Entrevista: Opinião do mecânico é muito importante para nós

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Novo diretor de Serviço e Atendimento ao Cliente da General Motors do Brasil, Carlos Meinert, acredita no trabalho do mecânico independente e dá continuidade ao trabalho de disseminação de informações para esse público

 

Revista O Mecânico: A rede de concessionárias da Chevrolet teve crescimento nos últimos anos? Qual o número exato de pontos e qual a previsão de crescimento?
Carlos Meinert: Temos 605 pontos e estamos em todos os estados do Brasil, com ampla cobertura. Não temos previsão de crescimento, mas sempre exploramos oportunidades em mercados onde estamos sub-representados.

O Mecânico: Desde 2002 a Chevrolet adorou um programa diferenciado de atendimento nas concessionárias, o Premium, que em 2009 mudou o nome para Novo Serviço Chevrolet. Conte um pouco sobre esse programa e suas vantagens para o cliente.
Meinert: É um programa diferenciado com foco total no cliente. Neste programa, o cliente agenda seu horário e é atendido diretamente pelo técnico dentro da oficina, onde participa ativamente do orçamento, acompanha o serviço e pode ver que o seu serviço está sendo realizado conforme combinado, dentro do tempo máximo de duas horas. Suas principais vantagens são a transparência, ausência de filas e de espera, e a proximidade com o técnico que realiza o serviço.

O Mecânico: Nesse formato, o cliente é atendido pelo próprio mecânico, sem passar por um consultor técnico. Essa prática teve bons resultados? Quais as vantagens desse relacionamento?
Meinert: Essa prática teve excelentes resultados. Os técnicos são valorizados pelo relacionamento estreito com os clientes e têm conseguido aumentar a fidelidade de clientes e a possibilidade de mostrar outros serviços que seriam necessários ser realizados no momento ou em outra visita futura.

O Mecânico: Quantos mecânicos estão trabalhando nas oficinas da rede Chevrolet?
Meinert: Aproximadamente 5 mil.

O Mecânico: Qual a formação deles? Eles passam por cursos periódicos oferecidos pela fábrica? E em relação a esse atendimento direto com o cliente, eles têm treinamento sobre isso também?
Meinert: Usualmente os mecânicos possuem cursos técnicos, mas está cada vez mais comum termos novos técnicos com curso superior. A GM oferece um programa constante de treinamento, não só focado em melhorarmos a capacidade técnica da Rede Chevrolet, mas também no atendimento ao cliente. A Rede Chevrolet e a GM investem constantemente em treinamentos que visam melhorar a qualidade do atendimento prestado aos clientes em nossas oficinas.

O Mecânico: É uma prática de sucesso fazer revisões com preço fechado incluindo peças e mão de obra?
Meinert: Sim, as revisões são produtos de alto giro e atraem os clientes com seus preços competitivos. São também essenciais para manter a garantia de três anos dos produtos de nossa linha.

O Mecânico: Em relação à logística de peças, a GM conta com um centro de distribuição bastante amplo. Quantas peças são armazenadas nesse local e como é o caminho das peças até a concessionária?
Meinert: Aproximadamente 55 mil diferentes peças armazenadas em dois centros distribuidores de peças no Brasil. Estas peças são entregues na Rede Chevrolet em todo o Brasil por via rodoviária por empresas contratadas e também por via aérea, para lugares remotos e também para casos de emergência.

O Mecânico: A marca investe bastante em pós-vendas, qual a importância desse mercado para a corporação? Quais programas de pós-venda promovem para fidelizar o cliente?
Meinert: Sabemos que a decisão do cliente permanecer na marca por mais tempo está diretamente ligada ao nível de serviço de Pós-Vendas na Rede de Concessionárias e o mercado de pós-vendas é extremamente importante para oferecer ampla cobertura para nossos clientes e também para explorar uma grande oportunidade de vendas. Temos programas sendo implantados em toda a Rede para aumentar a retenção de clientes, com kits instalados, promoções de vendas e incentivos à Rede.

O Mecânico: Um cliente que saiu da garantia e não leva mais o carro na oficina da rede, continua sendo um cliente Chevrolet?
Meinert: Sim, e é um cliente extremamente importante para nós. A frota circulante da Chevrolet nos últimos cinco anos é de aproximadamente 3 milhões de veículos, e a frota em garantia é apenas 1/3 disto. Fica clara a grande oportunidade que temos para manter os clientes fazendo seu plano de manutenção na Rede Chevrolet, mesmo depois da garantia ter expirado. Um plano de manutenção bem feito garante o bom funcionamento do veículo, além do que garante a valorização do veículo usado no momento da venda.

O Mecânico: O que é feito para que ele continue satisfeito, mesmo levando seu carro na oficina independente?
Meinert: Para aqueles clientes que não visitam a rede Chevrolet damos a oportunidade do cliente do veículo Chevrolet comprar as peças Genuínas e ou ACDelco nas proximidades de sua residência, onde a rede Chevrolet atacadistas de peças procura disponibilizá-las através da comercialização com lojistas e mecânicas independentes, além disso oferecemos peças para reparo de seu veículo e temos um plano para compartilhar o conhecimento em conserto destes veículos com reparadores independentes.

O Mecânico: Em sua opinião, como é a relação dos mecânicos independentes com os veículos Chevrolet? Eles são familiarizados com a sua mecânica?
Meinert: As pesquisas demonstram que os veículos Chevrolet são os mais recomendados para compra para os clientes das mecânicas baseado nisto entendemos que a relação da GMB com os mecânicos independentes é boa. Quanto a familiarização com a mecânica dos veículos Chevrolet, também entendemos que sim, destaco também que no site reparador Chevrolet, disponibilizamos os manuais de reparação de alguns veículos Chevrolet.

O Mecânico: Existe algum programa que ajude na formação técnica desses profissionais?
Meinert: Estamos trabalhando neste tema, porém conforme descrito na resposta anterior as informações destinadas ao mecânico já são uma realidade como exemplo gostaria de listar as formas que tentamos nos aproximar dos reparadores independentes como:

1. Evento EXPOMECÂNICO – A Chevrolet é a única marca que participou de todas as edições do evento realizado pela Revista em Interlagos;
2. Informação sobre qualidade e diferencial das peças Genuínas e ACDelco através de publicações do setor da reparação (Ação sendo feita nos últimos 4 anos);
3. Site Reparador Chevrolet disponibilizando manuais de reparação de alguns modelos, dicas de serviço, e informações técnicas dos itens comercializados pela GMB.

O Mecânico: Como o site “Reparador Chevrolet” ajuda os mecânicos, o que oferece?
Meinert: O site é um portal que oferece aos mecânicos independentes várias informações como:


Guia Rápido de peças;

Manual de reparação para alguns modelos;

Biblioteca com todas as publicações do Verdade Genuína e Reparador Chevrolet com dicas técnicas e dicas de gestão.

