Mann-Filter dá dicas de revisão para o veículo antes das viagens de verão

Fabricante de filtros automotivos, a Mann-Filter ressalta a importância de se revisar o automóvel para as viagens de férias com a devida antecedência, pois, em caso de troca de alguma peça, ela dificilmente será substituída no mesmo dia ou de um dia para o outro. De acordo com a empresa, as revisões preventivas, além de garantir a segurança de todos na viagem, representam economia para o bolso.

Entre as peças que devem ser obrigatoriamente revistas antes de pegar a estrada, a Mann-Filter destaca aqueles que são sua especialidade: filtros do ar, óleo e combustível e o filtro de cabine (ou filtro do ar-condicionado). As trocas dessas peças devem seguir sempre as orientações do manual do proprietário, afirma a marca. “A Mann-Filter pede que todos os motoristas sempre fiquem atentos ao manual do veículo, onde muitas informações estão contidas que auxiliam o motorista a prolongar a vida útil do automóvel”, explica o consultor técnico André Gonçalves.

Filtro de cabine (ar-condicionado): A falta de manutenção dos filtros de cabine pode causar acúmulo de micro-organismos e partículas que podem complicar o fluxo de ar no interior do veículo e potencializar doenças respiratórias aos seus ocupantes. Sua principal função é reter grandes concentrações de fuligem, poeiras e gases tóxicos. Caso não seja feito o acompanhamento, o ar respirado pode estar contaminado.

Filtro do ar: O filtro do ar tem a função de reter as partículas, garantindo que apenas ar limpo entre na câmara de combustão. A perda de potência, o desgaste excessivo nas partes móveis do motor, como pistão e anéis, pode ser ocasionada pelo acumulo ou a passagem de grãos de areia, pó e fuligem.

Filtro do óleo: Com a função de impedir a entrada de impurezas no sistema de lubrificação do motor, é recomendado realizar a troca do filtro juntamente com a troca de óleo. Caso a manutenção não seja feita, o novo lubrificante colocado terá sua durabilidade reduzida, já que há uma mistura com o óleo velho contido no filtro não trocado.

Filtro do combustível: A recomendação para troca do filtro do combustível é que seja feita de acordo com as instruções do fabricante do veículo, e se isto não for respeitado pelo motorista, pode ocasionar problemas nos bicos injetores e a queima da bomba de combustível. Outro problema que pode ocorrer pela falta de manutenção no filtro é a perda de potência do veículo, devido à mistura irregular de ar com o combustível.

Outros itens que precisam ser verificados antes da viagem são:
– Nível do óleo do motor;
– Nível da água do limpador e do radiador;
– Filtro do ar, do óleo e do combustível;
– Bateria, velas e cabos;
– Lâmpadas e faróis;
– Limpadores de para-brisa e traseiro;
– Desgaste e calibragem dos pneus;
– Sistema de suspensão e freios;
– Extintor de incêndio e kit de emergência (chave, triângulo e lanterna).

Tenneco adquire a empresa sueca de suspensões Öhlins

A Tenneco, que no Brasil atua com as marcas Monroe, Monroe Axios e Walker, assinou contrato definitivo para adquirir a Öhlins Racing A.B., empresa de tecnologia sueca que desenvolve sistemas de suspensão e componentes para os setores automotivo e de automobilismo. O valor total da compra é de aproximadamente 160 milhões de dólares, contemplados nos objetivos de crescimento apresentados em abril de 2018, parte do anúncio da compra da Federal-Mogul.

“A relação de 20 anos da Tenneco com a Öhlins oferece produtos de alta qualidade no mercado de suspensão inteligente e fornece uma entrada estratégica nas comunidades de desempenho avançado com produtos premium e a tecnologia da Válvula de Suspensão Eletrônica de Controle Contínuo (CES)”, afirmou Brian Kesseler, co-CEO da Tenneco. “A equipe de tecnologia da Öhlins vai possibilitar um crescimento rápido de nossas ofertas de produto para os clientes atuais e futuros, além de nos ajudar a conquistar uma participação de negócios maior no desenvolvimento do mercado de mobilidade”, complementa Brian.

A nova gama de produtos de performance automotivos e de automobilismo da Öhlins, para os mercados de aftermarket e OE, também ampliarão o portfólio da Tenneco em mercados de mobilidade mais abrangentes. A aquisição deve ser finalizada no primeiro trimestre de 2019, sujeita a aprovações regulamentares e outras condições costumeiras para o fechamento.

Ford inaugura primeira concessionária no Brasil com novo padrão global

A Ford inaugura primeira concessionária no Brasil com o novo padrão global de arquitetura de sua rede, chamado Signature. A concessionária Auto Prime de São Bernardo do Campo/SP foi inaugurada com a presença de Elena Ford, líder global da área de Experiência do Consumidor, juntamente com Lyle Watters, presidente da Ford América do Sul, e Natan Vieira, vice-presidente de Marketing, Vendas e Serviços, também participaram do evento ao lado de Venilton, Thiago e Rodrigo Piqueira, titulares da Auto Prime.

Externamente, o padrão Ford Signature mantém os painéis prateados e sinalização na fachada das revendas, enquanto o interior é totalmente renovado. A área de recepção de serviços também tem um leiaute renovado, com organização e limpeza que realçam qualidade e a transparência, explica a Ford.

“Uma das principais características do Ford Signature é esse ambiente futurista e acolhedor, que põe um sorriso no seu rosto quando você chega”, disse Elena Ford, tataraneta do fundador Henry Ford. “Ele faz parte do objetivo principal que buscamos dentro da experiência do consumidor com a Ford, que as pessoas se sintam à vontade e com uma grande interação quando vêm às nossas concessionárias.”

Raio-X – Honda Fit: Pau pra toda obra

 

Robusto, confortável e prático, Honda Fit surpreende pelo seu tamanho e capacidade de carga. Já na mecânica ele é simples e prático.

Texto e fotos: Leonardo Barboza

 

Olhando por fora, o Honda Fit aparenta apenas mais um hatch feito para se locomover em centros urbanos. Porém, a primeira impressão é falsa. A bordo do monovolume, tudo muda. O sistema “magic seat” permite ao Fit se transformar desde um veículo de carga até em uma sala de estar. Graças a esse sistema, muitos consumidores que compram o Fit se
apaixonam pelo veículo e quando pensam em trocar de carro, muitas vezes a intenção é pela compra de outro Fit mais novo. A versão avaliada pela Revista O Mecânico é a EX, que custa a partir de R$ 78.300 e já vem equipada com diversos equipamentos de série, tais como sistema de controle de tração e estabilidade, assistente de partida em subidas, 4 airbags, central multimídia de 7”, ar-condicionado digital e luzes diurnas (DRL).

 

Já seu trem de força é composto pelo conhecido motor de quatro cilindros, 1.5 Flex 16v, de 116 cv e 15,3 kgfm quando abastecido com etanol. A transmissão traz caixa CVT, que simula 7 velocidades virtuais, proporcionando mais esportividade ao veículo sem deixar de lado a economia de combustível, que por sinal é muito boa. Segundo os testes de consumo de combustível realizado pela Revista CARRO, o Fit abastecido com etanol registrou as marcas de 8,3 km/l em trecho urbano e 11,4 km/l no rodoviário.

 

Diante de todas essas qualidades, não é à toa que o Fit é o mais vendido na sua categoria, superando a marca de mais de 2.800 veículos emplacados no último mês de outubro, segundo a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).

 

 

 

 

 

 

TURISTA NA OFICINA

 

Com o histórico de baixa manutenção e poucas passagens pelas oficinas, levamos o monovolume na oficina High Tech, no bairro da Lapa, São Paulo para o mecânico e proprietário Roberto Ghelardi Montibeller, que avaliou mecanicamente a construção do modelo, assim como, as condições de diagnóstico e manutenção.

 

PROPULSOR

 

Para proporcionar o maior espaço possível dentro da cabine, o cofre do motor acabou sofrendo com a perda de espaço, tornando a manutenção mais complexa. Mas apesar do espaço ser bem limitado, Roberto afirma que não há grandes dificuldades para a remoção dos componentes.

 

Já com relação às manutenções de rotina e programadas, Roberto ressalta a facilidade da manutenção de componentes de injeção, ignição e alimentação, tais como a limpeza do corpo de borboleta, bicos injetores, troca das velas de ignição (que são apenas quatro), troca do filtro de óleo do motor (que está na “cara do gol”, afirma o mecânico), filtro de combustível (localizado próximo ao quadro de suspensão dianteiro devido à posição central do tanque de combustível) e os demais filtros, localizados nas posições de praxe.

 

 

 

CÂMBIO

 

O Fit utiliza uma transmissão CVT de 7 marchas simuladas virtualmente. “Embora seja muito difícil que essas transmissões deem manutenção, é necessário ficar atento com o prazo e quilometragem da troca do fluido de transmissão. A maioria dos problemas ocorridos nesse câmbio são devidos à falta da substituição do fluido de transmissão corretamente”, explica Roberto.

 

 

 

 

 

ARREFECIMENTO

 

O Fit é equipado com sistema de arrefecimento muito comum em veículos orientais, que não possuem reservatório de expansão. Roberto alerta para a tampa do reservatório do radiador.

 

“Eu aconselho a sempre substituir esse tipo de tampa por outra peça original. Ela é responsável por regular a pressão do sistema de arrefecimento. Já troquei por algumas peças de reposição não originais e tive problemas no sistema de arrefecimento”. Outro detalhe interessante é de utilizar a solução de arrefecimento original da Honda, ela já vem com a mistura ideal e na quantidade certa.

 

UNDERCAR

 

O undercar é bem simples e de boa qualidade. Um destaq e é a proteção de plástico do motor e transmissão, que substitui o famoso “peito de aço”, comenta Roberto.

 

Ele ainda opina sobre a qualidade do sistema de exaustão, que utiliza materiais de excelente resistência. “Se o veículo não sofrer nenhuma pancada no sistema devido ao mau uso, a vida útil da peça pode considerar a mesma vida do carro. Cada vez mais esse componente é menos substituído”.

 

 

SUSPENSÃO / FREIOS

 

O Honda possui sistemas de suspensão bem convencionais e de fácil manutenção, tanto dianteira quanto traseira. O proprietário da oficina High Tech apenas se queixa do acesso aos parafusos superiores dos amortecedores dianteiros e traseiros no momento em que for necessária a remoção

 

“Na parte dianteira, o parafuso não tem acesso: fica embaixo da grade de plástico da churrasqueira. É necessário remover as palhetas dos limpadores de para brisa, retirar a churrasqueira de plástico cuidadosamente para assim poder ter acesso ao parafuso. Já na parte de trás é necessário remover a forração de carpete para ter o acesso ao parafuso. Esses detalhes devem ser feitos com mais cuidado e roubam um tempo a mais na hora da manutenção”.

 

Em relação ao sistema de freios, nada muda. “O sistema é convencional, com freios a discos ventilados na dianteira, tambores na traseira e a unidade do ABS tem boa localização para manutenção”, finaliza Roberto

 

Ficha técnica

HONDA FIT EX 1.5 CVT
Motor
Posição: Dianteiro transversal, Gas/Etanol
Cilindros: 4 em linha
Válvulas: 16V
Taxa de compressão: 11,4:1
Injeção de combustível: : injeção eletrônica multiponto
Potência: 116 cv (E) a 6.000 rpm / 115 cv (G) a 6.000 rpm
Torque: 15,3 kgfm (E) a 4.800 rpm / 15,2 kgfm (G) a 4.800 rpm 

Câmbio
CVT, 7 marchas

 

Freios
Dianteira: Disco ventilado

Traseiros: Tambor

 

Direção
Elétrica

 

Suspensões
Dianteira: Independente, McPherson
Traseira: Eixo de Torção

 

Rodas e Pneu
Rodas: Liga leve, 16 polegadas
Pneus:
185/55 R16

 

Dimensões
Comprimento (mm):4.096
Largura (mm):1.694
Altura (mm):1.535
Distância entre eixos (mm): 2.530

 

Capacidades
Porta-malas: 45 litros
Caçamba: 363 litros

Artigo – Controlar a manutenção por quilômetragem ou horas de funcionamento?

