Raio X: Jeep Compass 1.3 Turbo

Jeep Compass 1.3

Confira a análise das condições de manutenção e reparabilidade do Jeep Compass 2022, que traz o novo motor 1.3 GSE T270 flex

 

Se antes o Jeep Compass nadava praticamente sozinho na liderança do segmento de SUVs médios, em meados de 2021 o cenário mudou com a chegada dos rivais Toyota Corolla Cross e Volkswagen Taos. Antecipando-se ao lançamento dos dois modelos, a Stellantis tratou se atualizar seu representante com a substituição do motor 2.0 Tigershark (aspirado) pelo novo 1.3 GSE T270 (turboflex) na linha 2022.

Com a mudança, o Compass flex saiu do patamar dos 166/159 cv (E/G) de potência para alcançar 185/180 cv com este novo 1.3. O torque também teve ganho expressivo, passando de 20,5/19,9 kgfm para 27,5 kgfm a apenas 1.750 rpm. O câmbio permanece o mesmo, automático de seis marchas fornecido pela Aisin, mas com calibração específica para o novo conjunto.

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Jeep Compass 1.3

Este novo motor 1.3 traz tecnologias como injeção direta de combustível, turbocompressor de baixa inércia, válvula termostática com controle eletrônico, coletor de escapamento integrado ao cabeçote, bloco de alumínio e duplo comando de válvulas, sendo eixo de cames na exaustão e sistema eletro- -hidráulico MultiAir III na admissão. Além do Compass, o GSE T270 é utilizado atualmente na Fiat Toro e no Jeep Commander.

Um detalhe importante sobre o plano de manutenção do novo Compass é que, assim como nos demais Jeep nacionais com motor flex, os prazos de revisões são ligeiramente diferentes dos convencionais. Em vez de 10 mil km ou 1 ano, as manutenções do Compass 1.3 devem ser realizadas a cada 12 mil km (ou 1 ano).

Para avaliar as condições de manutenção e reparabilidade do novo Compass 1.3 Série S 2022, contamos com o auxílio do mecânico Rodrigo Marinho, proprietário da oficina Gade Automotive, em São Paulo/SP.

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Rodrigo Marinho, proprietário da oficina Gade Automotive, em São Paulo/SP

 

ESPAÇO NO COFRE

Ao levantar o capô do novo Compass 1.3 turbo, Marinho destaca o espaço para manutenção no cofre. “Apesar de manter quatro cilindros, como no modelo anterior, este novo 1.3 turbo é mais compacto, o que libera espaço para manutenção no cofre. Isso facilita bastante o trabalho do mecânico”, observa.

O profissional começa a avaliação pelos itens de manutenção básica e frequente. “O acesso ao filtro de ar do motor é fácil. Basta remover as abraçadeiras da tubulação de ar (1) e os quatro parafusos de fixação”, explica. De acordo com o manual do veículo, a substituição do filtro de ar é recomendada a cada 24 mil km ou 2 anos. “Há uma grande diferença entre carros que rodam em ambiente urbano e aqueles que circulam com frequência por estradas de terra. Por isso, é sempre indicado checar o estado do filtro a cada revisão e, se necessário, antecipar a troca”, indica.

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A remoção da caixa do filtro também é essencial para ter acesso às velas, bobinas e ao sistema de injeção direta.

De acordo com o manual, a substituição das velas de ignição é indicada a cada 60 mil km, independentemente de tempo. “O etanol agride muito mais a vela do que a gasolina. Por isso, é sempre recomendado monitorar o estado delas periodicamente”, recomenda.

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Segundo indicação da própria Jeep no manual do veículo, para motoristas que optem por abastecer o veículo exclusivamente com etanol, “é recomendado o abastecimento completo do tanque de combustível com gasolina (no mínimo um tanque) a cada 10.000 km para reduzir prováveis contaminantes precedentes do etanol”.

