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Raio X: Honda City sedã e hatch 2023

Versões topo de linha compartilham mesma plataforma e mecânica com leves mudanças no undercar; confira as condições de reparabilidade dos modelos

O novo Honda City chega ao Brasil com as versões sedã e hatchback. A nova plataforma compartilhada e o conjunto mecânico semelhante fazem jus ao preço muito próximo entre o sedã e o hatch, ambos topos de linha na configuração Touring: R$ 129.600 para o sedã e R$ 129.100 no modelo hatch.

Ambos os modelos trazem apenas uma opção de motor 1.5 flex de aspiração natural. O 1.5 traz injeção direta de combustível, capaz de gerar 15,8 kgf.m de torque abastecido com etanol e 15,5 kgf.m com gasolina. A potência máxima de 126 cv é disponibilizada a 6.200 rpm para ambos os combustíveis.

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O novo motor 1.5 possui bloco em alumínio e é combinado a um câmbio continuamente variável (CVT) de 7 marchas pré-programadas com troca de marchas através das borboletas que ficam localizadas atrás do volante.

O City traz o sistema semiautônomo Honda Sensing que auxilia a direção do veículo com algumas funções. Entre elas, o Adaptive Cruise Control (ACC), que ajuda o motorista a permanecer a uma distância segura em relação ao veículo que está à frente e o CMBS, sistema que aciona os freios do veículo quando detecta uma possível colisão.

Os faróis da versão Touring do Honda City se diferenciam em relação aos faróis disponibilizados nos modelos de entrada pela tecnologia full LED em comparação aos halógenos.

Para analisar as condições de reparabilidade dos modelos do Honda City Touring nas versões sedã e hatchback, convidamos os mecânicos Camilio Matos e Matheus de Moura Matos, proprietários da Garagem 85, em Guarulhos/SP.

 

PRAZOS E MANUTENÇÃO

Logo na abertura do capô (1), é perceptível que a Honda manteve boa distribuição de todo o sistema. Mesmo com uma nova plataforma, a boa área de trabalho para o mecânico foi mantida. “O City desde a plataforma antiga sempre teve um espaço de trabalho muito bom. Aqui continua um espaço de trabalho bem legal”, comenta Matheus De Moura.

O módulo do ABS encontra-se na parte superior a esquerda (2), com acesso facilitado e garantia de mais proteção ao componente, como explica Matheus. “O módulo do ABS quando está mais para cima, é melhor. Evitar água, qualquer poça maior, alguns veículos têm esses problemas crônicos”, e completa: “aqui ele fica bem protegido”.

O coxim do motor (3) e o alternador (4) também possuem fácil acesso ao lado esquerdo.

Na parte direita, está localizado o reservatório do fluído de freio (5). Este possui recomendação em manual para troca do fluído de freio a cada 36 meses, independentemente da quilometragem do veículo, abastecido com DOT 3 ou 4. O proprietário da oficina Garagem 85, Camilo Matos, comenta que tem opinião diferente da montadora: “Por ser um fluido higroscópico, ou seja, ele tem a capacidade de absorver umidade do ar, então você imagina a umidade do ar que entra ali, acaba virando água dentro do sistema de freio. Essa é a pior contaminação para o sistema”. E completa: “Nós preferimos fazer uma troca anual do fluido de freio ou toda vez que carro vai em nossa oficina, é feito o controle para ver o nível de contaminação.” A inspeção completa do sistema de frenagem é recomendada a cada 10 mil km.

As duas vias do ar-condicionado estão localizadas ao lado do módulo do ABS, na parte superior esquerda (6). Isso facilita qualquer tipo de manutenção que o sistema necessita.

A correia de acessórios e o tensionador (7) possuem recomendação de inspeção dos componentes a cada 20 mil km. Ambas têm acesso acesso simples, localizados logo abaixo do coxim do motor.

Abaixo do coletor de admissão, estão localizados os eletro-injetores (8) que possuem fácil acesso em comparação aos modelos anteriores. “Antes, para você acessar um eletro-injetor, tinha que tirar o co-letor”, explica Camilo sobre a melhoria em relação aos modelos do Honda City antigo.

Com relação ao modelo anterior, o City 2023 teve mudança na posição da válvula EGR (9). Agora, ela está localizada atrás da bomba de combustível de alta pressão (10).

 

As velas de ignição podem ser facilmente acessadas (11), garantindo um serviço ágil e simples na hora da manutenção e inspeção. A recomendação de troca das velas de irídio é a cada 100 mil km. Matheus salienta a importância da inspeção para que a vela atinja o período estimado de troca por parte da montadora: “A vela pode chegar sim a essa quilometragem, mas é sempre bom retirar antes para fazer a inspeção. A cada 30 mil km, por exemplo, é bom retirar e avaliar, até para ver a queima do motor, já que a vela fala muito para nós sobre isso”.

Matheus alerta sobre a substituição das velas de irídio nativas do veículo por velas convencionais. “A vela de irídio tem uma centelha contínua, para aproveitar uma melhor queima. Alguns veículos com vela comum, você consegue trocar para vela de irídio. Alguns fabricantes fazem essa atualização.” E conclui “Mas vela de irídio, até o que foi passada para nós, para trocar para vela comum não é bom utilizar. Não é viável, o carro vai perder performance. O projeto ser alterado dessa forma não é legal.”

Existe uma base/suporte (12) por onde passam parte dos cabos elétricos do motor de arranque, do alternador e as ligações elétricas que vão em direção aos bicos injetores.

