Programa Caminhão 100% estará na Castello Branco nos dias 19 e 20/08

O Programa Caminhão 100%, do GMA (Grupo de Manutenção Automotiva), que faz avaliações gratuitas em caminhões, irá acontecer nestas quarta e quinta-feira, dias 19 e 20/08, na Rodovia Castello Branco, km 57 – Leste, sentido São Paulo. Esta edição terá participação da Nakata, que irá analisar as condições da barra de direção dos veículos.

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 A empresa salienta que a barra de direção precisa estar em boas condições para garantir segurança e dirigibilidade. Desgaste dos componentes e folgas podem oferecer risco e fazer com que a barra venha a se romper inesperadamente e provocar acidente.

Serviço
Programa Caminhão 100%
Onde: Rodovia Castello Branco, km 57 – Leste, sentido São Paulo
Dias: 19 e 20/08
Horário: das 10h às 17h

Henkel anuncia novo gerente de Negócios de Adesivos Industriais

A Henkel, fornecedora em soluções de adesivos automotivos, nomeou Hugo Ladeira como seu novo gerente de negócios de Adesivos Industriais para a América Latina em substituição a Sergio Redondo, que se aposenta após 39 anos de atuação na multinacional. Formado em Engenharia Química pela Unicamp (SP) e com MBA pelo Business School São Paulo/Universidade de Toronto, Ladeira foi gerente geral da Dow Corning na América Latina. O executivo também atuou na Nitro Química (do Grupo Votorantim), na Oxiteno (do grupo Ultra), na Rhodia/Vetrotex Fiber Glass (atualmente Solvay) e na Dow Chemical Co.

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Rodando livre por ruas e estradas

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Considerado um item de segurança, o rolamento de roda é uma peça tão básica que muitas vezes não recebe a devida atenção. Fique atento aos sintomas de problemas e evite acidentes!

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A mais básica das funções de um veículo leve ou pesado é ser capaz de se movimentar para sair do lugar. E é justamente esse o papel do rolamento de roda, tanto em leves quanto em pesados: permitir que a roda gire conectada a um eixo fixo. Tão simples quanto fundamental – por isso, sua aplicação, uso e manutenção preventiva são tão importantes quanto as de qualquer outro sistema automotivo. Porém, é muito raro que um rolamento de roda, principalmente em veículos leves, seja trocado dentro do prazo correto determinado pelos fabricantes da peça e do carro. “Mais de 95% dos usuários só trocam o componente quando sua vida útil acabou, ou seja, quando existe a ocorrência de ruído ou vibração”, afirma o supervisor de Engenharia da NSK, Kleber Gomes.

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Rolamento leve NSK

 

Por isso, é sempre bom ficar de olho, já que se trata de um componente que sofre influência direta de vários fatores externos. Para o gerente de Aplicação Automotiva da SKF, Helber Antônio, a vida útil do rolamento está ligada diretamente ao modo de conduzir o veículo, tipo de solo em que trafega e as condições dos componentes de suspensão. “A falta de manutenção preventiva como alinhamento, balanceamento, amortecedores desgastados pode sobrecarregar o rolamento, diminuindo sua vida”, detalha.

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Rolamento leve – SKF

São tantas gerações…

Basicamente, os rolamentos de roda se dividem entre os de “geração zero”, de 1ª, de 2ª e 3ª gerações. Os de “geração zero”, como são chamados pelos engenheiros Diogo Imoto e Alan Lopes da NTN-SNR, são os cujas capas externas podem se separar do miolo formado pelos rolos cônicos (ou esferas) e pista interna, comumente utilizados em veículos pesados.

Rolamentos de 1ª geração são aqueles em que os elementos (rolos cônicos/esferas, pista interna, pista externa/capa, lubrificante e vedações) formam uma peça só para ser aplicada em uma contrapeça – no caso, o cubo de roda, como explica o gerente de Assistência Técnica e Produto da Schaeffler, Airton do Prado.

 

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Rolamento leve NTN-SNR

Já os rolamentos de 2ª geração se diferenciam por serem montados de fábrica no cubo de roda. “Essa evolução facilita a instalação ao eixo. Mesmo tendo um custo maior em relação ao de 1ª geração, ele minimiza os possíveis erros na instalação, fortemente ligados a desgastes e ovalizações encontrados na contrapeça, que muitas vezes já não se encontra com as dimensões originais”, comenta o especialista da Schaeffler, empresa que fabrica os rolamentos FAG e INA.

Já os rolamentos de 3ª geração vêm com o conjunto completo de manga de eixo e flange para fixação da roda. Segundo Kleber Gomes, da NSK, há uma redução significativa do peso do conjunto, além de outras características como a pré-carga correta de fábrica. Para Airton, da Schaeffler, a grande vantagem, além da redução de componentes, redução de peso e facilidade na montagem do rolamento em si, é a durabilidade da peça e a minimização de vibrações e desbalanceamentos.

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Marcas de desgaste nas pistas externas e internas: a qualquer sinal de fadiga, substitua imediatamente o rolamento

Para os rolamentos em veículos leves, Airton avalia que a vida útil média é de 60 mil km, “porém essa quilometragem é afetada em decorrência dos fatores externos, a maneira de conduzir o veículo e o modo que o aplicador instala a peça”. Em boas condições, ele afirma que a peça atinge os 80 mil km. Já Helber, da SKF, recomenda a substituição a cada 70 mil km, por medida de segurança.

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Rolamento leve Schaeffler

Manutenção preventiva em pesados

Um rolamento de rodas da linha pesada (geração zero) deve ser inspecionado e limpo a cada 60 mil km, como afirma Airton, da Schaeffler. O especialista detalha que, durante a preventiva, o mecânico deve verificar se o alojamento no cubo não está ovalizado e também se há marcas de desgaste, como batidas e riscos, na pista externa. Nunca se esqueça de colocar graxa nova do tipo certo e na quantidade adequada. Aproveite a ocasião para inspecionar as pontas dos eixos, as condições das lonas de freio e providenciar a lubrificação dos componentes de suspensão.

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Verifique se o alojamento no cubo não está ovalizado e também se não há batidas e riscos na pista externa

 

“Podemos repetir este processo por quatro vezes, totalizando 240 mil km em média”, estima Airton. “Essa quilometragem pode ser aumentada se as condições forem boas ou reduzidas drasticamente se os fatores externos forem excessivamente agressivos”, pondera. Existem também os rolamentos blindados para veículos pesados, semelhantes aos de 1ª e 2ª geração para veículos leves, que não precisam ser re-engraxados e nem mesmo podem ser desmontados.

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Na preventiva dos pesados, coloque graxa nova do tipo certo e na quantidade adequada.

A graxa é um fator importantíssimo para o rolamento em pesados, cuja eficiência está ligada diretamente ao seu tipo, qualidade e periodicidade da troca. “Com a utilização de graxa inadequada, além de redução da vida útil do rolamento, ele também pode travar”, adverte o especialista da Schaeffler. Já Diogo e Alan, da NTN-SNR reforçam que as graxas dos rolamentos são específicas para esta aplicação e escolhidas de acordo com o tipo do rolamento e as condições de uso. “É extremamente importante que seja aplicada a graxa da marca e quantidade definida pela montadora”.

Helber Antônio, da SKF, explica que se o mecânico lubrificar o rolamento de forma errada (com excesso, falta ou ausência total de graxa), a peça apresentará uma falha prematura. “Da mesma forma, se o profissional tentar reaproveitar a graxa, ela estará contaminada com impurezas e, devido ao uso anterior, sem suas propriedades de lubrificação”, alerta o especialista. Sobre a contaminação da graxa, Diogo e Allan da NTN-SNR também pedem muita atenção ao mecânico para a perfeita limpeza do conjunto e das ferramentas destinadas à aplicação da graxa, já que partículas de sujeira podem causar desgaste prematuro nos rolamentos.

 

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Mantenha a limpeza de peças e ferramentas: partículas de sujeira causam desgaste prematuro nos rolamentos

Inspeção preventiva para os leves

Os engenheiros da NTN-SNR observam que rolamentos de 1ª, 2ª e 3ª gerações são funcionais completas, com vedação e graxa adequadas ao uso, e que nunca devem ser desmontados. Portanto, a preventiva que se faz neles é a inspeção cada 10 mil ou 20 mil km, dependendo da recomendação de cada fabricante ou montadora.

