado. “O grande problema é que o carro perde segurança”, explica Antônio.

 

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E quando a montagem de um amortecedor comum é “forçada” onde não deveria, o problema acaba voltando para o fabricante. “Em alguns casos, os consumidores percebem a diferença na geometria e ligam para a garantia procurando informação. Como não sabem dessa diferença de aplicação, nós orientamos que eles façam a troca. O problema são aqueles que não ligam e acabam utilizando recursos que não adequados para corrigir o alinhamento”, lamenta.

 

Diferenças

 

Antônio e o assistente técnico Ricardo Trava Bonfim mostraram as diferenças visuais entre um amortecedor comum e o Power Shock, este para a aplicação em um Fiat Novo Uno Vivace 2012 1.0 sem barra estabilizadora, utilizado como exemplo na reportagem.

 

(A) Como o Uno com Power Shock não tem barra estabilizadora, a primeira diferença visível é a ausência do suporte da bieleta da barra.

 

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(B) A furação para os parafusos da manga de eixo é diferente. No caso do amortecedor comum, os furos são quase paralelos. No Power Shock, existe uma angulação acentuada entre eles.

 

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(C) A haste do amortecedor comum tem um curso muito maior do que a do Power Shock.

 

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(D) Neste caso, o código que está gravado no amortecedor original de fábrica de veículo não é o mesmo encontrado na peça de reposição. Para diferenciar as aplicações, a Magneti Marelli coloca as letras “PS” nos códigos dos Power Shock na reposição. No caso do Uno sem barra estabilizadora a partir de 2010, os códigos corretos são GP32822PS (lado esquerdo) e GP32823PS (lado direito).

 

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Veículos equipados com Power Shock

• Fiat Palio RST III 1.0 (2007 em diante): Amortecedor Dianteiro – GP32800PS
• Fiat Palio Adventure II Locker (2008 em diante): Amortecedor Dianteiro – GP30352PS
• Fiat Strada Adventure III Locker (2008 em diante): Amortecedor Dianteiro – GP30352PS
• Fiat Strada Working / Trekking (2008 em diante): Amortecedor Dianteiro – GP30352PS
• Fiat Uno (2008 em diante, todos sem Barra Estabilizadora): Amortecedor Dianteiro –
GP3282SPS (DE) GP32823PS (DD)

 

Procedimento de substituição do amortecedor dianteiro

 

O pessoal da assistência técnica da Magneti Marelli fez uma demonstração da troca dos amortecedores dianteiros do Fiat Novo Uno Vivace 2012 1.0 sem barra estabilizadora, equipado de fábrica com o Power Shock.

 

1) O veículo contava ainda com o amortecedor original, com alinhamento correto. O pneu aparenta estar normal e os resultados no alinhador estão dentro das especificações recomendadas.

 

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2) Com o carro no elevador e a roda removida solte a trava de bloqueio da trava do flexível. A trava é reaproveitável. Em seguida, retire o próprio flexível.

 

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3) Siga para os parafusos da manga de eixo. Com chave estrela e chave com soquete, ambas 19 mm, remova as porcas de fixação. (3a)

 

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3

 

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3a

 

4) Solte os três parafusos superiores com uma chave 13 mm. No lado direito do veículo está o sistema de partida a frio, que pode dificultar a retirada do conjunto. (4a)

 

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4

 

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4a

 

5) Segure o amortecedor por baixo antes de remover o último parafuso para, então, fazer a retirada.

 

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6) Faça a fixação do amortecedor na morsa apoiando sua base com cuidado para evitar deformações. Nunca prenda o amortecedor na morsa pelo tubo.

 

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7) Faça o encolhimento da mola com uma ferramenta apropriada. Neste caso, foi utilizada uma ferramenta hidráulica. Aplique pressão até que a mola fique solta. Aproveite para observar se tem descascados na pintura. Se houver, faça a substituição imediata da peça, já que isso indica que está excessivamente desgastada. O ideal é sempre trocar a mola junto com o amortecedor, já que molas “cansadas” sobrecarregam o amortecedor e diminuem sua vida útil.

 

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8) Solte a porca superior de fixação do montante segurando a haste com uma chave allen, assim, evitando que ela gire. O giro da haste pode danificar as válvulas internas do amortecedor e inutilizar a peça. Tome cuidado, principalmente, se você for reinstalar o mesmo amortecedor de volta no veículo. A porca deve sempre ser trocada com o amortecedor.

 

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9) Remova o coxim, cuja troca não é obrigatória caso esteja em bom estado. Em seguida, tire a coifa e o batente. Estes sim devem ser substituídos a cada troca de amortecedor. Por fim, tire a mola.

 

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10) Antes da montagem, faça o escorvamento (ou sangria) do amortecedor novo sempre na vertical , abaixando e levantando a haste. De acordo com o técnico Ricardo Trava Bonfim, que fez o procedimento, não existe uma quantidade de vezes certa de repetições: o mecânico deve fazer o movimento até sentir que está “uniforme”, sem sinal de bolhas de ar. Mantenha o amortecedor na posição vertical após o escorvamento.

 

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11) Posicione a mola, ainda encolhida, no prato do amortecedor. Cuidado para não inverter a mola: a espira que deve ficar para cima é mais fechada que a de baixo. Isso fica claro na tentativa do posicionamento no prato.

 

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12) Em seguida, substitua todas as peças que devem ser trocadas: batente, coifa e a porca de fixação, que para o Uno vem junto com o amortecedor novo.

 

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13) A sequência de montagem segue a ordem inversa da desmontagem, Preste atenção na posição do coxim na montagem, que possui uma seta que deve apontar para a frente do veículo. Siga o restante da montagem a partir daí.

 

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Montagem do amortecedor ERRADO

 

Para demonstrar o que vem causando as reclamações que chegam ao setor de garantia, os técnicos da Magneti Marelli tentaram propositalmente fazer a instalação do amortecedor sem Power Shock no Uno sem barra estabilizadora para comparar os resultados de alinhamento com o que deveria ser o correto.

 

ATENÇÃO!!! Nunca faça qualquer espécie adaptação durante o reparo de qualquer sistema. Toda manutenção em um automóvel segue um processo estabelecido com as ferramentas e peças adequadas. O procedimento a seguir foi executado apenas para demonstração e jamais deve ser repetido. Vamos mostrar apenas os problemas que acontecem numa operação errada como a fabricante observou no mercado. Se o mecânico encontrar quaisquer dificuldades como as descritas a seguir, ele deve conferir o código da peça que está instalando para ver se é a correta e, se necessário, o manual de reparo do veículo.

 

(A) Logo no posicionamento, percebe-se que a furação do amortecedor errado não bate com a manga de eixo do Uno. Para fazer a fixação, seria necessário fazer uma adaptação, o que é absolutamente condenável do ponto de vista da segurança da peça.

 

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(B) Com a adaptação feita e a roda recolocada, mesmo antes de descer o veículo ao chão já é visível o erro, com a roda parecendo “pendurada”.

 

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(C) Posicionando o carro no alinhador, o câmber positivo excessivo da roda com o amortecedor errado é perceptível até mesmo para leigos. Isso sem ligar os equipamentos de medição de ângulo.

 

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(D) Fazendo a medição de alinhamento, o resultado comprova a impressão visual: a cambagem positiva é de 4°00′, enquanto o máximo permitido é de 0°30′. Além disso, a convergência também fica seriamente comprometida, com ângulo de -3°48′, enquanto o máximo é de apenas -0°05′.

 

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Causas e consequências

 

Os especialistas da fabricante do amortecedor explicam que rodar com o carro nessas condições vai causar desgaste excessivo da banda de rodagem externa do pneu e aumento do consumo de combustível. Mas, principalmente, o problema está na falta de segurança pela ausência do efeito compensatório do Power Shock. Um prejuízo desnecessário tanto para quem faz o reparo quanto para o proprietário do veículo – que, quando perceber o erro, não vai querer pagar a conta e colocará a culpa em alguém, seja o mecânico, o distribuidor ou o fabricante da peça.

 

“Aplicar a peça errada dessa forma é uma de economia burra, porque quem vai pagar pela peça, no final das contas, é o cliente”, diz Ricardo. “Se o mecânico faz uma aplicação errada como essa, ele está colocando todo o conhecimento e aperfeiçoamento dele por água abaixo. E ainda coloca o cliente em risco. É a marginalização do ofício”, lamenta o técnico.

 

Para evitar problemas, tenha certeza que está aplicando a peça correta. É primordial consultar o catálogo da fabricante para saber o código correto da peça antes de adquiri-la no distribuidor. Faça o download do catálogo dos amortecedores Cofap no site https://mmcofap.com.br. O site também tem campo de busca pelo código da peça. Exija sempre de seu distribuidor a peça com o código correto, porque é a única que vai garantir a qualidade e a rapidez do seu serviço na oficina.