 

Por: Fernando Landulfo

Essa foi uma questão levantada durante o painel sobre “Flushing” no motor, ocorrido no 2º Congresso Brasileiro do Mecânico. E este assunto dá tanta margem a discussão técnica que acabou chamando mais a atenção do público do que o próprio Flushing.

 

MAS POR QUE TANTA POLÊMICA EM CIMA DE ALGO JÁ TÃO “BATIDO” E SACRAMENTADO?

 

Simples: por que os tempos mudaram. A rotina das grades cidades, assim como, dos seus habitantes sofreram profundas modificações. Assim como o trânsito, a forma de utilização dos veículos e os próprios veículos.

 

Pois é, nada mais é como a 50 ou 60 anos atrás, quando os critérios de contagem e controle dos períodos de manutenção preventiva foram definidos

 

Hoje em dia, os veículos passam muito mais tempo parados no trânsito do que rodando. Parados, mas em pleno funcionamento, porque os itens de conforto, como o climatizador, precisam funcionar.

 

Assim, tendo em vista essa nova realidade, será que o controle das manutenções preventivas por quilômetro rodado não deveria ser substituído pelo de horas trabalhadas, como ocorre com as máquinas pesadas? Com certeza é algo bastante tentador, já que se contabiliza apenas aquilo que foi efetivamente utilizado.

 

MAS SERÁ QUE FUNCIONA?

 

Se é tão bom, por que as montadoras não adotaram essa metodologia desde sempre? A resposta é bastante simples: regimes diferenciados de operação

 

ande maioria do tempo, se encontra sob duas condições bastante distintas: desligada ou operando a plena carga. Não existem engarrafamentos nas obras de terraplenagem ou nos campos de cultivo. O funcionamento em vazio (marcha lenta) ou em baixas cargas, é muito rara. Assumese então, com uma margem de segurança bastante razoável, que o equipamento opera em um único regime de funcionamento. Assim, contabilizar o uso pelas horas de trabalho torna-se bastante seguro e confortável.

 

Já nos veículos de uso rodoviário e urbano, a “conversa” é diferente. Não é seguro adotar apenas esse critério. E a razão é bastante simples: esses veículos estão submetidos a constantes alternâncias nos regimes de funcionamento. Mesmo um caminhão de transporte interestadual, ou um ônibus de uso exclusivamente rodoviário, por várias vezes, precisam enfrentar o caótico trânsito dos grandes centros urbanos, ou mesmo, os engarrafamentos nas estradas. Consequência: os lubrificantes e fluidos se deterioram mais rápido. E nós já sabemos o que ocorre quando os lubrificantes se deterioram: no mínimo uma borra para limpar. O melhor é evitar essa situação catastrófica.

 

 

MAS AS MONTADORAS JÁ NÃO PENSARAM NISSO, NÃO?

 

Pode ter certeza que sim. Atualmente, os períodos de troca de lubrificante e/ou manutenção preventiva são definidos em quilômetros rodados e horas de funcionamento. Basta verificar os computadores de bordo e manuais do proprietário de alguns modelos mais recentes.

 

Isso sem falar na manutenção por tempo decorrido, tenha o veículo funcionado ou não. Afinal de contas, os lubrificantes e os fluidos se deterioram estejam sendo usados ou não.

 

Um “mix” de critérios foi estabelecido a fim de cobrir a maioria de regimes de funcionamento a que esses veículos podem estar submetidos

 

No entanto, existe um detalhe que nem sempre é percebido, tanto pelos usuários, como pelos mecânicos: o tipo de serviço a que o veículo é submetido.

 

A maioria dos manuais do proprietário distinguem dois tipos de serviço: o normal e o severo. Via de regra o serviço severo está relacionado a sobrecarga e/ou uso constante em cidade.

 

Para essas situações os períodos de manutenção devem ser submetidos à metade daqueles praticados para o uso considerado normal. Para situações ainda mais severas, como coletivos urbanos, que trabalham supercarregados, pode-se ainda adotar a condição de uso extra severa, onde os períodos devem ser reduzidos ainda mais. Isso sem falar no uso de fluidos e lubrificantes especiais.

 

 

 

E O MECÂNICO, ONDE ENTRA NESSA HISTÓRIA?

 

Bem, cabe ao Guerreiro das Oficinas identificar o tipo de serviço a que o veículo está submetido e adequar os períodos de manutenção à realidade do modelo. É claro que convencer o cliente a gastar com manutenção em períodos bem menores daqueles que ele está acostumado não é nada fácil.

 

Outra tarefa do mecânico é, quando diagnosticado o regime extra severo, consultar a montadora para produtos mais adequados. E adivinha se vai ser fácil… É claro que não. Mas quem disse que o trabalho da oficina é fácil? Se fosse, não seriam necessários esses profissionais especiais chamados mecânicos.

 

 

Evento – O revolucionário 2º Congresso Brasileiro do Mecânico

 

Desafios profissionais, evolução tecnológica, dificuldades econômicas e como sobreviver foram temas discutidos no evento que mostra sua força e se torna referência no setor

Texto: Vinicius Montoia
Foto: Rafael Guimarães

O 2º Congresso Brasileiro do Mecânico aconteceu no dia 27 de outubro de 2018 e contou com a participação de aproximadamente 3 mil mecânicos, bateu recorde de público, que quase o dobrou em relação a 2017, no espaço de 8 mil metros quadrados, o dobro quando comparado ao ano anterior. Além de estrondosos números, o Pavilhão Amarelo do Expo Center Norte, na zona norte da capital paulista, recebeu diversas fabricantes, que puderam expor seus produtos, conversar com fornecedores, arrecadar informações para montar estratégias e melhores abordagens com clientes. Contudo, o mais importante foi propiciar a troca de informações, por meio de diálogo estabelecido entre o público profissional da manutenção com as marcas patrocinadoras e, claro, com os mais de 40 palestrantes das montadoras, indústria de autopeças, equipamentos e donos de oficinas.

 

A inovação do 1º Congresso, vista em 2017, se repetiu na segunda edição do evento: a área para disseminar conhecimento, no grande saguão, foi dividida em quatro auditórios com palestras simultâneas, cada uma seguindo um tema diferente, mas todas igualmente necessárias para os profissionais que querem se sobressair no mercado independente. Os participantes puderam escolher, através de um fone de ouvido, qual apresentação gostariam de acompanhar, bastando trocar o canal para receber o conteúdo do painel desejado.

 

O evento teve início com a apresentação de Michelle de Jesus, que recepcionou os visitantes. Logo em seguida, Fábio Antunes de Figueiredo, diretor geral da editora Infini Mídia – responsável pelas revistas O Mecânico e CARRO – deu as boas-vindas aos participantes e afirmou que sem conhecimento e inteligência de negócio não há como continuar uma empresa: “a informação é o centro do evento. E é assim que pretendemos seguir no próximo ano. O que nos diferencia é focar na disseminação dessa sabedoria acumulada por anos e anos de desenvolvimento da indústria e experiência dos mecânicos. Sem dúvida nenhuma a parte comercial é importante, mas nas outras feiras o comercial vem em primeiro lugar. Aqui é contrário: viemos para formar e informar”.

 

O diretor da Infini também comentou que o conteúdo da Revista O Mecânico pode ser visto em todos os meios e mídias, permeando de forma 360° as plataformas disponíveis: portal, celular, revista, Instagram, Facebook e YouTube. E não por acaso, todas as palestras foram gravadas e estarão disponíveis no canal O Mecâniconline no YouTube a partir de 2019: youtube.com/OMecaniconline.

 

“O DNA da Revista O Mecânico consiste em ser recheada de conhecimento e não só propaganda, como vemos na concorrência. E mais: o mecânico sem instrução acaba falindo, pois o setor passa por essa crise de falta de atualização. Nós viemos para o evento mostrar que existe uma saída para a crise e que a tecnologia evolue de forma absurdamente veloz. As próprias montadoras mudaram o modelo de negócio delas e a evolução dos veículos está exigindo essa mudança de comportamento do profissional. Hoje a prioridade é a mobilidade e a conectividade. No 2º Congresso Brasileiro do Mecânico o mecânico veio para evoluir com a indústria e o mundo”, concluiu Fábio Figueiredo.

 

Para coroar o Congresso, o lançamento do Curso do Mecânico marcou a segunda edição do evento: “viemos incentivar a atualização constante e disponibilizar um canal mais fácil para que ela seja feita. Ou seja, tudo em prol da comodidade do mecânico. Por isso, como todo mundo está conectado, a maneira mais fácil foi fazer um curso online”, explicou Alberto Meyer, responsável pelo treinamento. “O e-learning da Revista O Mecânico é importante porque colocamos materiais para iniciantes e para quem quiser se especializar. Todas as grandes novidades estão lá na nossa plataforma. E além de poder assistir às aulas a hora que o mecânico quiser, é possível tirar dúvidas por e-mail, pelo qual respondemos em até
48 horas”, informou Meyer.

 

 

E as novidades não pararam por aí. Quem compareceu ao 2º Congresso pode ver de perto novos modelos que acabam de chegar ao mercado. Isso permitiu que os profissionais tivessem uma noção da reparabilidade de veículos que são comercializados e que, em breve, chegarão às suas oficinas. Entre os carros expostos estavam o Audi A5, Chevrolet Spin, Citroën Cactus, Fiat Argo, Ford Mustang, JAC T40, Nissan Kicks, Porsche Panamera Hybrid, VW Jetta 2019 e carros de corrida, como Subaru Impreza WRX hatch da Takao e um Stock Car. Pode-se dizer que o evento adiantou o que o público viu na trigésima edição do Salão do Automóvel de São Paulo, com veículos populares, esportivos, SUVs e até tecnologias mais avançadas, como os híbridos.

 

MOTIVAÇÃO

 

Na sequência foi a vez de Paul&Jack entrar em cena para uma palestra motivacional com show de mágica. Paul Friedericks, ilusionista profissional, alertou os participantes que, em tudo na vida, é necessário ter metas: “apenas 3% dos adultos têm objetivos definidos para as áreas de saúde, finanças, família e trabalho. É necessário estabelecer objetivos grandes e planejar uma organização mental semanalmente. Como? Criando tarefas e cumprindo-as, só assim é possível ter uma mente clara e manter o foco! É ter a vida sob controle”, exemplificou o mágico.

 

O piloto pentacampeão da Stock Car, Cacá Bueno, foi o segundo a discursar e aproveitou para ressaltar a importância de uma equipe: “a formação de um time é o grande segredo do sucesso, que te leva a realizar sonhos inesperados. Ninguém consegue trabalhar sozinho, ainda mais no automobilismo”, falou Cacá, destacando que o automobilismo é o esporte individual mais coletivo que existe, pois nenhum piloto corre sem mecânicos e estrategistas.

 

“E mais do que isso: não adianta ter as pessoas mais competentes ao seu lado se elas não tiverem um sonho em comum e estiverem unidas. O time precisa ter objetivos claramente definidos. Não é simplesmente suprir a tarefa, mas ir além, surpreender o nosso cliente. Nós estamos acostumados a trabalhar em alto nível, assim como os mecânicos que aqui estão. Se todo mundo remar para o mesmo lado, chegaremos à vitória juntos e alcançaremos conquistas inimagináveis”, continuou o piloto.

 

AS MONTADORAS E O MECÂNICO MODERNO

 

 

Às 11h00 começaram as palestras técnicas nos quatro painéis do Congresso. O Auditório A teve o tema “As Montadoras e o Mecânico Moderno – As novas montadoras”, e contou com representantes da Mitsubishi (HPE Automotores do Brasil) e PSA Peugeot Citroën. Érico Toledo, que é gestor comercial e desenvolvimento da HPE, argumentou que as montadoras e o mecânico não são mais concorrentes, mas sim aliados, pois a indústria sabe que a maioria da frota é reparada nas oficinas independentes: “boa parte dos clientes não leva mais seus carros para a rede de concessionárias quando necessitam de manutenção. Por isso, se faltar informação sobre a reparabilidade de um veículo e onde adquirir as peças certas, o formador de opinião – que é o mecânico – vai falar mal daquele carro. E é justamente isso que queremos evitar”. O palestrante explicou: “se o mecânico nos indica como uma marca de confiança para o cliente dele, é muito provável que o consumidor final compre outro carro da nossa marca quando tiver a intenção de trocar de veículo. E sabemos que nenhuma fabricante sobrevive apenas com a primeira venda, é preciso que o cliente retorne. E é justamente a experiência com o pós-venda que garante que o consumidor final se torne fiel à marca”.