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Utilize um estetoscópio apropriado para diagnosticar ruídos no rolamento

Já o especialista da SKF explica que a inspeção periódica deve ser realizada pelo menos a cada 20 mil km da seguinte forma: 1) suspender o veículo e inspecionar as rodas; 2) girar manualmente a roda com um estetoscópio apropriado encostado na torre de suspensão (ou manga de eixo) e verificar se há alguma vibração. “Outra maneira de inspecionar o rolamento é girar a roda e, com uma das mãos na mola, verificar se há vibrações. Caso positivo, o rolamento deverá ser substituído”, orienta Helber.

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Uma vez removido do carro, o rolamento não deve ser reutilizado: instale um novo

Mais um sintoma que indica o fim da linha para o rolamento é a presença de ruído durante a rodagem. Segundo Kleber, da NSK, a inspeção de ruído deve ser feita, primeiramente, dando uma volta com o veículo em um local de pouco trânsito e piso regular, o que pode ajudar na detecção de várias falhas. Entretanto, o ruído pode ser fruto de outras peças desgastadas, como pneus e pinças de freio defeituosas. Por isso, para ter certeza que o ruído tem origem no rolamento, utilize um elevador que deixe as rodas do carro suspensas para que o veículo possa ser acelerado à velocidade de 60 km/h a 80 km/h; então, utilize um estetoscópio apropriado para a função, encostando a ponta na manga de eixo e verifique a intensidade do ruído.

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Sempre utilize prensa e calços corretos para aplicar a peça; nunca use martelo

“Um rolamento mal diagnosticado, e com excessivo desgaste pode vir a falhar (colapsar) e causar acidentes, ou mesmo provocar o desgaste de outros componentes da suspensão tais como molas, amortecedores e pneus”, adverte Kleber. Ele recomenda a troca preventiva do componente ao mínimo sinal de fadiga de material ou aumento significativo de ruído.

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Alguns carros ainda utilizam rolamentos geração zero na traseira: cuide bem deles!

Para o mecânico ficar atento

Na aplicação, é primordial manter a ordem e limpeza durante o trabalho. Entre as ferramentas obrigatórias para a operação estão a prensa e os calços (ou anéis) metálicos para fazer o apoio correto. “Em se tratando de rolamento de 1ª geração, para a inserção da peça à manga de eixo, a carga da prensa deve ser aplicada somente no anel externo do rolamento”, explica Kleber, da NSK, que complementa: aplicar a carga pelo anel interno acaba marcando as pistas de rolagem, o que condena a peça.

Outra dica, esta para qualquer tipo de rolamento: nunca utilize martelo na aplicação. “Recebemos muitas peças de retorno de campo, com marcas de impacto, e às vezes quebra, para análise em nosso laboratório”, lamenta o especialista da NSK.

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O aperto excessivo da porca afeta diretamente a vida útil do rolamento

Em rolamentos dianteiros selados, Airton, da Schaeffler, adverte para nunca substituir a graxa ou completar os espaços internos, porque pode haver uma reação entre as graxas com composições químicas diferentes, além de um aquecimento elevado no interior do rolamento.

Durante a troca da peça, é muito importante que o aplicador inspecione as condições do cubo e/ou do alojamento do rolamento, no caso da roda dianteira. “Para as rodas traseiras – exemplo do Gol, Escort e Celta -, chamamos a atenção para as condições da ponta de eixo, alojamento das capas do rolamento (tambor de freio) e o ajuste correto na montagem, pois um ajuste incorreto poderá trazer danos ao rolamento”, remocenda Helber, da SKF.

Especificamente para rolamentos de 1ª e 2ª gerações, Diogo e Alan da NTN-SNR reforçam a importância do torque correto da porca do conjunto, que sempre deve ser de acordo com o especificado pela fabricante do veículo no manual de reparação. “Pouco aperto ou muito aperto da porca implica diretamente na diminuição da vida útil do rolamento. Às vezes, o que parece uma ação simples e óbvia, como aplicar o maior aperto possível na porca da roda, para evitar que se solte durante o uso, pode ter consequências desastrosas na vida do rolamento”, alertam os engenheiros.

Item de segurança

Helber, da SKF, é quem alerta para as consequências da falta de manutenção ou de uma má aplicação. “O rolamento é um item de segurança. Sua eventual quebra pode provocar o travamento da roda e um consequente acidente”. Airton, da Schaeffler, faz coro a Helber, detalhando que, inicialmente, o primeiro sintoma de um problema grave é o ruído e que, “caso o problema não seja corrigido, o rolamento pode chegar ao travamento, o que pode ocasionar acidentes e até mortes”.

Entretanto, a manutenção de uma peça como essa depende tanto de quem aplica quanto de quem roda com o veículo. Por isso, é papel do mecânico orientar o proprietário a cuidar do automóvel e também saber identificar sintomas de defeitos como o fim da vida útil de um rolamento de roda.

“Assim como todos os veículos leves ou da linha pesada, as dicas que o mecânico deve passar ao cliente são respeitar os limites de carga e manter a pressão dos pneus conforme indicado pela montadora”, declara Airton, da Schaeffler. “Além disso, também é muito importante fazer alinhamento e balanceamento periódicos e, dentro do possível, evitar impactos, como subir em guia alta ou forçar o pneu contra guias. E, obviamente, fazer a correta manutenção do rolamento, nos períodos prescritos, com a substituição da graxa, corretamente indicada para a aplicação onde necessário”.

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Manter o alinhamento e o balanceamento das rodas preserva a vida útil dos rolamentos

Kleber, da NSK, recomenda fazer alinhamento e balanceamento das rodas a cada 10 mil km rodados. Diogo e Alan, da NTN-SNR, atentam para o perigo de adaptações e recomendam não alterar as configurações de fábrica do veículo, como tipo de suspensão, raio de roda, entre outros.

Desconfie dos “milagres”

E por se tratar de um item de segurança, você, amigo mecânico, deve ficar de olhos bem abertos para falsificações e recondicionamento/remanufatura de rolamentos de roda que vira e mexe aparecem no mercado, sempre de forma ilegal. “Os rolamentos automotivos de maneira geral não foram projetados ou construídos para serem remanufaturados ou recondicionados”, declara Airton. “O motivo básico disso é que após o uso previsto, os ajustes (tolerância e folgas) passam do limite superior de projeto, ou seja, atingiram desgaste excessivo e o limite da fadiga”, complementa o especialista da Schaeffler.

Por isso, não acredite em quem disser o contrário: a produção desse componente, com tolerâncias na casa dos centésimos de milímetro, só é possível com maquinário de alta precisão. “Somente um fabricante de rolamentos de alto nível é capaz de produzir e controlar todas as características necessárias ao bom funcionamento deste tipo de peça”, declaram os engenheiros da NTN-SNR, Diogo e Alan.

“Não é possível recondicionar ou remanufaturar rolamentos automotivos, devido à precisão nas quais são produzidos, de acordo com normas e projetos das montadoras”, declara Helber, da SKF.

Já Kleber, da NSK, relata que existem casos de retorno de campo de peças remanufaturadas, “mas é um processo grosseiro que envolve a coleta de peças em ferro velho e, em alguns casos, há simplesmente o lixamento das pistas de rolagem e mistura de componentes de várias marcas para se montar um rolamento para a venda”, denuncia. “O bom profissional de manutenção consegue fazer a identificação de peças com origem suspeita. Desconfie dos ‘milagres’ de preços e de peças com vedações amassadas ou até mesmo oxidação em seus componentes”, recomenda o especialista da NSK.

Airton complementa observando que um suposto recondicionamento, adequado às tolerâncias de projeto, deveria ter a substituição de todos os componentes, o que inviabiliza o custo da peça. “Portanto, quem recondiciona se preocupa só com a aparência da peça e isto é o ponto de menor importância. A peça tem de ser boa, não necessariamente bonita”, crava.

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Fique atento às falsificações: rolamentos jamais podem ser recondicionados ou remanufaturados

Qualidade em Série: De olho na certificação de peças

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Cada vez mais as autopeças estão tendo a exigência de constar o selo do Inmetro, o que traz aos aplicadores a garantia de que está lidando com produtos de qualidade e segurança

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Adquirir e aplicar peças com a certeza de sua procedência e qualidade. Esse é o sonho de todo bom mecânico, não é mesmo? Realizar um serviço de excelência para o seu cliente com a certeza de que ele não vai voltar reclamando por problemas com a peça. Esse certamente seria o mundo perfeito da reparação automotiva.

Pois bem, esse mundo está começando a se formar e logo estará consolidado no nosso mercado, sabe como? Por meio da certificação de peças pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia), Qualidade e Tecnologia, um órgão federal, que tem como objetivo “fortalecer as empresas nacionais, aumentando sua produtividade por meio da adoção de mecanismos destinados à melhoria da qualidade de produtos e serviços”.