 

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Mais informações: Magneti Marelli – (11) 2144-1916

Análise de comando e tuchos hidráulicos

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Acompanhe como fazer o diagnóstico do comando de válvulas, balacins e dos tuchos hidráulicos, que trabalham juntos para a abertura e fechamento de válvulas no motor

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Trocar o óleo respeitando o prazo determinado pelo fabricante e colocar outro produto nas mesmas especificações para aquela aplicação. Parece simples, mas muito motorista deixa essa regrinha básica da manutenção do veículo de lado, por esquecimento ou por falta de cuidado mesmo, sem saber o mal que está causando para o motor do seu veículo.

 

Mas muita coisa ruim pode acontecer dentro do motor por falta de manutenção, sobretudo, aquelas que a gente não consegue ver, como o comando de válvulas, as próprias válvulas e os tuchos hidráulicos. Componentes puramente mecânicos, que não podem ser analisados por um scanner, ou seja, precisamos abrir a sua tampa para averiguar o estado das peças e a eventual necessidade de trocá-las.

 

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A função das válvulas é uma das mais importantes dentro do conjunto do motor: permitir a entrada da mistura ar-combustível e a saída dos gases que foram queimados pelo escapamento. E para que as válvulas possam fazer o movimento de abertura e fechamento (que nos carros mais modernos pode ter ajuda eletrônica) existe o eixo de comando de válvulas que por meio dos seus ressaltos, também conhecidos por cames, promovem a sua abertura e controlam o seu fechamento.

 

Portanto, um eixo de comando de válvulas avariado pode comprometer e muito o rendimento do motor. Nessa matéria fizemos a análise e o diagnóstico de um componente que equipa os modelos Chevrolet Corsa, equipado com cabeçote de um único comando (SOCH – Single Over Head Came).

 

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Para isso, contamos com a ajuda de Vagner Antônio Miatelli, supervisor técnico da Aplic Resolit. Faremos a verificação dos cames, cujos formatos dos ressaltos podem afetar diretamente não só a cota de abertura das válvulas, assim como, os seus momentos e tempos de abertura e fechamento, que influenciam tremendamente o desempenho do motor . Veremos também a atuação dos tuchos hidráulicos, que atuam diretamente sobre as válvulas, mantendo constante a folga de acionamento.

 

“É bom saber que existem dois tipos de tuchos – hidráulico e mecânico. O primeiro atua com óleo interno e o segundo usa uma pastilha. É muito comum encontrar tuchos mecânicos na linha Fiat. Na maioria das vezes, os tuchos hidráulicos dispensam as varetas”, explica. No nosso caso são utilizados tuchos hidráulicos.

 

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Por que aconteceu?

 

De acordo com Engenheiro Fernando Landulfo, técnico de ensino do SENAI- Vila Leopoldina, para funcionar corretamente, o tucho hidráulico deve receber óleo lubrificante sob pressão que, além de lubrificar o componente, preenche as suas câmaras internas, promovendo o ajuste automático da folga de funcionamento das válvulas. “Quando existe a formação de borra dentro do motor (devido à deterioração do lubrificante), as galerias que alimentam os tuchos (entre outras passagens) ficam obstruídas. Isso faz com que a pressão do óleo que chega aos mesmos caia, impedindo o seu correto funcionamento (as válvulas ficam ruidosas) e prejudicando a sua correta lubrificação. Com isso tem-se a redução do desempenho do motor e o desgaste prematuro dos tuchos, dos seus alojamentos e do eixo de comando de válvulas. Algo similar ocorre quando se utiliza um lubrificante não recomendado pelo fabricante.

 

Com o aumento da temperatura de funcionamento, o óleo perde a sua viscosidade e “vaza” do interior do tucho, impedindo o seu correto funcionamento. Em casos extremos, pode haver a quebra do filme de lubrificação existente entre o eixo de comando e os tuchos. Como consequência tem-se atrito seco entre as peças.”, complementa.

 

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Em caso de desgaste prematuro recomenda-se substituir o conjunto (eixo de comando, tuchos e balancins), pois todas as peças podem estar comprometidas. Se o fabricante exigir, aditivar o lubrificante do motor, durante a quilometragem indicada, com o produto recomendado (“aditivo de amaciamento”). Na prática, o motorista vai sentir perda de potência, ruídos, consumo elevado de combustível e alta emissão de poluentes. O mecânico tem que prestar atenção no barulho na parte superior do motor, quando notar perdas substanciais de rendimento e irregularidade na marcha lenta. Esses sintomas geralmente são acompanhados de perda de estanqueidade das câmaras de combustão, que pode facilmente ser detectado com um equipamento para teste de vazamento de cilindros.

 

Caso note ruídos excessivos, abrir a tampa das válvulas e inspecionar cuidadosamente o conjunto, a procura de indícios de falta de lubrificação.
Wagner explica que a durabilidade do eixo e dos tuchos depende da manutenção geral do motor do veículo, se for feita preventivamente, como troca de óleo, filtros, etc. “Ou seja, um eixo tem duração muito longa. Porém, é recomendado que em uma eventual troca, se troque os tuchos também, para não ocorrer incompatibilidade de materiais, para que uma peça nova não trabalhar com a usada”, complemente.

 

1) Para isso, o mecânico pode encontrar kits, que vêm o eixo comando, tuchos, balancins, escoras e válvula retentora de óleo, além do lubrificante para amaciamento.

 

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2) Outros componentes que podem ser avariados quando o eixo de comando de válvulas se desgasta prematuramente, são: bronzinas, anéis, cilindros, mancais bielas. E a razão é muito simples: o material liberado durante o desgaste (“limalha”) pode obstruir o pescador da bomba de óleo ou apenas circular em suspensão no lubrificante, atuando como material abrasivo. Nem sempre é necessário retificar o cabeçote quando o eixo está danificado ou com borra de óleo. É necessário fazer a limpeza com produtos adequados. Porém no caso que uma quebra do eixo é preciso inspecionar criteriosamente o cabeçote, sobretudo os mancais de apoio do eixo de comando de válvulas, quanto a empenamentos e ovalização.

 

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3) Para remover a borra o conjunto precisa passar por uma lavagem química especial, de preferencia por imersão, para que todos os canais internos sejam devidamente desobstruídos.

 

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4) A utilização de eixo novo e balancins usados causam desgaste nos cames. Nesse caso tem que ser substituído. Faça o correto da primeira vez para evitar retrabalho e abrir o motor duas vezes.

 

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5) A quebra do comando pode ser atribuída a dois fatores: o empenamento da gaiola (mancais) e da parte superior do cabeçote. Uma das formas de se verificar se a gaiola está empenada (a mais simples), remover a gaiola e retirar o eixo quebrado, ao introduzir o eixo novo sobre a gaiola, gire livremente com mão. Caso ocorra do eixo não entrar, a gaiola está empenada e tem que ser substituída. Em caso de dúvida, substitua a gaiola por uma nova.

 

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6) É importante checar a planicidade da face superior do cabeçote , para efetuar esse procedimento, utilize uma régua na diagonal.

 

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7) Se o empenamento for na parte superior, faça uma montagem sem tuchos e balancins e aperte. Se o comando travar, a parte superior do cabeçote está empenada. Nesse caso é preciso seguir a recomendação do fabricante do motor para essa situação. Se uma usinagem for permitida, retire o cabeçote e mande para retífica. Se não for, substituta a peça.

 

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O técnico explica que quando ocorre o superaquecimento do motor e o empenamento do cabeçote, o mesmo é levado para a plaina. Mas o trabalho é realizado apenas na face de assentamento com o bloco não se verifica a sua parte superior. Ou seja, sana-se um problema (superaquecimento), mas não verifica a condição de apoio do eixo de comando de válvula.

 

Ocorrendo a plaina na parte superior do cabeçote para sanar o seu empenamento (se permitido pelo fabricante), dependendo do grau de empenamento, tem que ser feita uma correção no alojamento dos tuchos, ou seja, o que foi removido de material da parte superior do cabeçote tem que ser removido do alojamento dos tuchos, para que ele não fique sobressaído, provocando o travamento dos tuchos.

 

8) Toda vez que montar que montar o eixo de comando de válvulas, o motor tem que estar em posição de sincronismo. Ao adquirir o novo eixo, sempre verificar a letra do comando de válvulas que identifica a motorização, demonstrado no catálogo de aplicação. O que muda de um comando para outro é o lob 7, que é o grau de inclinação de abertura e fechamento de válvulas dos comandos, siga a orientação do fabricante ou siga a letra do comando velho.

 

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Mais informações: Aplic Resolit – (11) 4161-8866

Eletricidade: Esquemas elétricos da Zafira 2009

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Veja a representação gráfica dos circuitos elétricos do sistema de carga e partida da minivan da Chevrolet

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Reparos elétricos na oficina costumam ficar a cargo de um especialista no assunto: o eletricista automotivo. Mas, como você já deve estar sentindo na pele em seu dia a dia, não dá mais para viver sendo especializado em apenas um sistema. Para mexer com a linha atual de automóveis, o mecânico tem que saber, no mínimo, um pouco de tudo: ter conceitos de eletrônica embarcada não é mais um diferencial, é obrigação.