 

Além disso, Toledo contou que a segunda edição do Congresso Brasileiro do Mecânico é a consolidação do evento: “a casa está cheia e os profissionais que vieram estão interessados nas novidades, apresentando questionamentos durante as palestras e cobrando um relacionamento mais estreito com a indústria. O evento é importante para aprimorar essa relação e atendê-los cada vez melhor”.

 

Representando a PSA, Dercyde Gomes (diretor de pós-venda das marcas Peugeot, Citroën e DS), ficou atônito com a quantidade de mecânicos de outros estados que foram para o evento: “tem mecânico que veio do Espírito Santo; conversei com profissionais que viajaram de Muriaé (MG) de ônibus para poder conferir o evento – que, curiosamente, acontece um dia antes da eleição. Ou seja, as pessoas terão, obrigatoriamente, que retornar para votar. Isso nos leva a um único raciocínio: o 2º Congresso é tão importante que vale o esforço de vir de longe para conferir as novidades. Tanto a quantidade quanto a qualidade dos profissionais que aqui passaram foi sensacional!”

 

Gomes concordou com a opinião do colega Toledo, com quem dividiu o painel sobre as novas montadoras, afirmando que a aproximação com as oficinas é fundamental: “não podemos viver em uma guerra como táxi e uber. Dependemos dos mecânicos, pois eles são a nossa grande fonte geradora de negócios e de fidelização dos clientes. O mecânico é como o médico da família, o diagnóstico que ele fornece é lei”. De acordo com Dercyde Gomes, as fabricantes de auto-móveis estão mudando as estratégias de venda porque os desejos dos consumidores também está sofrendo alterações ao longo dos anos: “atualmente os jovens buscam ter celulares e estarem conectados, a maioria já não têm mais o desejo do primeiro carro. Apesar da mudança, os carros são funda-mentais para a mobilidade e, sendo assim, o mecânico se encaixa nessa cadeia de forma estratégica – os automóveis precisam de manutenção, mas as fabricantes não tem capilaridade para atender toda a frota, que está cada vez maior. Por isso, o consumidor final confia cada vez mais na oficina mecânica do que na concessionária. Portanto, acreditamos que as oficinas estarão cada vez mais fortes nos próximos anos”, finalizou o diretor da PSA

 

DIESEL

 

 

 

Também às 11h00 aconteceu no Auditório B a palestra sobre o tema “O Futuro da Mecânica Diesel”, que tratou de assuntos como “Por dentro do Euro 5”. Nesse tema foram abordadas questões para desmistificar alguns tabus criados quando o conjunto de normas regulamentadoras passou a vigorar no país. O engenheiro de Serviços Sênior da Cummins Components, Thiago Martins, alertou: “mostrei o quão importante é não impactar o meio ambiente e quebrei os paradigmas sobre o tema, pois todos saímos ganhando. Já temos a expectativa para a chegada do Euro 6, é bom ficar atento”.

 

O representante da MWM Motores Diesel, Fábio Tescon de Lima, evidenciou quais são os órgãos regulamentadores e sistemas envolvidos no Euro 5. Indo além dessa explicação, Lima falou que é necessário saber reparar essa tecnologia, principalmente porque alguns veículos estão atingindo maior volume de vendas, como as picapes e os utilitários esportivos: “hoje os mecânicos aceitam essa realidade e sabem que é preciso estar atualizado para atender de forma exemplar o cliente”.

 

O ANDA E PARA

 

 

Simultaneamente ocorreu, no Auditório C, a primeira palestra sob o tema “Eletrônica Automobilística”, abordando Start/ Stop. O consultor técnico da Valeo Service, Hideraldo Batista, afirmou que a marca levou tecnologias desenvolvidas em outros países que estão desembarcando no Brasil: “a nossa matriz, na França, desenvolve muitos produtos e a nossa função é mostrar como consertá-los. O start/stop não é uma tecnologia simples, mas necessária para diminuir o impacto ambiental e também ao bolso do consumidor. Ele veio para ficar”.

 

Seu colega Neilson Amorim, também técnico especialista da Valeo, foi mais fundo no assunto: “falamos das diversas funções do start/stop, além da partida do veículo. É preciso que a qualidade elevada dos equipamentos nos carros que possuam a tecnologia, como baterias específicas, para que a ECU faça a leitura correta. Ao final da palestra, tivemos três perguntas técnicas consistentes, provando que o evento foi verdadeiramente criado para profissionais que buscam conhecimento”, reconheceu Amorim. “Aqui nós conseguimos expor a Valeo e mostramos que somos uma das primeiras fabricantes de sistemas elétricos do mundo, ou seja, que estamos na vanguarda da tecnologia. A nossa perspectiva é de participar dos próximos congressos que virão”, adiantou o técnico da marca francesa.

 

IMPORTANDO CONTEÚDO

 

 

No Auditório D aconteceu, ao mesmo tempo que nos demais, a apresentação cujo intuito era auxiliar na administração das oficinas. O tema abordado foi “Atualização e Gestão, o mecânico pelo mundo”, com Fernando Luetzoff, da ZF Aftermarket, e Manuel Luis Paulino Ramos, da Oficina Plano Auto. O principal objetivo, segundo Luetzoff, foi mostrar tecnologias que estão chegando ao país e como os mecânicos deverão estar preparados para atender esses automóveis em futuro próximo: “é uma questão de sobrevivência, tem que aprender para continuar trabalhando. Os carros autônomos e elétricos estão chegando, o que fará uma revolução também na parte de serviços, pois são mundos totalmente diferentes”.

 

O proprietário da Oficina Plano Auto, Manuel Luis, também falou de tecnologias de fora do país e sobre as diferenças entre o serviço brasileiro e europeu, afirmando que os brasileiros entram mais nos detalhes das peças na hora da manutenção. E apesar de ser dono de oficina, Manuel disse que não há motivo para não compartilhar conhecimento: “não podemos ser egoístas, precisamos dividir as informações. Somos concorrentes, não inimigos. Todos deveríamos nos ajudar”.

 

PNEUS

 

 

A primeira palestra do meio-dia, no Auditório A, contemplou o tema “Pneus: tecnologia e importância” e Roberto Ayala Frias Júnior, supervisor de engenharia de vendas da Bridgestone do Brasil, foi o palestrante. O representante apresentou a história da fabricante e evidenciou como o mecânico deve escolher o pneumático adequado para cada carro, desmistificando polêmicas. “Um dos mitos é a mudança de medida dos pneus, quando o consumidor final quer colocar um aro maior para deixar o carro com apelo esportivo, por exemplo. Sobre o Congresso ele declara, diferentemente de outros eventos, o público vem para adquirir informação. Não é o entretenimento ou brindes que importam. O mérito é o conhecimento”, argumentou.

 

NOVIDADES PARA O SETOR DE DIESEL

 

 

 

 

Enquanto isso, acontecia no Auditório B a palestra “Diesel leve: novas tecnologias”, que focou nos novos procedimentos que estão sendo implantados em veículos leves movidos pelo combustível derivado do petróleo. “O mecânico tem medo que a eletrônica embarcada venha a tirar o trabalho dele, mas na verdade não é isso o que vai acontecer. Há trabalho para todos, basta se manter atualizado. Com novos veículos aderindo à motorização diesel, o mercado se torna melhor para o mecânico especialista. É um mercado muito bom porque os donos desses carros têm bom poder aquisitivo e a concessionária não dá conta de atender a essa demanda”, declarou Fernando Landulfo, professor da FMU e consultor técnico da Revista O Mecânico.

 

Landulfo comentou ainda: “aqui nós temos uma via de mão dupla, na qual os mecânicos aprendem e os palestrantes também. A criação desse congresso foi um tiro na mosca, pois trouxe tremenda valorização para a profissão e não havia nada como isso antes. A prova de sucesso é tão evidente que as montadoras e fabricantes estão todas aqui, dando a devida importância e vendo
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que o mecânico é um empresário”.

 

O instrutor Thiago Artencio, técnico em sistemas automotivos da Mitsubishi, mostrou como o downsizing – processo que consiste na diminuição de motores, buscando economia de combustível, mas sem perder rendimento – está cada vez mais presente nos veículos da montadora japonesa. “Antigamente tínhamos o 3.2 que gerava 165 cv. Hoje temos um 2.4 que rende 190 cv. Ou seja, temos um motor que atende a norma de emissão de poluentes e melhora a economia do carro”, relatou o especialista.

 

O terceiro palestrante deste painel, o gerente de marketing de produto André Faria da FPT Industrial, tratou sobre novidades mostradas na Alemanha: “apresentamos aos mecânicos a mesma tecnologia que lançamos no IAA (Internationale Automobil- Austellung), o Salão do Automóvel de Frankfurt, um dos maiores motorshow do mundo. Ou seja, soluções de propulsão alternativa, como os híbridos e o powertrain exclusivo da FPT. E para a fabricante, é sempre uma ótima experiência estar com os mecânicos. Para a FPT o evento foi 100% consolidado com esse 2º congresso e atender os participantes foi importante para a imagem da marca”.

 

ELETRÔNICA AUTOMOBILÍSTICA

 

 

Já no Auditório C, também às 12h, começou a palestra “Entendendo a Injeção Direta e Indireta”, com Lothar Werninghaus, instrutor internacional certificado pela Audi, que apresentou como um motor a combustão foi criado e o que é possível encontrar nas tecnologias mais recentes. “Hoje conseguimos chegar a um refinamento no quesito injeção direta e indireta”, comentou o palestrante. De acordo com Lothar, o número maior de inscritos surpreendeu: “o que mais chamou atenção foi a quantidade de pessoas em todas as palestras, que foi maior do que o 1º congresso”.

 

GERINDO UM NEGÓCIO

 

 

A faixa horária do meio-dia teve, no painel D, a palestra sobre “Ferramentas de Gestão”. O Coordenador Estadual do Sebrae-SP, José Paulo Albanez, deu dicas de como os mecânicos devem gerir suas oficinas e explicou que, apesar do conhecimento técnico avançado que os profissionais da reparação detêm, a administração não pode ser posta em segundo plano. “Estamos à disposição para auxiliar nos controles internos de fluxo de caixa, organizar as finanças da empresa, marketing, divulgação, gestão de pessoas e treinamento, além da parte jurídica”, afirmou.

 

O gerente sênior de Engenharia e Negócios da DPaschoal, Eliel Bartels, destacou como as ferramentas de gestão podem auxiliar a oficina mecânica a melhorar o relacionamento com o cliente: “a ênfase foi para melhorar a relação, para torná-la mais confiável, fazendo com que o consumidor final possa entender que aquele estabelecimento é transparente no processo de diagnóstico, orçamentação e execução, poupando-lhe tempo, recursos do meio ambiente e dinheiro”.

 

Bartels enalteceu o 2º Congresso Brasileiro do Mecânico: “essa oportunidade é única no ano. Aqui encontramos concorrentes, fornecedores e amigos. Como DPaschoal ficamos lisonjeados de poder compartilhar informações, porque quanto melhor for o nível do setor – e esse é o objetivo do congresso -, melhor será a competição. E o grande beneficiado disso tudo é o cliente final. O Brasil tem os melhores mecânicos do mundo e falo isso porque já visitei nove países. O mecânico brasileiro tem capacidade ímpar de entender e atuar na causa raiz do problema. Esse congresso já virou referência, são 3 mil profissionais seletos, com perguntas extremamente relevantes. Torço para que em 2019 a organização consiga lotar o pavilhão inteiro do Expo Center Norte”.

 

MANUTENIBILIDADE

 

 

 

Após o intervalo para almoço, que foi rico em troca de experiências e informações entre os fabricantes, participantes e moderadores do 2º Congresso, a maratona de palestras foi retomada às 14h30 com mais quatro temas simultâneos. No Auditório A, o painel “As montadoras e o mecânico moderno” abordou o tema “Desenvolvimento e Reparabilidade do Veículo – Parte 1”, com representantes de duas montadoras: Reinaldo Nascinbeni, da Ford, e Gilberto Ponce, da FCA Fiat Chrysler Automóveis.