O Mecânico: Em sua opinião, o mecânico influi na escolha da marca da peça aplicada?
Meinert: Não temos dúvida de que influi sim! A opinião do mecânico é muito importante para nós, oferecer produtos de qualidade no qual o mecânico não necessita retrabalhar serviço já executado é chave em nossa opinião para otimizar tempo de reparação nas oficinas independentes e creio que com isso conseguimos melhorar a rentabilidade das oficinas independentes.

Troca da bomba d’água do Ford Focus

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Acompanhe a substituição e verificação desse importante item do sistema de arrefecimento num veículo Ford Focus ano 2009 e motor 1.6 Flex

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Motor em temperaturas normais de trabalho, “arrefecido” é motor com saúde em dia, por isso, a manutenção do sistema de arrefecimento é tão importante. Utilizar o aditivo correto e ainda mantê-lo no nível recomendado são os primeiros passos para que a coisa não esquente. Agora, se o motor esquentou é necessário que se faça uma verificação em todos os componentes do sistema, não somente troque o líquido do radiador. É fundamental determinar qual a causa do ocorrido.

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Muitas vezes, o motor aquece, é trocado o líquido de arrefecimento e até mesmo a válvula termostática, mas o problema continua. Aí, outros componentes do sistema devem ser verificados: como a bomba d’água, radiador, selos, mangueiras, vaso expansão e a tampa do reservatório

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Apenas trocar o líquido de arrefecimento não é sufiente em caso de aquecimento

A bomba de água está localizada na parte frontal do bloco. Acionada pela correia, ela é responsável pela circulação do líquido de arrefecimento através do motor. O componente retira o liquido com excesso de temperatura que está no motor e o envia ao radiador, onde é feita a troca de calor. O controle da vazão depende da temperatura e será feita pela válvula termostática.

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A correia de acessórios aciona a bomba d’água que está na parte frontal do motor

 

Um dos componentes da bomba é o rotor, constituído de material resistente e que pode ser de termoplástico ou metal , A vedação da passagem da água é feita por meio de um retentor conhecido como selo mecânico. Mesmo com o motor frio, a bomba continua trabalhando, fazendo o líquido circular somente pelo motor.

Para diagnosticar danos na bomba é necessária a sua remoção, fique atento se há ruídos no rolamento e possíveis vazamentos pelo furo de dreno.

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Observar sempre o nível do líquido é essencial para manutenção do sistema

 

Procedimento de troca

Vamos fazer o passo a passo da troca da bomba d’água do Ford Focus 2009 com motor 1.6 Flex. O veículo acabou de fazer a troca do líquido e da válvula termostática, mas por precaução está sendo feita a troca da bomba também. O primeiro passo é inspecionar os componentes do sistema: mangueiras, radiador, reservatório e tampa, válvula termostática, eletroventilador e a bomba d’água, em si.

Este procedimento deve ser feito com o motor frio. É recomendado pelo fabricante a utilização líquido do tipo long life, com base sintética. Utilize sempre as luvas de proteção e os óculos de segurança, além das ferramentas adequadas e peças de boa qualidade. A troca da bomba teve ajuda de Eduardo Guimarães, supervisor de treinamento da Affinia.

1) Em primeiro lugar, retire a tampa do vaso expansor para facilitar a drenagem do líquido de arrefecimento. Suba o carro no elevador, porque a troca da peça vai ser feita por baixo. Retire a roda lado direito para melhorar o acesso.

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2) Agora é hora de fazer a remoção do protetor inferior da correia de acessórios.

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3) Com um alicate, retire a abraçadeira da mangueira inferior do radiador para fazer o dreno.

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Obs: Coloque um recipiente para armazenar o líquido que deve ser descartado corretamente para não prejudicar o meio ambiente.

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4) Em seguida, solte os parafusos da polia da bomba d’água antes de soltar a correia.

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5) Afrouxe o tensionador da correia de acessórios e retirá-la. Verifique o estado da peça em geral e das estrias, se não há rachaduras ou vincos.

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6) O próximo passo é remover a polia da bomba d’água.

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7) Solte agora os três parafusos de fixação da bomba d’água.

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8) Dê uma deslocada com a mão para sair a água e depois retire a bomba propriamente dita.

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Obs: vale ressaltar que a peça original que estava no carro é montada com anel de borracha, que neste caso está ressecado, revelando que houve superaquecimento no motor.

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9) Antes de começar a instalação, passe uma lixa na face de vedação para melhor assentamento da peça nova

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10) Faça a limpeza do sistema.

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11) Coloque a peça nova, depois encaixe e aperte os três parafusos. O kit da nova bomba vem com junta de vedação. Em seguida, faça a instalação da polia e seus parafusos.

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12) Coloque o líquido até a marcação de nível máximo e ligue o motor para que todo o sistema seja preenchido. Desligue o motor, faça a sangria de ar do sistema, coloque o restante do líquido, ligue o motor e espere ligar a ventoinha.

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Obs: Nesse caso, o líquido novo já está diluído, se não tiver, tem que fazer a mistura fora do carro, num recipiente separado conforme especificação da montadora.

13) Desligue o motor, espere esfriar e faça o teste na tampa do vaso expansor com bomba de pressão, aplicando a pressão especificada pela montadora do veículo .

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14) Finalmente faça o teste com bomba de pressão para testar a estanqueidade do sistema aplicando 0,5 Bar de pressão e verificando se não há vazamento.

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Mais informações: Nakata (11) 3602-8081

Discos de Freio: Eficiência em dose dupla

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Discos de freio trabalham em conjunto com as pastilhas e são primordiais para garantir uma frenagem eficiente e segura do veículo. Acompanhe nessa reportagem as dicas de manutenção e aplicação dos fabricantes para mantê-los em ordem

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Na matéria anterior falamos bastante sobre as pastilhas de freio e sua importância para a frenagem do veículo, mas, sem discos em ordem, a segurança não está garantida. Por isso, continuamos falando sobre o sistema de freio, mas desta vez, vamos abordar as funções e aplicações dos discos de freio.

Por serem submetidos a temperaturas e esforços extremos ao serem pressionados pelas pastilhas, os discos de freio devem ser muito resistentes. Quem nos dá essa explicação é Rodrigo Frezzarin, chefe de Marketing de Produto da Divisão Automotive Aftermarket da Robert Bosch. “Os componentes Bosch são fabricados com tecnologia de última geração e materiais que atendem aos mais rígidos padrões de qualidade. Isso garante a durabilidade e a eficiência exigidas durante toda a vida útil do produto”.

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Disco de freio Bosch

Ele diz ainda que características do componente como o ferro fundido garantem uma frenagem segura. Já a fundição controlada é responsável pela estabilidade mecânica e térmica, além da maior durabilidade da peça. O processo produtivo garante que a peça não produza vibrações e proporcione uma frenagem mais segura.

Em relação à tecnologia, Eduardo Guimarães, supervisor de treinamento da Nakata, afirma que os discos de fibra de carbono são os mais avançados. Esses componentes são encontrados em carros de luxo e de alta performance, como nos bólidos de Fórmula 1.

Em relação à manutenção, os discos de freio devem ser verificados regularmente e trocados em caso de desgaste.