Desde 2009, o Inmetro vem trabalhando ao lado de certificadores acreditados, como o IQA (Instituto da Qualidade Automotiva), no Programa de Certificação Compulsória de Componentes Automotivos, que estabelece os requisitos mínimos de segurança para peças e acessórios automotivos, tornando obrigatória a certificação dos componentes para fabricação, importação, venda e utilização.

De acordo com o IQA, o programa foi implementado para reduzir o risco de acidentes causados por componentes que não tem condições mínimas de utilização. “Além disso, foi uma solicitação de entidades do setor, como o Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores), por conta da qualidade duvidosa de alguns produtos comercializados e de possíveis casos de pirataria e peças ilegais”, comenta Alexandre Xavier, Gerente de Novos Negócios do IQA.

No final, quem ganha é o consumidor, que passa a contar com mais segurança na hora de adquirir autopeças no mercado de reposição. De acordo com informações do IQA, desde 2009, o Inmetro tem intensificado a implantação de programas de avaliação da conformidade para componentes automotivos e implementos rodoviários, com objetivo de informar e proteger o consumidor, principalmente, no que diz respeito à questão de saúde, segurança e meio ambiente, além de promover a melhoria contínua da qualidade, a concorrência leal, facilitar o comércio internacional e reforçar o mercado interno. “A Certificação garante que o que está descrito no rótulo é exatamente o que está sendo oferecido no produto”.

O que já está valendo

Até o momento, 21 componentes automotivos estão listados como certificação compulsória (obrigatória), sendo que 17 deles, desde já, só podem ser fabricados com o selo do Inmetro, são eles: pino-rei, 5ª roda automotiva, pneus, vidros, rodas, fluido de freio, Arla 32, amortecedor, buzina, pistões de liga leve de alumínio, pinos e anéis de trava, anéis de pistão, bronzinas, lâmpadas, bomba elétrica de combustível e baterias.

“Outros produtos, como terminais de direção, barras de direção, barras de ligação, terminais axiais e plataformas elevatórias veiculares, serão obrigatoriamente fabricados com o selo do Inmetro a partir de novembro de 2014”, observa Alexandre.

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Processo de certificação

Para chegar a uma peça com certificação compulsória, o processo é demorado e muito apurado. Começa por uma necessidade percebida pelo governo ou pela sociedade interessada, participa através das associações representativas do setor, como Sindipeças, Anfavea, AEA, que se sensibilizam, discutem e garantem junto ao Inmetro que o processo seja satisfatório não apenas a empresa, mas para os consumidores e a sociedade.
“A partir disso, quando a solicitação é incluída no processo, são basicamente três etapas: documental, do sistema de gestão da empresa e o produto em si, através de ensaios em laboratórios que seguem os padrões do Inmetro que usam como referência normas técnicas ABNT”, analisa.

Todo processo de certificação dos componentes precisa ser realizado através de um organismo de certificação acreditado pelo Inmetro, como o IQA, o único certificador criado e dirigido pelo próprio setor automotivo. “As regras são exatamente as mesmas para fabricantes e importadores, ou seja, é um processo que não visa reservar o mercado, mas sim garantir as condições mínimas de qualidade para cada componente automotivo”, afirma Alexandre.

Sobre prazos e penalidades

Alexandre explica que cada portaria tem um prazo diferente de entrar em vigor, e cada uma pode conter um ou mais componentes, definindo prazos para atendimento dos novos requisitos. Esses prazos normalmente são divididos em três etapas. A primeira é fabricação e importação, ou seja, a partir daquela data ninguém mais pode fabricar ou importar um produto que não esteja certificado. A segunda etapa é desovar o estoque do fabricante, ou seja, a partir de determinada data não pode mais vender para a distribuição. E o último prazo é o do varejo: após esse momento nenhum produto pode ser comercializado sem certificação.

“Os distribuidores e as oficinas devem ficar atentos na hora de adquirir um produto cuja certificação seja compulsória e esteja dentro do prazo vigente. É muito importante lembrar que Portaria do Inmetro tem força de lei: um produto que não está certificado é um produto ilegal”.

O gerente do IQA esclarece que não é apenas a lei diretamente envolvida com a certificação, mas se usar uma peça sem o selo quando deveria ter, faz com que o infrator caia na legislação do País. “Imagine que para um produto importado entrar no país, alguém teve que se responsabilizar civil e criminalmente por qualquer questão que envolva o produto. Em caso de algum acidente, por exemplo, vai responder na justiça pelo produto que disponibilizou no mercado”.

A fiscalização é feita pelo Inmetro com o apoio da Rede Brasileira de Metrologia e Qualidade. “Presente nos 26 estados da federação, a RBMLQ-I promove ações de fiscalização e verificação da conformidade durante todo o ano e realiza operações especiais em datas específicas. Nestas ações, caso se aponte inobservância aos regulamentos, são aplicadas penalidades tais como advertência, multa, interdição, apreensão e inutilização, de acordo com a lei 9.933/1999”, aponta Alexandre.

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Qualidade contínua

A certificação do Inmetro não acaba, é reavaliada periodicamente. Todos os anos os ensaios são refeitos e os documentos e sistemas são verificados novamente, da mesma maneira que foi feito da primeira vez. “As regras atuais exigem que a partir do segundo ano se faça auditoria na planta de fabricação.

Riscos do mecânico

É importante notar o potencial que o mecânico tem de gerar credibilidade para o cliente mostrando que ele usa produtos certificados. Alertar, orientar o cliente sobre como esse processo o protege.

Estamos próximos do prazo final, para distribuição das autopeças, da portaria 301 (que incluiu diversas autopeças) e é importante que distribuidores e varejistas estejam atentos para não terem problemas nesse sentido.

Prazos estabelecidos

* Exemplo: Portaria 247 de 03/maio/2013 (terminais de direção, barras de direção, barras de ligação e terminais axiais)
– Fabricar e Importar: 18 meses a partir da data de publicação da, ou seja, até 28/novembro/2014.
– Fabricantes e Importadores (estoque): 06 meses a partir da data de publicação da portaria, ou seja, até 28/maio/2015.
– Varejo de Autopeças: 36 meses a partir da data de publicação da portaria, ou seja, até 28/maio/2016.

Selo de Identificação da Conformidade

Segundo o IQA, a identificação da conformidade deve ser gravada na embalagem do produto, de forma clara, indelével e não violável, e deve constar o selo com o símbolo do Inmetro, o número do registro e a logomarca do OCP (Organismo de Certificação de Produtos).

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Novo Ford Focus é o carro do ano

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O Novo Ford Focus foi o grande vencedor do 15º Prêmio Imprensa Automotiva, organizado pela ABIAUTO (Associação Brasileira da Imprensa Automotiva), que reúne 67 jornalistas especializados do setor automotivo como eleitores dos veículos que mais se destacaram no Brasil durante todo o ano.

Os representantes da imprensa especializada elegeram o Ford Focus como “Melhor Carro 2013 Imprensa Automotiva”. O modelo da Ford ainda foi apontado por jornalistas especializados como o “Melhor Carro Nacional”. A Ford também levou o “Prêmio de Carro Verde” pelo Fusion Hybrid, modelo que já está sendo vendido no Brasil.

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O Volkswagen Golf faturou o prêmio de “Melhor Importado”, enquanto o destaque de “Melhor Compacto” ficou para o Renault Logan. A categoria “Melhor Picape” foi conquistada pela Fiat Nova Strada, o “Melhor Utilitário Esportivo” escolhido foi o Chevrolet Tracker, e para finalizar o Jac J6 foi eleita a “Melhor Mini Van”.

O Prêmio destaca ainda os melhores motores do ano e a Audi conquistou dois deles: o “Melhor Motor de 1.401 a 2.500 cc”, com o motor 1.8 Turbo FSI que equipa o A3 e o “Melhor Motor acima de 2.501 cc”, com o 4.0 Biturbo FSI. Já a Volkswagen foi a vencedora na categoria “Melhor Motor de 1.000 a 1.400 cc”, com o motor 1.0 3 Cilindros do Fox Bluemotion. O “Melhor Motor Diesel de 2.000 a 3.500 cc” também ficou com a Volkswagen, o 2.0 Biturbo da Amarok.

Confira a tabela de vencedores do Prêmio Imprensa Automotiva 2013.