 

O mecânico destaca também o acesso descomplicado a componentes como alternador (2), compressor do ar-condicionado (3), turbocompressor (4) e sondas lambda (5). “Tenho visto na oficina casos de dificuldade na remoção da sonda lambda. Por mais que utilizemos a ferramenta certa, por vezes não sai. A posição de instalação no Compass facilita o serviço”, revela.

O sincronismo deste motor 1.3 GSE T270 é feito por corrente, que não exige manutenção (desde que respeitados os prazos de manutenção). Já correia de acessórios (6) possui indicação de troca a cada 120 mil km ou 6 anos. “A região inferior do Compass é bastante protegida. Mas, como é um SUV de uma marca com proposta off-road, vale sempre inspecionar visualmente a correia de acessórios à procura de cortes causados por pedras”, indica.

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A troca de óleo (7) e filtro de óleo (8) do motor deve ser realizada a cada 12 mil km ou 1 ano, de acordo com o manual. “É importante sempre se atentar aos prazos de uso severo. Neste caso, as revisões devem ocorrer a cada 6 mil km ou 6 meses”, lembra o profissional. Para a substituição de óleo e filtro, são necessários 4,8 litros de óleo lubrificante sintético 0W30 ACEA C2, que atenda à qualificação 9.55535-GSE. O produto homologado pela fábrica é o Mopar MaxPro Synthetic 0W30 (SN/GF-5).

O fluido de arrefecimento (9) possui indicação de substituição somente a cada 240 mil km ou 10 anos. “Esse prazo longo me chamou bastante atenção pois mostra um cuidado especial da fábrica no desenvolvimento do sistema”, analisa. Para o abastecimento, são necessários 8 litros do fluido homologado (Mopar Coolant OAT 50, do tipo pronto para uso), que atenda à especificação FCA MS.90032 B.

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O cuidado com o arrefecimento do motor 1.3 GSE turbo é ainda mais importante devido às características de funcionamento do turbocompressor. “No passado, outros modelos turbo tinham o intercooler, que era refrigerado a ar. Neste carro, o sistema é do tipo watercooler, ou ar-água. Esse controle é feito pela válvula termostática, cujo acionamento é eletrônico. A precisão desse sistema é maior e entrega melhor compromisso entre eficiência e desempenho”, explica o mecânico.

O fluido de freio (10), de especificação DOT 4, deve ser substituído a cada 36 mil km ou 2 anos. “É um item muitas vezes esquecido na hora das revisões. Em carros automáticos, onde o freio é muito exigido, o fluido de freio acaba aquecendo demais e degradando mais rápido. Isso pode criar borras e o entupimento do sistema”, alerta. O módulo do sistema ABS fica alojado próximo à parede corta-fogo, atrás de uma capa plástica (11). “O acesso exige a retirada do suporte da bateria. Não vejo tanto problema pois não é um componente que tem manutenção frequente”, analisa.

Detalhe observado por Marinho é o cuidado com o isolamento acústico do novo Compass. “Por ser um motor com sistema de injeção direta, ele tem um ruído característico, diferente da injeção convencional. Por esse motivo, é possível notar uso de material fonoabsorvente espesso na face interna do capô, na capa (12) do motor e acima das caixas de roda”, afirma.

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A bateria (13) do Compass é do tipo EFB, de 72Ah, adequada para o funcionamento do sistema stop-start. “Todo o sistema elétrico de modelos com sistema stop-start é preparado. A central eletrônica sabe exatamente o momento em que o motor deve desligar e ligar rapidamente. Por isso a reposição da bateria deve obedecer a especificação da original. O uso de uma bateria errada pode gerar inúmeros códigos de falha”, alerta o profissional.

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UNDERCAR

Com o novo Jeep Compass 2022 no elevador e o protetor de cárter removido, Rodrigo Marinho começa a análise pela suspensão dianteira (14), que é do tipo McPherson. “Os pivôs da bandeja são parafusados (15), o que facilita a manutenção. A fixação do amortecedores dianteiros é independente da manga de eixo, com fácil substituição”, observa.

