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Raio X | Renault Oroch 2023

Foto abre

Com o visual atualizado, a picape traz motor 1.3 TCE turbo flex com injeção direta e câmbio CVT na versão Outsider

texto Marcio Papi | fotos Vitor Lima

O Renault Oroch 2023 foi apresentado ao mercado brasileiro em abril deste ano com algumas mudanças no visual externo e com o interior renovado. A picape é uma reestilização do que foi apresentado em 2015, pois trocou peças visuais e aprimorou-se em alguns pontos técnicos. A versão Outsider 1.3 Flex CVT tem o preço tabelado no mercado em R$ 140.900,00. Além disso, mostrou evolução no motor – 1.3 Flex turbo com injeção direta – bico injetor direto na câmara de combustão, 170 cv com etanol e 162 cv com gasolina, entre 5.500 e 6.000 rpm, feito em parceria com a Mercedes-Benz.

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Foto 2

A versão 2023 Outsider da Renault Oroch também se difere da versão anterior pela troca do para-choque dianteiro. No novo modelo a grade é maior e, na parte traseira, novas lanternas com fundo preto e rodas diamantadas de 16”. As barras de teto funcionais têm capacidade de 80kg.

Por dentro, muitas mudanças: O Painel de Controle é uma peça nova, em plástico rígido, composto de elementos parecidos com o novo Duster como as saídas de ar, comandos de ar-condicionado e linhagem de botões para comando, enquanto o painel de instrumentos é uma versão aprimorada do Captur, com multimídia flutuante de 8 polegadas para espelhamentos de celular sem fio, velocímetro digital e novo volante multifuncional.

Para avaliar o carro convidamos Fernando Araújo, proprietário da oficina Motor France SP, localizada na capital paulista.

Foto 3

DEBAIXO DO CAPÔ

Capô

Segundo Fernando, ao abrir o capô, já é notória uma diferença para todos os mecânicos: o amortecedor de capô. “Além de abrir espaço, é uma comodidade benéfica, pois facilita o trabalho dos profissionais da área” (1).

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Os sensores de pressão da rampa de injeção controlam a quantidade de combustível a ser enviada para os bicos injetores.

O turbo está voltado para a parede corta-fogo e, para ter acesso, é necessário desmontar toda a parte de admissão. Por se tratar de um turbo alimentador com pós-resfriador (aftercooler ou intercooler, como é mais conhecido) o radiador se localiza na frente do motor.

Em relação ao TBI ou corpo de borbo leta (2), é visível a conexão entre várias mangueiras. Elas transportam gases do escapamento provenientes da válvula EGR, vapores de combustível oriundos do cânister, além da depressão gerada pela bomba de vácuo que “alimenta” o servo freio com depressão.

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O sistema de ventilação positiva do cárter garante a evacuação e recirculação dos vapores de combustível através de um duto, no qual eles são escoados e redirecionados para os coletores de admissão, com o objetivo de queimá-los na câmara de combustão. Dessa maneira, evita-se a emissão de poluentes para a atmosfera.

Sobre os freios, a montadora recomenda a troca do fluido DOT 4+ (3) a cada 80 mil km ou 4 anos, mas, segundo Fernando, é um período prolongado: “Costumamos trocar o fluído de freio a cada 40 mil km ou 20 mil km ou dois anos com uso severo. Ou seja, para aqueles que moram no litoral e costumam subir e descer a serra, você tem muita utilização do sistema de freios. Com isso muitos vapores são criados e, automaticamente, esse período de troca seria antecipado pela metade da quilometragem”.

Foto (3)

No arrefecimento (4), a respeito da troca do líquido, Fernando destaca: “se você adiciona água desmineralizada, tem um pouco de perda. É comum. Mas o recomendado é olhar uma vez por semana”. A Renault orienta em manual que, após no período de amaciamento do veículo, esses acréscimos excederem 1 litro a cada 1 mil km, trata-se de uma anomalia e o veículo deve ser examinado. O aditivo original homologado é o Glacecol RX Type D (pronto para uso) e o período de troca previsto é a cada 40 mil km ou 4 anos. O sistema tem capacidade total de 5,45 litros.

Foto (4)

No caso de uma intervenção no sistema de arrefecimento, a acessibilidade ao dreno é facilitada (5), pois não a nada que dificulte a mobilidade até as purgas.

Foto (5)

No entanto, alguns elementos relacionados à reparabilidade são difíceis de acessar. Para alcançar a única correia de acessórios (ar-condicionado, alternador e bomba d’água) é necessário levantar o veículo. O aftercooler se localiza no fundo do para-choque e, para alcançá-lo, é preciso remover toda a parte frontal do carro. “Não é fácil de retirar. Algum tipo de reparação no aftercooler só será feita se tiver um problema de turbina que pode jogar óleo em cima da admissão. Fora isso não há nenhum tipo de prevenção a ser realizada”, completou Fernando.

A recomendação da troca do filtro de ar (6) é a cada 10 mil km, ou seja, a cada revisão, para preservar a turbina. A recomendação de inspeção por tempo é a cada 15 dias.