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Entrevista: Percepção e confiança estão ligadas ao mecânico

Focada no mercado de reposição, a Spaal tem como pilares a qualidade, tecnologia e sustentabilidade. Seu diretor executivo, Flavio Langer, conta um pouco da parceria com os mecânicos independentes e acredita que eles são os verdadeiros formadores de opinião na hora de escolher uma peça de aplicação

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Revista O Mecânico: Com 55 anos de mercado, a Spaal é uma empresa brasileira que está cada vez mais expandindo sua atuação. Como é a estrutura da empresa?
Flavio Langer: A Spaal/Dynamic é uma empresa de capital 100% nacional e está sendo gerida pela segunda geração. Somos uma empresa de médio porte, instalados em planta industrial própria de 35 mil m2 em Taboão da Serra, na grande São Paulo. Grande parte da estrutura comercial da Spaal/Dynamic é realizada por representações comerciais independentes, seja no Brasil como também nos canais de exportação.

O Mecânico: Em relação à capacidade produtiva da fábrica, como está a Spaal? Quais as linhas de produtos fabricados e os mais importantes?
Flavio: Operamos com taxa média de ocupação de aproximadamente 70%. Isto é a média, pois temos determinados grupos de equipamentos nos quais esta taxa é maior. Quanto maior o investimento, maior tende a ser sua taxa de ocupação. Fabricamos juntas e retentores para todas as linhas veiculares. Certamente destacamos as juntas de cabeçote multilayer, as tampas e cárters metal-elastômero e os retentores dinâmicos como nossos principais produtos.

O Mecânico: Conte um pouco sobre a linha Dynamic, o que é, por que e quando foi lançada?
Flavio: A Dynamic é a nossa marca de retentores, de fabricação própria. É fruto de planejamento estratégico. No segmento de retentores temos altíssima concentração de mercado. Temos apenas dois fabricantes com tecnologia para produzir retentores críticos, refiro-me retentores para motores e transmissões. O projeto iniciou-se em 2011, em duas frentes: ampliação da área fabril para receber esta nova divisão e contratação/aquisição da tecnologia necessária. Hoje, posso afirmar com absoluta certeza que nosso produto funciona com a mesma performance das marcas líderes de mercado.

O Mecânico: Esses produtos são todos destinados à reposição ou também fornece para o mercado de peças originais (OEM)? Qual é essa porcentagem?
Flavio: O objetivo sempre foi e será o aftermarket, pois é a nossa vocação. No entanto, a qualidade dos retentores Dynamic já nos permitiu aprovar alguns itens para importante fabricante de transmissões. Certamente, em médio prazo, atenderemos os dois segmentos, em percentuais que ainda desconhecemos.

O Mecânico: Com importantes certificações, a marca acredita que qualidade, tecnologia e sustentabilidade são os pilares sólidos para a produção. Isso é essencial para ter participação como equipamento original, dentro das montadoras?
Flavio: Nossa opção por produzir produtos de qualidade vem de duas décadas. Me recordo de um momento no passado que admirávamos determinado concorrente pelo que este vendia como também admirávamos outro concorrente pela sua qualidade. Tivemos que decidir e optamos por qualidade. Esta estratégia não foi alterada até hoje e as certificações fazem parte desta política. Quanto ao fornecimento para OEM, diria que as certificações são obrigatórias dentro do processo de aprovações e fornecimento.

O Mecânico: Além de produtos para linha leves, a Spaal também detém tecnologia para fabricar peças para linha pesada? Que peças são essas e qual a importância desse mercado?
Flavio: Diria que a tecnologia é a mesma. Motores de alta performance, como são os Euro 5 e futuramente Euro 7, trabalham em pressões elevadas, que exigem cargas de esforço altíssimas dos componentes do motor. Ouvimos recentemente de um engenheiro ligado à OEM que, para o Euro 7, devemos esquecer tudo que conhecemos. As peças da linha pesada são, normalmente, projetadas com maior complexidade, pelo fato de que são componentes de motores diesel e que devem resistir a centenas de milhares de quilômetros. Parte desta complexidade também deve ser atribuída às dimensões dos ferramentais e moldes, que consequentemente exigem máquinas de grande porte para serem produzidos. A meu ver, a importância do mercado de linha pesada são estas exigências que mencionei, que requerem investimento, qualidade e responsabilidade. Muitos fabricantes de juntas para a linha leve adentram somente superficialmente neste mercado por estas razões. Arcar com todos os custos de uma carreta quebrada, em local distante, carregada, e reparação que custará milhares de reais?

O Mecânico: Sabemos que a marca se preocupa com tecnologia, desenvolvimento e meio ambiente. Quais as ações da marca que são baseadas nesses conceitos?
Flavio: Na verdade todas as ações da Spaal/Dynamic são norteadas com base nessas premissas. Isso está escrito em nossa visão, que está disponível em nosso site. Isso é aplicado de forma cultural na empresa, o que resulta em entendimento, disciplina e responsabilidade pelos nossos colaboradores.

O Mecânico: O que há de mais avançado em juntas e retentores atualmente? Vocês têm equipes especializadas em desenvolvimento de novas tecnologias? Dessas peças, o que já está disponível no mercado?
Flavio: Em juntas, eu diria que os maiores avanços estão nos materiais empregados, como aços revestidos, formulações elastoméricas de melhor performance, na metalurgia, etc. Já para retentores podemos dizer que são os sensorizados em PTFE, que garantem alta durabilidade além da função de posicionamento do motor. Nas juntas, já empregamos os melhores materiais existentes para cada tipo de aplicação. Nos retentores, podemos citar os fônicos utilizados em motores da linha VW.

O Mecânico: Qual a importância que a Spaal dedica ao mercado de reposição no Brasil?
Flavio: Importância total. Somos uma empresa que sobrevive desse mercado. Temos gratidão aos clientes que acreditam em nossos valores e acreditamos que o mercado brasileiro está bastante maduro, embora algumas transformações ainda estão por ocorrer. Neste mercado, pelo tamanho e diversidade da frota, área geográfica, nível de desenvolvimento, tudo se vende. Infelizmente até produtos de qualidade questionável.

O Mecânico: Qual a assistência que a Spaal dedica ao aplicador, os mecânicos independentes? Existem programas voltados especialmente para esse público?
Flavio: Normalmente as informações importantes, diretamente relacionadas à reparação e montagem, são inseridas nas embalagens dos produtos. Adicionalmente a isso, temos o Serviço de Atendimento ao Cliente – SAC, que está disponível para todos os tipos de questionamentos técnicos. Temos profissionais capacitados para dar o suporte necessário. É comum deslocarmos algum profissional até o cliente, onde a questão apontada requer análise mais detalhada.

O Mecânico: Em sua opinião, o mecânico é um formador de opinião? Por quê?
Flavio: Certamente. O fabricante pode ter bom marketing, boa estrutura e política comerciais, mas o produto tem que funcionar e por período condizente com a frequência de reparações aceitáveis daquele motor. Essa percepção e confiança estão diretamente relacionadas ao aplicador.

O Mecânico: Que tipo de ações são promovidas para incentivar o uso da marca junto aos aplicadores?
Flavio: Temos agora em andamento a campanha do gel desengraxante, que acompanha todos os jogos de juntas da Spaal/Dynamic. É algo que o aplicador normalmente paga, e oferecemos sem nenhum custo. Para nós, a melhor ação é trazê-los à empresa, porém, isso ocorre com limitações, devido a nossa extensão geográfica. Também participamos de diversas ações em parceria com os clientes, como campanhas, festividades, jalecos, brindes, entre outras ações que nos são propostas.

O Mecânico: A Spaal investe em treinamentos, cursos e palestras para os mecânicos independentes? Como eles podem participar?
Flavio: Realizamos palestras de dois níveis. Uma delas é direcionada diretamente ao aplicador, em que focamos aspectos da reparação e montagem, como também os diferenciais dos nossos produtos etc. O outro formato é especialmente ministrado para associações de classe, em que são apresentados conceitos mais abrangentes de motores e tecnologias. Qualquer aplicador poderá nos contatar, através do site, solicitando palestra em sua região. Tratamos deste assunto como investimento na Spaal/Dynamic.

O Mecânico: A marca está presente nas competições de motorsport pelo Brasil? O que se ganha dessa participação?
Flavio: Visibilidade. Participamos de competições como a Fórmula Truck e Stock Car nestes últimos dois anos. Buscamos rejuvenescer a marca Spaal através deste tipo de apoio. Especificamente na Truck, desenvolvemos juntas especiais para os motores Cummins, repotenciados para até 1200cv. Nossa engenharia desenvolveu um produto próprio e que resistiu a esta severa condição de uso.