Daí a fazer um reparo, porém, é necessário se atualizar com cursos voltados à área. Além do conhecimento adquirido, o material de trabalho deve ser o adequado para a operação e é imprescindível ter o esquema elétrico correto nas mãos. Para isso, nesta edição, apresentamos os esquemas elétricos do sistema de carga e partida da minivan Chevrolet Zafira 2009.

 

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Sistema de Carga e Partida

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Sistema de Carga e Partida

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5ª Semana Tecnológica de Automobilística e Eletroeletrônica

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Entre 16 e 19 de outubro, o SENAI-Ipiranga “Conde José Vicente de Azevedo” promoveu a 5ª Semana Tecnológica de Automobilística e Eletroeletrônica, ciclo de palestras que envolveu 21 empresas com o objetivo de apresentar o futuro próximo da tecnologia que os profissionais da reparação encontrarão nas oficinas. Ao todo, 36 palestras de 21 empresas levaram conteúdo de toda a cadeia automotiva para 5 mil participantes durante os quatro dias de evento.

O principal objetivo da Semana Tecnológica é complementar a formação dos alunos do SENAI, atualizando o ensino que recebem na escola com os sistemas e ferramentas que estarão nas mãos deles num futuro próximo dentro da reparação. O conteúdo das palestras não é direcionado em apenas um caminho: todas as empresas levam diferentes temas abordando novidades que estão chegando ao mercado hoje, cuja informação ainda não é tão difundida, adiantando as tendências tecnológicas tanto para o mecânico em formação quanto para o reparador com experiência.

Entre as empresas e entidades, a Bosch fez palestra que discorreu sobre gestão e diagnósticos eletrônicos de motor. A Alfatest também falou de diagnóstico de motor com aparelhos eletrônicos, assim como a Tecnomotor, tratando de diferentes aspectos. Já a NGK/NTK abordou dois temas em duas palestras diferentes: sonda lambda e o conjunto de velas e cabos.

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Por sua vez, a Affinia Automotiva, através da marca Nakata, tratou sobre sistemas de lubrificação. A Visteon falou de conforto térmico dentro do habitáculo do carro, enquanto a Lelco falou de adulteração de combustíveis. A fabricante de motores Cummins tratou do tema mais importante dos últimos anos na indústria de veículos pesados: o Euro 5. O Sindirepa-SP levou sua palestra com o tema “Reparação Consciente”.

Várias fabricantes de automóveis também levaram informação técnica para a Semana Tecnológica. A PSA teve suas duas marcas representadas: a Peugeot falou do sistema de direção com assistência elétrica “DAE” do compacto 208, enquanto a Citroën explicou como funciona o sistema de acesso e partida sem chave (“keyless”) do sedã C4 Lounge. A Fiat tratou do seu câmbio automatizado Dualogic, enquanto a Volkswagen abordou seu novo motor 1.0 de 3 cilindros, que equipa o Fox Bluemotion. A BMW também esteve presente, mas abordando as novas tecnologias de sua linha de motocicletas. Já a Mitsubishi explicou os recursos nos sistemas eletroeletrônicos em seus veículos.

Eduardo Guimarães, supervisor de treinamento da Affinia Automotiva, foi um dos palestrantes da Semana. Foi sua quarta participação no evento, levando informação para uma plateia de alunos e profissionais que quiseram enriquecer seu conhecimento. Desta vez, o assunto foi “Diagnóstico de Sistemas de Lubrificação do Motor”.

O especialista conta que o conteúdo das palestras acabam agregando mais conteúdo ao que os alunos estudam em seus cursos. “Estava conversando com uma turma de Mecânica Diesel antes da palestra e eles estavam começando a estudar justamente os sistemas de Arrefecimento e Lubrificação”, conta Eduardo, que também destaca que mecânicos experientes, que estão fazendo cursos de especialização, também o procuram bastante depois das palestras.

Eduardo leva em conta o momento da indústria automobilística nacional, que, segundo ele, está em uma evolução plena. “Os lançamentos e novidades são enormes, e (o evento) é uma forma de se ter acesso a esse tipo de informação”, disse. “A informação vinda de uma fábrica de automóveis ou autopeças, hoje, se tornou mais fácil. No passado era bem mais difícil. Mas um evento como este é uma oportunidade de ter em poucos dias muita informação de muitas empresas ligadas ao ramo de autopeças e das próprias fabricantes de automóveis”, conclui.

Mundo SENAI

Paralelamente à Semana Tecnológica, o SENAI-Ipiranga também promoveu a ação nacional da entidade, chamada de Mundo SENAI, onde as escolas são abertas à visitação pública. No caso da unidade paulistana, quem entrou para conhecer a escola também pode assistir às palestras das empresas e conferir demonstrações de sistemas automotivos feitas por alunos da própria escola. (FL)

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Nosso diferencial é o serviço prestado ao reparador

Marcelo Rosa, gerente Comercial de Aftermarket da Meritor no Brasil, fala da importância da relação com os mecânicos e acredita que por meio de treinamento e com a ajuda das redes sociais a aproximação pode ficar maior

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Revista O Mecânico: Ainda em 1956, a Meritor iniciou as suas atividades no Brasil, associada à Braseixos. Conte um pouco dessa história e como é a estrutura da empresa hoje.
Marcelo Rosa: Iniciamos as nossas atividades em 1956, como Braseixos, uma joint venture entre Rockwell e o grupo Cobrasma. Em 1959 construímos a nossa fábrica em Osasco, onde estamos até hoje. Em 1986, firmamos nossa primeira joint venture com o grupo Randon, onde criamos a Master Sistemas de Freios.
Em 1997, a Rockwell assumiu 100% da empresa no Brasil e, em 2000 fizemos uma fusão com a Arvin para criar a ArvinMeritor. Em 2011, fizemos o desinvestimento da Arvin e voltamos nosso foco de atuação para veículos comerciais.

O Mecânico: Quais produtos fazem parte do portfólio da marca? São voltados apenas para veículos pesados?
Marcelo: No Brasil, a Meritor, principal fornecedora de eixos e sistemas para o drivetrain de veículos comerciais na América do Sul, tem como portfolio soluções para eixos diferenciais, eixos cardans e eixos dianteiros. Somos 100% orientados para veículos comerciais.

O Mecânico: Qual a capacidade produtiva das fábricas da Meritor no Brasil? O que é destinado à reposição?
Marcelo: Nossa fábrica em Osasco está apta e com capacidade disponível para atender a demanda do mercado. Os produtos que oferecemos para o mercado de reposição são abastecidos, em sua grande maioria, por esta unidade em Osasco e, no caso de alguns modelos de eixos, de nossas fábricas em Asheville e Florence, EUA, em Cameri, na Itália e em Lindesberg, na Suécia.

O Mecânico: Vocês trabalham com joint ventures com empresas como a Master e a Suspensys. O que são produzidos nessa parceria?
Marcelo: Em 1986, firmamos uma parceria com a Randon e criamos a Master Sistema de Freios, líder nacional na fabricação de conjuntos de freios a ar para caminhões, ônibus, micro-ônibus e implementos rodoviários.
Na Suspensys, tivemos uma parceria com a Randon de 2002 até 2013, quando vendemos nossas ações para o grupo Randon.

O Mecânico: O que aconteceu com a parceria da Arvin, que durante tantos anos deu nome a empresa no Brasil?
Marcelo: Em um plano que se iniciou em 2004, a Meritor redesenhou seu foco de atuação novamente para veículos pesados, e por consequência dessa nova orientação estratégica, decidiu-se pelo desinvestimento na Arvin para alocarmos foco e recursos nos negócios para veículos pesados. Este processo foi concluído em 2011.

O Mecânico: A marca dá bastante atenção ao mercado de reposição. Qual a importância desse negócio para a Meritor?
Marcelo: O mercado de reposição é muito importante para Meritor. Hoje, estamos organizados mundialmente em duas unidades de negócios: a de veículos comerciais e industriais, que atende os negócios de produção em série (montadoras) e uma unidade de negócios para Aftermarket. Em Janeiro deste ano, anunciamos mundialmente uma reorganização na estrutura do mercado de reposição. No Brasil, reorganizamos nosso portfólio de produtos para ter foco nos componentes para eixos diferenciais, eixos cardans e eixos dianteiros. Implementamos uma nova política comercial, ampliamos nossa presença no campo, com presença local em todas as regiões do país e da América do Sul, e implementamos o nosso programa de frotas: o Meritor Frota Parceira.

O Mecânico: Como sistemista, vocês estão sempre investindo em inovações tecnológicas. Isso também acontece com o que é produzido para o aftermarket?
Marcelo: Sim. Os mesmos produtos que são produzidos para a linha de montagem são disponibilizados para o Aftermarket.

