Manutenção do sensor de oxigênio do Volkswagen Fox

sensor oxigênio VW Fox

Acompanhe nesta matéria qual é o conceito, as características, as dicas e procedimentos para diagnóstico e manutenção dos sensores de oxigênio nos veículos equipados com sistema de injeção eletrônica

Fernando Lalli

A sonda lambda, também chamada de sensor de oxigênio, tem um papel importantíssimo na vida de um automóvel. Criada na década de 1970, tem a função de analisar os gases do escapamento para que o sistema de injeção encontre a exata mistura ar/combustível para a queima dentro do cilindro. Ou seja, a sonda está diretamente atrelada à eficiência do motor, promovendo economia de combustível, redução a emissão dos poluentes e proporcionando maior vida útil do catalisador.

A sonda avalia a concentração de oxigênio nos gases de escape para determinar se o motor está queimando uma mistura pobre (com pouco combustível) ou rica (com combustível em excesso). Para isso, a sonda se baseia no ar atmosférico (chamado aqui de “ar de referência”) e compara a quantidade de oxigênio entre as duas amostras. Por meio de um sinal eletrônico, o resultado é enviado à Unidade de Comando Eletrônico da injeção (UCE) que, conforme os valores lidos, aumenta ou diminui o combustível injetado, buscando a combinação ideal para a queima.

sensor oxigênio VW Fox

Em um motor flex, como é o caso do VW Fox utilizado na reportagem, além da função de correção da mistura, o sensor de oxigênio também possui outra tarefa: auxiliar o módulo de injeção a identificar qual combustível o motor está queimando. Constantemente, o módulo abre a janela de aprendizado e o sensor de oxigênio detecta, por meio da leitura dos gases, qual é o tipo e a porcentagem da mistura que se encontra no tanque de combustível, podendo ser só álcool, só gasolina ou qualquer quantidade entre os dois combustíveis.

Um defeito na sonda pode causar queda do rendimento do veículo, dificuldade na partida, falhas do motor, além do aumento no consumo e o aumento da emissão de gases poluentes no ar. O funcionamento incorreto do sensor ainda pode reduzir a vida útil da bobina e do distribuidor. Em casos mais extremos, até o catalisador do carro pode ser afetado. Por isso, a preservação e a manutenção dessa peça é fundamental para o rendimento do veículo.

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Como a sonda trabalha?

O técnico da NTK, Hiromori Mori, explica que, para funcionar, as sondas utilizadas atualmente possuem o “heater” (ou aquecedor), que faz com que o elemento filtrante (feito de zircônio e que fica em contato com os gases de escape) atinja a temperatura de 350ºC, momento em que o zircônio adquire a propriedade físico-química de permitir a passagem de oxigênio através dele.

Quando a mistura está rica, há pouco oxigênio nos gases do motor, o que provoca uma grande migração das moléculas de oxigênio através do elemento filtrante, vindas do ar de referência para os gases do escape. Em caso de mistura pobre, essa migração é menor. A variação da quantidade de oxigênio que atravessa o elemento filtrante determina a informação enviada ao módulo de injeção, controlando a mistura.

A informação é passada para o módulo de injeção através de um impulso elétrico. Quando a mistura está rica, o sinal será próximo de 1 volt, enquanto na mistura pobre, o sinal da sonda será próximo de 0 volt.

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Tipos de sonda

Basicamente, existem dois tipos de sondas disponíveis no mercado: a sonda do tipo dedal (ou convencional) e a planar, identificados pela forma do elemento filtrante. O tipo dedal leva vantagem por ter uma área de contato maior e mais robustez contra choques térmico e mecânico.

A NTK possui dois tipos de sonda “dedal”: a standard, cujo heater é alimentado por 12V, e a do tipo “FLO”, que possui um heater mais potente, alimentado inicialmente por 11V e posteriormente por valores menores.

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Teste de alimentação do heater

Para medir a tensão de alimentação do heater da sonda, utilizamos um chicote auxiliar, que deve ser ligado entre o conector da sonda e o chicote original do veículo. Esse chicote auxiliar é recomendado para evitar intervenções no chicote da sonda ou do veículo, pois não é adequado realizar furações nesses chicotes.

Após conectar o chicote auxiliar, coloque o multímetro em escala de 20V e ligue o veículo para obter o sinal. Em nosso exemplo, a sonda FLO recebe inicialmente uma tensão de alimentação por volta dos 12V, que cai gradativamente até os 7V e estabiliza por volta dos 5V. Na sonda standard, esse valor sempre estará por volta dos 12V.

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Forma correta de testar o sinal da sonda

A sonda reage em função do funcionamento geral do sistema. Logo, os falsos diagnósticos são frequentes. Toda vez que um veículo com algum problema chegar em sua oficina e, ao utilizar o scanner, for detectado alguma anomalia, deve-se tomar muito cuidado com o diagnóstico. Se a injeção estiver trabalhando em alguma estratégia emergencial, será exatamente aquilo que o scanner vai ler. Por isso, se o mecânico suspeitar de defeito na sonda, ele deve executar o teste no sistema para tirar qualquer dúvida antes de realizar a troca.

Uma boa forma de se testar a sonda é ler diretamente o seu sinal, sem qualquer tratamento dado pela unidade de comando. Para isso, utilize o osciloscópio ligado diretamente no chicote do sensor (e não no do módulo), conectando-o nos fios cinza e preto da sonda NTK. Com isso, evitamos a interferência que pode ocorrer na leitura dos valores que o módulo possui, lendo diretamente os valores gerados pelo sensor.