Líquido de arrefecimento: Troca correta está nos detalhes

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Ilustramos nesta reportagem a troca de líquido de arrefecimento do VW Fox, enfatizando os danos que podem ocorrer se o procedimento não for feito no prazo determinado e com o aditivo adequado

 

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Manutenção no sistema de arrefecimento? Ah, isso qualquer um sabe fazer. Drenar e encher um reservatório? Não deve ser tão difícil assim… Errado, tudo errado. Fazer a troca do líquido de arrefecimento do veículo pode ser um procedimento simples, mas é preciso alguns cuidados que só o mecânico capacitado tem, principalmente, em relação à escolha do produto adequado e aos danos causados, até mesmo em outros componentes, pela falta de manutenção e como solucioná-los.

 

O técnico de ensino da escola SENAI-Vila Leopoldina, Fernando Landulfo, explica que os motores atuais são desenvolvidos para trabalhar em níveis altos de calor, a partir de 95ºC até 105ºC. Sendo assim, não basta preencher o reservatório de expansão do líquido de arrefecimento apenas com água, o que muita gente faz na hora do desespero, é necessário utilizar aditivos especialmente formulados para cada tipo de sistema.

 

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“É preciso ter em mente que o aditivo não tem apenas a função de elevar o ponto de ebulição e abaixar o ponto de congelamento do líquido de arrefecimento. Isso é relativamente fácil de fazer. A pressurização do sistema é a responsável por grande parte dessa mudança. Ou seja: num caso de emergência, se o sistema for abastecido com água potável, as bolhas de ar forem devidamente removidas e começar a operar sem vazamentos e com a tampa controladora de pressão em bom estado (dentro da pressão estipulada pelo fabricante), muito dificilmente ocorrerá um superaquecimento ou cavitação. Os problemas gerados por essa prática tendem a manifestar sintomas apenas a longo prazo. O grande segredo do aditivo reside em conferir ao líquido outras propriedades desejáveis. Por exemplo: evitar a corrosão dos metais ferrosos e não ferrosos (alumínio) e manter a elasticidade dos materiais sintéticos (plásticos e borrachas). Dependendo da formulação, um aditivo pode proteger uma parte do sistema a atacar outra (corrosão galvânica), cujos danos serão visíveis apenas depois de um bom tempo. É preciso tomar muito cuidado na hora de fazer uma aplicação”, complementa o engenheiro com mais de 20 anos de experiência no setor.

 

Ou seja, o aditivo, além de ajudar a refrigerar o motor, é essencial para lubrificar a bomba d’água, a válvula termostática e aumenta a vida útil das mangueiras e dos sensores de temperatura. Evita também a deterioração de todo o conjunto de arrefecimento e o surgimento de bolhas que provocam cavitação, que também ajuda no processo de deterioração.

 

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“Todo sistema de bombeamento possui dois lados: o da sucção onde imperam as baixas pressões e o do recalque, onde atuam as altas pressões. Se a pressão no lado da sucção for suficientemente baixa para provocar e ebulição do líquido, a uma temperatura inferior à desejada no projeto do sistema, bolhas de vapor começarão a se formar nessa região. Essas bolhas, ao colidirem com as paredes do sistema, implodem “arrancando” pequenas porções de material de onde colidiu. Com o passar do tempo vai se caracterizando uma corrosão na região, que pode ser desastrosa para o sistema. Muitos motores que utilizam “camisas úmidas” têm as paredes dos cilindros perfuradas devido a esse fenômeno. Isso sem falar na destruição de carcaças e rotores de bombas d’agua. As corretas pressurização e aditivação do líquido de arrefecimento eliminam por completo esse problema. Já no lado da pressão, o aditivo vai evitar o engripamento mecânico da válvula termostática e a formação de depósitos sobre sensores de temperatura. Da mesma forma, o seu corante auxilia na detecção visual de vazamentos.”

 

O ideal é utilizar o produto recomendado pelo fabricante, pois foi formulado especialmente para a aplicação, além de contar com o controle de qualidade da montadora. “No entanto, numa situação de emergência, se a formulação do produto genuíno for conhecida, pode-se optar por um produto similar, com as mesmas características, desde que produzido por uma empresa idônea e tecnicamente reconhecida. A utilização de produtos não recomendados (incompatíveis com os materiais do sistema) pode levar a uma deterioração acelerada do sistema de arrefecimento”, afirma.

 

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Landulfo explica que todo produto químico tende a sofrer reações dentro do seu meio de trabalho. E o aditivo não é uma exceção com o tempo de uso ele tende a se exaurir. Além disso, o fluido tende a se contaminar com partículas sólidas oriundas das partes mecânicas do sistema, que ficam em suspensão. Por essa razão, a troca dentro dos intervalos recomendados é importante.

 

“Numa situação de superaquecimento, o condutor leigo deve parar imediatamente o veículo e desligar o motor. Em hipótese alguma ele deve tentar abrir a tampa do radiador ou do reservatório de expansão, que vai estar pressurizado, enquanto não ocorrer o completo resfriamento do sistema, sob o risco de acidente grave (queimaduras). Sob nenhuma hipótese permita que o sistema, ainda superaquecido, seja aberto e reabastecido com água fria, mesmo com o motor ligado, pois pode ocorrer trincas no cabeçote ou no bloco do motor. O melhor a fazer é esperar e chamar um mecânico profissional. Tentativas de reabastecimento ou diagnóstico do sistema somente depois que o motor esfriar. A pressa pode gerar um grande prejuízo.”

 

“A diferença entre remédio e veneno é a quantidade. Ou seja, tanto a falta quanto o excesso podem ser prejudiciais. Ainda mais quando se trata de um produto químico. A subdosagem provoca uma evidente perda de eficiência do produto. Já a super dosagem pode trazer consequências inesperadas a médio e longo prazo”, analisa.

 

Outros componentes podem danificar

 

Outros componentes que ficam comprometidos são: válvula termostática (engripamento), sensores (deposição de materiais que diminuem sua eficiência), interruptor térmico (deposição de materiais que diminuem sua eficiência), bomba d’água (corrosão, cavitação), mangueiras (ressecamento prematuro), reservatório de expansão (deposição de materiais (sujeira) e ressecamento prematuro), eletro-ventilador (desgaste prematuro por excesso de utilização) e radiador (deposição de materiais (entupimento) e corrosão galvânica). “Por consequência, ainda afeta os sistemas de injeção (ebulição do combustível no tubo distribuidor que provocas falhas no motor, dificuldades de partida e empobrecimento da mistura) e ignição (falhas de ignição por mistura pobre e aumento da tensão de disparo das centelhas por empobrecimento da mistura): velas e cabos, bobina, módulo de ignição, sonda lambda, catalisador (excesso de HC devido às falhas de ignição) e aumenta os índices de poluição (excesso de HC devido às falhas de ignição) pela condutividade elétrica do liquido de arrefecimento com o Ph alterado.

 

Sem manutenção, diminui o tempo de vida útil dos pistões, anéis, cilindros, comando de válvulas, bielas virabrequins e cabeçote, pois muda o comportamento do óleo lubrificante em função da temperatura. “Lubrificante superaquecido tende a se deteriorar mais rápido diminuindo a proteção que exerce sobre o motor. Além do mais, sua viscosidade tende a diminuir, diminuindo a pressão do sistema de lubrificação e consequentemente a eficiência do mesmo. Todas as peças lubrificadas passam a ser prejudicadas”, comenta o engenheiro.

 

Verificar sempre

 

É recomendado que o mecânico verifique, ainda com o motor quente e funcionando, a existência de possíveis vazamentos de água nas mangueiras e no radiador. Essa inspeção inclui a troca do líquido de arrefecimento, além de verificação do funcionamento da válvula termostática, do interruptor térmico do radiador e o sensor de temperatura, principalmente, o da injeção eletrônica.

 

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O líquido de arrefecimento do radiador deve ser trocado a cada 30 mil km ou pelo menos uma vez ao ano, e depois abastecido com um novo aditivo, geralmente, na proporção de 50% de aditivo concentrado e 50% de água limpa, o que depende para cada fabricante.

 

Faça um check up também no estado das abraçadeiras, tanque de expansão, ressecamento das mangueiras, tampa do reservatório (pressão de abertura), bomba d’água (ruído e vazamentos) e respectiva correia de acionamento. E verifique a estanqueidade do sistema com equipamento de pressurização apropriado.

 

Procedimento

 

Vamos começar agora o procedimento de substituição do líquido de arrefecimento do modelo Volkswagen Fox 1.0, ano de fabricação 2003. É muito importante lembrar que, sempre que fizer esse serviço, o motor deve estar frio. Nesta matéria contamos com a ajuda de Gustavo Henrique Correia da Silva, estudante do curso de mecânica automobilística do SENAI.

 

1) O primeiro passo é retirar a tampa do motor e a tampa do reservatório de expansão.

 

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2) Solte a mangueira inferior do radiador e esgote o líquido de arrefecimento. Neste caso, o modelo tem uma torneira que abre e faz o escoamento do líquido usado.