O Mecânico: Quais as ações para incentivar a manutenção preventiva junto aos clientes? Existem programas específicos para cada tipo de cliente?
Marcelo: Em agosto deste ano, após seis meses de testes em caráter experimental, anunciamos oficialmente nosso programa de relacionamento com frotas, o Meritor Frota Parceira. O objetivo é a propagação da manutenção preventiva e a correta manutenção de nossos produtos. Em cada região que dispomos de equipe comercial, dispomos também de um promotor técnico que irá gerenciar as principais frotas de sua região, levando informação de maneira rápida e eficiente, produtos para testes e homologação e orientações de onde encontrar nossos componentes na rede de distribuição. Cada promotor técnico gerencia 40 frotas. O objetivo desta ação é prover ao frotista atendimento personalizado e diferenciado, como sanar as suas dúvidas técnicas, orientar a manutenção preventiva, mantê-lo atualizado sobre nossos produtos, serviços e muito mais. Por ora, estamos com o programa funcionando nos Estados de São Paulo, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Alagoas, Ceará, Pará, Maranhão e Piauí, além de outras localidades das regiões Centro-Oeste e Norte. No início de 2014 vamos finalizar a implementação em todas as regiões do Brasil e, ao longo do ano, iremos ampliar a atuação para os demais países da América do Sul.

O Mecânico: É importante ter uma relação próxima com os reparadores? O reparador influi na escolha da marca?
Marcelo: Sim, claro. Entendemos que o nosso diferencial competitivo será o serviço prestado ao reparador. Este é um dos motivos de termos lançado nosso programa de frotas e estarmos investindo na relação com a nossa rede de distribuidores: permitir que tenhamos nossos produtos disponíveis em todas as regiões do país.

O Mecânico: A marca oferece treinamento para o mecânico? Como é e como participar? Que outras ações oferecem para esse público?
Marcelo: Dispomos de um centro de treinamento em Osasco onde oferecemos treinamentos para montagem e desmontagem dos eixos diferenciais Meritor aos sábados, a cada 15 dias. Além do treinamento em Osasco, o qual permite que o aluno obtenha todas as informações para a correta manutenção do eixo diferencial, e também da visita às nossas instalações fabris, dispomos de palestras técnicas em todo o país, que podem ser agendadas através de nossa rede de distribuição ou através de nosso site: meritor.com/brasil.

O Mecânico: As participações da Meritor no Projeto Atualizar O Mecânico tem qual objetivo?
Marcelo: O objetivo é estar cada vez mais próximo ao aplicador e formador de opinião dos produtos que trabalhamos. Ainda percebemos que falta informação técnica para os aplicadores e, principalmente para produtos mais específicos, como reparar um eixo diferencial, por exemplo. É importante estarmos presentes e sempre disseminando a informação. Uma outra ação que estamos fazendo é investir nas mídias sociais. Em outubro lançamos oficialmente a nossa página no Facebook e nossa conta no Twitter. Estamos diariamente levando informações técnicas, dicas de aplicação, informações sobre lançamento de nossos produtos e outras curiosidades do mundo Meritor aos nossos seguidores. Este é o nosso objetivo com o Projeto Atualizar e as demais ações que estamos fazendo: estar cada vez mais presentes no dia a dia do aplicador e do usuário do produto Meritor.

O Mecânico: Existe uma rede de oficinas especializada na aplicação de produtos da Meritor? Como o mecânico faz para se tornar uma dessas oficinas?
Marcelo: Ainda não dispomos de uma rede especializada. Estamos avaliando e em breve teremos novidades.

Fique pronto para a revisão de férias

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Prepare-se para o aumento de carros em sua oficina e reforce para os seus clientes a necessidade de se realizar a revisão preventiva para não fazer da sua viagem de sonhos dele um grande pesadelo

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O final do ano está batendo à porta da sua oficina e o movimento só tende a aumentar. As férias escolares e os feriados de Natal e Ano Novo prometem levar mais serviço do que nunca aos mecânicos. Aquela velha mania brasileira de deixar tudo para a última hora faz com que os donos dos automóveis só venham a se preocupar com a revisão do veículo na véspera da viagem com a família. E quem nunca pegou um cliente querendo resolver aquele problema mais sério em cima da hora? Resultado: oficinas cheias, clientes impacientes e o coitado do mecânico tendo que se virar para agradar a freguesia.

Quem vive o setor sabe que a situação se repete ano após ano e manter a qualidade do serviço nessas condições é o grande desafio. “O cliente quer deixar o veículo pela manhã e pegá-lo arrumado no final da tarde do mesmo dia. Então, agilidade é fundamental para prestar um bom atendimento”, declara o presidente do Sindirepa Nacional e do Sindirepa-SP, Antônio Fiola. Ele aponta que o dono da oficina deve ficar atento ao movimento e se antecipar para não ser pego de surpresa, e cita alguns pontos fundamentais que podem ajudar o mecânico não só no período de férias como durante o ano todo.

A princípio, o presidente do sindicato dos mecânicos deixa claro que tocar uma oficina mecânica não requer apenas saber consertar carros, mas também ter capacidade de gerir tanto a área técnica quanto a administrativa; estar por dentro de tudo o que acontece na oficina e também saber delegar as funções aos seus colaboradores. “A forma de trabalhar mudou e a cabeça do reparador também tem de acompanhar essa nova composição da oficina, que se torna cada vez mais complexa e com novos desafios”, afirma Fiola.

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Segundo o presidente, é necessário estar com a equipe treinada e ter uma gestão no atendimento que garanta a fluidez na oficina e o pleno atendimento da demanda. “Para facilitar a administração, é importante registrar em uma planilha o tempo de serviço dos reparos, assim, é possível ter uma visão da real capacidade de atendimento”, aconselha.

Não se esqueça de que profissionais bem treinados na parte técnica e no atendimento ao cliente também ajudam a melhorar o fluxo na oficina. “Além disso, cada veículo que chega traz uma dificuldade diferente e o reparo depende também de informações técnicas que, muitas vezes, não estão disponíveis. Esta é mais uma das inúmeras tarefas que o reparador tem ao longo do dia de trabalho, pois ele não sabe qual veículo vai chegar à oficina, muito menos o tipo de problema que apresenta. Esse é o efeito surpresa que o reparador convive diariamente”.

O estímulo à eficiência dos mecânicos no trabalho também deve vir do dono da oficina. “A equipe deve estar motivada, o que contribui para melhorar a produtividade. O profissional precisa estar envolvido e interessado em melhorar a sua performance no trabalho. É o gestor que deve estimulá-lo a isso, um trabalho diário de muita dedicação e visão do negócio”, declara Fiola.

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Negligência dos proprietários

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Mas pior do que lidar com a correria do fim do ano é o desleixo dos proprietários que nem se importam com a revisão e vão para a estrada com o carro cheio de problemas. O noticiário televisivo repleto de acidentes não deixa margem para dúvidas: as férias são o período mais turbulento do ano nas estradas. E muitas daquelas cenas podem ser evitadas com o estímulo ao cuidado com o carro e, principalmente, à manutenção preventiva.

Uma pesquisa da GIPA (órgão internacional especializado em pós-venda) verificou que, quanto mais velho o carro, menos o proprietário se imposta com a manutenção. Após avaliar 3 mil motoristas, o levantamento mostrou que 80% se preocupam em levar o veículo para revisão nos primeiros dois anos de uso. A partir de três anos, o índice cai para 59% e, com cinco anos de uso, passa a 51%. Com 10 anos de rodagem, apenas 45% dos veículos passam regularmente por manutenção; e aos 20 anos de idade, somente 39% dos automóveis são levados a uma oficina preventivamnete.

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Se os números parecem exagerados, as inspeções gratuitas feitas pelos programas Carro e Caminhão 100% confirmam o quadro. As ações feitas pelo GMA (Grupo de Manutenção Automotiva) constataram um número alarmante: 38% dos carros e 50% dos caminhões examinados apresentavam falta de manutenção nos freios, um item de extrema importância para a segurança.

Outros números das revisões do Carro 100%: entre 8% e 9% dos veículos analisados gratuitamente tinham algum problema na suspensão, seja no amortecedor, coxins e molas. Entre os veículos pesados que trafegam na Rodovia Presidente Dutra, o programa Caminhão 100% ainda encontrou 25% dos caminhões avaliados com vazamentos no motor e 20% com problemas nos cubos de roda.

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Consequências

Algumas das principais concessionárias de rodovias do Estado de São Paulo têm dados que refletem as consequências da falta de manutenção preventiva em automóveis: de acordo com a CCR AutoBan, que administra o sistema Anhanguera-Bandeirantes, no período entre dezembro de 2012 e fevereiro de 2013, o número de socorros aos usuários por panes mecânicas foi de 8.423 atendimentos em veículos de passeio e 3.610 em carretas e caminhões.

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Dos atendimentos feitos pela Autoban, pneus furados foram a segunda maior causa, com 1.571 veículos de passeio e 898 caminhões ou carretas socorridos. Outros motivos de atendimento com altos índices de ocorrência elencados pela concessionária são superaquecimento do motor (632 veículos de passeio e 110 caminhões e carretas), bateria descarregada (495 atendimentos com veículos de passeio e 381 em carretas e caminhões) e pane elétrica (467 veículos de passeio e 128 caminhões e carretas).