 

De acordo com o especialista em Assistência Técnica da FCA, a manutenibilidade parece ser um termo novo, mas ela nada mais é do que a uma característica inerente a um projeto de produto, e se refere à facilidade, precisão, segurança e economia na execução de ações de manutenção nesse produto. “O nosso principal objetivo como montadora é que o nosso produto seja facilmente reparado, o que ajuda a manter custos baixos de manutenção”, disse o palestrante. Segundo ele, o evento foi importante para lembrar de uma importante parcela de profissionais: “nós como FCA só temos a agradecer. Comecei minha carreira como mecânico e esse tipo de evento não existia. Os mecânicos eram esquecidos até a criação deste evento”.

 

O instrutor da área de treinamento técnico da Ford, Nascinbeni, contribuiu com o depoimento do palestrante da FCA, argumentando: “antes era impossível fazer esse tipo de palestra e as informações tinham que ser transmitidas via correios. Hoje é possível fazer tudo online e o site da Ford, dedicado aos mecânicos, tem mais de 2.700 dicas técnicas”.

 

Por sua vez, Reinaldo contou que sua palestra teve como mote o motor EcoBoost que, segundo ele, poucos mecânicos sabem reparar: “o sistema de alimentação foi um assunto abordado, e também falamos sobre as maneiras de atender o cliente. Ou seja, as mesmas dicas que damos aos nossos distribuidores transmitimos para os mecânicos que vieram aqui, pois desejamos que o nível de atendimento desses profissionais seja o mesmo que os nossos concessionários dispõem”.

 

COMMON RAIL

 

 

No mesmo horário, a Delphi Technologies apresentava a palestra “O Futuro da Mecânica Diesel – Common Rail”, com o técnico de suporte ao cliente da marca, Lucas Kozma, que nos relatou como é o sistema utilizado no Hyundai HR e na Mercedes-Benz Sprinter. “Os mecânicos apresentaram muitas dúvidas, mas todas foram sanadas.

 

Essa grande quantidade de questionamentos se deve a falta de informações e não por complexidade do sistema. Expliquei sobre o injetor, que acaba apresentando problema por falta de cuidado na instalação,” discorreu Kozma. “Quando temos a chance de encontrar os profissionais no congresso, e não só por e-mail ou telefone, é ótimo para a Delphi”, opinou sobre o evento.

 

DIREÇÃO ELÉTRICA

 

 

Na primeira palestra do Auditório C após o almoço, Tales Miranda, gerente de desenvolvimento de produto da ZF Aftermarket para América do Sul, foi o responsável pelo conteúdo que abordava o tema “Eletrônica Automobilística, Desvendando a Direção Elétrica”. Na apresentação, Miranda mostrou a evolução da direção hidráulica para a elétrica, que propicia a diminuição do consumo de combustível, mas ressaltou que ainda é um sistema pouco reparável: “é melhor substituir a peça inteira, pois ainda não encontramos uma maneira segura de fazer reparação. Apenas alguns itens estão liberados para manutenção, como chicote e a verificação da bucha interna (chamada de estrela ou aranha)”.

 

Questionado sobre o 2° Congresso Brasileiro do Mecânico, Tales Miranda afirmou estar impressionado e que este é o único caminho para que o mercado independente evolua, com troca de informação entre a fábrica e o mecânico. “Para nós fabricantes é importante estar em contato com o mecânico porque, muitas vezes, desenvolvemos produtos pensando nos veículos e nas demandas das montadoras, mas esquecemos que existe o mecânico. Porém, é o profissional da reparação que vai deixar o usuário final feliz, por isso esse contato é fundamental”.

 

De acordo com Miranda, no 2º Congresso a ZF pode coletar depoimentos valorosos de como desenvolver melhor alguns produtos. “Quando subi no palco, me impressionou a quantidade de pessoas e o nível de interesse dos participantes”, finalizou.

 

DISTRIBUIÇÃO

 

 

A outra palestra das 14h30 foi a de “Atualização e Gestão, A Cadeia de Autopeças e o Mecânico”, no Auditório D, que contou com a participação de Marcia Bonfim, da DPK Distribuidora de Autopeças e José Augusto Oliveira da Silva, da Rede Ancora.

 

Marcia Bonfim afirma que a logística
é fundamental no mundo cada vez mais
ávido por serviços rápidos e perfeitos: “precisamos melhorar o sistema de distribuição de peças, para que o mecânico possa encontrar a peça certa com maior rapidez. A pior coisa que acontece é quando o profissional compra uma peça e é entregue o produto errado”. A gerente executiva de Novos Projetos e Marketing da DPK disse que somente a capacitação e conectividade poderão ajudar a evitar equívocos nas oficinas e elogiou a organização do evento. “O cliente final está conectado. Se o mecânico não estiver, ele vai perder espaço no mercado. Já a organização do espaço foi muito melhor do que em 2017 e fica evidente que o público veio buscar conhecimento e soluções para os negócios deles”.

 

O gerente nacional de operações da Rede Ancora conseguiu cumprir o objetivo de fornecer mais informações a respeito da Rede Ancora e do seu modelo de atuação no mercado: “procuramos mostrar ao público presente a importância de estar em rede para crescer em um meio tão competitivo como é o nosso mercado”. Além disso, José teceu elogios sobre a organização e planejamento do Congresso, afirmando que “o evento deu um salto muito importante em relação à primeira edição. O público foi bastante participativo e os temas abordados nas palestras foram de interesse geral. No primeiro evento, infelizmente, não pudemos estar presentes, mas conversando com nossos parceiros, as indústrias de autopeças, tivemos um feedback muito positivo do Congresso em relação à primeira edição. Acredito ser importantíssima essa aproximação com o mecânico, que é quem decide a compra e constantemente avalia a qualidade dos produtos e dos serviços prestados. Parabéns a toda equipe de O Mecânico pela excelente oportunidade deste encontro!”

 

DESENVOLVIMENTO E REPARABILIDADE, SEGUNDA PARTE

 

 

Mais uma rodada de palestras teve início às 15h30. O Auditório A recebeu Roberto Pereira
Ramos, da Chevrolet, e José dos Anjos, da Volkswagen, para tratarem do assunto “As montadoras e o mecânico moderno, desenvolvimento e reparabilidade – parte 2”. Segundo o líder do departamento de simulações da GM do Brasil, o mecânico precisa seguir o que está no manual do proprietário para respeitar o projeto desenhado pela fabricante: “mostrei como desenvolvemos os carros utilizando simulação, antes de existir um protótipo. Enfatizei a necessidade de utilizar peças originais e que se deve seguir o manual do veículo, pois são cinco anos para que um automóvel saia do papel e temos aproximadamente 18 mil peças. Portanto, utilizar componentes corretos aumenta a vida útil do produto”, explicou

 

Roberto Pereira Ramos afirmou ainda que é importante ter contato com os mecânicos independentes da reparação para transmitir quais são os próximos passos da indústria automotiva: “no Brasil vai demorar para termos carros 100% elétricos, mas os híbridos serão comuns e os mecânicos deverão estar atualizados para trabalhar com esses automóveis. A especialização deve ser feita no sentido de entender como funcionam sensores, pois os modelos autônomos estão chegando. Por isso, esse contato com os profissionais é fundamental, pois eles são nossos clientes. Quando fazemos essa aproximação, eles passam a fazer propaganda da marca”.

 

Já José dos Anjos, supervisor de Novos Negócios da Volkswagen do Brasil, decretou que o 2º Congresso acertou no formato e espaço, tanto dos expositores quanto das palestras. “Esse ano está muito maior. É possível interagir com o público e os fornecedores, está muito bom!” De acordo com Anjos, o 2º Congresso já está consolidado e adiantou novidades para 2019: “tem o triplo de pessoas do ano passado e a Volkswagen com certeza estará aqui ano que vem”. O supervisor mostrou quais são as novas peças da linha Economy Parts, da VW. “Lançamos uma nova linha de filtros de cabine e aqui tivemos uma oportunidade única paro eventor. Os filtros têm custo de reparabilidade muito menor para o mecânico, com qualidade melhor”, relatou.

 

REMANUFATURADO OU RECONDICIONADO?

 

 

 

 

A segunda palestra das 15h30 explicou a diferença entre peças Remanufaturadas e Recondicionadas, sob o tema “O futuro da mecânica diesel”, no auditório B. A gerente de marketing e vendas, Fernanda Silva, da Garret Motion, mostrou a diferença entre os dois tipos de turbo, pois a empresa é a mais tradicional fabricante de sistemas de turboalimentação de motores.

 

“O recondicionado é feito por qualquer empresa sem controle de qualidade. Já o remanufaturado é feito na Garret Motion, inclusive as etapas de desmonte e limpeza. Caso seja necessário, substituímos o turbo por um novo. E aí está a diferença entre os dois produtos: o remanufaturado entra na mesma linha de produção destinada para as montadoras. Ou seja, os critérios de qualidade são rígidos e o produto é assegurado com um ano de garantia”, comentou a palestrante.

 

Fernanda afirmou que o evento foi ideal: “a organização acertou e o Congresso foi perfeito. É umo evento extremamente técnica, sem a interferência da parte comercial. Infelizmente, no Brasil os mecânicos independentes são muito carentes de informação, por isso a Revista O Mecânico está de parabéns!”

 

Newton César Juliato, Supervisor de Desenvolvimento de Produtos e Assistência Técnica na BorgWarner, também
comentou sobre as vantagens da aplicação das peças remanufaturadas de fábrica e como a marca vê a oportunidade de estar próximo do mecânico: “a chance de levar conhecimento para os mecânicos conhecerem o produto remanufaturado e suas vantagens técnicas e comerciais é excelente. O 1º Congresso já havia sido ótimo pela iniciativa e criatividade. A segunda edição ganhou força de mais apoiadores, que tiveram interação maior ainda com o público especializado. O Congresso do Mecânico só tende a crescer ano após ano e entrou de vez para o calendário anual de eventos. Um cliente da Argentina me disse que achou incrível a realização e ele queria algo assim lá também”.

 

O líder de gerenciamento de produto da Cummins Brasil para América Latina, Edivaldo da Silva Portugal, também comentou sobre os principais benefícios dos produtos remanufaturados: “esse contato com o profissional é muito importante, pois conseguimos entender as reais necessidades de nossos clientes, bem como esclarecer dúvidas referente aos nossos produtos. Este 2º Congresso Brasileiro do Mecânico só mostra o quão sólido este evento se tornou. Além disso, percebi muito interesse por parte público e um número interessante de participantes”, finalizou.

 

O MECÂNICO CONECTADO

 

 

Amaury Oliveira, diretor Executivo da divisão da Delphi Technologies – braço da marca voltado para o mercado de reposição de peças – afirmou estar impressionado com o número de participantes, a qualidade das instalações, das palestras e parabenizou a equipe que organizou o segundo evento: “a Delphi quer estar muito próximo do mecânico e mostramos como o profissional vai ter que lidar com carros que estão cada vez mais conectados à internet, com aplicativos e vários sistemas complexos. A eletrônica embarcada está crescendo de forma exponencial e nós mostramos como ele deve se diferenciar no mercado, para que possa ser escolhido pelo consumidor na hora de fazer manutenção”.

 

Oliveira, que participou da palestra das 15h30 no painel C sob o tema “Eletrônica Automobilística – Conectividade”, alegou a importância de estar em contato com os mecânicos independentes: “acreditamos que a fábrica que não estiver em conexão com o aplicador de suas peças está perdendo uma oportunidade ímpar. Aqui surge uma série de novidades e demandas que pretendemos atender em futuro próximo”.

 

Já Fernanda Giacon, diretora de marketing da ZF América do Sul, mostrou que o nível de tecnologia está elevado e que, portanto, é preciso se familiarizar com as tendências: “quando soubemos que o tema seria conectividade, sabíamos que deveríamos abordar sobre atualização dos mecânicos. A lógica é que haja avanços cada vez mais velozes na tecnologia, fazendo com que o desafio da fabricante – ao levar esse tipo de conteúdo em um país tão grande quanto o nosso – seja enorme. Lançamos um programa no ano passado chamado ‘Amigo bom de peça’, tendo o objetivo de tornar esse conteúdo mais acessível para o mecânico estudar a hora que for conveniente”.