 

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3) Sempre que executar a troca do líquido, examine o estado das mangueiras e faça as respectivas substituições em casos de ressecamentos, trincas ou rachaduras.

 

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4) Aproveite e cheque as condições gerais do reservatório e da tampa. Substitua as peças se necessário. Faça também uma boa inspeção no estado das abraçadeiras.

 

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5) Depois que o sistema estiver drenado, feche a torneira de sangria.

 

Obs: É muito importante lembrar que esse líquido retirado do carro está contaminado e pode prejudicar o meio ambiente, por isso o descarte deve ser feito corretamente e destinado a uma empresa homologada.

 

6) Agora é hora de recarregar o sistema, utilize o fluido especificado pela montadora e faça a mistura fora do veículo, num recipiente separado na proporção de 50/50. Depois, recoloque o líquido no reservatório do veículo.

 

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7) Conecte o equipamento de teste para pressurizar o sistema e remover as bolhas de ar. Coloque o adaptador no lugar da tampa e encaixe a bomba com 1,0 a 1,1 BAR.

 

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Obs: Cuidado! Não tente fazer sangria pelo sensor de temperatura do motor, pois é uma peça de encaixe e não tem rosca, pode sair de repente e vazar todo fluido novo. Se houver o parafuso plástico na mangueira superior, faz-se a sangria por ele, se não tiver, é porque o sistema é automático. Deixe o reservatório aberto com o motor funcionando, que a sangria é feita sozinha.

 

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8) Por último, faça o teste de estanqueidade da tampa do reservatório. Instale a bomba na tampa exerça a pressão, ela tem que abrir entre 0,9 a 1,1 BAR para garantir que a válvula está funcionando normalmente.

 

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9) Ligar o motor e aguardar a abertura da válvula termostática e o acionamento do eletroventilador nas respectivas temperaturas. Aproveite para verificar a presença de ruídos e vazamentos no sistema.

Colaboração técnica: SENAI-Vila Leopoldina

Molejo correto das molas de suspensão

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Perfeito funcionamento do conjunto de suspensão depende da aplicação de molas de boa qualidade e fidelidade ao prazo de revisão preventiva. Então, muita atenção para esse item, que tem envolvimento direto com a segurança do veículo e de seus ocupantes

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Segurança em primeiro lugar. É sempre nisso que pensamos quando orientamos nossos clientes sobre a necessidade de se realizar a manutenção preventiva no seu veículo, principalmente, quando o assunto é suspensão. Você sabe muito bem o que pode acontecer com um carro numa estrada, a 120 km/h, com um item de suspensão avariado, mas o seu cliente sabe?

A suspensão é responsável por absorver as irregularidades do solo e manter as rodas no chão, dando ao veículo estabilidade. As molas, parte essencial do conjunto, juntamente com o amortecedor e batentes, têm a função de suportar o peso do veículo, dos seus ocupantes e da carga transportada. As molas garantem também a altura, o equilíbrio e a estabilidade do veiculo em curvas ou freadas.

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É essencial utilizar molas de boa procedência numa eventual troca, aliás, como funcionam em paralelo com o amortecedor, alguns fabricantes recomendam que se um deles for substituído o outro também deve ser. Já a Magneti Marelli orienta que a substituição das molas ocorra a cada duas trocas de amortecedor. Portanto, é sempre bom verificar o que está descrito no manual do proprietário do veículo.

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Sobre manutenção preventiva, Mônica Cassaro, diretora de Comunicação e Marketing da Magneti Marelli Cofap Autopeças, afirma que as revisões periódicas são recomendadas em intervalos de 5 a 10 mil quilômetros e que devem ser verificados se existem sinais de corrosão, se os elos estão se tocando quando a mola se comprime (indicação de fadiga do componente) e se há perda significativa de altura do veículo. “A substituição pode ser efetivada quando as molas apresentarem problemas técnicos e por quilometragem (preventivamente)”.

Newton Rosset, gerente de Marketing e Vendas Reposição da Molas Fabrini, também recomenda avaliações a cada 10 mil km e troca preventiva entre 40 a 50 mil km. “Se desgastadas, as molas deixam de absorver os impactos causados pelas irregularidades do piso, e assim, não garantem altura e o curso correto de trabalho dos amortecedores, prejudicando, amortecedores, batentes, coxins, bandejas, alinhamento e consequentemente pneus”.

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De acordo com Marcos Almeida, gerente Comercial da Aliperte, o prazo da revisão depende ainda das condições de uso do automóvel. “Um dado interessante é que quando um veículo percorre 1 mil metros, as molas sofrem 2.625 ciclos, ou seja, quando tiver rodado 60 mil km, as molas terão 157.500.000 ciclos trabalhados. Além disso, uma mola fadigada aumenta a distância na frenagem brusca em aproximadamente 2 metros”, alerta.

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Troca da peça

Muitos clientes na hora do orçamento fazem de tudo para diminuir o gasto, inclusive, sugerem que somente a peça avariada seja trocada. Porém, você como técnico responsável deve informá-lo que um conjunto equilibrado vai garantir a sua segurança, portanto existem muitos outros detalhes a serem observados.

Por exemplo, é unânime a recomendação de que as molas devem ser trocadas aos pares. “Recomendamos, de preferência, a troca das quatro molas, mas quando não é possível, a troca do par é obrigatória, garantindo assim a altura correta, além da dirigibilidade e estabilidade”, diz Newton.

Mais uma dica da Cofap: quando substituir as molas, trocar também os isoladores das molas, quando houver. “Neste momento, os demais componentes da suspensão devem ser avaliados e, caso seja encontrada alguma irregularidade, a substituição ou reparo das peças devem ser providenciados”, observa Mônica.

“A suspensão é um conjunto com vários componentes e o desgaste decorre sobre todos. Quando se aplica a substituição de apenas um item, os demais sofrerão esforço ainda maior e a vida útil deste novo componente será comprometida”, explica Marcos. Ou seja, a falta de manutenção da mola pode prejudicar outros componentes do sistema e deixar um prejuízo muito maior para o seu cliente, portanto, deixe isso muito bem explicado.

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De acordo com Mônica, na hora da aquisição da peça nova, é importante verificar a aplicação específica para o veículo, levando em consideração os acessórios – ar-condicionado, direção hidráulica etc, além do ano do veículo e a posição de montagem.

“O uso do encolhedor de molas é necessário nos casos em que a mola é maior do que o amortecedor. Existem poucas aplicações cuja troca pode ser feita sem essa ferramenta”, comenta Monica.

O gerente das Molas Fabrini alerta: “as molas são montadas na suspensão sobre pressão e devem ser aplicadas por profissionais qualificados e que possuem treinamento, além disso, a utilização de ferramentas adequadas garantem uma instalação segura e a montagem correta”.

Recondicionamento Não!

É muito importante frisar que não existem processos para recondicionamento de molas de suspensão que atendam as exigências de maneira idêntica às novas, segundo a Cofap. “Ou seja, não é recomendada a utilização de molas recondicionadas”, avisa Monica. Ela reforça que para fugir da pirataria o ideal é procurar por um produto cujo fabricante ofereça garantia.

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Newton comenta ainda que infelizmente existem molas falsificadas ou reaproveitadas e vendidas como novas. “Para se evitar ou acabar com esses mercados, recomendamos aos mecânicos a inutilização das molas, esmerilhando os elos centrais antes do descarte correto”.

De acordo com a Aliperti, a fabricação de molas depende de vários processos e procedimentos para manter a carga e a qualidade do produto. “Uma mola fadigada após o uso causa o desgaste do material que perde a sua resistência, não sendo possível fazer retrabalhos”.

Em relação à pirataria, Marcos enfatiza: “não sei se o termo é Pirataria, o que pode ocorrer são alguns métodos para baixar ou aumentar a altura da mola, métodos conseguidos através de um pré-aquecimento no material, que com certeza trará muitos prejuízos para a suspensão e segurança. Sugerimos a substituição por produtos com qualidade assegurada”, complementa.

É essencial informar o seu cliente que as molas não permitem reparo e nenhum tipo de conserto. “Qualquer forma de aquecimento, ou faíscas geradas por equipamento de solda em uma mola, danificará o tratamento térmico e poderá ocasionar a quebra do produto”, alerta Marcos.

Diagnóstico e aplicação

Na hora da avaliação do mecânico, Mônica recomenda: “verificar se a altura do veículo difere da original, se há diferença de altura entre os lados do veículo, molas com sinais de ferrugem ou de elos batendo e batentes do fim de curso da suspensão constantemente deteriorados são alguns sinais claros da necessidade de substituição das molas”.