Já a CCR ViaOeste informa que os socorros mecânicos no Sistema Castello Branco-Raposo Tavares chegaram a 5.385 somente no mês de dezembro de 2012, sendo que 4.512 dos atendimentos se deram por falhas mecânicas, 283 por panes elétricas, 267 por falta de combustível e 683 para troca de pneus.

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No Sistema Anchieta-Imigrantes, que leva a turma animada para o litoral paulista, a concessionária Ecovias aponta que o número de socorros mecânicos nas duas rodovias cresceu de 10.050, em janeiro de 2012, para 11.485 no primeiro mês de 2013.

Esses são números apenas de panes nas estradas, sem contar as colisões que ocorrem por falhas mecânicas em automóveis – que, segundo estudo do Carro 100%, influenciam diretamente em 27% dos acidentes.

Para evitar tantos problemas, o mecânico tem papel fundamental em estimular seu cliente a manter sempre o carro em dia. A ideia que deve ser passada é a seguinte: manutenção preventiva não é custo: é economia. Custo é ficar parado na estrada, gastar com guincho e perder a viagem com a família – ou, nas piores hipóteses, arcar com os custos de um acidente, os quais, se o proprietário tiver sorte, serão apenas monetários. Garantir a integridade física dos entes queridos que estarão a bordo não tem preço, independentemente da época do ano.

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Desmontagem do 1.6 Power da VW

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Confira, em matéria exclusiva, o processo de desmontagem do motor 1.6 que equipa uma vasta gama de carros da Volkswagen, parte da família EA111, que foi introduzido a partir de 2002

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A família de motores EA111 da Volkswagen já é mais do que conhecida dos mecânicos de plantão. Com a incumbência de equipar a maior parte da gama da marca alemã aqui no Brasil, foi introduzido em 2002, nos modelos Gol 1.6. Hoje é adotado nos seguintes veículos: Gol 1.6, Fox 1.6, Polo 1.6, Golf 1.6 e Saveiro.

Nesta reportagem vamos mostrar com exclusividade o passo a passo da desmontagem desse motor na configuração 1.6, conhecido com internamente com a sigla CCRA TotalFlex. O conjunto é moderno e conta com o sistema de injeção eletrônica Bosch ME 7.5.30, acelerador do tipo drive by wire (sem cabos), e duas bobinas de ignição estáticas.

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O técnico Rodrigo Dornelo, instrutor do SENAI-Ipiranga, que nos auxilia, afirma que a sua manutenção é fácil e barata, contanto que todos os procedimentos descritos no manual do proprietário sejam executados dentro dos prazos estipulados.

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Principais componentes do motor

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Desmontagem

Agora vamos partir para a desmontagem do motor e o instrutor recomenda, para maior agilidade, separar as ferramentas convencionais e especiais adequadas que serão necessárias para o serviço de desmontagem, além das normas ABNT. “Utilize sempre os EPIs indicados: luvas, óculos, jaleco e sapato de biqueira”, orienta.

1) Comece removendo os periféricos, que são: coletor de admissão, coletor de escape, transformador de ignição, e suporte da válvula termostática.

2) Remova o coletor de escape desprendendo os oito parafusos. Na montagem, use torque de 25 Nm e troque sempre a junta metálica.

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3) Vamos soltar agora o coletor de admissão por meio dos seis parafusos allen de 6 mm. Torque de 20 Nm na montagem, além disso, substitua os quatro anéis de vedação.

 

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4) Remova o suporte do separador de vapor de óleo do cárter com uma allen de 5mm. Substitua os anéis de vedação e verifique se não há entupimento nas galerias.

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5) Em seguida, tire o tubo distribuidor de combustível, soltando dois parafusos allen de 5 mm. O torque na montagem é de 10 Nm. Cuidado com os anéis de vedação, se não forem substituídos podem gerar problemas na combustão.

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6) Retire os cabos de vela, tomando cuidado para não puxar pelo cabo. Não use alicate, pegue no supressor para remover. Atenção na posição de montagem dos cabos, esse transformador manda duas centelhas de uma vez, para os cilindros gêmeos 1-4 e 2-3, na ordem 1,3,4,2. Se a ordem de ignição for alterada ocorrerá falhas de detonação, podendo, inclusive, danificar os componentes.

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7) Com uma allen 5 mm, remova os três parafusos do transformador para soltar a peça. Na montagem, use torque de 10 Nm. Verifique se não há trincas na parte de isolamento, para evitar fuga de corrente.

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8) Depois, é hora de tirar o suporte da válvula termostática. Use uma chave L 10 mm para soltar os três parafusos. Tire a trava atrás do tubo que leva água do suporte à bomba d’água. Na montagem use torque de 10 Nm e substitua os anéis de vedação.

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Obs: Na hora da desmontagem, observe se o apoio do pino da válvula termostática, que fica na tampa do alojamento, não está trincado, pois se esse apoio estiver danificado pode ocasionar superaquecimento no motor.

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Sincronismo e remoção da correia dentada

1) Após a remoção dos periféricos, vamos partir para a desmontagem do motor, começando pelo sistema de sincronismo. Para isso, posicione os pistões de maneira que fiquem alinhados e evitem o empenamento das válvulas.

2) Remova a capa superior da correia e, com o auxílio de uma chave em L 10 mm, solte o parafuso central da capa inferior.

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3) Agora, para tirar a capa inferior é necessário desencaixar a polia do virabrequim antes, para isso use uma chave allen 6 mm e uma estrela 19 mm. Na montagem, aplique o torque de 20 Nm.

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Obs.: A polia tem, além dos quatro orifícios dos parafusos, um quinto furo que é o guia de montagem e que deve ser encaixado no pino presente na engrenagem do virabrequim.

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4) Remover os dois parafusos de fixação da capa inferior com uma chave sextavada. Tire a capa.

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5) Coloque o motor no ponto de sincronismo, se orientando pelas referências. Na polia da árvore do comando de válvulas existe um orifício que deve coincidir com o guia presente na capa plástica posterior.

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6) Na engrenagem da árvore de manivelas existe um dente que é levemente chanfrado. Essa é a referência de sincronismo que deve ser alinhada com a marcação presente na carcaça da bomba de óleo. Porém, existem duas marcações na bomba de óleo – 2V e 4V (pois a bomba serve para motores com 8 e 16 válvulas). Coincida o dente chanfrado com a indicação 2V (duas válvulas por cilindro).

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7) Com uma chave 19 mm, gire o parafuso de fixação da polia do virabrequim até que ambas referências (do comando e do virabrequim) encontrem as marcas de referência. Se, durante o giro, o motor travar, não force, pois um pistão pode estar batendo na válvula, podendo causar empenamento. Assim que o furo da polia do comando coincidir com o ressalto na capa plástica e o chanfro do dente da engrenagem do virabrequim coincidir com a referência de 2V, o motor estará sincronizado.

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Importante: Sempre que girar o motor, faça-o em sentido horário (o mesmo sentido que o motor trabalha) e pela fixação da árvore de manivelas, nunca pelo comando de válvulas, para não danificar os componentes.

8) Agora, remova o torque dos parafusos das polias de sincronismo do motor, antes de remover a correia, para diminuir o risco de empenamento de válvulas. Use a ferramenta especial para travar o volante e impedir a rotação do motor. Com a chave 19 mm, solte o aperto do parafuso de fixação da engrenagem na árvore de manivelas. Na montagem, aplique o torque de 90 Nm, seguido de 90º. Substitua o parafuso a cada remoção.

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9) Use uma ferramenta especial para travar a polia da árvore do comando de válvulas e, com uma chave soquete 16 mm, solte o aperto do parafuso. Na montagem, aplique o torque de 20 Nm seguido de 90º.

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10) Em seguida, retire o suporte de alumínio dianteiro do coxim do motor, com um soquete 16 mm.

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11) Alivie a tensão do tensionador automático utilizando uma chave allen 6 mm. Então, com uma chave 13 mm, solte o aperto do parafuso que fixa o tensionador. A polia então fica solta para remover a correia. Ao remover, preste atenção na posição da correia que, se for reaproveitada, deve ser montada no mesmo sentido que já estava. Uma dica para montar da mesma maneira é ver a posição de leitura das marcações do fabricante no dorso da correia.

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Obs.: Na montagem, aplique a tensão corretamente na polia. Para isso, a lingueta de aviso tem que coincidir com o rasgo presente no suporte da polia tensionadora.

Aplique o torque de 20 Nm no parafuso de fixação da polia e dê duas voltas completas no motor, utilizando uma chave 19 mm no parafuso de fixação da engrenagem do virabrequim. Se a correia ficar frouxa, baterá na capa plástica e terá sua vida útil prejudicada. Se estiver apertada, a força de atrito será muito grande entre as polias e a correia, diminuindo também a vida útil dos componentes.

12) Agora remova completamente as polias, primeiro a do comando e depois a da árvore de manivelas.