Nessa revisão, a Bosch recomenda analisar o estado geral do produto e realizar a medição da espessura. Se atingidos ou ultrapassados os limites determinados, o disco deve ser substituído. “A durabilidade dos discos de freio depende muito da dureza das pastilhas. A espessura mínima da pista de frenagem deverá estar gravada na borda lateral externa do disco”, afirma Rodrigo.

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Disco de freio Nakata

 

De acordo com Eduardo, não existe manutenção preventiva de discos de freio. “O que há são cuidados específicos como evitar choque térmico, torque excessivo nos parafusos de fixação da roda e verificações periódicas sobre seu estado”.

Aplicação

Existem alguns pontos que precisam ser observados no momento da aplicação. Eduardo aconselha verificar se o disco é o modelo recomendado para aquele veículo. “Se tem empenamento, considerando que o limite máximo do cubo não deve ultrapassar 0,04mm, limpar adequadamente os discos antes da instalação”, afirma.

Outras dicas de aplicação:


Substitua os discos de freio quando atingirem a espessura mínima;

Na troca de pastilhas sempre substitua ou retifique os discos de freio;

A espessura dos discos de freio do mesmo eixo deve ser igual;

Troque sempre os discos de freio e as pastilhas de freio do mesmo eixo;

Lave os discos de freio com água e sabão antes de ser montado no veículo;

Se o disco usado apresentar ranhuras ou imperfeições (na pista de frenagem)
ele deve ser usinado ou trocado.

fonte: Bosch

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Ainda de acordo com a Bosch, o disco de freio suporta, durante as frenagens, altas temperaturas e esforços mecânicos extremos, por isso, uso de componentes com espessura abaixo da mínima especificada pelo fabricante poderá ocasionar sérios problemas, como: probabilidade de superaquecimento dos freios devido à menor quantidade de material; menor resistência mecânica da peça, podendo ocorrer empenamento, trincas ou até mesmo a quebra total do disco de freio; e travamento do êmbolo da pinça de freio.

Rodrigo continua: “o aparecimento de vibrações no veículo durante as frenagens não está relacionado somente aos discos de freio, há outras causas que contribuem para o problema da vibração:


Aplicação ou montagem incorreta dos rolamentos;

Impurezas na face de encosto do disco e cubo;

Desbalanceamento das rodas;

Problemas na suspensão;

Freio traseiro com tambor ovalizado;

Após montado no veículo, a oscilação máxima (empenamento) permitida no conjunto disco/cubo/rolamento não deve exceder aos seguintes valores:

Automóveis: 0,10mm e Pick-Up (A/C/D – 10/20, F-1000, F-4000, etc): 0.13mm

A folga axial nos rolamentos das rodas não deve exceder a 0,054mm, caso contrário substitua-os ou faça o ajuste necessário;

A oscilação lateral (empenamento) do cubo não deve exceder a 0,05mm.

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A espessura do disco é medida com o micrômetro e dietermina uma possível troca

Peça um novo

Quanto à troca do disco por outro novo, a Bosch orienta que isso não é obrigatoriamente necessário. “Deve-se observar sempre a condição geral do disco caso haja ranhuras ou sulcos e podem ser usinados sem reduzir a espessura abaixo da mínima não precisa ser trocado. Quando houver uma troca ou a retífica dos discos de freio isso deve ser efetuado nos dois discos de um mesmo eixo. A medida para retífica de discos de freio não poderá ultrapassar 0,5mm de cada lado do disco e deve-se observar também as indicações de espessura mínima”, diz Rodrigo.

Rodrigo explica que a retífica, tecnicamente falando é uma usinagem da pista de frenagem do disco que é chamada de retífica. “É a retirada de material desta pista com ferramental especial para usinagem. Ela deve ser realizada por um mecânico capacitado para realizar este tipo de usinagem e é realizada em um torno que pode ser comum ou especifico para este trabalho”.

Eduardo, porém, complementa: “em muitas situações a troca se faz necessária, pois a usinagem da superfície não é uma retífica e sim um torneamento de face com ferramenta de corte, e isso pode ocasionar o acabamento desta superfície com elevada rugosidade. A retífica mesmo é feita através de rebolo em fábrica. As peças usinadas em torno de face, muitas vezes possuem rugosidade muito elevada e deformações de paralelismo e planicidade”.

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Para medir o empenamento do disco o técnico deve utilizar o relógio comparador

Para fugir das peças de baixa qualidade, ambos concordam: é melhor sempre buscar pelas marcas que asseguram a qualidade de seus produtos e que possuam atendimento ao cliente. “Um disco novo deve ser adquirido quando o usado estiver muito empenado gerando vibrações e a retífica não conseguir eliminar o empenamento sem atingir o valor mínimo de espessura. Também quando houver formação de trincas (geralmente originadas por superaquecimento)”, segundo Rodrigo.

As dicas de diagnóstico para o mecânico verificar quando o item está com problema e precisa ser trocado são verificar se há ranhuras, sulcos acentuados e observados na pista de frenagem do disco, originadas por pastilhas de má qualidade; vibrações no veículo no momento da frenagem (disco empenado sem possibilidade de retífica); disco abaixo da espessura mínima depois da retífica e se há trincas.

Para aumentar a durabilidade do componente, o técnico da Nakata sugere orientar o cliente a fazer a revisão dos freios nas quatro rodas. “Isso é necessário pois o freio traseiro, se estiver em mau estado, sobrecarrega o dianteiro, dirigir de maneira adequada evitando arrancadas e freadas bruscas”.
De acordo com a Bosch, é muito difícil fazer uma montagem errada, a não ser que o mecânico mexa na usinagem adaptando-o. “As dimensões de montagem são muito justas impossibilitando a montagem de discos maiores ou menores. Se os discos forem errados a pinça não monta na roda”, diz. Outros problemas que podem acontecer são: o não aperto dos parafusos de guia, a não retirada da proteção contra usinagem e a queda dos discos provocando empenamentos e trincas.

Eduardo, da Nakata, complementa pedindo atenção com a especificação contida nos catálogos e etiquetas de aplicação. “O que não pode ser feito é o reaproveitamento de discos usados e montagem de disco novo em cubo de roda usado ou empenado, mas muitos mecânicos ainda cometem esse erro”.

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ATENÇÃO EM CASO DE RETÍFICA

1 – A retífica pode ser feita nas áreas em contato com a pastilha, quando a espessura mínima não for ultrapassada.
2 – A retífica ou qualquer processo de usinagem são proibidos nas áreas que não tenham contato com a pastilha.

 

Pastilhas: Frenagem sob controle

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Primordiais para a segurança do veículo e de simples manutenção, as pastilhas de freio merecem ser revisadas e trocadas no período determinado e seguindo algumas dicas essenciais

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ABS, ESP, EBD, TCS. Essa verdadeira sopa de letrinhas remete ao que existe de mais avançado tecnologicamente em termos de segurança veicular. São sistemas eletrônicos diretamente envolvidos ao conjunto de freio. Traduzindo, ABS (Antilock Braking System) é o sistema de freios antiblocante; ESP (Electronic Stability Program), quer dizer programa eletrônico de estabilidade; EBD (Eletronic Braking Distribuition) significa distribuição eletrônica de frenagem; TCS (Traction Control System) é o sistema de controle de tração. Isso demonstra a importância dos freios num veículo atual, considerando que após 2014 todos saem de fábrica obrigatoriamente com ABS.

