Troca de correia dentada e tensionador: o que REALMENTE diz a norma ABNT?

Norma ABNT 15.759 em vigor formaliza que o tensionador deve, sim, ser trocado com a correia dentada e os demais componentes de sincronismo

 

Embora haja um grande ruído dentro do mercado de manutenção automotiva, existiram efetivamente em vigor apenas duas edições da norma ABNT 15.759, que padroniza os procedimentos gerais de inspeção e troca de correias de sincronismo e acessórios em motores de combustão interna.

A primeira edição, vigente entre 4 de outubro de 2009 e 15 de julho de 2011, já determinava a troca preventiva dos componentes de sincronismo no momento da substituição da correia, incluindo o tensionador, por questão de risco de falha e consequentes danos ao motor. Esses problemas, legalmente, são de responsabilidade do aplicador da peça, ou seja, o mecânico.

A segunda edição, em vigor de 16 de julho de 2011 até o presente momento, é bem direta. No item 4.1 (“Inspeção”), está recomendado que, se no momento da manutenção a correia estiver com a quilometragem limite de vida útil estipulada fabricante do veículo, “os demais componentes do sistema devem ser substituídos independentemente da condição”. Conforme descrito no mesmo item 4.1, esses componentes, são: polias dentadas, tensionadores, rolamentos guias e de apoio.

Portanto, a norma ABNT 15.759 vigente formaliza, sim, que o procedimento correto de manutenção da correia dentada é a troca completa do sistema de sincronismo, incluindo obviamente o tensionador – e nunca houve outra normatização publicada de fato pela Associação Brasileira de Normas Técnicas dizendo o contrário.

Entre as duas publicações, houve apenas uma emenda aos itens 4.1.2 e 5.1.2 (“ABNT NBR 15759:2009 Emenda 1:2011”), datada de 15 de junho de 2011, cujo texto está já está incluso na edição da norma que entrou em vigor no dia seguinte.

Para os interessados, a norma ABNT 15.759 em vigor pode ser adquirida no site https://www.abntcatalogo.com.br/ pelo preço de R$ 36,25.

LEIA MAIS: Schaeffler afirma: é o mecânico quem deve atestar se o tensionador da correia dentada precisa ser trocado

10 comentários em “Troca de correia dentada e tensionador: o que REALMENTE diz a norma ABNT?

  1. Conforme o texto da matéria, que cita a norma mas não republica o texto da mesma, é dito que a troca de todos os componentes é RECOMENDADA ou seja, NÃO É UMA OBRIGATORIEDADE. Lembrando que obrigar um cliente a trocar peças em bom estado junto de peças que tenham chegado ao fim de sua vida útil, além de não ser atitude de bom senso, constitui em crime de VENDA CASADA, previsto no código de defesa do consumidor. Fica óbvio que se o reparador faz apenas a troca da correia a pedido do cliente, este responderá apenas pelo serviço executado não havendo portanto motivo para preocupação. No caso de defeito da correia a responsabilidade recai sobre o fabricante. Qual a dificuldade nesse entendimento ? Por fim, a troca e descarte desnecessário de peças ainda levanta uma questão ecológica. Concluindo, a não troca dos componentes em bom estado do sistema de sincronismo do motor não desrespeita a norma da ABNT tendo em vista que a mesma faz apenas uma RECOMENDAÇÃO de substituição e não obrigatoriedade, até porque não tem força de lei e não pode se sobrepor ao código de defesa do consumidor. Esta é a minha opinião.

  2. No caso de oficinas mecânicas sempre emitir orçamento discriminando as peças a serem substituídas e o serviço a ser executado. Em caso de negativa do cliente deve se anexar por escrito os itens e serviços que não foram contratados e colher sua assinatura tambem é interessante deixar junto a esse orçamento um termo onde a oficina se responsabiliza e da garantia da peça substituida e do serviço executado. Nesse caso apenas o serviço de troca da correia e a correia substituída. De qualquer forma uma boa conversa com o cliente sempre é valida e demonstrar que a economia do valor de um tensor não compensa o risco de uma quebra maior do motor. A norma da ABNT também pode ser exibida ao cliente mostrando que o correto é a troca do conjunto de peças independente do estado que as peças se encontram.

  3. @franciscoassisdelima A norma no item 4.1 foi atualizada conforme a matéria aqui publicada, não há controvérsias, é fato, tem que trocar a correia no seu limite e esses componentes: polias dentadas, tensionadores, rolamentos guias e de apoio.

  4. padrão de homologação de rolamentos para correias é de 300 mil km. Pode haver, segundo ela, uma variação para mais ou menos de acordo com as condições operacionais. Mas jamais abaixo de 200 mil km;
    Estatísticas de campo afirmam que 99% dos problemas de desgaste prematuro dos rolamentos de tensores das correias dentadas são provocados por erro ao ajustá-las em sua tensão de trabalho;
    Só recomenda a troca simultânea do rolamento em motores com alta quilometragem e que não se conhece o histórico. Ou seja, se o carro já rodou, digamos, 200 mil km e a correia deve ser substituída sem que se conheça sua vida útil e a do rolamento do tensor, sugere a troca de ambos.
    Então:

    A ABNT recomendou em 2009 a troca do tensor simultaneamente com a da correia, mas alterou esta norma em 2011;
    estes rolamentos são projetados para durar cerca de 300 mil km;
    falha prematura dos tensores/rolamentos de correia dentada são provocados, segundo os técnicos da Schaeffler, por ajuste errado de sua tensão.

  5. Todas as opinião são válidas , não podemos nos responsabilizar por um problema se o cliente não quiser fazer da forma correta o melhor é passar o certo pro cliente pra ele ficar ciente do tamanho do prejuízo .

  6. Eu prefiro mostra para o cliente o tamanho do prejuízo, quando não é trocado todos os itens de sincronismo

  7. Errado pessoal, já deve ser passado o kit completo no orçamento.
    Para nem abrir se o cliente não quiser fazer do jeito correto.
    Se ele não autorizar, vc montar e der b-, o cliente não vai ser o culpado.
    Pq o técnico é vc!
    Se ele não quiser, tchau pra ele.

  8. Se o cliente se recusar a trocar o kit completo, prefiro não fazer o serviço, porque se futuramente der qualquer problema a chance do cliente vir com uma outra versão, alegando qualquer coisa para que a oficina banque o prejuízo é grande, então para evitar estresse prefiro não fazer.

  9. @Willian de Almeida, na minha opinião a responsabilidade é automaticamente transferida para o cliente, elabore o orçamento para a troca completa dia componentes envolvidos e faça ele assinar o orçamento caso ele autorize ou não, e em caso de negativa coloque uma observação no corpo do orçamento citando as peças que ele se recusou a substituir.

    Minha opinião.

    Att
    Francisco Bezerra.

  10. TENHO UMA DÚVIDA, SE APÓS A DESMONTAGEM CONSTATAR QUE O TENSOR E GUIAS DEVEM SER TROCADOS E O CLIENTE NÃO AUTORIZAR, A RESPONSABILIDADE PASSA A SER DO CLIENTE OU CONTINUA COM O MECÂNICO, E NESSE CASO QUAL A MELHOR MANEIRA DE SE PROCEDER.

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