Foto (6)

A respeito do suporte do motor e amortecimento das vibrações, onde o coxim é o responsável por evitar maior vibração naquela região do veículo. Ele é hidráulico, de plástico e de fácil acesso (7).

Foto (7)

Uma curiosidade sobre o óleo lubrificante original do primeiro enchimento deste motor (Castrol) é a viscosidade 15W40 – geralmente usada em motores mais antigos. Porém, não se trata de qualquer 15W40, uma vez que sua classificação de desempenho é avançada: ACEA A3/B4, com a observação da Renault que, uma vez respeitada essa norma, a viscosidade “W” pode ser alterada para 10W40, 5W40 ou 0W40 em regiões mais frias. A tampa para enchimento e a vareta para a verificação do nível de óleo do motor são de fácil acesso (8).

Foto (8)

A lubrificação tem papel ainda mais importante neste motor 1.3 TCe, pois, ele possui sincronismo por corrente e duplo comando de válvulas com variadores de fase tanto na admissão quanto na exaustão.

a exaustão. No motor do Renault Oroch 2023, outra tecnologia avançada é destacada: o stop-start, onde a bateria é fundamental. Ela é do tipo EFB de 60 Ah (9). “Se houver necessidade de substituí-la, é necessário atender às mesmas especificações”, afirma Fernando Araújo.

Foto (9)

A tampa da caixa de fusíveis não é simples de se remover, pois o cabo de abertura do capô atrapalha sua retirada. É necessário erguê-lo para ter acesso à caixa de fusíveis e relês (10) que controlam o funcionamento de: eletro- -ventilador do radiador, bomba de alta pressão da injeção de combustível e demais relês de potência.

Foto (10)

O módulo de injeção está próximo à coluna do amortecedor (11), assim como a bateria e o módulo de controle eletrônico da ventoinha (12).

Foto (11)

Foto (12)

É possível checar o nível de óleo do câmbio CVT por uma vareta (13). A fabricante do veículo não prevê a troca desse fluido. No entanto, o mecânico especialista na marca Renault opina que deve haver uma troca regular desse fluido. “É claro que existe uma degradação do óleo, por isso é preciso trocá-lo, sim. A partir de 100 mil km é fundamental realizar a troca”, afirma Fernando Araújo. Em caso de uso severo, ele recomenda baixar esse período para 30 mil km. Claro, o recomendado é sempre utilizar o óleo original. Neste caso, o Gearbox Oil NS3. O enchimento pós-drenagem do CVT é de 3,9 litros. A capacidade total da caixa é de de 8,6 litros.

Foto (13)

As sondas lambdas – tanto pré quanto pós-catalisador – são bem visíveis e de fácil acesso (14).

Foto (14)

As conexões da climatização são bem visíveis (15). Acoplado abaixo das tubulações do ar-condicionado, próximo à coluna de suspensão, fica o módulo do sistema ABS (16).

Foto (15)

Foto (16)

A fixação superior dos amortecedores é rapidamente visualizada (17) – na mesma posição da Duster, do Sandero e do Logan, já que as plataformas derivam da mesma origem.

Foto (17)

Já em relação às bobinas, o acesso não é dificultoso (18). Mesmo assim, o proprietário do veículo deve ficar atento às manutenções preventivas. “É necessário mantê-las conforme discriminado no manual: revisões a cada 10 mil km; velas de irídio a cada 40 mil km; filtros de ar, óleo e combustível a cada 10 mil km ou 1 ano”, ressalta Fernando.

Foto (18)

UNDERCAR E ACESSOS INFERIORES

Na parte de baixo do carro, o protetor de Cárter (19) é fixado por seis parafusos – quatro visíveis e dois internos conectados ao para-choque.

Foto (19)

A correia de acessórios possui uma proteção plástica acessível pela caixa de roda. Em uma inspeção ou alguma intervenção a ser feita nela, é necessário retirar essa capa para ter acesso à polia de virabrequim (20), da bomba d’água e do ar-condicionado. Tudo fica bem visível ao retirar essa proteção.

Foto (20)

O filtro de óleo é do tipo ecológico (refil). O motor tem capacidade para 4,8 litros de lubrificante, já considerando o filtro. Na tampa está especificado seu próprio torque de 25 Nm ou 2,5 kgfm (21). Portanto, a tampa deve ser fechada com o uso de um torquímetro para evitar o desgaste da borracha e da fixação da rosca.

Foto (21)

O enchimento de óleo do câmbio CVT é feito através da vareta mostrada anteriormente. Já o escoamento é feito pelo dreno do cárter (22). Um detalhe: há dois trocadores de calor, um para o motor e outro para o câmbio. O mais visível, localizado ao lado do filtro de óleo, é do motor (23). Já o do câmbio fica localizado mais acima na caixa.

Foto (22)

Foto (23)

Sobre os semieixos – o direito é bipartido com trizeta e tulipa, somado a um rolamento centralizado (24).

Foto (24)

Por baixo também é possível visualizar a bomba d´ água auxiliar de arrefecimento do turbocompressor (25). Essa bomba é acionada pelo gerenciamento eletrônico, totalmente independente do movimento do motor.