 

Fernando Martins Rodrigues, responsável pela rede de serviços e distribuição de peças da ZF, abordou o tema “Manutenção Preditiva – Serviço 4.0”, que teve como objetivo o conceito de manutenção através do uso da Telemática com veículos conectados: “hoje fala-se muito em tecnologia para automação da manutenção, gerando agilidade nos diagnósticos e plano de manutenção. Todavia, sem os mecânicos – e atualmente eletrônicos também – este ecossistema não funciona! Ou seja, temos que estar cada vez mais presentes nas oficinas”, destacou.

 

SUSTENTABILIDADE

 

 

A última palestra antes da pausa para o café de negócios abordou o tema “Atualização e Gestão – Oficina Sustentável”, com os palestrantes Sérgio Ricardo Fabiano, do Instituto de Qualidade Automotiva, e André Luis do Santos, da Mazola Ambiental.

 

“Falamos sobre os principais pontos para uma oficina conseguir o selo de sustentabilidade, mostrando que o empresário pode implantar em seu estabelecimento alguns processos e, mesmo assim, ter retorno financeiro”, afirmou o gerente de Serviços Automotivos do IQA. Fabiano apontou ainda que a sustentabilidade começa na entrada da oficina e só termina na última fase, que é quando se deve fazer adequadamente os descartes de produtos.

 

Por sua vez, André Luis procurou esclarecer sobre as legislações ambientais: “o pequeno gerador de resíduos vai ser cada vez mais cobrado para descartar os dejetos de forma correta. Esse procedimento pode ser feito de forma simples, pois não é um bicho de sete cabeças, bastando mudar alguns hábitos para se adequar às leis”. Depois desta rodada de palestras, o 2º Congresso Brasileiro do Mecânico proporcionou uma pausa para o Café de Negócios.

 

FLUSHING

 

 

Depois de uma hora dedicada à troca de informações e experiências, os mecânicos voltaram para o Grande Auditório, onde foi abordado o assunto “Flushing de Motor: Funciona?” com diversos especialistas no assunto. Fernando Landulfo, professor da FMU e mestre em engenharia mecânica, esclareceu quais são os dois processos de flushing e como eles são feitos: “tanto do sistema de alimentação, que tende a combater a carbonização dentro das câmaras de combustão, quanto aqueles do sistema de lubrificação, que tem como objetivo dissolver a borra de óleo. Ambos processos surtem efeito e isso já foi comprovado”. Contudo, Landulfo ressalta que ainda não foram feitos estudos suficientes para determinar os efeitos colaterais do flushing: “há desconhecimento sobre os produtos químicos que envolvem os produtos – que são bastante agressivos – e faltam estudos acadêmicos que comprovem os danos colaterais dentro do motor, principalmente quando eles afetam polímeros e borrachas”.

 

 

O consultor técnico da Radiex, Cleon Matos, disse: “tivemos a chance de mostrar nossos produtos e como é o flushing do motor no sistema de lubrificação. Estar presente em um evento com mecânicos de todo o Brasil foi uma ótima oportunidade para a Radiex, pois retransmitimos informações importantes e esclarecemos dúvidas do dia a dia”. Apesar de ter participado apenas do 2º Congresso, Matos conta que a estrutura foi inovadora: “foram abertos vários assuntos pertinentes ao meio automobilístico e de forma dinâmica”.

 

 

Delton Stabelini, que é especialista técnico da ICONIC Lubrificantes, marca representada pela Texaco, comentou que o objetivo foi aproximar ainda mais a marca Texaco Lubrificantes e seus produtos de um público importante nas estratégias da marca, além de divulgar o blog que possui bastante conteúdo para o segmento: “reforçamos que a utilização de um óleo lubrificante correto, bem como o intervalo de troca adequado ao seu regime operacional, impediria a formação da borra e por consequência a necessidade de Flushing”.

 

 

CEO da Koube Indústria de Produtos Químicos, Raimundo Santana Queiroz agradeceu à organização do evento por promover o debate que levou conhecimento aos mecânicos. Ele expôs em sua apresentação como os produtos da empresa atuam no problema da borra dentro do motor e estimulou os mecânicos a analisarem o problemas antes de tentarem corrigi-lo.

 

 

O assistente técnico da Total Lubrificantes do Brasil, Rafael Carvalho, falou como é a influência dos níveis de performance dos óleos lubrificantes no Flushing de motor e sobre as especificações de óleo de motores API/ILSAC/ACEA. “A chance de estar no Congresso é muito positiva, porque o mercado de mecânicos possui uma forte influência na indicação de óleos lubrificantes, considerados pela Total como grandes formadores de opinião. Considerando esta ideia, estar próximo deste grupo de clientes é conhecer mais profundamente o mercado, para oferecer melhores produtos e manter nosso compromisso com a inovação. A cada edição o evento garante um ótimo acompanhamento do mercado, trazendo as novas tendências do mundo automotivo, consolidando sua presença entre mecânicos e profissionais da área. Na minha leitura, o segundo evento superou as expectativas por ter conseguido traduzir a necessidade do mercado, trazendo as empresas mais renomadas do mundo automotivo, com isso, trazendo ao público o que há de melhor em produtos e soluções”, ratificou Carvalho.

 

PROFISSÃO EM PERIGO

 

 

O último painel do dia, “Mecânico, Profissão em Perigo?”, abordou os principais desafios para a mecânica de automóveis e o que os mecânicos devem fazer para sobreviver em meio à tanta concorrência.

 

José Paulo Albanez, do Sebrae-SP, argumentou que além de a profissão estar em perigo, os profissionais precisam enfrentar a constante atualização: “os hábitos dos consumidores estão mudando e eles buscam formas alternativas de mobilidade. Usam motos elétricas, bicicletas e carros compartilhados, o que representa um grande desafio. A única solução é a capacitação”. O mecânico José Natal da Silva, proprietário da Megacar Centro Técnico Automotivo, delegou a responsabilidade para o próprio mecânico: “a profissão em perigo está em cada um. O profissional só coloca a sua carreira em risco quando deixa de se atualizar. Quando o mecânico está antenado e buscando as melhores soluções, ele sempre estará seguro na profissão”. Natal deixou um recado: “nós viemos para aprender e cada palestrante que passou aqui plantou uma semente, que certamente gerará melhores frutos nos próximos anos”.

 

 

O proprietário da Engin – engenharia automotiva, Paulo Bueno, se sentiu privilegiado por participar do 2º C Congresso do Mecânico como formador de opinião na última apresentação do dia: “nós extraímos a ideia de que quem se atualizar vai sobreviver. Hoje as redes sociais estão mudando o hábito das pessoas e os aplicativos estão invadindo
as oficinas e nós precisamos aprender a lidar com eles. O tema da última palestra do Congresso mudou, assim como as nossas preocupações. Em 2017 nós tivemos uma abordagem técnica sobre cambagem. Esse ano foi sobre o futuro da profissão, provando que a condição de sobrevivência é a instrução”.

 

Edson Roberto de Ávila, conhecido como Mingau, é dono da Mingau Automobilística e defendeu que as mudanças são tão rápidas que o setor passa por uma mutação. Segundo ele, somente a imprensa especializada pode ajudar no processo de construção dos novos mecânicos: “a mídia especializada, como a Revista O Mecânico, dá a possibilidade de nos reunirmos com as fábricas e somos privilegiados por essa proximidade. O Congresso é fantástico para profissionalizar nosso setor”.

 

 

O dono da oficina High Tech, Roberto Montibeller, acredita que quem não se atualizar estará com os dias contados: “carros híbridos e elétricos estão mudando o perfil da frota brasileira. Ainda existe mercado para os mecânicos por pelo menos 20 anos, mas vai mudar”.

 

Outro mecânico que participou da palestra sobre a profissão dos mecânicos foi Bruno Rodrigo Costa, da Juca Bala Racing. Além de corroborar com a visão dos demais debatedores, Costa fez um paralelo entre a evolução atual com a de injeção, ocorrida há alguns anos: “a transformação de hoje é parecida com aquela do carburador para a injeção eletrônica. Ou seja, basta se especializar para sobreviver: não é perigo, é oportunidade”, finalizou.

 

Lembrando que os painéis tiveram a mediação de Edison Ragassi (editor das revistas O Mecânico e CARRO) no Auditório A, e dos repórteres das duas revistas, Fernando Lalli (no Auditório B), Rafael Déa (Auditório C) e Gustavo de Sá (Auditório D).

 

Apoiadores

 

 

2º Congresso Brasileiro do Mecânico foi uma oportunidade para os apoiadores exporem seus produtos e serviços e se aproximarem dos profissionais do setor automotivo. Nos estandes, cada empresa mostrou seu portfolio e fortaleceu as relações com os mecânicos.

 

Texto e fotos Raycia Lima

 

Apoiadores

 

 

2º Congresso Brasileiro do Mecânico foi uma oportunidade para os apoiadores exporem seus produtos e serviços e se aproximarem dos profissionais do setor automotivo. Nos estandes, cada empresa mostrou seu portfolio e fortaleceu as relações com os mecânicos.

 

BORGWARNER

 

 

A empresa levou suas marcas Wahler e Delco Remy. A maior novidade foi a válvula termostática para o motor Dragon 1.5 da Ford, que substituiu os propulsores Sigma. “O Congresso ajuda a alavancar as vendas já que temos contato direto com o mecânico” comentou o consultor técnico da unidade Wahler, Heribaldo Gomes de Sousa.

 

BOSCH

 

 

Os lançamentos da Bosch no evento foram o scanner KTS 350 e a máquina Robinair 92500 para trocar óleo de câmbio automático. O responsável pela Área de Equipamentos de Testes no Brasil, Rodrigo Jacob, comentou que, “o evento está sendo muito interessante e cresceu muito em comparação a edição do ano passado”.

 

CONTITECH

 

 

A empresa levou seu portfólio de produtos e esclareceu as dúvidas do público. “A participação da Continental foi uma oportunidade especial para que a empresa mostrar seu compromisso com o desenvolvimento de componentes automotivos e soluções inovadoras e acessíveis para a reposição.”

 

DANA

 

 

A fabricante das marcas Albarus e Spicer participou pela primeira vez do Congresso Brasileiro do Mecânico.
O Diretor de Comunicação e Marketing, Luís Pedro Ferreira, ressaltou a surpresa positiva. “Um evento solido com um conceito inovador e uma preocupação com formas diferentes de entregar a informação” elogiou.

 

DAYCO

 

 

O kit de distribuição foi o foco da marca, que também levou ao seu estande mangueiras e tensionadores, além da
tecnologia de correias teflonadas. O gerente Comercial, Luiz Zappa salientou a importância da presença da empresa “Este é um momento que podemos estar mais próximos do mecânico para entender suas necessidades”.

 

DELPHI

 

 

A Coordenadora de Marketing, Camila Rocha, explicou que “O evento é importante para tirar as dúvidas do público e é aqui onde temos o maior contato com o mecânico”. No estande da empresa os visitantes conferiram a linha de elas de ignição que completou um ano desde seu lançamento e o portfólio da tríade com bobina, cabo de ignição e vela.

 

DPK

 

 

A empresa do grupo DPaschoal foi com o intuito de fechar parcerias. Com a ação “Rede de Credenciados”, a Gerente de Marketing, Marcia Bonfim, explicou que o programa disponibiliza aos mecânicos parceiros ajuda na gestão da oficina, tecnologia para modernização e profissionalização para os envolvidos.

 

ELRING

 

 

A fornecedora de peças levou sua linha de juntas para veículos leves nacionais e importados. Os produtos químicos Dirko também marcaram presença no estande da empresa. O gerente de Vendas, Perci Albergaria, comentou Aqui há um público técnico e bastante interessado em tecnologia, sendo que tecnologia e inovação são os motes da Elring”.