13) Solte a capa de proteção posterior da correia, que fica encostada no bloco e é fixada por meio de três parafusos allen 5 mm e dois allen 6 mm, que também prendem a bomba d’água.

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14) A bomba d’água pode ter rotor de plástico ou metálico. Ao remover, verifique se o rotor não está solto do eixo. Isso occorre por causa de superaquecimento. Antes da montagem, faça a substituição do anel de vedação.

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Desmontagem da parte superior do motor

1) Agora vamos remover a parte superior do motor, ou seja, o cabeçote. Cuidado com a tampa de válvulas, pois é integrada aos mancais de fixação do comando. Portanto, não solte os parafusos de qualquer jeito, pois poderá ocasionar um empenamento na tampa e o cabeçote inteiro terá que ser substituído.

2) Tire a tampa de abastecimento de óleo para poder soltar o parafuso que tem dentro. Remova também o sensor de fase.

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3) Acompanhe a sequência correta de desmontagem. Primeiro quebre o torque depois tire os parafusos.

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4) Na montagem, o torque de aperto é de 6 Nm seguido de 90º e a sequência é diferente da desmontagem. Utilize apenas vedantes químicos e aguarde, no mínimo, 30 minutos para que o vedante reaja, evitando vazamentos posteriores.

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5) Retire a árvore de comando de válvulas. O local que se elimina a folga axial é no terceiro mancal.

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6) Remova os balancins roletados e os tuchos. O balancim roletado diminui o atrito entre o comando e o tucho, aumentando a vida útil do motor. Tome cuidado na instalação do balancim, coloque-o bem centralizado no tucho e no pé da válvula. Se o balancim ficar fora de posição, danificará os componentes do cabeçote quando o motor funcionar.

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Dica: quando remover o tucho hidráulico do cabeçote, verifique se o componente está segurando a carga de óleo de maneira adequada. Para isso, com o tucho na posição de trabalho, pressione o componente, que não pode ceder. Se a peça ceder à pressão é porque está muito tempo sem ser carregado ou está danificado.

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7) Antes de remover o cabeçote, para facilitar, retire os suportes de içamento do motor.

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8) Em seguida, com auxílio da ferramenta para soltar os parafusos de fixação do cabeçote, solte os parafusos de fora para dentro, para evitar empenamento do cabeçote. Na montagem, a sequência de aperto é de dentro para fora, com torque de 30 Nm seguido de 180º.

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Obs: sempre que remover o cabeçote, é mandatório substituir os parafusos do cabeçote e da tampa de válvulas. Se colocar o mesmo parafuso, ele pode quebrar. A sequência de aperto na montagem é inversa a da remoção, ou seja, do centro para fora.

9) Retire o cabeçote com cuidado para evitar danos na superfície de assentamento. Agora, faça as medições para ver se a peça não está empenada, use uma régua plana, devidamente aferida e o calibre de lâminas. O valor não pode ultrapassar 0,05 mm.

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10) Com ajuda do paquímetro, meça a altura do cabeçote, que não pode estar abaixo de 135,6 mm. Se estiver fora, faça a substituição do cabeçote.

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11) Retire a junta metálica com revestimento especial. Verifique a peça para ver se tem anormalidades que possam ajudar num diagnóstico de falhas. Não esqueça e trocar por uma nova na montagem.

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Parte inferior do motor

1) Remova os itens inferiores do bloco do motor, começando pela tampa do cárter. Remova os parafusos sextavados de 10 mm. Não é necessário fazer uma sequencia especifica, mas é sempre bom tirar os parafusos na sequência cruzada. Na montagem, aplique o torque também de maneira cruzada, com o valor de 10 Nm seguido de 90º.

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2) Com uma espátula plástica (não use chave de fenda ou outra ferramenta metálica), remova o resíduo do vedante químico da tampa e da face do cárter. Peças metálicas podem causar ranhuras na peça, provocando má vedação e vazamentos.

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3) Com uma chave L de 10 mm remova os parafusos que prendem o tubo de sucção de óleo. Observe se a peneira está obstruída ou danificada, o que requer a substituição do tubo. Na montagem, troque a junta e aperte os parafusos com torque de 10 Nm.

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4) Em seguida, desaperte os 20 parafusos allen de 5 mm para abrir o sub-cárter. Também não requer sequência de desaperto e aperto, mas é recomendável soltar de forma cruzada. Faça a raspagem dos resíduos da junta líquida com uma espátula de plástico. Aplique torque de 10 Nm seguido de 90º na montagem, juntamente com o novo vedante químico.

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5) Para remover a capa da biela, que é do tipo fraturada, use uma chave 10 mm e retire os dois parafusos que fixam a capa no corpo da biela. Durante a desmontagem, analise os componentes com muita atenção, pois é o momento certo para se localizar um possível defeito no motor. Por isso, com um pano que não solte fiapos, limpe os casquilhos e veja se não já irregularidades ou riscos. Na montagem da capa na biela, aplique o torque de 30 Nm seguido de 90º. Sempre substitua os parafusos por novos quando for montar as peças.

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6) Empurre o conjunto biela e pistão com a mão e depois com um pedaço de madeira, aplicando leves pancadas até sair por baixo. Apoie com a mão para evitar que as peças caiam e sofram deformações.

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Obs: sempre que remover a capa da biela e retirar os componentes do cilindro, mantenha o conjunto montado para evitar troca entre as bielas e as capas. Ao montar o conjunto de volta no motor, coloque-o no mesmo cilindro em que estava para evitar desgastes prematuros. Bielas fraturadas permitem apenas uma posição de encaixe. Se houver folga entre as peças, a montagem está errada.

A montagem dos anéis no pistão deve respeitar a defasagem de 120º entre as pontas. Isso evita problemas de compressão e de lubrificação na parede do cilindro do motor.

Colaboração técnica: SENAI-Ipiranga

Caixa automatizada ZF AS-Tronic 2

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Conheça o sistema, os componentes e as dicas de manutenção do câmbio automatizado desenvolvido pela ZF Sachs para os caminhões pesados

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Nos carros de passeio a moda pegou: Fiat, Volkswagen e Chevrolet adotaram o câmbio automatizado há algum tempo como uma opção para o consumidor mais barata e confortável para enfrentar os trânsitos da cidade grande. Nos veículos pesados o sistema chegou não faz muito tempo no Brasil – apesar de ser bem difundido na Europa e EUA – e está de pouco em pouco conquistando os motoristas de caminhão, principalmente, por dois motivos: conforto e durabilidade do conjunto.

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Nesta matéria, a ZF do Brasil mostra o conceito, os componentes e as dicas de manutenção da caixa AS-Tronic 2, uma caixa importada que no Brasil chegou equipando os Iveco Stralis e Trakker, e hoje está também no Man TGX e no Ford Cargo Extra-Pesado, com planos de entrar nos modelos da DAF. “O câmbio automatizado foi desenvolvido com base numa caixa mecânica de 16 marchas em 1997 na Alemanha. Em 2000, depois de passar por melhorias, chegou ao modelo existente hoje com versões de 16 e 12 marchas”, explica Peter Herbsthofer, coordenador de Treinamento Técnico da ZF do Brasil.

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“A AS-Tronic 2 foi a primeira caixa desenvolvida completamente para rede CAN, ou seja, integra a eletrônica de todos os módulos do veículo. Foi desenvolvida para ser um produto diferenciado, completamente automatizado, sem a opção de reverter para mecânica”, conta.

Ele explica que a caixa automatizada, assim como nos veículos de passeio, elimina o pedal da embreagem. “A embreagem física está lá, mas o motorista não tem o comando dela. Através do joystick (alavanca de câmbio) ele pode deixar no automático ou pode reduzir ou aumentar a marcha no modo sequencial. Ou seja, diferente de uma caixa automática, o condutor pode intervir a qualquer momento”, complementa.

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Conceito e manutenção

A caixa funciona por meio de uma central eletrônica eletropneumática, que comanda as mudanças de marchas e abertura e fechamento da embreagem. O modulo é interligado com outros módulos do veículo pela rede CAN. Sua manutenção consiste basicamente na troca de óleo – o ZF Ecofluid M, porém, o intervalo é extenso, e pode durar até 540 mil km. “A caixa conta com um respiro com mangueira que aumenta os intervalos de troca de óleo, porque evita contaminação por agua”, afirma.

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Ele orienta que além da troca de óleo da caixa, o técnico deve manter a manutenção do veículo em dia para não prejudicar o sistema, fazendo as trocas de filtros no prazo determinado, drenando a água do reservatório de ar, checando o secador e mantendo o aditivo do radiador em ordem.

“O reservatório de ar tem que estar com pelo menos com 10 BAR de pressão. No caso de contaminação do sistema por água ou óleo, vai provocar o funcionamento incorreto do sistema eletropneumático”.

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A ZF observa que, para intervenção na caixa AS-Tronic é necessário fazer o curso na própria fábrica. “Para reparo na transmissão exige-se um diagnóstico prévio com aparelho de scanner. Não comece a mexer na caixa sem fazer o diagnóstico sem aparelhagem específica”, alerta Peter.