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Disco e tambor fazem parte do sistema de freios

Mas os sistemas de freio em si ainda são conjuntos bastante mecânicos, do tipo hidráulico servo assistido. Rodrigo Frezzarin, chefe de marketing de produto da divisão Automotive Aftermarket da Robert Bosch, explica que existem os sistemas de freios a disco e a tambor. “Os discos de freio são componentes de alta precisão, fundamentais para o funcionamento do sistema de frenagem dos veículos. Fixados nas rodas, sua função é reduzir a velocidade quando recebem a fricção das pastilhas (ação de frear). Já os freios a tambor, normalmente utilizados no eixo traseiro, geram forças de frenagem no interior da superfície do tambor. A fricção reduz o movimento giratório das rodas até pará-las completamente”.

 

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Pastilha de freio Bosch

A equipe técnica da Fras-le esclarece que no caso de veículos comerciais, como caminhões e ônibus, existem sistemas de freio auxiliares que fazem com que o freio de roda seja menos exigido. Um dos tipos mais tradicionais é o freio motor, do tipo borboleta de pressão dinâmica, montado no sistema de escapamento, entre outros como o Retarder e o Top-Brake. “A escolha de cada sistema depende do tipo de aplicação no qual o veículo irá trafegar. Em caminhões que atuam em mineradoras, por exemplo, é empregado o sistema de freio a tambor, pois esta aplicação off-road exige um sistema mais robusto contra contaminação, com bom desempenho em durabilidade”, comenta André Brezolin, Engenheiro de Projeto.

 

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Na composição do material de atrito o uso do amianto é proibido, atendendo às exigências

Eduardo Guimarães, supervisor de Treinamento da Nakata destaca ainda os discos de fibra de carbono, as pastilhas de face de atrito cerâmica, e os atuadores elétricos, esses bastante avançados tecnologicamente e utilizados em veículos de alta performance e de luxo.

Atendendo as exigências de performance e de preservação do meio ambiente, as pastilhas tiveram sua composição evoluída nos últimos anos. Josué dos Santos, do Aftermarket de produtos da TMD Friction, que fabrica as pastilhas Cobreq, conta que entraram novos materiais que substituíram antigos, como o amianto. É importante lembrar que o uso desse material é proibido.

 

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Pastilha de freio Fras-le

Eduardo complementa: “o amianto foi abolido por ser um material altamente nocivo à saúde e foi substituído por compostos orgânicos, elementos metálicos, elementos abrasivos, redutores de atrito e catalisadores”.

A composição dos materiais de atrito fornecidos pela TMD Friction do Brasil S/A é baseada em cargas minerais, lubrificantes, fibras minerais biossolúveis, resinas, metais, fibras sintéticas e abrasivos. “De forma geral essa composição diversificada se faz necessária para que os materiais de atrito possam atender os diferentes requisitos como estabilidade de atrito em condições adversas, durabilidade e ainda proporcionar conforto ao usuário”, acrescenta Josué.

 

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Pastilha de freio Nakata

A Fras-le explica que os materiais de fricção responsáveis pela geração do atrito são academicamente chamados de compósitos de matriz polimérica (PMC, na sigla em inglês). Eles são compostos por fibras de reforço, aglomerantes, modificadores de atrito (lubrificantes e abrasivos) e cargas.

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A espessura do material de atrito não pode ter menos de 2,0 mm antes da placa metálica

“A evolução dos materiais de fricção buscou, ao longo dos últimos anos, melhorias de desempenho em termos de maior e melhor eficiência de frenagem, redução dos níveis de geração de ruído e aumento da durabilidade. Em paralelo, houve a necessidade de adequação dos materiais de fricção a novas e mais rigorosas legislações, que obrigaram os formuladores a buscar matérias-primas alternativas ao amianto, ao chumbo, ao antimônio, entre outras, sem que houvesse perda de desempenho”, observa Ricardo Crespo, consultor Técnico da Fras-le.

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Pastilha de freio Cobreq

Segundo a Bosch, uma das mais atuais tecnologias em pastilhas é a composição cerâmica, produzidas com técnicas avançadas de fabricação, materiais de fricção da mais alta qualidade, formulações específicas para cada aplicação e lâminas antirruído SSV, composta por duas camadas de aço com tratamento de zinco e níquel, com uma borracha vulcanizada, unindo ambas as partes. Fornece a Bosch Ceramic, especialmente indicada para veículos com utilização severa do sistema de freio.

E a manutenção?

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A Cobreq recomenda verificar o desgaste das pastilhas a cada 5 mil km, inspecionando se a espessura útil da massa do material de atrito tem até no máximo 2,0 mm antes de chegar na plaqueta metálica. “Em alguns casos as pastilhas possuem um indicador de desgaste eletrônico que mostra no painel do veículo o momento da troca, em outros, os indicadores de desgaste mecânico são molas especiais, que vão gerar um ruído característico quando encostar no disco de freio”, analisa Josué.

De acordo com a Fras-le, a periodicidade de troca das pastilhas depende do veículo e da sua aplicação, sendo muito importante a orientação fornecida pelo fabricante, mas concorda com uma inspeção preventiva aos 5 mil km.
Já a Nakata orienta a inspeção visual a cada 10 mil Km, mas o técnico deve ficar atento a ruídos, vibração, pedal baixo, pedal duro que podem indicar desgaste, além do sinal de advertência no painel.

Rodrigo alerta que danos decorrentes por não substituir as pastilhas de freio podem levar, entre outros problemas, a um desgaste excessivo do disco de freio e à sua consequente inutilização. “Portanto, a cada troca de pastilhas de freio, as superfícies do disco de freio devem ser verificadas quanto ao seu desgaste””, comenta.

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Inspeção visual é essencial, além de ficar atento à ruídos, vibração, pedal baixo e duro

Na hora da aplicação do produto novo, alguns procedimentos devem ser seguidos, conforme indica a Bosch: observar se o disco está retificado ou novo; observar se o disco está limpo; jamais deixar a pastilha em contato com gasolina, graxa derivados de petróleo; não deixar as pastilhas sofrerem quedas; não realizar frenagens bruscas logo após a colocação de pastilhas novas; e realizar manutenção das pinças no momento da troca.

Outras dicas da Fras-le são retificar os discos em ambas as faces, simultaneamente, a fim de manter o paralelismo das faces e sempre remover o pó de carbono deixado pela usinagem com álcool industrial. Os técnicos indicam ainda que se faça a limpeza da pinça onde se acoplam as pastilhas, usando escova de aço e que recue o pistão do conjunto, com a ferramenta adequada, abrindo primeiramente o parafuso sangrador, possibilitando a introdução da pastilha sem esforço. No final, examinar a pressão do freio.