 

GATES

 

 

A empresa marcou presença no evento com sua linha de correias, kits formados por correias e tensionadores e a nova linha de mangueiras. O gerente de Marketing da América do Sul, Fabio Murta, destacou que: “A presença de um público altamente focado e interessado em conversar com as fábricas está sendo o diferencial para nós”.

 

HENGST

 

 

A fabricante levou seu portfólio de filtros para a linha leve que atende modelos da BMW e o VW Jetta, porém o foco foi a linha de filtros de cabine Blue.care. O técnico de Campo da Hengst, Matheus Michelon, explicou que: “Essa linha Blue.care além de reter o detrito e o odor, ela também retém bactérias, o que por exemplo ajuda pessoas com doenças respiratórias”.

 

HIPPER FREIOS

 

 

A empresa teve em seu estande a presença do piloto Cacá Bueno e a nova tecnologia Hipper Grinding de retifica cruzada que dispensa o tempo de pré-assentamento das pastilhas. O Supervisor de marketing, Jefferson Pereira destacou: “O congresso é uma grande oportunidade para a empresa de estreitar o relacionamento com a rede de distribuição e aplicação.”

 

KYB

 

 

Próxima de completar cem anos de existência, a KYB ingressou no mercado de reposição brasileiro, recentemente, em 2014. No estande, a marca buscou fortalecer o programa de relacionamento Tomodachi. Segundo o Coordenador Técnico, Alexandre Parise, o intuito no evento foi o contato direto com o mecânico: “Viemos trazer um pouco da tecnologia da KYB para os mecânicos”.

 

IGUAÇU

 

 

A empresa levou sua linha de sensores de temperatura e de combinado, uma solução para o sistema de arrefecimento de veículos mais novos. O Coordenador de Marketing, João Cunha, explicou que: “Apostamos muitas fichas já que é um evento voltado para o mecânico e esse é exatamente o público que a indústria busca”.

 

IZETTLE

 

 

A empresa sueca especializada em tecnologia financeira levou para o Congresso um aplicativo que permite gerenciar negócios do ponto de vista de venda, estoque e relatórios. O Responsável pela área comercial, Mario Guernelli, explicou que: “Nossa solução busca dar um fôlego financeiro para empreendedores desse segmento”.

 

NAKATA

 

 

A fabricante esteve presente pela primeira vez no evento e focou em levar aos mecânicos suas iniciativas de capacitação como por exemplo o Curso do Mecânico. A coordenadora de Comunicação, Daniela Mitsueda, ressaltou: “Fomos positivamente surpreendidos com a qualidade do público, não só de São Paulo mas como de vários estados”.

 

SCHAEFFLER

 

 

A empresa levou suas três marcas LUK,FAG e Ruville. Produtos como FAG rolamento e cubos de rodas, INA Thermal Management e LUK cilindros hidráulicos de embreagens automatizadas estavam no estande. Segundo a Chefe de Marketing e Comunicação da Schaeffler América do Sul, Renata Campos “O evento do ano passado foi muito positivo e esse ano, desde o começo do dia já sentimos um bom movimento.”

 

SKF

 

 

A empresa focou em divulgar o novo conceito de rede de oficinas SKF Car Center e SKF Truck Center. Outro destaque foi a Ferramenta de reparo da coifa da junta homocinética, que segundo o Gerente de Trade Marketing, Valter Lira, agiliza a mão de obra do mecânico. Sobre o evento, Lira destacou a qualidade dos mecânicos que compareceram: “Esse é justamente o público que queríamos atingir”.

 

SUN

 

 

Divulgou sua linha de diagnóstico completa com scanners automotivos, além de toda a parte de químicos. O analista de Marketing, Eduardo Zanetti, comentou que: “Esperamos que o Congresso continue ocorrendo pelos próximos anos pois aqui mostramos nossos lançamentos de forma mais direta com o mecânico” explicou.

 

TAKAO

 

 

O gerente comercial Rodrigo Martins comentou que a empresa destacou a linha nacional de peças para motores três cilindros, válvulas, pistão, junta, bronzina, correia e tensor, além da plataforma de curso online gratuito cademia do Motor. “Estamos aqui no Congresso para dar suporte aos mecânicos e atendê-los da melhor forma”.

 

TECFIL

 

 

A fabricante focou em todo seu portfolio,principalmente nos filtros ecológicos e na linha pesada e agrícola. Segundo o Assistente de Marketing, Ricardo Araújo, a expectativa atendeu o que esperavam. “A cada dia que passa o evento vem crescendo mais e para nós o Congresso sempre gera muitos negócios” destacou.

 

TEXACO

 

 

A empresa estava no Congresso representada por sua distribuidora em São Paulo, a VDA. O supervisor externo da VDA, Matheus Eduardo, comentou que no estande mostraram a linha de lubrificação do motor e a linha de graxas. Aditivos para radiador também marcaram presença. “Estamos tendo aqui um estreitamento de relacionamentos de quem utiliza e indica o produto”, ressaltou.

 

TOTAL

 

 

A gama de produtos premium como a linha de lubrificantes Fuel Economy foram os destaques da empresa. “Com muito orgulho estamos representando a Total Lubrificantes aqui no evento e estamos muito satisfeitos com os resultados”, destacou o técnico da Total Lubrificantes, Rafael Rodrigues Carvalho.

 

TWW BRIDGESTONE FIRESTONE

 

 

A distribuidora oficial da Bridgestone e Firestone compareceu no evento para fortalecer a sua marca e apresentar a linha de pneus para SUV. O gerente Comercial José Motta destacou a importância do contato direto com o mecânico: “Fazer da TWW a distribuidora oficial Bridgestone e aproximar o consumidor do produto é nosso objetivo hoje”.

 

URBA

 

 

Com sua linha de bombas d’agua que incluem a UB639 com aplicação no VW up! e a linha de bomba de combustível elétrica, a Urba marcou presença. “O evento vem de encontro com aquilo que a Urba sempre buscou, que é estar próximo do mecânico”, comentou o Engenheiro de Assistência Técnica, Orlando Fernandes.

 

VDO

 

 

A fornecedora de peças eletrônicas e mecatrônicas para o mercado automotivo destacou a importância do Congresso: “Ficamos muito felizes com o resultado do evento, onde foi possível trocar experiências com profissionais qualificados, oferecendo as melhores inovações para os mecânicos”, divulgou a empresa.

 

VIEMAR

 

 

Lançamentos como os Axiais para Fiat Argo e Cronos, a linha de combos e a ação de garantia de 70 mil km ou dois anos também marcaram presença em seu estande. O Promotor Técnico, Gustavo Almeida, destacou que: “Estamos trabalhando bastante os clientes da ponta e recebemos bastante visitas aqui no evento”.

 

WIX

 

 

A marca, integrante da Mann+Hummel, levou ao público a linha Mann Filters, além de elevar a garantia da empresa. O consultor de vendas, Alexandre Marquez destacou o movimento no Congresso: “O pessoal está muito interessado em nosso estande”.

 

ZF

 

 

A empresa levou para o Congresso seu portfólio com 32 famílias de produtos. Além disso, o programa “Amigo bom de peça” também foi um dos focos da multinacional no evento. A responsável de marketing do Aftermaket na América Latina, Fernanda Giacon, explicou: “Criamos essa plataforma para que o mecânico pudesse se atualizar. Além disso, ao fim do curso ele recebe seu certificado em casa”.

 

 

 

 

 

 

 

 

Motor: Construção Interna do Motor THP Flex – Parte 2

 

Acompanhe o passo a passo da montagem das peças móveis internas de bloco e cabeçote do motor THP da PSA Peugeot Citroën

Texto: Fernando Lalli
Foto: Fernando Lalli e Lucas Porto

Na primeira parte desta série, publicada na edição nº294 (Outubro/2018), mostramos todas as características dimensionais das peças internas do motor EP6FDTM da PSA Peugeot Citroën, 1.6 turbo, conhecido comercialmente como THP, que equipa diversos carros das duas marcas, além da linha DS. Veja a seguir o procedimento de montagem interna deste motor com o instrutor técnico do módulo PSA Peugeot Citroën do SENAI-Ipiranga em São Paulo/SP, José Martinho Leal Neto

 

PEÇAS DE TROCA SISTEMÁTICA DO MOTOR

 

1. Em caso de abertura do motor para reparo, as seguintes peças precisam ser obrigatoriamente substituídas por novas:
a) Parafusos dos mancais de biela: 8.
b) Parafusos do volante (pequenos): seis parafusos. Já vêm com trava química especial.
c) Parafusos dos mancais do vira (médios sextavados): 10.
d) Parafusos do cabeçote (grandes torx): 13 parafusos.
e) Retentor do volante.
f) Retentor da polia do virabrequim.
g) Junta do cabeçote

 

MONTAGEM DA PARTE INFERIOR

 

Obs: Neste motor, primeiro se monta os quatro pistões no bloco e somente depois vem o virabrequim. Isso porque as capas de biela não passam pelas aberturas do sobrecárter

 

2. Pistão e biela: Para montar corretamente o conjunto, pegue como referência o ressalto da biela e a seta no topo do pistão: ambos devem apontar para o lado da distribuição (sincronismo) (2a). Lubrifique o pino do pistão com óleo do motor antes de encaixá-lo. Use chave de fenda fina para instalar o anel-trava do pino (2b)

 

 

 

3. Montagem dos anéis de segmento: Na morsa, com a ferramenta apropriada, faça a instalação dos três anéis, de baixo para cima. Sempre observe a marca “top” nos anéis, voltada para a cabeça do pistão. Importante: na instalação do anel raspador de óleo, primeiro instale a mola, depois o anel.

 

 

4. Centralização das bronzinas de biela: As bielas não possuem guia de montagem das bronzinas, o que pode fazer com que estas fiquem descentralizadas na montagem. Por isso, use ferramenta especial 0197-K (4a) para garantir que não fiquem deslocadas. Faça o encosto manual dos parafusos da biela, encaixe a ferramenta especial e faça pressão com as mãos para posicionar corretamente as bronzinas (4b).

 

Obs. Monte as bielas no mesmo sentido em que estavam quando desmontadas. Apesar das bielas serem fraturadas, confira a numeração da capa para não inverter o lado na montagem (4c). Especificamente as bronzinas de biela não possuem cota de reparação. As de virabrequim, sim

 

 

 

 

5. Montagem do pistão no bloco: Lubrifique os anéis com o óleo do motor e faça o desafamento dos corte dos anéis a 120° um do outro (5a). Para inserir o pistão, ao invés da cinta comum, é necessário usar o cone de inserção de êmbolos – ferramenta especial 0197-J (5b). Posicione o pistão no cone ultrapassando sua saia em 15 mm para facilitar o posicionamento no cilindro (5c) e empurre manualmente o conjunto para baixo (5d). A instalação não deve encontrar resistência; se houver, recomenda-se refazer os passos para examinar o que pode estar errado.

 

Obs. A cinta não pode ser usada porque o perfil do pistão é em formato de “barril”, enquanto a cinta é reta. Se a cinta for usada, quando o pistão for empurrado na direção da camisa do cilindro, o anel vai abrir e a instalação vai falhar

 

 

 

 

 

6. Jet oil: O injetor de óleo (ou jet oil) tem a função de resfriar o pistão com um jato de óleo por baixo de sua saia. Seu parafuso de fixação possui uma válvula que se abre quando a pressão de óleo está acima de 1 bar (6a). Com uma chave de fenda, movimente a válvula para observar se não está travada. No momento da instalação, encoste o injetor e utilize um calibre de lâminas na medida de 20 centésimos para garantir a posição correta do componente (6b). Aplique o torque de aperto de 20 Nm.