Componentes

Marcelo Mendes, técnico de Montagem de Produtos da ZF do Brasil, fez a desmontagem da caixa e apresentou os componentes envolvidos.

• Atuador da transmissão: responsável pelos engates de marchas e abertura e fechamento da embreagem. O atuador tem dois conectores: um veicular, que recebe a alimentação elétrica da bateria e rede CAN, e o outro da transmissão. (A)

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Esse atuador funciona como uma caixa preta, não é permitida a sua desmontagem. Em caso de um problema, é feita a troca completa do conjunto. Funciona com 4 cilindros pneumáticos: caixa básica, grupo redutor, grupo multiplicador e seleção. Quando a eletrônica muda de marcha, define qual válvula tem que funcionar para fazer a mudança. Além dos sensores de posicionamento, existem os sensores de temperatura e rotação de entrada da caixa. O sensor de rotação funciona em cima da roda fônica, dentro da caixa. (B)

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• Atuador da embreagem: comandado pelo atuador da caixa, sua eletrônica faz o que o motorista faria. É ligado por um cabo, e nele tem uma entrada de ar, sem redutor de pressão. Por meio de ar comprimido, o pistão é acionado e controlado por um sensor de posicionamento. Um circuito eletrônico analisa as mensagens e comanda as válvulas de abertura e fechamento da embreagem. Se der problema, não tem reparo. No caso de entrada de água, por exemplo, é trocado completamente. (C)

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• Componentes de atuação da embreagem: rolamento de embreagem e garfo. (D)

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• Um pequeno radiador auxiliar para manter a temperatura da caixa em ordem, não exige manutenção e utiliza o mesmo líquido de arrefecimento do motor, ou seja, mantendo o líquido em ordem, esse radiador vai funcionar com perfeição. (E)

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Desmontagem

1) Para ter acesso à caixa, temos que remover o conjunto atuador da embreagem.

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2) Agora é aberta a carcaça da parte traseira (2a) onde estão dois sensores de rotação: um vai para o velocímetro e outro direto para a central eletrônica da caixa (2b), que tem acesso ao grupo redutor (ou GP como é conhecido na rede ZF). O grupo redutor funciona como um redutor de rotação da saída da caixa, no qual se tem mais torque. Serve para reduzir mais do que a caixa reduz. Nesse caso, a caixa tem 12 marchas. A caixa reduz a marcha para não deixar morrer o motor, da primeira à sexta marcha, ou seja, menos velocidade e mais torque (2c).

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2a

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2b

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2c

3) Dentro da carcaça está o sincronizador do grupo redutor, juntamente com o garfo que faz o seu acionamento.

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4) É necessário remover a chapa estabilizadora para virar a caixa e ter acesso às engrenagens, juntamente com o dispositivo para as peças não caírem.

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5) Agora o técnico tira a tampa de centragem (5a), composta da bomba principal de óleo e do outro lado o sistema de freio da transmissão. (5b).

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5a

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5b

6) Na carcaça frontal é onde estão o engate da lingueta da bomba de óleo, os componentes do freio, formado por lamelas, e os três eixos da caixa. Diferente das outras caixas, essa utiliza dois eixos intermediários para passar mais torque e um principal.

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7) Com o dispositivo especial (7a), é retirado o rolamento da caixa central para liberar o acesso à parte interna da transmissão (7b).

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7a

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7b

8) Dentro da caixa estão os três eixos, o sistema de hastes e garfos, a lubrificação e as engrenagens.

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As caixas de tamanhos convencionais têm menos peso e são menores, pois tem menos hastes e ter três eixos, que são menores. Facilita a desmontagem e montagem e se ganha tempo. Como a caixa básica é uma caixa seca, a rotação das engrenagens é equalizada através do freio da transmissão (discos de aço e de fibra).

Mais informações: ZF Sachs – www.zf.com.br

Qualidade em Série: Baterias certificadas pelo Inmetro

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A certificação compulsória da bateria já se tornou realidade, ou seja, fabricantes e comerciantes devem ficar atentos aos prazos vigentes em relação à sua comercialização, enquanto o mecânico deve se acostumar a utilizar apenas baterias com o selo Inmetro

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Agora é lei. Baterias automotivas só com selo de certificação do Inmetro. Aos poucos, os componentes automotivos estão entrando na lista dos certificados compulsórios, o que significa mais segurança e garantia para você, mecânico, na hora de efetuar o serviço. E a vez da bateria chegou, afinal, é um produto de extrema importância no funcionamento do veículo e que carrega em sua construção ingredientes químicos que podem ser até mesmo perigosos à saúde.

“A Portaria 299 de 14 de junho de 2012, com força de lei, determina que toda bateria chumbo-ácido para veículos automotores e motocicletas, inclusive para veículos novos e de todos os anos de fabricação, sejam certificadas compulsoriamente pelo Inmetro, através de organismos de certificação, como o IQA (Instituto da Qualidade Automotiva)”, explica José Palacio, coordenador de serviços automotivos da entidade, enfatizando que a lei não se aplica a veículos agrícolas, geradores, barcos e aeronaves.

O objetivo da certificação compulsória é promover a segurança em relação à prevenção de acidentes e garantir o desempenho do produto. “Na prática, houve muitos questionamentos e reclamações sobre informação enganosa nos rótulos das baterias, que informava suas capacidades de maneira errônea, prejudicando o consumidor, principalmente, por conta de baixo desempenho”, avalia.

Prazos

Para fabricação e importação de baterias automotivas, o prazo já esgotou. Desde 14 de junho de 2013, está determinado que não podem mais ser fabricados produtos sem o selo do Inmetro. O próximo prazo esgota em 14 de dezembro de 2013 e determina a desova de todo estoque de fabricantes e importadores para baterias sem o selo.

“Já o prazo para o varejo vender sem certificação é até 14 de junho de 2014, um ano depois da divulgação da portaria. Qualquer produto que não esteja certificado após essa data não pode ser comercializado, é um produto ilegal no nosso país, passível das penas previstas em lei”, orienta Palacio.

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Avaliações

A portaria detalha a exigência de certificação para baterias tanto pelo tipo de tecnologia, quanto pela capacidade nominal de cada uma. O processo completo de certificação tem cinco etapas principais:

a primeira etapa é burocrática, com relação a aspectos documentais, momento em que são verificadas as questões legais sobre atuação da empresa e outros documentos obrigatórios;

é avaliado o sistema de produção da empresa, porque não basta verificar o produto se o processo não é sólido, para que tenha uma garantia de que todas as peças saiam sempre com a qualidade adequada e garantida;

é feita a avaliação direta dos produtos em laboratórios capacitados;

o trâmite direto do IQA com o Inmetro é quanto à documentação relacionada que o IQA precisa organizar para que a empresa seja aprovada, solicite seu número de registro e possa vender seu produto legalmente;

o processo exige continuidade, nunca acaba. A bateria está certificada, mas precisa ser revalidada todos os anos. É uma relação que não vai acabar nunca. Qualquer mudança de produto ou de novos produtos no mercado precisa ser também validado junto ao Inmetro através do IQA.

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Seis pontos verificados na certificação do produto, tanto no fabricante quanto no importador:

1) Obrigatória uma sistemática para o gerenciamento das baterias inservíveis, e passível de auditoria, ou seja, estar com a documentação toda em dia sobre esse descarte;

2) Obrigatória uma licença de operação da unidade fabril, onde o produto é manufaturado;

3) Comprovante de regularidade junto ao CTF (Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras) tanto para o fabricante quanto das empresas que são responsáveis pela reciclagem. Ou seja, o fabricante e o importador tem que providenciar e ir atrás esse documento;

4) Evidências de envio anual para o Ibama do laudo físico/químico;

5) Documento emitido pelo órgão ambiental sobre a situação do reciclador;

6) Declaração emitida do próprio reciclador contratado pelo fabricante ou importador sobre a coleta da bateria inservível.

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Mecânico resguardado

Perguntamos para Palacio como o reparador pode se resguardar. “Em primeiro lugar, comprar baterias de forma legal, com nota fiscal”, responde. Vai existir uma fiscalização do Inmetro junto ao mercado (varejo) e um canal de denúncia. “O maior problema na oficina é aplicar o produto não certificado, pois num eventual processo jurídico, a oficina faz parte desse processo, ou seja, se o cliente reclama, todo o processo será rastreado”, esclarece.

“O ponto de venda é fiscalizado e a oficina tem que se resguardar em comprar somente produtos certificados e com notas fiscais. O consumidor, sabendo de irregularidades, pode denunciar. O Inmetro vai se encarregar da divulgação da certificação junto ao cliente, que cada vez mais vai se conscientizar disso”.

A lei 9933 de 1999 é aplicada em caso de não conformidades e prevê penalidades desde advertências até apreensão e inutilização dos produtos, além de multas e interdição do varejo. “Situações mais extremas, como casos de acidentes, vão além dessa lei. Assim como as não conformidades em relação ao descarte correto dos produtos, previstas na lei 9605 de 12 de fevereiro de 1998”, diz Palacio.