Eduardo orienta ainda que verifique o estado do cubo de roda, tubos flexíveis, fluido de freio, pinça de freio e cilindro de roda. Sobre a retífica, ele enfatiza: “sempre que possível, discos e tambores de freio devem ser substituídos, pois a usinagem pode ocasionar mau assentamento, rugosidades fora de especificação, prejudicando a eficiência do sistema”.

A Fras-le ainda indica que depois de realizada a troca, é recomendável executar de seis a oito frenagens de 60 km/h até 40 km/h e mais seis a oito frenagens de 40 km/h até a parada total do veículo, ocorrendo assim, o pré-assentamento. “Lembramos que o rendimento satisfatório do material depende de seu comportamento inicial. É recomendável utilizar o freio com moderação logo após a substituição das pastilhas, até que ocorra perfeito assentamento entre material de atrito e disco de freio”, afirma Ademir Menetrier, químico de Desenvolvimento.

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Outra dica é checar outros itens como flexíveis, cilindros e nível do fluido no reservartório

Certificação

É muito importante lembrar que as pastilhas de freio estão a um passo de serem certificadas pelo Inmetro. “Segundo a Portaria nº 17, publicada em 10 de janeiro de 2014, e a Portaria 55, de 28 de janeiro de 2014, os fabricantes de materiais de fricção têm prazo até 28 de janeiro de 2016 para se adequarem aos requisitos da norma e até 28 de julho de 2016 para consumir o estoque dos itens não homologados pelo Inmetro. Desde janeiro deste ano, a Fras-le está desenvolvendo e implementando ações para o atendimento dos requisitos. Vale a reflexão: de que adianta termos carros com controles eletrônicos de frenagem de última geração, como ABS, EBD, etc, se usarmos um material de atrito de baixa qualidade e eficiência, que não irá travar as rodas com segurança e na distância exigida pela Legislação?”, diz Daniel Beretta Piccoli, coordenador de Vendas.

Em relação à durabilidade do material de atrito, Josué afirma que o que interfere é colocar carga acima do especificado pelo fabricante do veículo, não fazer manutenção na pinça para que o pistão possa retornar suavemente, evitando que a pastilha fique em contato com disco direto e fazer a manutenção no eixo dianteiro e traseiro junto, por exemplo, se efetuar manutenção somente no eixo dianteiro, e houver um cilindro de roda engripado no eixo traseiro, pode sobrecarregar o eixo dianteiro.

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Alguns fabricantes recomendam a retífica do disco e outros não, então, estude cada caso

Ele continua: “não é necessário trocar os discos todas as vezes em que trocar as pastilhas, vai depender da sua condição, se apresenta desgaste irregular na área de contato. Podemos utilizar discos retificados, desde que sejam respeitados os limites de segurança da espessura mínima indicado no disco”.

Já Eduardo, da Nakata, garante que em muitas situações a troca do disco de freio se faz necessária. “A usinagem da superfície não é uma retífica e sim um torneamento de face com ferramenta de corte que pode ocasionar, em muitos casos, o acabamento desta superfície com elevada rugosidade, onde as arestas do mau acabamento são removidas pela pastilha de freio e aderidas pela mesma gerando ruídos na frenagem”, alerta.

Reparos e afins

As fábricas garantem que não é possível recondicionar ou remanufaturar uma pastilha de freio. “Isso porque a plaqueta metálica, acessório onde o material de atrito é fixado, pode perder propriedades e ou deformar no processo de limpeza, retirada do material de atrito da peça usada”, explica Josué. Além disso, segundo a Bosch, não existe processo de recuperação das pastilhas, pois o material de atrito somente pode ser confeccionado e montado pelo próprio fabricante.

Quanto à pirataria e a falsificação de peças, a orientação é ter cuidado e buscar por marcas de produtos conhecidos no mercado, que possuam SAC e que possam informar detalhes de construção e aplicação. Outra dica é ficar de olho na embalagem, carimbo e gravação do lote de fabricação. “Com a certificação do selo INMETRO em 2016, ficará mais fácil identificar as peças de qualidade, bem como a medidas deve inibir produtos falsos e que não atendem às especificações técnicas”, diz o técnico da Nakata.

De maneira geral, não existe diferenças entre uma pastilha genuína da montadora e uma original; ambas atendem padrões de qualidade e das leis locais. “A diferença é que a pastilha genuína da montadora, além de atender a todos os requisitos de legislação, atende também a outros requisitos internos específicos de cada montadora”, afirma Eduardo Gimenez, engenheiro de Aplicação, da Fras-le.

Perigos da aplicação

A Bosch explica que, em alguns casos, a aplicação errada da peça pode causar o travamento das rodas e o dano do disco de freio. “Sempre observe se a peça retirada do veículo é exatamente igual à nova que será aplicada quanto à forma externa e as molas que a acompanham”, analisa Rodrigo.

“A aplicação incorreta é possível, dependendo do veículo e do sistema de freio, além de “adaptações” realizadas, que geralmente não oferecem a mesma segurança e eficiência do componente correto e aplicado de maneira adequada no veículo. Uma forma de evitar este problema é fazer a consulta ao catálogo dos fabricantes dos componentes e ter atenção no momento da instalação e manutenção do componente no veículo”, esclarece Ricardo Crespo, consultor Técnico da Fras-le.

Josué, da Cobreq, alerta que no caso dos veículos que possuem freio da Continental, (Teves/ATE), houve mudança no material de produção do pistão da pinça de freio, de ferro fundido para aço. “Isso implica em um item com a mola para fixação da pastilha no pistão diferente, o perfil da peça é o mesmo, mas as molas são específicas tem um formato para produzidos com ferro fundido e outro para aço”.

Os erros mais comuns na montagem de acordo com o técnico da Bosch é sujar a pastilha com graxa óleo derivados de petróleo, retirar os cantos das pastilhas com esmeril, não realizar a revisão das pinças, não retificar ou trocar o disco e realizar freadas bruscas logo após a montagem.

As dicas de diagnostico para o mecânico verificar quando o item está com problema e precisa ser trocado, de acordo com a Nakata, são: verificar se o veículo puxa para um lado na frenagem, altura do pedal, esforço ao acionar o pedal e ruídos de atrito e flutuação da pastilha. Josué completa: “cheque ainda se e a lâmpada no painel que indica desgaste da pastilha estiver acesa ou houver sinal sonoro de desgaste e a espessura entre material de atrito e a plaqueta metálica, que deve ser que maior 2.0 mm”.

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Sujar as pastilhas com óleo ou graxa e retificar os cantos com esmeril estão entr eos erros mais comuns na aplicação

Para aumentar a durabilidade do componente, segundo Josué, é importante fazer manutenção correta nas pinças de freio, trocar as vedações danificadas, lubrificar as peças deslizantes para que o pistão e pinos possam retornar suavemente, evitando aquecimento e desgaste desnecessário.