 

 

 

7. Seleção das bronzinas do bloco (ranhuradas) e do sobrecárter (lisas): Como o motor trabalha com óleo específico e folgas milesimais, é necessário fazer a seleção individual das bronzinas do virabrequim para garantir que a folga de funcionamento seja a mesma em todos os munhões. Para isso, faça o cruzamento da identificação do do virabrequim, localizada na região do eixo que fica atrás do volante do motor (7a) , com a do bloco, gravada no bloco próxima ao suporte do filtro de óleo (7b).
MUNHÃO ……………………………1º 2º 3º 4º 5º
Identificação no Bloco:………….I K K M E
Identificação no Virabrequim:..R P R N P

 

 

 

Neste caso: As letras correspondem à ordem do 1º ao 5º mancal, ou seja, as letras “R” no sobrecárter e “I” no bloco correspondem ao mancal nº1, assim como “P” e “K” ao mancal nº2 e assim por diante. São quatro tabelas: uma para as bronzinas ranhuradas dos mancais de 1 a 4 no bloco (classe B), uma para a bronzina superior ranhurada do mancal nº5 no bloco (classe C), uma para as bronzinas inferiores lisas dos mancais de 1 a 4 no sobrecárter (classe D) e 7c uma para a bronzina lisa do mancal nº5 no sobrecárter (classe E). Ocorre a diferenciação no 5º mancal porque o eixo cresce em 0,008 mm após a inserção do pinhão do virabrequim. Cada classe de bronzina tem uma cor diferente (7c).

 

 

Veja a seguir as tabelas de referência para a seleção das bronzinas

 

BRONZINAS DO BLOCO, MANCAIS DE 1 A 4
Referência cota nominal
CLASSE “B1” (cor preto):
Entre 1,822 e 1,826 mm
CLASSE “B2” (cor verde):
Entre 1,826 e 1,830 mm
CLASSE “B3” (cor amarela):
Entre 1,830 e 1,834 mm
CLASSE “B4” (cor laranja):
Entre 1,834 e 1,838 mm
CLASSE “B5” (cor castanha):
Entre 1,838 e 1,842 mm

 

 

BRONZINA DO BLOCO, MANCAL Nº5
Referência cota nominal
CLASSE “C1” (cor preto):
Entre 1,822 e 1,826 mm
CLASSE “C2” (cor verde):
Entre 1,826 e 1,830 mm
CLASSE “C3” (cor amarela):
Entre 1,830 e 1,834 mm
CLASSE “C4” (cor laranja):
Entre 1,834 e 1,838 mm
CLASSE “C5” (cor castanha):
Entre 1,838 e 1,842 mm

 

 

 

BRONZINAS SOBRECÁRTER, MANCAIS DE 1 A 4
Referência cota nominal
CLASSE “D1” (cor preto):
Entre 1,822 e 1,826 mm
CLASSE “D2” (cor verde):
Entre 1,826 e 1,830 mm
CLASSE “D3” (amarela):
Entre 1,830 e 1,834 mm
CLASSE “D4” (cor laranja):
Entre 1,834 e 1,838 mm
CLASSE “D5” (castanha):
Entre 1,838 e 1,842 mm

 

 

 

BRONZINAS SOBRECÁRTER, MANCAL Nº5
Referência cota nominal
CLASSE “E1” (cor preto):
Entre 1,822 e 1,826 mm
CLASSE “E2” (cor verde):
Entre 1,826 e 1,830 mm
CLASSE “E3” (cor amarela):
Entre 1,830 e 1,834 mm
CLASSE “E4” (cor laranja):
Entre 1,834 e 1,838 mm

 

 

 

8. Instalação das bronzinas lado bloco: Os mancais do lado do bloco possuem guia de montagem para as bronzinas, enquanto do lado do sobrecárter é necessário utilizar ferramenta especial para garantir a centralização. Lubrifique as bronzinas antes de instalar o virabrequim.

 

 

9. Instalação do virabrequim (árvore de manivelas): Baixe os pistões a meio curso e insira o eixo manualmente no bloco. É normal que o virabrequim não gire livremente, pois, a centralização do eixo e sua movimentação normal só será alcançada após a montagem do sobrecárter.

 

Obs: O instrutor José Martinho ressalta a importância do rigor na montagem para evitar retrabalho posterior. “Após a montagem do sobrecárter, já estarão instaladas as bielas no virabrequim. Então, se houver algum erro de montagem anterior, o virabrequim ficará travado e será difícil localizar onde está o problema”.

 

 

10. Ajuste lateral da folga axial do virabrequim: São dois calços de ajuste da folga axial no 2º mancal do lado do bloco, ambos de espessura 2,35 + 0,05 mm. Meça a folga com relógio comparador milesimal. Não existe sobremedida: se houver folga, ou os calços estão desgastados ou o virabrequim tem desgaste no ponto de apoio da folga axial do motor e devem ser trocados. Valor de referência: 0,0016 mm (máx.)

 

 

11. Instalação das capas de biela no virabrequim: Monta-se as capas de biela neste momento porque elas não passam nos vãos do sobrecárter. Puxe as bielas e encoste os parafusos manualmente (11a). Com soquete 9 mm, aplique o torque nos parafusos em três etapas: pré-aperto a 5 Nm, outro pré-aperto a 15 Nm e aperto angular a 130±5° (11b). Mesmo após o torque final, haverá uma pequena folga axial nas bielas. Isso garante que o conjunto não está travado e a instalação está correta.

 

Obs: Não tente girar o virabrequim após instalar as capas de bielas: faça isso somente após a instalação do sobrecárter.

 

 

 

12. ) Centralização das bronzinas do sobre cárter: Para garantir o correto posicionamento, são necessárias duas ferramentas 0197-L (12a), que possuem duas faces de assentamento: a face 1.4 deve ser usada nos mancais nº1, 3, 4 e 5 e a face 1.8 apenas no nº2. Este mancal é diferente porque comporta os calços de folga axial, por isso é mais largo que os demais (12b).

 

 

 

13. Instalação do sobrecárter: Primeiro, coloque um filme de óleo sobre as bronzinas do sobrecárter e os munhões do virabrequim. Depois, limpe a área de assentamento do bloco e aplique um cordão de junta líquida Loctite Ultra Black para estanqueidade (13a). Não coloque junta na chamada “garganta de reserva”, área próxima ao mancal nº1. Ao instalar o sobrecárter manualmente, pode ocorrer leve interferência dos guias de montagem (13b).

 

 

 

14. Parafusos de mancal do sobrecárter no bloco: Use sempre parafusos novos nos mancais. Não use lubrificante adicional nem trava química, o que evita calço hidráulico e indução a um falso torque de aperto. Aperte-os de dentro para fora, em formato de caracol, com soquete 16 mm. São 10 parafusos. Aplique o torque em duas etapas: primeiro pré-aperto a 30 Nm e depois aperto angular a 150±5°.

 

 

15. Parafusos de estanqueidade do sobrecárter no bloco: São parafusos de 8 mm sextavados com diferentes comprimentos. Podem ser reaproveitados se estiverem em boas condições. Os dois parafusos mais longos ficam no ressalto da polia do virabrequim. Outros dois ficam logo atrás do volante do motor. Utilize chave de 8 mm e aperte-os do centro para a extremidade em formato de caracol. O torque é de 9 Nm.

 

 

INSTALAÇÃO DA BOMBA DE ÓLEO

 

16. Comece pela placa antiemulsão, sobre a qual será instalada a bomba de óleo do motor. É presa com 4 parafusos 10 mm, com torque de 10 Nm

 

 

17. A bomba de óleo (17a), de vazão variável e controlada eletronicamente pela ECU, é movida por corrente acionada pelo virabrequim (17b). Não há tensionador, pois o desgaste não é significativo. Tanto a cremalheira de acionamento quanto sua região de conexão com o virabrequim
devem ser desengraxadas com produto simples, como thinner ou mesmo benzina, para não afetar sua instalação nem o sistema de distribuição (sincronismo) do motor após a montagem.

 

Obs: Não é possível a desmontagem da bomba de óleo. É um conjunto único.

 

 

 

18. Após a limpeza, instale a cremalheira de acionamento da bomba de óleo no virabrequim já com a corrente (18a). Depois, encaixe a cremalheira da bomba de óleo na corrente (18b). A folga da corrente é normal para o funcionamento.

 

 

 

19. A bomba de óleo é fixada por três parafusos torx. Aplique torque em duas etapas: pré-aperto a 10 Nm e aperto a 25 Nm (19a). Por fim, instale a capa da cremalheira da
bomba de óleo (19b)

 

 

 

20. O chicote da eletroválvula deve passar por um orifício específico, com um selo de vedação que também deve ser trocado a cada remoção (20a). Em seguida, instale a capa com parafuso, que tem torque de 8 Nm (20b).

 

 

 

21. Limpe a área de assentamento do cárter de óleo no sobrecárter e aplique um cordão de junta líquida Loctite Ultra Black para estanqueidade. Instale o cárter, encoste manualmente os parafusos e aplique o torque específico de 12 Nm.

 

 

MONTAGEM DO CABEÇOTE

 

22. ) Na parte superior do bloco, instale a válvula retentora de óleo no cabeçote, peça que garante que as galerias de lubrificação do cabeçote estejam sempre carregadas, evitando batidas de tucho. Antes da instalação, verifique com uma chave de fenda se a válvula não está travada. A montagem é puramente manual.

 

 

23. Em seguida, posicione a junta do cabeçote. Como explicamos na primeira parte desta matéria (Construção interna do motor THP Flex – parte 1, ed. 294, Outubro/2018), a montagem incorreta desta junta é impossível, pois, só possui um lado de encaixe

 

 

24. No cabeçote, o retentor das válvulas deve ser instalado na guia com ferramenta especial 0197-F1, referenciada na documentação técnica

 

 

25. Posicione válvulas e molas conforme posição marcada previamente em caso de reutilização, pois a acomodação da vedação com a sua sede de válvulas é específica. Se a válvula nova, não há problema. Acomode as peças e o prato superior da mola

 

 

26. Comprima a mola da válvula com ferramenta específica para comprimir molas de cabeçote a fim de instalar os semicones de travamento da mola (26a). Utilize chave de fenda imantada para facilitar o posicionamento da peça, pois, tanto a área quanto a peça são pequenas (26b)

 

 

 

27. Posicione o cabeçote sobre o bloco e encoste manualmente seus 13 parafusos de fixação. A ordem de aperto dos parafusos (27a) é caracol nos 10 do centro, depois os dois no cárter de distribuição e, por fim, o último externo. São de três dimensões diferentes e possuem torques
de aperto distintos:

 

a) Dez parafusos na parte central do cabeçote, de cabeça torx 14 (pré-aperto a 30 Nm, préaperto angular a 90° e aperto angular a 90°) (27b);

 

 

b) Dois parafusos médios torx 10 na região do cárter da
distribuição, (pré-aperto a 15 Nm, pré-aperto angular a 90° e aperto angular em 90°);

 

 

c) Um parafuso pequeno perto da polia varíável (VVT) de cabeça torx 8 (pré-aperto a 25 Nm e aperto angular em 30°) (27c).

 

 

28. Instale os tuchos hidráulicos um a um, manualmente, junto com seu respectivo balancim roletado, preso por interferência com trava (28a). Se o tucho não estiver travando no balancim, troque a trava ou o tucho. Se o tucho for reaproveitado, marque na desmontagem qual é o seu
alojamento para não trocá-lo de posição e causar desgaste irregular (28b).

 

 

 

29. Para posicionar corretamente o eixo comando de válvulas de exaustão, observe o ponto de indexação da ferramenta de sincronismo, que deve ficar a 30° em relação ao centro. Nessa posição, o comando deve ficar travado para os dois lados.

 

 

30. Para montar corretamente as capas de mancal do comando de exaustão, é necessário usar a ferramenta especial 0197-3A para garantir a compressão das molas. Instale a ferramenta especial, fixada por 3 parafusos no cabeçote. A ferramenta baixa o comando ao girar as manoplas uniformemente. Continue girando as manoplas até que a resistência fique máxima. É obrigatório que os pistões estejam em meio curso para evitar colisão com as válvulas, que irão se abrir.

 

 

31. Uma vez que o comando esteja posicionado corretamente, aplique um filme de óleo nos munhões do comando, sobre os quais serão posicionados capas de mancais. As capas do eixo de exaustão são numeradas de 0 a 4 a partir da polia de exaustão (31a). Ou seja, a capa nº0 vai no primeiro mancal de exaustão mais próximo à distribuição (31b) Em cada capa, o furo oblongo fica voltado para dentro do cabeçote. Ordem de aperto é do centro para as extremidades em caracol. Torque dos parafusos é de 10 Nm.

 

Obs. : Tanto no comando de exaustão quanto no de admissão, remova a ferramenta especial somente após encostar todos os parafusos das capas de mancal. Caso contrário, pode ocorrer o empenamento do comando, que é tubular.