No gráfico gerado na tela do osciloscópio, podemos ver o tempo de leitura do sinal da sonda, que deve ser de 300 milisegundos no máximo. Acima desse tempo, a sonda está com defeito e deve ser substituída. Importante: quando realizar a análise desse tipo de gráfico, lembre-se que o tempo de resposta da sonda é equivalente apenas ao traçado de subida e descida, enquanto o tempo de resposta da injeção é diferente, correspondendo aos picos e vales do gráfico.

No caso da oficina não possuir osciloscópio, o teste pode ser realizado com o multímetro, conectando o aparelho nos mesmos fios (preto e cinza). O multímetro não é a ferramenta mais adequada por ter uma leitura bem mais lenta dos dados. Para executar um teste mais fiel com essa ferramenta, observe se o valor oscila constantemente. Então, acelere o veículo rapidamente para forçar a mistura rica, assim provocando um sinal com tensão próxima a 1V. Solte o acelerador de uma vez e observe se o valor chega perto de 0V. Isso acontecendo, a sonda está OK.

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Cuidados com o manuseio da sonda lambda

É importante checar visualmente se o sensor não sofreu danos por manuseio inadequado ou algum tipo de impacto, o que pode prejudicar o seu bom funcionamento. Cheque a borracha seladora dos fios, os fios (nas extremidades do sensor e do conector) e o corpo do sensor. Verifique também se há presença de óleo ou água nos conectores, assim como no próprio corpo do sensor. Todos esses fatores podem contaminar o elemento filtrante e alteram a leitura dos gases.

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Verifique também o aspecto do tubo de proteção do sensor, que pode ajudar a identificar problemas relacionados à queima do combustível (como adulteração ou má qualidade). O técnico da NTK, Hiromori Mori, lembra que não é recomendado realizar a limpeza do tubo de proteção, pois esse procedimento pode avariar o elemento filtrante e condenar a sonda. A recomendação nesses casos é a troca do dispositivo.

Uma recomendação muito importante na hora de instalar a sonda é realizar o torque correto para a fixação da peça. Esse valor fica em torno de 35 a 45 Nm. Para facilitar a instalação e evitar danos ao componente, recomendamos a utilização de uma ferramenta especial para fixação de sonda, que possui uma canaleta para a passagem do chicote. As sondas NTK já vêm com uma graxa específica para a sua fixação. Essa graxa é resistente à alta temperatura e, portanto, adequada para esse tipo de aplicação. Por isso, não remova essa graxa quando aplicar a nova sonda no veículo.

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Considerações importantes

Alguns veículos possuem duas sondas, que ajudam a atender as leis de emissões de poluentes. Estas sondas ficam em duas posições diferentes: antes do catalisador e após o catalisador. A sonda instalada antes do catalisador realiza a mesma função da sonda que equipa os outros veículos, enquanto a outra monitora a saída dos gases emitidos para o ambiente. Caso ocorra algum problema e os valores de emissão estejam acima do permitido por lei, a sonda instalada após o catalisador detecta a avaria e permite que o condutor do veículo saiba do problema por meio da luz indicativa de emissões no painel do veículo.

8 comentários em “Manutenção do sensor de oxigênio do Volkswagen Fox

  1. Olá boa tarde! Meu veículo é um VW FOX 1.0 2007, a sonda lambida instalada nele é NGK e tem a seguinte numeração: AG032906265. Como apresenta sinais oxidação, carbonização e amassamento, além do veículo apresentar alto consumo, decidi trocar a peça. Obtive a informação de que deveria ser instalada a sonda OZA706-V3 ou OZA534-V3, optei pela primeira, e visto que o consumo estava elevado, posso esperar que o carro fique mais econômico quanto ao gasto de combustível? Grato!

  2. Queria saber o número sensor de oxigênio lambada para Fox 1.0 flex 2005 . Para que posa fazer a
    comprar

  3. meu carro esta explodiu o coletor de admissão ja duas vezes mais niguem consegui achar o defeito colocamos o scane e não apresenta nada mais ja notei que é quando absteço o carro que aconteceu ja duas vezes.

  4. tenho um fox trend ano 2012/13 1.6 flex me surpreendi a luz do óleo começou a acender, mas o óleo é novo e esta no nível correto e também junto com a luz frequentes apitos sou o único dono é normal o som de aviso tem isto

  5. Olá, Márcio. A sonda pré-catalisador (primeira) está com o sinal um pouco elevado (mistura pobre). Mas esses motores Bluemotion são motores de mistura pobre. Logo se o sistema não acusa erro, pode-se considerar dentro do aceitável. A sonda pós-catalisador geralmente tem uma tensão relativamente constante e de sinal elevado. Não vemos razão para preocupação imediata. Esperamos ter ajudado. Um abraço.

  6. Bom dia. Tenho uma dúvida com relação a sonda do meu Fox Bluemotion 2014 12v.

    As duas sondas do carro trabalham com uma alta voltagem.
    A primeira fica oscilando entre 900 e 1200 mv e a segunda fica próximo à 1.400 mv.

    Sabem se esses dados são normais para esse veículos?
    Uma vez que ele funciona perfeitamente sem nenhum aviso de erro na injeção e no scanner também não gera nenhum código de erro.

    Obrigado.

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