Foto (25)

A suspensão dianteira é do tipo independente McPherson com bandeja, pivô fixo (26), barra estabilizadora com a bucha por cima do quadro e bieleta (27). Ou seja: simples, fácil de manipular e fazer reparos.

Foto (26)

Foto (27)

Algo que chama atenção é a presença de uma massa de borracha (28) bem ao centro do quatro dianteiro. “Ela evita vibrações e ruídos. Isso já existia na Duster, na Captur e agora também está presente na Oroch”, explica Fernando.

Foto (28)

A suspensão traseira – por barras – também é do tipo independente McPherson.“O mecânico deve ficar atento às porcas com regulagens para convergência e divergência (29), pois existe um alinhamento traseiro no carro, porém não há regulagem de cambagem. Geralmente quando existe suspensão de barras na traseira, o veículo teria regulagem de convergência e de cambagem. Na Oroch, não. É só convergência e divergência”. É uma suspensão diferenciada. Foi projetada para abrigar o diferencial e o eixo de uma transmissão 4×4, mas não o tem.

Foto (29)

Outro ponto fundamental na suspensão traseira é a posição das bieletas (30). “O amortecedor tem dois furos (orelhas) de instalação das bieletas e, se o mecânico não estiver atento à sua disposição, é possível confundir. A posição correta é na orelha da frente. Esse detalhe, se não percebido pelo profissional, pode alterar o ângulo de trabalho da barra de suspensão e a própria bieleta pode atingir a mesma”. Além disso, pode haver colisão entre a barra estabilizadora e os braços da suspensão.

Foto (30)

A respeito da direção da Oroch modelo 2023, o sistema é o ele tro-hidráulico convencional bastante característico da Renault. As tubulações hidráulicas e a bomba da direção estão localizadas atrás do para-barro esquerdo.

O sistema de escapamento possui a ligação entre o coletor de escape e um silencioso intermediário com malha flexível (se movimenta conforme a exigência do motor), sustentado por um coxim frontal, seguido de outro silencioso à frente do eixo traseiro (31). “O curioso é o tamanho da ‘panela’ e onde ela é fixada: quase no meio do carro. Geralmente ela ficaria no balanço traseiro”, aponta o mecânico. “Todo escapamento tem uma linha de corte para fazer a substituição da peça e, nesse modelo, ela é localizada perto do escapamento dianteiro (32). Ou seja, se tiver que trocar o escapamento original, por ser diferenciado, trata-se de uma peça única. É necessário ter bastante atenção no reparo”.

Foto (31)

Foto (32)

À frente do tanque, no lado direito, está loca lizado o filtro de combustível. É de fácil remoção e manuseio (33), diz Fernando.

Foto (33)

E, assim como no Kwid, o tamanho do cânister chama a atenção. É grande e uma chapa de proteção lateral o mantém preservado (34).

Foto (34)

Ao entrar no carro, é possível ver o filtro do ar-condicionado embaixo do porta-luvas (35), fixado por três parafusos com torque de 20 Nm e substituição a cada 10 mil km, semestral ou anual conforme a revisão. Para os reparadores é importante saber: dentro do porta-luvas está localizada a tomada de diagnóstico OBD2 (36).

Foto (35)

Foto (36)

Por fim, e não menos importante, a caçamba. Ela apresenta capota marítima de série, câmera de ré, fechadura por chave – não é elétrica, porém a tampa é bastante pesada e não tem amortecedor. A sustentação é feita por cabos (37). Há mais uma observação feita pelo mecânico: “Os parafusos de fixação da tampa estão escondidos pelas capas e isso evita seu furt. A trava do estepe tem uma tampa e é necessário apenas puxá-la para poder manusear os parafusos” (38).

Foto (37)

Foto (38)

Uma última observação: como é equipada com protetor de caçamba e capota marítima de série, em caso de substituição dos amortecedores – neste caso, traseiros – não existe meio aos mesmos através dela, pois é totalmente vedada. Desse modo, é necessário extrair o protetor para manuseá-los.

FICHA TÉCNICA

Renault Oroch

Renault Oroch Outsider 1.3 TCE 2023

MOTOR

Posição: Dianteiro, transversal

Combustível: Flex

Número de cilindros: 4 em linha

Cilindrada: 1.332 cm 3

Válvulas: 16

Taxa de compressão: 10,5:1

Injeção de combustível: Direta

Potência: 170/162 cv (E/G) a 5.500 rpm

Torque: 25,5/25,5 (E/G) a 1.600 rpm

CÂMBIO

CVT com 8 marchas pré-programadas, tração dianteira

FREIOS

Dianteiros: Discos ventilados

Traseiros: Tambor

DIREÇÃO

Elétrico-hidráulica

SUSPENSÃO

Dianteira: McPherson

Traseira: McPherson

RODAS E PNEUS

Rodas: 16 polegadas

Pneus: 215/65 R16

DIMENSÕES

Compr.: 4.719 mm

Largura: 1.834 mm

Altura: 1.634 mm

Entre-eixos: 2.829 mm

CAPACIDADES

Tanque de comb.: 45 litros

Porta-malas: 683 litros

 

 

 

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