No momento da revisão, além da troca das pastilhas, no geral todos os componentes devem ser verificados. “Itens como flexíveis, tubulação rígida, fluido de freio, pinças e seus pinos, válvulas equalizadoras (em veículos que são equipados) muitas vezes são “esquecidos” por uma avaliação incorreta ou negligência do aplicador”, afirma a equipe da Fras-le.

A Bosch recomenda por fim, o cuidado com o fluido de freio. “O fluido de freio é um composto sintético ou semi-sintético indispensável ao processo de frenagem do veículo. Suas principais características são a capacidade de não se comprimir e a de absorver água. Quando o motorista pisa no pedal de freio, o fluido atua na linha hidráulica e aciona as sapatas / pastilhas de freio, executando a frenagem do veículo. Além disso, também funciona como lubrificante e previne a corrosão de peças de todo o sistema”.

De acordo com a Fras-le, para manter o líquido de freio em boas condições, jamais complete o reservatório. “Caso esteja faltando líquido, verifique a causa, que poderá ser um vazamento ou o desgaste acentuado das pastilhas. Se o líquido simplesmente for completado, será misturado um líquido bom com um contaminado, alterando assim as propriedades do mesmo, sem obter as condições ideais para seu trabalho”, finaliza Ricardo.

Suporte técnico

A Bosch também conta com uma equipe de campo em todas as regiões do Brasil, responsáveis por fornecer suporte aos Distribuidores, Varejistas e Oficinas. Também disponibiliza todas as instruções e procedimentos da garantia no site:https://www.bosch.com.br/br/autopecas/garantia/default.asp.

Com uma equipe de 14 consultores técnicos, em todas as regiões do Brasil, a Fras-le afira que eles estão em contato direto com os aplicadores, realizando treinamentos, capacitações, orientando os mecânicos em casos críticos de aplicação, etc. A Nakata oferece material técnico, palestras e treinamento com dicas, vídeos no YouTube, além do portal www.affinia1.com.br, que disponibiliza catálogo eletrônico e informações sobre peças e aplicações.

Todo o suporte técnico necessário e a solução de dúvidas aos clientes da TMD Cobreq é feito pelo telefone. Lá eles podem ser sanar dúvidas quanto aplicação de produto, correta montagem, solicitação de catálogos e garantias.

Suporte Técnico: Bosch: 0800 704 5446 | Cobreq 0800 11 1992 | Fras-le : 0800 512169 | Nakata: 0800 707 80 22

Mulheres no comando

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Três irmãs estão à frente de em centro automotivo em Brasília e apesar de não colocarem a mão na graxa, estão sempre antenadas sobre novidades em peças e ferramentas por meio dos porta-vozes da oficina: os mecânicos

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Da esq. para dir.: Helaine, Helenise e Helen são proprietárias do Via Total Centro Automotivo

Revista O Mecânico: O Via Total Centro Técnico Automotivo, situado em Brasília/DF, é de propriedade de três mulheres que vieram de outras áreas. Conte-nos um pouco dessa história…
Helen: Somos três irmãs com formação em diferentes áreas: eu, Helen Regina Castanho Tavares Aguilar, formada em Direito e Administração de Empresas; a Helaine Cristina Castanho Tavares, graduada em Arquitetura e Urbanismo; e a Helenise Castanho Tavares Pacheco de Almeida, com formação em Biomedicina. A Helaine estava ligada a uma rede que trabalhava neste segmento e o nosso pai na época queria investir em um negócio para as filhas. A franquia acabou chamando a atenção dele, que conversou conosco e topamos entrar no negócio.

O Mecânico: Desde quando está em atividade e o que cada uma faz no trabalho?
Helen: Estamos em atividade desde 01 de abril de 2006. Eu cuido da parte contábil, compras e controle de estoque. A Helenise faz a parte de administração, financeiro e RH. A Helaine é responsável pelo departamento comercial e de marketing, além disso, continua atuando na área de arquitetura, inclusive é responsável pelos Projetos da Rede Via Total. E temos um gerente que faz a parte operacional, cuida do atendimento ao cliente, vendas e liderança da equipe.

O Mecânico: Hoje vocês conhecem um pouco desse segmento, como esse aprendizado se deu?
Helenise: Nosso conhecimento se deu pela vivência no dia a dia na loja, não temos nenhuma formação técnica, pois ficamos na retaguarda e não na linha de frente. Vez ou outra, comentamos sobre fazermos um curso básico de mecânica, mais a título de curiosidade.

O Mecânico: Quantos funcionários têm o centro e qual o fluxo de veículos mensal?
Helenise: Temos 12 funcionários e nosso fluxo mensal gira em torno de 400 veículos.

O Mecânico: São feitos todos os tipos de serviço?
Helaine: Trabalhamos com amortecedores, direção, freios, injeção eletrônica, arrefecimento, escapamentos, suspensão, alinhamento, balanceamento, embreagem, motor, toca de óleo e filtros, correia e montagem de pneus.

O Mecânico: Do total de funcionários quantos são mecânicos? Como é a formação técnica desses profissionais?
Helen: Três funcionários são mecânicos, sendo 2 deles com formação no SENAI e outro cursando. Um dos mecânicos, formado pelo SENAI, cursa faculdade de engenharia mecânica. Temos também um O alinhador também formado pelo SENAI.

O Mecânico: Alguma de vocês tem conhecimento técnico sobre manutenção de veículos?
Helaine: Não.

O Mecânico: Como é o relacionamento entre você e os mecânicos?
Helenise: Não enfrentamos dificuldades, achamos até que se torna mais fácil em algumas situações pelo fato de sermos mulheres eles respeitam mais.

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Além da oficina, mantém escritório e recepção para clientes com todo conforto

O Mecânico: O fato de serem mulheres ajuda ou atrapalha nesse setor? Vocês sofrem algum tipo de discriminação?
Helen: Não sofremos discriminação, muitos fornecedores, por exemplo, tem mulheres na função de vendas. Às vezes alguns clientes ficam surpresos ao saberem que o Centro Automotivo é administrado por mulheres, por ser um negócio de predominância masculina.

O Mecânico: Como mais ou menos é a estrutura da oficina, em relação a equipamentos e ferramentas? Quem sabe o que precisa ou não?
Helaine: Nossa estrutura compreende a oficina, estoque, vestiário e banheiro e refeitório. Temos um espaço para clientes climatizado com TV, toalete, cafezinho e revistas. Procuramos sempre nos atualizar com relação a equipamentos e ferramentas. Nossa oficina é composta por cinco elevadores hidráulicos, duas montadoras de pneus, uma balanceadora, uma máquina de desempeno de rodas, uma rampa de alinhamento computadorizado, aparelho de diagnoses para injeção eletrônica, entre outros. Nosso gerente nos informa sobre as necessidades de novas ferramentas e ou equipamentos.

O Mecânico: Qual a frequência de clientes mulheres, quem lida com elas?
Helaine: A frequência de clientes do sexo feminino representa hoje em torno de 40%, essa frequência aumentou nos últimos anos. Nosso gerente faz o atendimento de todos os clientes.