Para ajudar na redução das vibrações emitidas pelo motor em função da injeção direta de combustível, foi utilizada uma manta acústica (13) que fica localizada abaixo do coletor.

Próximo ao coletor e à manta acús¬tica, ao lado esquerdo, fica localizada a vareta para inspeção do nível de óleo do motor, junto com a tampa para enchimento do óleo do motor (14). A Honda estipula a troca do óleo do motor a cada 10 mil km ou 12 meses, o que ocorrer primeiro. O fluido lubrificante de motor recomendado é o Óleo Pro Honda SAE 0W20 API-SM ou superior. Vale lembrar que em caso de uso severo do veículo, o período e quilometragem para troca devem cair pela metade.

O corpo de borboletas (15) possui base plástica, exigindo atenção do mecânico no momento do torque, para não exceder o limite permitido e não dani¬ficar o componente.

As tubulações existentes próximas ao corpo de borboletas são para recirculação dos vapores de combustível existentes no tanque (16). As duas tubulações metálicas (17) têm funções diferentes, a da esquerda é derivada da tampa de válvulas, o blow-by. A outra da direita vem da válvula EGR.

Com relação aos sensores, destacaremos o sensor MAP (18) e o sensor MAF (19) que possuem fácil acesso neste modelo. O sensor de fase (20) está localizado no cabeçote, e exige um pouco mais de atenção para o acesso, se comparado aos outros dois sensores anteriormente citados.

Na geração anterior do City, a válvula do I-VTEC estava localizada atrás do coletor. Agora, aparece na lateral esquerda do bloco (21).

Outro componente que possui fácil acesso em uma eventual manutenção é o solenoide do acionamento do variador de fase (22).

O acesso a sonda lambda pré-catalisador (23) tem acesso um pouco mais restrito na parte de trás do cofre do motor, onde é possível a visualizar.

A tampa do radiador (24) serve para verificar o nível do fluido de arrefecimento, além de servir como válvula do sistema. O sistema de arrefecimento no radiador possui um vaso auxiliar, localizado ao lado do radiador (25). O fluido de arrefecimento recomendado é o Pro Honda (40% aditivo – 60% água destilada) e a troca do fluido é realizada com 200 mil km ou 120 meses, o que ocorrer primeiro.

 

A bateria de 60 Ah é do tipo convencional. Há um sensor no polo negativo (26) que mede o fluxo de corrente, permitindo que que a ECU do motor faça o controle de fornecimento de carga o sistema elétrico do veículo e, também, meça o nível de carga do acumulador.

A caixa de fusíveis (27) e o módulo (ECU) (28) ficam próximos. Estão localizados no lado direito do cofre do motor.

Para acessar o filtro de cabine do ar condicionado (29), basta retirar o porta-luvas, que é preso por travas plásticas comuns.

 

UNDERCAR E DIFERENÇAS

Após retirar a proteção plástica existente na parte inferior do veículo, é possível ter acesso fácil ao filtro de óleo do motor. (30).

Pela parte de cima não é possível ter acesso ao compressor do ar-condicionado (31). Está localizado ao lado do filtro de óleo do motor.

O motor de arranque (32), também possui fácil acesso neste conjunto.

O Honda City possui câmbio CVT com 7 marchas pré-programadas. Diferente de outras montadoras, a Honda recomenda a troca do fluído da transmissão CVT a cada 40 mil km ou 36 meses, o que ocorrer primeiro. O cárter do CVT (33) é de fácil acesso, assim como o dreno (34) está bem localizado.

Por baixo do veículo, é possível ver o trocador de calor destinado ao CVT (35). Camilo retoma o alerta sobre os cuidados com o sistema de arrefecimento: “O sistema de arrefecimento afeta diretamente o trocador de calor. Falta de aditivo, danifica principalmente o trocador de calor”. E fala sobre a consequência da falta de aditivo no veículo: “Se o trocador de calor tiver problema por falta de aditivo no carro, ele pode deixar passar água para dentro do câmbio e óleo para dentro do sistema de arrefecimento.”

O radiador possui algumas conexões e sensores alocados em si. Um destes sensores é o de temperatura (36). Ainda existem dois sensores de temperatura no Honda City, e Camilo explica: “Nós chamamos este sensor de sensor B de temperatura. O sensor A vai marcar a temperatura lá em cima, na saída da válvula termostática. O sensor B, através do funcionamento dele, vai permitir a você conseguir detectar um possível defeito na válvula termostática.”

Outro componente que teve seu acesso melhorado para eventuais inspeções e manutenções são as buchas da barra estabilizadora (37) da suspensão.

Para o sistema de frenagem, são utilizados o conjunto de disco e pastilhas de freio, contando com auxílio eletrônico do sensor ABS (38).

O filtro de combustível, em ambas as versões do Honda City 2023, é de fácil visualização (39). A Honda recomenda a troca do filtro de combustível a cada 20 mil km ou quando houver suspeita de uso de combustível adulterado.

Já a localização do filtro do cânister muda de uma carroceria para outra. No modelo sedã, o módulo do cânister fica localizado à frente do eixo de torção da suspensão traseira, mais próximo à parte cen¬tral do veículo. No hatchback, sua po¬sição é alterada para trás do eixo traseiro (40). A eletroválvula fica localizada a direita (41) no mesmo suporte que protege o cânister (42).

Outra diferença notada entre as duas versões é o acesso facilitado à fixação superior do amortecedor traseiro no City hatchback (43), com a retirada de um acabamento plástico existente no porta-malas. Na versão sedã do modelo, é necessário soltar a forração do porta-malas para acessar a mesma fixação.

 

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