 

 

 

32. A instalação do comando de admissão segue as mesmas recomendações descritas nos três passos anteriores. Antes de posicionar o eixo no cabeçote, é imperativo trocar os anéis de vedação da eletroválvula do VVT (32a). Na montagem, o comando deve ter ângulo idêntico ao de exaustão, só que no sentido anti-horário (32b).

 

 

 

33. As capas de mancal são numeradas de 5 a 9, sendo que a capa nº5 é a posicionada do lado do VVT (distribuição). Para diferenciar as capas 6 e 9, veja o furo oblongo, que sempre deve estar voltado para dentro do cabeçote (33a). A ordem de aperto é do centro para as extremidades em caracol e o torque dos parafusos é de 10 Nm (33b).

 

 

 

34. Posicione a válvula de retenção de óleo da polia variável (VVT), que tem por função reter óleo na região e evitar barulhos na primeira partida. Presa com chave torx 40 e com torque de aperto de 15 Nm

 

 

35. Por fim, instale a válvula solenoide de pilotagem do VVT. Se a válvula for reaproveitada, sua junta de vedação deve ser obrigatoriamente trocada. A válvula é presa com parafuso de cabeça torx 30 com torque de aperto de 9 Nm

 

 

 

Colaboração técnica SENAI-Ipiranga “Conde José Vicente de Azevedo”

 

Evento – Salão do Automóvel vem recheado de novidades

 

Eletrificação, muita potência e versões inéditas no Brasil roubam a cena no evento

Texto: Andre Schaun
Fotos: Rafael Guimarães

Se a missão da 30ª edição do Salão do Automóvel de São Paulo era desenhar o futuro da indústria nacional pelos nos próximos anos, esse objetivo foi cumprido. Veja os principais lançamentos que deram o que falar no Salão e movimentarão nosso mercado

 

Seguindo a tendência mundial de eletrificação dos automóveis, Chevrolet, Renault e Nissan lançaram seus primeiros carros 100% elétricos no Brasil, e mostraram-se otimistas em relação à aceitação e fixação de seus modelos no mercado.

 

ELETRIFICAÇÃO

 

A General Motors confirmou o Chevrolet Bolt EV para 2019, com preços a partir de R$ 175 mil. De acordo com a fabricante, o Bolt EV tem motor elétrico de 36,8 kgfm de torque, 203 cv de potência e acelera de zero a 100 km/h em 6,5 segundos. Os 60kWh de suas baterias entregam 383 km de autonomia

 

A Renault iniciou no próprio Salão a venda do elétrico Zoe por R$ 149.990. Com um motor elétrico de 22,5 kgfm de torque e 92 cv de potência, suas baterias de 41kWh, pode ter 80% da carga completa em apenas 1h40 e rodar até 300 km com 100% da capacidade.

 

O modelo elétrico mais vendido no planeta, o Nissan Leaf, também desembarcou por aqui com o maior preço entre os três, R$ 178 mil. Entregando 32,6kgfm de torque e 149 cv de potência, o hatch tem autonomia total de 389 km com suas baterias de 40 kWh.

 

 

 

 

FORD

 

Um dos destaques da Ford, com destino certo para o Brasil, é a inédita versão com selo ST da Ford Performance. O modelo em questão é o Ford Edge ST (Sport Technologies), o grandalhão SUV é equipado com o motor 2.7 V6 Biturbo EcoBoost de 54,5 kgfm de torque e 335 cv de potência, o câmbio é automático de oito marchas com seletor rotativo E-Shifter.

 

A versão ST conta com tração nas quatro rodas sob demanda com controle inteligente, além de suspensão com tunagem esportiva. O modelo teve prévenda iniciada no Salão e suas primeiras unidades serão entregues no primeiro semestre de 2019.

 

 

HONDA

 

A Honda apresentou oficialmente no Brasil a décima geração do sedã Accord, que tem previsão de ser vendido por aqui ainda este ano. Debaixo do capô, traz o inédito motor 2.0 Turbo VTEC de 37,7 kgfm de torque e 252 cv de potência – o mesmo do Civic Type R, porém amansado em 68 cv.

 

O novo Accord é também o primeiro carro de tração dianteira no mundo a trazer câmbio automático de 10 marchas. Segundo a fabricante japonesa, se comparada à antecessora caixa automática de 6 marchas, a 10AT é 9,97 kg mais leve e tem uma amplitude total 68% maior, com a primeira marcha 43% mais baixa e a marcha mais elevada, 17% mais alta. A alavanca de câmbio foi substituída por um seletor. Seu preço será R$ 198.500.

 

 

KIA

 

A marca sul-coreana apresentou o Stinger GT, um cupê de quatro portas feito sob medida para brigar com os alemães Audi A5 Sportback e BMW Série 4 Gran Coupé. Sob o capô, ele possui um 3.3 V6 biturbo de 52 kgfm de torque e 370cv de potência. Toda essa potência é gerenciada por um câmbio automático de oito marchas e distribuída para o sistema de tração integral (AWD). Seu preço é de R$ 349.990.

 

 

MITSUBISHI

 

A Mitsubishi confirmou que a nova geração do Pajeto Sport finalmente desembarcará no Brasil por R$ 259.990, na versão HPE diesel. Seu motor é o 2.4 de 44kgfm de toque e 190 cv de potência, movidos por uma transmissão automática de 8 marchas. Possui tração nas quatro rodas com sistema Super Select II com opção de 4×2, 4×4, 4×4 com reduzida e 4×4 parcial e reduzida.

 

 

 

SUBARU

 

A Subaru trouxe uma ótima novidade para os puristas: WRX ganhou câmbio manual de seis marchas. Sob o capô, o sedã continua com o mesmo motor 2.0 boxer de 35,7 kgfm de torque e 270 cv de potência. A tração é integral, fixada no sistema Subaru Symmetrical All-Wheel Drive (SAWD e seu preço é de R$ 184.900.

 

 

VOLKSWAGEN

 

Uma das marcas que mais apresentou lançamentos no Salão foi a Volkswagen. As inéditas e aguardadas versões GTS de Polo e Virtus, ambos com previsão de chegada em 2019, desembarcam no Brasil com visual de GTI. Inspirados no Polo europeu, a mecânica deles será formada pelo motor 1.4 TSI, de 25,5 kgfm de torque e 150 cv de potência, com câmbio automático de seis marchas. Preços ainda não foram revelados.

 

Mostrou também o T-Cross, primeiro SUV compacto nacional da marca. O modelo será produzido no primeiro semestre de 2019, em São José dos Pinhais / PR, e terá motores 1.0 TSI (128 cv) e 1.4 TSI (150 cv).

 

E o conceito Tarok, uma picape feita na plataforma MQB para disputar mercado com a Fiat Toro e Renault Orock.

 

 

OUTROS DESTAQUES

 

A Suzuki apresentou a quarta geração do Jimny, que chega em 2019 com um motor 1.5 a gasolina com 13,2 kgfm de torque e 108 cv de potência e opção de câmbio automático, pela primeira vez na linha Jimny.

 

A BMW apresentou a nova geração do Série 3, que será produzido em Araquari (SC), e contará com dois propulsores, os dois de quatro cilindros, a gasolina, com 184 cavalos de potência para a versão 320i, e 258 cv para o 330i.

 

A Porsche trouxe o superesportivo 911 GT3 RS para o Brasil, que terá apenas 19 unidades à venda por aqui, pelo preço de R$ 1,2 milhão. Seu motor é o truculento V6 4.0 de 47 kgfm de torque e 520 cv de potência. Além dele, o Macan atualizado também foi novidade, o modelo mais vendido da marca no planeta conta com um motor 2.0 turbo de 37 kgfm de torque e 252 cv de potência, o preço sugerido é de R$ 329.000.

 

Travamento, Vedação e Fixação Química de Componentes

 

Saiba como e em quais situações utilizar os chamados adesivos anaeróbicos, que substituem soluções mecânicas.

Por: Gustavo de Sá
Fotos: Lucas Porto

 

O travamento de roscas e parafusos por meio de sistemas mecânicos é muito utilizado no universo da mecânica, mas possui algumas desvantagens. Para substituí-los, foram criados os adesivos anaeróbicos (materiais que secam na ausência do ar e em contato com o metal), que podem ser utilizados como trava rosca, fixação de bucha e rolamentos. Eles impedem afrouxamento de parafusos causados pela vibração ou trepidação do carro. Isso diminui os ruídos e aumenta a vida útil das peças. “Processos de travamento como arruela de pressão, contra-porca e porca parlock, entre outros, não são tão eficazes pois não preenchem a folga que existe entre porca e parafuso”, explica Douglas Gasparini, vendedor Técnico da Henkel, fabricante dos produtos Loctite. “A folga existente nos sistemas mecânicos também acaba permitindo que haja corrosão, dificultando a remoção do parafuso. Por isso a trava química é tão eficiente”, conta Daiane Benaducci, engenheira de Desenvolvimento de Aplicações da Henkel. Neste especial, descrevemos a aplicação dos diferentes produtos Loctite disponíveis para travamento, vedação e fixação de roscas e parafusos.

 

TRAVAMENTO

 

MÉDIO TORQUE

 

O Loctite 243 é um produto de médio torque, indicado para montagens que precisarão de manutenção futura. Permite a desmontagem utilizando-se apenas ferramentas manuais. Para a aplicação, é importante fazer a limpeza da peça e retirar os contaminantes para garantir que o adesivo tenha contato direto com a superfície. O 243 pode ser aplicado em porcas do coletor de admissão, bomba de óleo, volante (leves), amortecedor e motor de partida, entre outros.

 

 

 

 

TORQUE ALTO

 

Para fixação mais duradoura a fabricante indica o Loctite 263 e 277 . “É possível fazer o desmonte da peça, desde que ela seja aquecida previamente”, explica Daiane. Ambos podem ser aplicados no mancal do virabrequim, biela, sistema de freios, suporte do compressor de ar, suspensão, câmbio e diferencial

 

DEPOIS DE MONTAR

 

Indicado para aplicação pós-montagem, o Loctite 290 pode ser aplicado por cima da rosca, “se o conjunto está em local de difícil acesso, ele pode ser aplicado por cima da rosca do parafuso, depois de montado, que o 290 irá penetrar no componente e fazer o travamento”. Como exemplo de aplicação, a fabricante indica o uso para travamento da porca do eixo após montado e regulado e no regulador de válvula

 

VEDAÇÃO

 

Quando fala-se em vedação de roscas, o objetivo é impedir a entrada e saída de fluidos das conexões. “As opções disponíveis atualmente são o fio veda-rosca e a pasta vedante, que não são tão eficazes”, afirma Daiane. Para isso, é indicado o Loctite 567, que não contém solventes, não seca na embalagem, e possui alta resistência química e a altas temperaturas. Além disso, o produto resiste a até 10 mil psi de pressão e faz vedação instantânea. O volume de produto aplicado deve ser o suficiente para dar uma volta completa pela rosca. É importante lembrar que a função do 567 é apenas vedar, e não fazer o travamento químico da rosca. Ele pode ser utilizado na vedação do porta injetor, bujão do óleo do cárter, sensores de temperatura, conexões roscadas da tubulação de combustível, ar,
água e óleo

 

 

FIXAÇÃO

 

No caso de fixação de rolamentos e engrenagens, há no mercado dispositivos mecânicos, montagens por interferência e do tipo solda/fusão. A primeira tem como desvantagens a corrosão e desgastes por atrito, concentração de tensão e os custos de usinagem. Já a montagem por interferência também tem como contras a rugosidade superficial, o custo de usinagem, solda fria, falha e distorção da peça. A solda/fusão, por sua vez, requer metais compatíveis, alta temperatura e desmontagem impossível.

Com menor viscosidade (mais líquido) o Loctite 601, é indicado para montagens com interferência e fixação de rolamentos e buchas com grandes folgas, sem necessidade de superfícies retificadas.

A textura é semelhante a uma pasta, o 660 consegue preencher maior folga entre as peças. Indicado para restaurar o ajuste de montagem sobre eixos desgastados, rolamentos frouxos e chavetas danificadas.


 

 

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