O Mecânico: Vocês trabalham com certificação na oficina, que cuidados tomam nesse sentido?
Helenise: Não possuímos certificação, porém procuramos manter profissionais formados pelo SENAI.

O Mecânico: Como se atualizam e atualizam seus mecânicos?
Helen: Por meio do C.T.T. – Centro Técnico de Treinamento Via Total, localizado em Osasco/SP. Neste espaço são ministrados cursos técnicos e práticos por fornecedores que mantemos parceria e professores contratados junto ao SENAI. Além disso, mantemos também assinatura com revistas e jornais específicos do segmento.

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Fachada do Via Total Centro Automotivo, localizado em Brasília: prontos para qualquer reparo

Umicore alerta sobre como a qualidade de óleo e filtros afetam o catalisador

De acordo com a Umicore, fabricante de catalisadores, as substâncias derivadas da queima do lubrificante do motor podem se acumular no catalisador e comprometer o seu desempenho se o óleo e o filtro não forem trocados dentro do prazo correto. A empresa alerta para a importância da verificação desses itens para evitar o aumento da emissão de poluentes.

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Segundo Cláudio Furlan, gerente Comercial da Umicore é fundamental que a troca de óleo seja realizada no prazo correto, conforme manual do fabricante do veículo. Caso não seja respeitado, há risco de formação de borras e desgaste excessivo do motor, o que contribui para o aumento do consumo de óleo lubrificante. O catalisador é contaminado por elementos como fósforo (P), zinco (Zn), cálcio (Ca) e magnésio (Mg), que se acumulam na camada catalítica, encobrindo os metais nobres, comprometendo a eficiência do equipamento, responsável por converter até 98% dos gases nocivos em inofensivos.

A Umicore afirma que, além de afetar a qualidade do ar, principalmente em grandes centros urbanos, onde há alta concentração de veículos, e, consequentemente, a saúde da população, a falta de revisão pode elevar os gastos do proprietário do veículo em até 30%, segundo estudos do setor.

Eles ressaltam que os veículos são desenvolvidos considerando a existência do catalisador. Sua eliminação ou danificação altera as condições de funcionamento do automóvel, desregulando o sistema de injeção eletrônica e a contrapressão do sistema de escapamento. Também há perda de rendimento do motor, além de ser uma infração de trânsito passível de multa.

Catalisador Automotivo
Montado dentro de uma cápsula de aço inox, o catalisador é composto por uma colmeia cerâmica que, por meio de uma reação química, transforma os gases tóxicos provenientes da queima do combustível em gases inofensivos. Segundo a Umicore, a peça pode ter a mesma durabilidade do veículo, desde que seja realizada a correta manutenção, conforme descrito no manual do fabricante.

No caso de catalisadores posicionados no assoalho do veículo, o impacto, comum em estradas de terra ou mal conservadas, pode prejudicar o seu funcionamento. O abastecimento com combustível adulterado e substâncias presentes em óleos lubrificantes de má procedência também podem comprometer a sua eficiência e durabilidade.

Pilotos patrocinados pela Nakata fazem dobradinha no Brasileiro de Marcas

A equipe Onze Motorsports, dos pilotos Nonô Figueiredo e Guilherme Salas, patrocinada pela Nakata, somou 185 pontos e alcançou a terceira colocação no Campeonato Brasileiro de Marcas. O resultado foi obtido na quinta etapa, realizada no último domingo (16/08), no Autódromo Internacional de Goiânia/GO.

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Na corrida de sábado, Salas manteve o domínio das últimas corridas, garantiu sua segunda pole position seguida no campeonato e também marcou a melhor volta da prova. Nonô Figueiredo completou a dobradinha na segunda posição. Na corrida do domingo, a 10 voltas, Salas foi excluído da corrida por um toque com Cesar Bonilha e Nonô ficou na oitava posição.

A equipe já conquistou três pole-positions em quatro treinos classificatórios e três vitórias em dez corridas. Após cinco etapas, Nonô está em quinto lugar entre os pilotos, com 96 pontos e Salas em oitavo, com 89.

Começa nesta quarta-feira a terceira edição da Minasparts

A terceira edição da Minasparts (Feira da Indústria de Autopeças e Reparação Automotiva) começa nesta quarta-feira, 19/08, no Expominas, pavilhão de exposições de Belo Horizonte/MG. A previsão da Diretriz, empresa promotora do evento, é reunir 150 marcas expositoras e atrair um público calculado em 15 mil compradores durante os quatro dias de realização, na feira que vai até sábado, dia 22.

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A Minasparts reúne visitantes profissionais interessados na prospecção de negócios, na formação profissional e em novidades tecnológicas. A feira é destinada a proprietários de oficinas mecânicas, distribuidores, atacadistas de autopeças e também empregados, que costumam visitar as feiras no sábado em caravanas organizadas por empresas ou sindicatos.

De acordo com Cassio Dresch, diretor comercial da Diretriz, a Minasparts é um importante canal de comunicação entre o setor industrial e seus potenciais clientes. “A feira se afina com esse segmento porque consegue reunir, no espaço privilegiado da feira técnica, vendedores e compradores interessados em fazer negócios”, afirma.

Serviço
Minasparts – Feira da Indústria de Autopeças e Reparação Automotiva
Onde: Expominas – Avenida Amazonas, 6030, Gameleira, Belo Horizonte/MG
Quando: de 19 a 22/08, das 15h às 22h
Mais informações no site www.feiraminasparts.com.br

Brasil lidera quadro de medalhas da WorldSkills 2015 com ouro em Tecnologia Automotiva

O resultado da 43ª edição da WorldSkills São Paulo 2015 foi conhecido no último domingo, dia 16/08, em uma cerimônia no Ginásio Ibirapuera, em São Paulo/SP, e teve como destaque o Brasil, que foi o país que conquistou o maior número de medalhas. Entre os 59 países da Competição, a delegação brasileira conquistou um total de 27 medalhas (11 de ouro, 10 de prata e seis de bronze), incluindo o ouro na categoria Tecnologia Automotiva.

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Foi o melhor resultado conquistado pelo Brasil na WorldSkills Competition desde 1983, quando o país começou a participar da Competição. Na última edição, realizada em Leipzig (Alemanha) em 2013, o Brasil teve quatro medalhas de ouro, cinco de prata e três de bronze.

Três países receberam o prêmio Albert Vidal, que reconhece os que tiveram o melhor desempenho na Competição. Os grandes vencedores foram: o brasileiro Luis Carlos Sanches Machado e o sul-coreano Jeong Woo Seo, que competiram em Tecnologia Automotiva; e a britânica Rianne Chester, da ocupação Estética e Bem-Estar. A Coreia do Sul teve 26 medalhas (13 de ouro, oito de prata e cinco de bronze), enquanto que o Reino Unido ficou com oito medalhas (três de ouro, três de prata e duas de bronze).

Além de nomear os melhores das 50 ocupações da WorldSkills São Paulo 2015, a cerimônia também premiou o melhor de cada nação (Best of Nation).