Newton orienta ainda uma inspeção para procurar por pintura descascada, elos ou espirais batidos, batentes danificados, arriamento do veículo e quebra da mola. Marcos, da Aliperti complementa: “quando surgir pontos de ferrugem ou marcas de elos encostados nas molas precisam ser substituídas. Como sofrem esforços de compressão e tração, pontos de corrosão ou marcas podem acarretar a quebra da peça”.

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Se o produto for mal aplicado, pode acarretar alteração da altura do veículo em relação ao projeto original, diferenças de altura entre os lados do veículo, perda de dirigibilidade e da estabilidade, além de danificar outros componentes do conjunto. E toda parte de alinhamento fica comprometida, colocando em risco a segurança dos ocupantes do veículo.

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Alerte seu cliente

Para aumentar a durabilidade do produto, a Magneti Marelli Cofap orienta que o veículo seja utilizado de acordo com a sua finalidade e projeto, além de examinar a mola e demais componentes da suspensão nas revisões periódicas. Excesso de carga, freadas bruscas, pancadas, cortar ou aquecer os elos com intensão de rebaixar o veículo são práticas que devem ser evitadas, segundo a Molas Fabrini.

Estado de arte em molas

Com a tecnologia em evolução tão constante no setor automotivo, saiba que apesar de ser um item basicamente mecânico, a mola também tem seus aprimoramentos. A Cofap explica que existem evoluções em relação à geometria da construção do produto, como, por exemplo, as molas LFO (Linha de Força Orientada), que no mercado são chamadas de molas “banana”, devido à aparência.

“Esse tipo de tecnologia já é largamente utilizada. Outros exemplos de tecnologias não tão recentes, mas em uso, são passos variáveis na construção da mola e diferentes diâmetros de barra e as molas cerâmicas, mas atualmente ainda não estão disponíveis para o mercado”, comenta Monica.

Já Newton esclarece que, com a necessidade de redução de massa, consequentemente peso em novos projetos (veículos), alta resistência a fadiga, alta resistência a corrosão, estão sendo desenvolvidas molas em fibra de vidro ou tubular.

Carros rebaixados

Para rebaixar um carro, são retiradas as características de projeto da mola. “Existem várias maneiras de se fazer isso: esquentar a mola e comprimir o que causa avarias na peça, fazendo com que perca as suas especificações. A outra maneira é cortar os elos, simplesmente. Para rebaixamentos mais radicais, existe o variável, com a suspensão de rosca, cujo prato que apoia a mola tem uma rosca, que quando é apertada o apoio sobe e o carro abaixa. E o último é a suspensão a ar, com bolsa de ar, que pode ser mais ou menos inflada, dependendo de quanto ar tem na bolsa. Todas essas maneiras não são permitidas pelo código de trânsito”, conta Newton.

As Molas Fabrini desenvolvem um produto que rebaixa o carro, mas não é nada radical e muitas vezes levam o carro para a altura que tinha no seu país de origem, estas molas rebaixam o veículo entre 20 e 50 mm, dependendo do modelo do veículo.

Então, quando a mola esportiva é desenvolvida por um fabricante de boa procedência, leva em consideração uma série de fatores, como a preocupação em não desgastar prematuramente outros componentes, que um rebaixamento radical desgastaria. Outro ponto de atenção é não prejudicar a montagem e o encaixe das molas. “O conforto, a dirigibilidade e a segurança não de extrema importância, mesmo sendo um produto com apelo mais esportivo, não deixamos de levar esses pontos em conta”, finaliza.

Amortecedores: Controle e segurança acima de tudo

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Essenciais para a dirigibilidade do veículo, os amortecedores estão entre os componentes mais importantes para a segurança do carro; por isso, respeite as regras de manutenção e eduque seu cliente a cuidar do veículo

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Responsável por controlar a ação das molas na suspensão, o amortecedor ajuda a manter o pneu sempre em contato com o solo ao mesmo tempo em que absorve as irregularidades do piso. Seu bom funcionamento garante estabilidade ao veículo e conforto para o condutor e demais ocupantes. Por tudo isso, você já deve estar careca de saber que o amortecedor é um elemento que não pode ser ignorado no programa de manutenção preventiva.
Só que sempre vale lembrar que cabe a você, mecânico, orientar o seu cliente para preservar não só essa peça como todo o sistema de suspensão da melhor forma. “Rodar com os amortecedores desgastados compromete a estabilidade do veículo, bem como, adiar a troca pode gerar mais gastos do que o previsto aos consumidores na hora de fazer a manutenção”, avisa o supervisor de serviços da Nakata, Jair Silva.

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Para o coordenador de Treinamento Técnico da Monroe, Juliano Caretta, o amortecedor é um dos principais itens de segurança veicular, fazendo parte do que ele chama de “triângulo da segurança”, formado por amortecedores, freios e pneus. A vida útil média de um amortecedor em um veículo leve gira em torno de 40 mil km, mas a diretora de Comunicação da Magneti Marelli Cofap, Mônica Cassaro, afirma que as condições de cada região impedem que se determine um prazo padrão para todo o Brasil. “Num país de dimensões continentais, como o nosso, onde cada região tem as suas particularidades de manutenção das vias e rodovias, não se pode determinar um período rigidamente fixado para a troca do amortecedor”, declara.

Cabe ressaltar que tanto os prazos de manutenção preventiva quanto os de troca estão diretamente ligados ao uso do automóvel no dia a dia. “No caso de veículos que trafegam em estradas sem pavimentação, ou que trabalham constantemente com carga, eles merecem verificações mais constantes por sofrerem um desgaste maior com menos quilometragem devido ao maior esforço”, pondera o técnico Edmundo Álvares Crespo, da Corven Amortecedores. Por isso, a orientação do mecânico de confiança do proprietário do veículo é o que realmente manda na vida útil da suspensão.

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Identificando os problemas

Para fazer o diagnóstico de necessidade de troca dos amortecedores, o mecânico deve começar pela análise visual. Juliano recomenda que a inspeção visual seja feita a cada 10 mil km, e nela deve ser observado se há amassados e vazamentos de fluido. “Outro ponto é verificar os pneus, analisando possíveis deformações provocadas por amortecedores ineficientes”, aponta o especialista da Monroe.

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Jair ressalta que o mecânico também deve prestar atenção a todos os componentes periféricos de suspensão, principalmente, a quebras de fixação e estado das buchas, coxins e batentes. “Verifique o estado geral dos outros componentes da suspensão também para falar com o cliente sobre futuros consertos a serem realizados, passando um diagnóstico completo”, recomenda o supervisor de serviços da Nakata.

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A indicação vai ao encontro da feita pelo aftermarket da Cofap, que diz para o mecânico nunca trocar os amortecedores sem um exame prévio da suspensão completa. “É muito comum o cliente associar o barulho ao amortecedor e, na grande maioria das vezes, o problema pode estar em outros componentes de suspensão que estão desgastados”, frisa Mônica.

O processo de diagnose dos amortecedores, como recomenda Juliano, deve ser concluído com um teste de rodagem, “preferencialmente com o proprietário ao volante”, para que ele possa apontar possíveis mudanças de comportamento em seu veículo. Nesse teste, o mecânico deve observar junto com o proprietário alguns se há algumas das características descritas por Edmundo, da Corven: desvios de trajetória nas frenagens, assim como, a oscilação lateral da carroceria; perda de estabilidade em curvas, com os pneus “cantando” com facilidade mesmo nas menores curvas; e perda de tração das rodas.

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Se o carro se apresentar com essas características, significa que os amortecedores não estão mais exercendo sua função de manter o pneu em contato com o solo, e que devem ser trocados.

Durante a troca

Uma vez constatado que os amortecedores devem ser substituídos, o primeiro passo é consultar o manual de reparação do carro e o catálogo da fabricante de autopeças para ver se há alguma recomendação especial com relação às peças de reposição. “Antes de qualquer coisa, deve-se verificar se o amortecedor de reposição é adequado para o veículo utilizando o catálogo de aplicação”, afirma Jair.

Alguns modelos necessitam que suas peças sejam substituídas por produtos específicos, como é o caso dos Power Shock da Cofap dentro da linha Fiat, que não podem ser trocados por outros amortecedores sem a mesma tecnologia. Cada componente é desenvolvido conforme as características do carro e sua suspensão, como explica Juliano: “quando a aplicação pelo código estiver errada, a peça apresentará cargas, tamanhos e cursos de movimentação diferentes do ideal”.