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Produto certificado

Para conferir que uma bateria está certificada, o IQA explica que o Inmetro exige um Selo de Identificação da Conformidade que deve ser impresso de forma clara, legível e indelével no rótulo da bateria, contendo o logotipo do Inmetro, a identificação do OCP (do órgão certificador) e o número de registro da família do produto no Inmetro. Baterias comercializadas embaladas também deverão apresentar o Selo de Identificação da Conformidade em sua embalagem. “Com esse registro, qualquer pessoa pode verificar no site do Inmetro se a certificação é valida, se é uma bateria importada, tem acesso ao fabricante e outros detalhes”, segundo o coordenador.

Em relação ao preço do produto final, Palacio explica que deve se atentar à movimentação do mercado. “Se por um lado as empresas terão custo maior por conta da certificação, muitas empresas vão sair do mercado por não atender às exigências, inclusive as piratas. O impacto no preço pode ser minimizado por essa situação”.

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Descarte correto

Há uma exigência muito grande em relação também ao descarte correto da bateria pela oficina. Antes mesmo da portaria da certificação da bateria, já existia a Resolução CONAMA 401 – de 4 de novembro de 2008, que determina o descarte do produto usado de maneira ecologicamente correta, além de estabelecer também os limites máximos de chumbo, cádmio e mercúrio para as baterias comercializadas em todo território nacional, bem como os critérios e padrões para seu gerenciamento ambientalmente adequado e de outras providencias de descarte.

“Por ser uma peça com elementos químicos em sua composição, não pode ser descartada em qualquer tipo de aterro sanitário. Em função disso, já entra nos itens obrigatórios por lei a sua logística reversa”, explica o coordenador.
No artigo quarto dessa mesma Resolução, foi determinado que os estabelecimentos que comercializam as baterias, bem como a rede de assistência técnica autorizada por fabricantes e importadores, deverão receber dos usuários as baterias usadas, respeitando o mesmo princípio, sendo facultativa a recepção de outras marcas para repasse aos respectivos responsáveis. Isso é o que chamamos de logística reversa.

A oficina deve se preocupar na hora da substituição das baterias em informar o cliente que queira levar a bateria para casa que essa não é a melhor opção, a não ser que ele tenha conhecimento em como dar o destino certo à peça. “Na hora que o cliente deixa o carro para o reparo já é bom esclarecer essa situação, já que a oficina faz o descarte correto”.

O armazenamento é outro ponto importante por conta do ácido que tem dentro do produto e que não pode vazar. Além de ser impermeável, a bateria não deve ser estocada diretamente sobre o piso.

A oficina tem que ter o produto certificado e, sempre que a oficina for fazer o descarte, deve obedecer os critérios e o comprometimento fica com o fornecedor, que tem que fazer o descarte para empresas credenciadas o descarte final. Por sua vez, tem que disponibilizar todos os documentos pertinentes, com certificado da destinação final.

Se a obrigação do mecânico é aplicar somente baterias certificadas, ele também pode (e deve) capitalizar com isso. “Divulgar junto ao cliente que usa peças certificadas, é muito importante, apontando sempre os benefícios que isso traz para ele. Assim, é possível justificar que o preço do seu vizinho é tão barato porque ele nem sempre trabalha obedecendo as normas de qualidade como você, que quer garantia para seu cliente”.

Fatores relevantes das oficinas

O IQA é obrigado a checar como o fabricante ou o importador tratam as reclamações dos clientes, como gerenciam as reclamações que recebem etc, afinal, é obrigado a cuidar disso. O mecânico, nesse caso, pode reclamar para o Inmetro ou para o IQA que ele não foi bem atendido e a empresa tem que verificar esse aspecto. Essa é outra garantia de trabalhar com produto certificado. “Foi esse o motivo que levou o IQA a introduzir dentro do check list para oficinas mecânicas também quesitos sobre gestão e tratamento de reclamações”, finaliza Palacio.

Sistema de injeção combinado do Audi A3

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Conheça a tecnologia de alimentação de combustível empregada no motor 1.8 TFSI do novo Audi A3, que combina sistemas de injeção direta e indireta

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A injeção direta é uma das novidades que logo chegarão às ruas do Brasil com mais frequência. Diversas marcas já trazem para cá o sistema em modelos importados – e os primeiros lançamentos de veículos nacionais com essa tecnologia, combinados ou não com turbocompressores começaram a aparecer no mercado. A eficiência do sistema, que é capaz de injetar combustível na exata medida que o motor pede, é incontestável. Mas a Audi, após diversos estudos, concluiu que a velha (quem diria) injeção indireta continuava sendo mais eficiente em alguns regimes de motor. E resolveu desenvolver o motor 1.8 TFSI do novo Audi A3 com os dois sistemas, direto e indireto, cada um atuando em diferentes momentos e demandas de aceleração.

Sim, o propulsor de 180 cv de potência que equipa a nova geração do hatch alemão tem dois injetores por cilindro e é mais econômico, mais forte e menos poluente que a geração anterior, justamente, porque reúne o melhor de cada recurso para a máxima eficiência de combustível. O resultado da tecnologia é um consumo médio declarado de 17,85 km/litro, e emissão de gases correspondente a 130 gramas de CO por km.

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Como funciona

A injeção combinada trabalha da seguinte forma: quando o motorista pisa no acelerador, a Unidade de Comando calcula o quanto de torque é necessário na resposta do motor, ou seja, quanto mais funda a aceleração, mais força é necessária. Dependendo da rotação daquele momento, o motor escolhe entre três modos: injeção indireta, injeção direta normal e injeção direta trabalhando como injeção indireta. Cada um desses modos é mais eficiente em determinados regimes do motor.

A injeção indireta entra em ação basicamente quando a demanda de aceleração do carro é baixa ou média, independentemente da rotação, e funciona como o sistema a que estamos acostumados, jogando o spray de combustível para a mistura no tempo de admissão do motor. A partida do motor sempre será dada com a injeção direta.

Quando a aceleração é mais forte, de acordo com o gráfico do mapeamento do motor (no box a seguir), entra em ação a injeção direta. O sistema cria sprays de combustível com mais precisão que o sistema indireto, e trabalha de duas formas.

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A primeira forma é a injeção direta “pura”, com dois momentos: inicialmente, o sistema faz uma “pré-injeção” pequena durante o tempo de admissão e, com a válvula fechada, durante a compressão, faz a injeção de combustível complementar para a mistura. O consultor técnico da Audi, Lothar Werninghaus, explica que a pré-injeção de combustível serve para abaixar a temperatura do ar na admissão, deixando a mistura na temperatura exata e evitando ao máximo a geração de poluentes na queima. “Existe uma certa temperatura de queima em que a quantidade de CO (monóxido de carbono) emitido é pequena, mas o NOx (material particulado) que sai do motor sobe demais. Nesse momento, o carro não passaria em nenhuma espécie de inspeção veicular, além de destruir o catalisador”, explica.

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A segunda forma de trabalho da injeção direta é “imitando” a injeção indireta, adicionando combustível na mistura apenas uma vez durante o tempo de admissão, com a válvula aberta. Conforme podemos observar no gráfico do mapeamento, não há uma regra linear para o acionamento dos três modos de injeção. Cada situação de demanda de aceleração relacionado ao regime de rotação parece estritamente calculado para evitar desperdício de gasolina ou excesso de poluentes. No entanto, a Audi não revela os números por trás do mapeamento – o segredo do sucesso do sistema.

Características da linha

Apesar de o motor ter uma linha de injeção direta com 200 Bar e outra linha de injeção indireta com 6 Bar, trabalhando de forma intercalada, os dois sistemas possuem a mesma bomba de combustível. Essa bomba é acionada diretamente pelo eixo comando das válvulas de exaustão, o que dá uma alta pressão mecânica para o componente, e divide a linha de combustível que vem do filtro em duas, uma para cada flauta de injeção. Seu acionamento é “on demand”, pilotado pela Unidade de Comando do Motor.

Outra característica do sistema é o retorno de combustível para o tanque diretamente do filtro. Não existe retorno de excesso de combustível nas flautas para o reservatório: a gasolina que sai da bomba já é dosada na quantidade certa para a demanda do motor. Essa dosagem é feita através de uma válvula que trabalha aumentando ou diminuindo a quantidade gasolina que a bomba envia de acordo com a pressão medida na flauta. Lothar explica que, além da economia, o retorno do combustível antes que ele chegue ao motor evita o aquecimento na linha. “Antes, se você usava apenas parcialmente o combustível da flauta, o restante voltava para o tanque aquecido”, detalha o especialista.

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Desempenho

Conforme os dados de fábrica da Audi, o motor 1.8 TFSI a gasolina é capaz de gerar 180 cv de potência e 250 Nm de torque. Equipado com transmissão S tronic de sete marchas e tração dianteira, o modelo acelera de 0 a 100 km/h em 7,3 segundos e atinge velocidade máxima de 232 km/h.

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