O Presidente da WorldSkills, Simon Bartley, parabenizou todos os competidores por sua dedicação e comentou: “Agora vocês têm a responsabilidade de levar as experiências e os ensinamentos que tiveram aqui e ajudar a promover a educação profissional em seus países”. O presidente da CNI (Confederação Nacional das Indústrias), Robson Braga de Andrade, se mostrou orgulhoso pelos resultados obtidos. “A WorldSkills São Paulo 2015 atingiu todas as metas e em muitos aspectos superou as expectativas da organização”, complementou.

Novo motor EA211: tecnologia mais leve, com menos atrito

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Volkswagen introduz uma série de novos componentes no novo propulsor, incluindo peças em alumínio, comando de admissão variável e coletor de escape integrado ao cabeçote, tudo para garantir mais eficiência e desempenho

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A Volkswagen do Brasil caprichou na apresentação do novo motor 1.6l MSI, que equipa o Gol Rallye e a Saveiro Cross na linha 2015. Levou a imprensa especializada para um workshop em seu novo Centro de Treinamento, em São Paulo, e permitiu que os jornalistas colocassem a mão na graxa (que graxa???) e fizessem a montagem completa do conjunto a partir do bloco, com ajuda, é claro, dos engenheiros e técnicos da marca.

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A nova geração de motores 1.6l MSI com quatro cilindros, faz parte da família EA211, já adotada no Fox e up! na versão 1.0 de três cilindros. Seguindo a tendência dessa nova família, o novo motor foi equipado com o sistema E-Flex, que dispensa o uso do tanquinho de gasolina para partida a frio e conta com inúmeras evoluções tecnológicas que priorizam eficiência e performance.

Com a nomenclatura MSI (Multpoint System Injection, ou seja, sistema de injeção multiponto), o EA211 foi projetado para ter peso e atrito interno reduzido, para tanto, bloco e cabeçote foram desenvolvidos totalmente em alumínio. Sua configuração conta com quatro válvulas por cilindro e sistema variável de válvulas na admissão.

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Montagem do bloco

1) Começando pelo bloco em alumínio, a Volkswagen conseguiu reduzir em 15kg o peso total do motor. A camisa é usinada direto no bloco. A primeira peça a ser colocada, o virabrequim, teve uma otimização estrutural, com menor quantidade de contrapesos e o diâmetro de seus mancais principais reduzido. Segundo a VW, isso permitiu a redução da massa total do componente, proporcionando menor inércia, menos atrito e aumentando a eficiência.

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2) Na montagem do conjunto cilindro e biela, aprendemos um pouco sobre as características dessas duas peças, também otimizadas em peso e tamanho. Os cilindros têm 76,5 mm de diâmetro e 86,9 mm de curso, o que, segundo a VW, permite ótimo enchimento da câmara de combustão. Os anéis tiveram altura reduzida. As bielas redesenhadas são 32% mais leves do que as convencionais, têm menor seção transversal e são guiadas no virabrequim.

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3) O cabeçote em alumínio tem quatro válvulas por cilindro, acionadas por balancins roletados (RSH, sigla para o termo alemão Rollenschlepphebel), projetado para minimizar o atrito entre os componentes.

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4) As velas de ignição foram instaladas em posição central, entre as válvulas de admissão e escape, garantindo, segundo a VW, melhor frente de chama, maior velocidade e eficiência na queima da mistura ar-combustível e consequente maior eficiência térmica.

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5) Conta ainda com comando de admissão variável (a variação é contínua, com 50º de liberdade), com os eixos integrados à tampa do cabeçote, que proporciona redução do diâmetro e da largura dos mancais do eixo. As válvulas são inclinadas em relação ao eixo do cilindro, o que proporciona menor restrição a entrada de ar. Esse conjunto permite melhor posição de enchimento dos cilindros, de acordo com a engenharia da marca. A taxa de compressão é de 11,5:1.

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6) Uma válvula do tipo solenoide faz o controle do comando variável. Essa peça tem como benefício controlar o ponto de fechamento das válvulas de acordo com a velocidade do ar na entrada da admissão e conseguir melhor enchimento em cada rotação.

 

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7) Possui o coletor de escape integrado, ou seja, forma uma única peça com o cabeçote, com refrigeração líquida. Isso proporciona rápido aquecimento do motor, controla temperatura do gás de escape e melhora sua eficiência térmica, com redução de emissões.

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8) O sistema de exaustão é todo em inox, com duplo conversor catalítico, e matéria flexível. O primeiro catalisador fica logo na saída do motor para aquecer rápido e o segundo faz uma inspeção para garantir a eficiência do sistema.

9) O novo motor utiliza uma polia de formato oval localizada no virabrequim para o acionamento do sistema de sincronização. A Volkswagen explica que esse mecanismo permite estabilização da força na correia dentada e de sua flutuação angular, além de minimizar atrito e vibração, aumentando a durabilidade do sistema.

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10) Já o coletor de admissão foi construído em material polimérico de alta resistência e baixa rugosidade, para permitir melhor fluxo de ar. Junto com ele funciona o corpo de borboleta e o acelerador eletrônico.

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11) O sistema de ignição conta com uma bobina por cilindro, facilitando na manutenção por dispensar os cabos de velas. Isso também evita as perdas elétricas e ajuda na combustão.

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12) Mais uma nova tecnologia do motor 1.6 MSI é o duplo circuito de arrefecimento, com duas válvulas termostáticas, que permite temperaturas diferentes para o bloco e para o cabeçote, ou seja, com mais calor na parte do bloco, onde o óleo mais fluido proporciona menor atrito. (12a) A bomba de água integrada à tampa e ao cabeçote tem uma correia de acionamento individual. (12b) (12c)

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12a

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12b

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12c

13) Além disso, o novo motor 1.6l 16V é equipado com um radiador de óleo, que possibilita uma melhor estabilidade da temperatura do óleo do motor. Esse dispositivo contribui para maior robustez e menor consumo de combustível.

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14) Uma das grandes vedetes desse motor é o sistema de partida a frio E-Flex, que dispensa o uso do reservatório de gasolina. Nesse sistema o gerenciamento eletrônico do motor é o SIMOS 15 da Continental, mas o gerenciamento da partida a frio foi desenvolvido pela própria Volkswagen, com as peças da fornecidas pela Bosch. Utiliza uma galeria de injeção feita de material polimérico e o combustível é aquecido em câmaras ao lado das válvulas injetoras, sendo acionado quando a temperatura ambiente fica abaixo de 16°C.

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15) O resultado das inovações do motor 1.6 MSI se traduz em desempenho com economia, pelo menos esse foi o intuito da engenharia Volkswagen. Com 1.598 cm³ de cilindrada e instalado em posição transversal o novo motor gera potência máxima de 120 cv quando abastecido com etanol e 110 cv com uso exclusivo da gasolina, sempre a 5.750 rpm. O torque máximo é de 16,8 kgfm (165 Nm) com etanol e 15,8 kgfm (155 Nm) com gasolina, ambos a 4.000 rpm. Já a partir de 2.000 rpm mais de 85% do torque máximo está disponível.

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