“A barra estabilizadora também é bem robusta e tem desenho que facilita o acesso às buchas, atrás da caixa de direção. A bieleta é feita de material plástico, para reduzir o peso do carro, mas possui a mesma resistência de uma metálica. Vale sempre ressaltar que o mecânico nunca deve utilizar ferramenta pneumática na remoção das bieletas”, recomenda.

No eixo traseiro, a suspensão repete o arranjo independente McPherson (16). “A suspensão traseira é bastante robusta e também traz barra estabilizadora (17), o que faz diferença na dirigibilidade”.

A manutenção do sistema de freios (com discos nos dois eixos) não tem segredos. “O freio de estacionamento possui acionamento eletromecânico (18). Em reparos, é essencial utilizar o scanner para recuar a pinça. Jamais utilize outra ferramenta que não seja o scanner para realizar este serviço”, alerta o mecânico.

Jeep Compass 1.3

“Um detalhe importante é o sensor de combustível instalado na linha. A função dele é informar à central com antecedência se o modelo está abastecido com etanol ou gasolina”, observa Marinho. O filtro de combustível (19) fica instalado mais próximo ao tanque, com fácil substituição e troca recomendada a cada 12 mil km ou 1 ano.

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O câmbio automático permanece o mesmo, de seis marchas, fornecido pela japonesa Aisin. Segundo o manual, não há necessidade de substituição do fluido do câmbio ao longo de toda a vida útil do veículo (mesma indicação para o câmbio ZF de 9 marchas das versões a diesel, por exemplo). Caso o mecânico opte pela troca, o óleo de câmbio homologado (Mopar SP-IV) para este câmbio AT6 possui especificação ATF AW-1 e qualificação 9.55550-AV.

Na cabine, por conta do novo desenho do painel, o acesso ao filtro de ar-condicionado (20) ficou mais fácil. Para removê-lo, basta afastar as travas do porta-luvas e soltar os dois parafusos de fixação à frente da tampa do filtro. A verificação do estado do componente deve ser feita a cada revisão, segundo a marca.

Jeep Compass 1.3

Após analisar as condições de reparabilidade do SUV médio da Jeep, o mecânico aprovou o que viu. “Antes de conhecer, pensava que o Compass não teria fácil acesso no cofre. Porém, me surpreendi positivamente. O que ele tem de tecnologia, também tem de facilidade na manutenção. É um carro com grande aceitação no mercado e, com esse novo motor, não será diferente”, ressalta.

ficha técnica Jeep Compass 1.3

 

Texto & fotos Gustavo de Sá

3 comentários em “Raio X: Jeep Compass 1.3 Turbo

  1. Não sou engenheiro mecânico, mas pelo pouco que entendo de mecânica temo pela durabilidade desse motor. É muita potencia para uma máquina tão pequena. Ademais, para suportar a enorme pressão de 180 cv. o bloco do motor teria que ter as paredes mais espessas e os pistões e bielas também deveriam ser desenvolvidos com material mais resistente ao desgaste e mais fornidos. Não tenho ainda ideia qual tecnologia foi agregada às bielas, pistões, válvulas e bicos injetores.
    Teve episódios de proprietários desse carro reclamando que o óleo baixava, mesmo o carro sendo semi-zero. Isso é grave, ou foi falha na usinagem ou, como eu disse acima: material fraco para a potencia. Dizem que com a atualização do software o problema foi foi resolvido. Não acredito, nenhuma atualização vai corrigir componentes fracos e mal dimensionados.
    É esperar para vermos onde realmente está o vício ou falha de fabricação.

  2. A vareta de nível de óleo do motor GSE T4 fica junto da tampa de abastecimento de óleo, basta retirar para ler o nível.

  3. Gostaria de saber onde fica a vareta do nivel do oleo do motor. nao encontrei. Pergunta boba, más tenho 1 80 anos e não localizei.

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