Para garantir a qualidade do serviço, é necessário fazer a equalização (ou escorvamento) dos amortecedores antes colocá-los no carro. “Este é o segredo para que o reparador consiga perfeito funcionamento dos componentes”, afirma Jair. O supervisor de serviços da Nakata explica que o procedimento consiste em deixar o amortecedor com a haste para cima, puxar a haste para fora e empurrá-la de volta para dentro, assim, preenchendo o tubo de pressão de óleo uniformemente e eliminando as bolhas de ar ou gás. “Fazendo isso cinco vezes, o reparador sentirá que o amortecedor ficou bem mais duro e a haste corre sem trancos”, garante o supervisor de serviço da Nakata, que recomenda nunca fazer o escorvamento na posição horizontal ou deitar os amortecedores equalizados no chão antes da instalação no carro.

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Outro ponto importante no procedimento de substituição é observar se há uma sequência exata das peças e o posicionamento correto delas. “As ferramentas especiais, desenvolvidas especificamente para essa montagem, evitam marcas e deformações nos componentes, principalmente na haste”, ressalta Juliano.

O especialista da Monroe recomenda a troca das peças periféricas juntamente com o amortecedor. “Quando é realizada a troca dos amortecedores, é recomendado fazer também a substituição das molas e do kit composto por batente, coifa e coxim, pois são componentes que trabalham juntos e aumentam o desempenho do amortecedor”, garante Juliano.

Já Edmundo, da Coven, reforça: “os novos coxins, batentes e coifas protegerão os amortecedores de infiltração de terra e poeira na região do retentor, evitando o desgaste prematuro e posterior vazamento de fluído hidráulico, e também que o amortecedor atinja o final de curso fechado, danificando-o internamente”. Ao fim do procedimento, o torque final deve ser dado com o veículo no chão. Recomende ao proprietário que nunca deixe de fazer o alinhamento após a substituição de qualquer peça na suspensão.

Falta de manutenção preventiva

Como já dissemos, é papel do mecânico reforçar a importância da manutenção preventiva com o seu cliente. E negligenciar os prazos de inspeção da suspensão pode trazer consequências diretas ao bolso do motorista, já que diminui a vida útil das peças periféricas do sistema. Mas o problema está principalmente no risco à segurança dos ocupantes. “A demora na troca dos amortecedores acelera o desgaste de todos os componentes da suspensão, o que encarece a manutenção, além de colocar em risco a segurança veicular”, alerta Mônica, da Magneti Marelli Cofap.

Amortecedores desgastados ou danificados podem trazer diversos riscos ao veículo e ocupantes, adverte Jair, “já que há aumento da distância de frenagem, tendência de aquaplanagem em superfícies alagadas e de o veículo sair para o lado de fora das curvas”. Juliano Caretta também atenta para possíveis oscilações do feixe de luz do farol durante uma viagem, que podem ofuscar a visão do condutor que trafega na via contrária. “Outro ponto crítico é o excesso de trepidações, que torna a viagem desconfortável. O amortecedor com apenas 50% de eficiência também pode aumentar em 26% o cansaço do motorista, elevando consideravelmente o perigo”, menciona.

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Para o especialista da Monroe, se o amortecedor apresentar problemas e não for substituído, outras peças passam a ser afetadas, principalmente coxins, batentes, molas, buchas da suspensão e terminais de direção. “Trabalhando excessivamente, esses componentes tendem a compensar a ineficácia do amortecedor se desgastando mais rapidamente”, declara. Edmundo, da Corven, vai além, citando casos extremos em que pode haver até trincas e quebras no monobloco do veículo.

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Dicas para o seu cliente

A habilidade e o cuidado do motorista também contam muito para conservar a suspensão em ordem. Por isso, o supervisor de serviços da Nakata dá algumas dicas que o mecânico deve repassar ao cliente. “Para prolongar a vida útil dos amortecedores, é importante evitar algumas práticas ao volante, como dirigir de forma agressiva, passar em buracos e quebra-molas, e excesso de carga”, diz Jair. “Manter em dia o alinhamento de direção e o balanceamento das rodas, não alterar geometria ou altura da suspensão e manter coxins e batentes em bom estado prolongarão a vida do componente”, conclui.

Além disso, Juliano, da Monroe, ainda recomenda que o mecânico diga ao proprietário do veículo para respeitar os limites de carga, e revisar periodicamente o veículo, são que cuidados imprescindíveis para uma boa conservação dos amortecedores. Mônica, da Magneti Marelli Cofap, orienta que o proprietário deve sempre estar atento qualquer barulho anormal no veículo e nunca deixar de lado a revisão periódica.

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Edmundo, da Corven, lembra que a peça a ser instalada no veículo deve sempre ter a certificação de qualidade do Inmetro, que será obrigatória em todos os amortecedores de reposição vendidos no varejo a partir do segundo semestre de 2014. Juliano crava: “o amortecedor novo, com selo do Inmetro, é a única garantia de um produto que atenda a todos os padrões de qualidade das montadoras”.

Recondicionado? Nunca!

Na imensa maioria dos casos, o mecânico é quem determina a marca e procedência da peça a ser instalada no carro. Mas sempre tem aquele modelo fora de linha que complica as vidas de cliente e aplicador na hora de procurar a peça de reposição. No entanto, por mais difícil e caro que seja comprar uma peça original adequada, as fabricantes de autopeças e montadoras pedem para que nunca se apele para os recondicionados. “O amortecedor deve ser substituído por outro novo com as mesmas características e qualidade do modelo original, garantindo a segurança do veiculo”, afirma Jair, da Nakata.

Juliano declara que é tecnicamente inviável o reaproveitamento de um amortecedor já desgastado. “Caso contrário, os próprios fabricantes fariam”, alega o especialista da Monroe. “Geralmente, o recondicionamento que o mercado pratica atualmente nada mais é que uma simples pintura externa”, denuncia.

Edmundo Crespo frisa que não há partes de amortecedor vendidas separadamente no mercado para se fazer o recondicionamento propriamente dito. “Trocar só os componentes internos não garantem que a peça volte funcionar perfeitamente. O corpo externo também deve seguir as especificações para garantir o alinhamento das rodas”, explica o técnico da Corven. Monica coloca a pá de cal sobre os recondicionados: “o retrabalho correto no amortecedor custaria mais caro do que uma peça nova”, conclui a diretora de Comunicação da Magneti Marelli Cofap.

Se há tantos pontos contra, por quê eles ainda existem como opção? “Preços atrativos e a falta de conhecimento sobre itens de segurança veicular podem induzir o motorista a adquirir peças reformadas, muitas vezes sem obedecer a nenhum critério de engenharia”, lamenta Juliano. Mais uma vez: a conscientização do mecânico sobre a importância do seu trabalho e a do proprietário com relação ao bom estado de seu carro são primordiais para não gerar dor de cabeça para todos os envolvidos.

Toyota elege melhores mecânicos do Brasil

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A Toyota promoveu em novembro a final da 19ª edição do Skill Contest, um concurso com provas práticas que definiu os melhores consultores de serviços e técnicos automotivos de sua rede de 142 concessionárias espalhadas pelo Brasil. Ao longo de 2013, os 229 consultores de serviços e 356 técnicos automotivos que se inscreveram como competidores foram avaliados através de provas teóricas e práticas e foram somando pontos.

A finalíssima aconteceu no Transamérica ExpoCenter, em São Paulo/SP, e teve 12 finalistas, sendo seis consultores e seis técnicos. A prova prática final teve a simulação de uma situação real de atendimento, em que o cliente chega à concessionária com um problema em seu veículo. Após o primeiro atendimento, o veículo é encaminhado ao técnico automotivo que, com base nas informações passadas pelo consultor, terá que resolver os problemas que foram previamente colocados nos veículos.

Os consultores de serviços, responsáveis por fazer o primeiro atendimento, foram avaliados nos critérios de confirmação do problema apresentado; inspeção do veículo; preenchimento correto da ordem de serviço; explicação dos procedimentos ao cliente; aplicação da filosofia de serviço e Pós-Venda Toyota.

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Já os técnicos foram avaliados nos seguintes critérios: segurança; utilização dos processos técnicos; utilização das ferramentas adequadas; metodologia de processos e diagnósticos; metodologia e procedimento de reparo; e também a aplicação da filosofia de serviço e Pós-Venda Toyota. Os veículos que foram utilizados nas provas eram todos do modelo Etios, equipados com motor 1.5.

Os vencedores de cada categoria vão receber um Home Theater e uma viagem de uma semana ao Japão para um evento organizado pela Toyota Motor Corporation, juntamente com os melhores consultores e técnicos de todas as afiliadas da empresa no mundo. Os segundos colocados receberão uma TV LCD cada e os terceiros um smartphone. (FL)

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