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Poluentes sob controle

Considerando que as normas para redução de emissão de poluentes estão cada mais severas, uma boa manutenção no catalisador é mais do que necessária. Veja como diagnosticar e substituir o componente

Carolina Vilanova

 

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A função de um catalisador é muito importante dentro do funcionamento do veículo: transformar os gases tóxicos, resultantes da combustão do motor, em gases inofensivos, reduzindo assim a emissão de poluentes na atmosfera. Para isso, que isso aconteça com efeito, é necessário ter uma peça de boa procedência e que esteja funcionando em ordem.

 

Nessa matéria, veiculada no nosso programa na Internet O Mecâniconline, traz ao técnico um pouco do conceito e das características do catalisador, além de mostrar as dicas e os procedimentos para diagnosticar e realizar a manutenção preventiva ou substitutiva do componente. É sempre importante lembrar que existe um modelo específico para cada tipo de veículo, portanto em caso de troca, consulte o catálogo do fabricante.

 

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O catalisador é um conversor catalítico, formado por um núcleo cerâmico ou metálico, que abriga uma camada de metais nobres; uma manta expansiva, que funciona como um isolante térmico; uma cápsula ou carcaça metálica e as flanges (cones de entrada e saída)

 

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Estão localizados, na maioria das vezes, embaixo do assoalho do carro, geralmente, próximos ao câmbio. A cada dia que passa, porém, a peça fica mais próxima do motor, onde a reação química conversora de gases é mais efetiva, devido ao calor.

 

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Além da questão das emissões, o catalisador influi diretamente no desempenho do veículo, mais um motivo de manter a peça em boas condições. “Ao oferecer resistência à passagem dos gases, que chegam do coletor de escapamento, o catalisador realiza uma contrapressão que faz parte da calibração do motor. Se acontecer algum defeito, podemos ter uma leitura errônea da sonda lambda, fazendo que o sinal seja enviado até o módulo de forma incorreta, alterando os parâmetros de injeção e fazendo com que o veículo consuma mais combustível. Por isso não se deve remover o miolo cerâmico e muito menos o catalisador do sistema de escapamento do veículo”, explica o técnico da Mastra,Valdeci Aparecido Rebelatto.

 

É importante enfatizar que, de acordo com o PROCONVE, os catalisadores originais de fábrica têm durabilidade mínima de 80 mil Km. Os catalisadores para reposição, também originais, duram cerca de 40 mil Km. Essa durabilidade varia de acordo com a utilização do veículo, com o tipo de combustível utilizado entre outros fatores.

 

Diagnóstico de avarias

 

1) Para realizar um diagnostico visual correto, é necessário analisar bem o componente. Importante lembrar que de nenhuma maneira deve-se instalar um catalisador falso. Para identificar uma peça falsa, certifique-se de que no miolo existe um núcleo cerâmico que impede a visão através do orifício por onde passam os gases.

 

A falta da logomarca do fabricante e o preço muito inferior ao praticado nos componentes verdadeiros são outras dicas válidas para identificar os produtos falsos. Um bom produto oferece também um ano de garantia.

 

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2) O miolo do catalisador é constituído por uma cerâmica que resiste a temperaturas próximas dos 1.300 º C, suficientes para resistir provenientes aos gases do motor, que chegam que chegam a 300º C. Alguns defeitos em outros componentes, como no sistema de partida a frio, na ignição e nos cabos de velas, podem refletir em avarias no catalisador, pois fazem com que o combustível desça pelo duto de escape até chegar no catalisador.

 

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3) A partir daí, a peça esquenta e faz com que o combustível queime e derreta o núcleo cerâmico.(3a) Se for parcial, o derretimento pode gerar entupimentos e, se for total, a cerâmica pode ser eliminada pelo sistema de escapamento, formando um catalisador “oco”(3b). Isso também pode ocorrer quando o componente sofrer pancadas que quebram a parte interna de cerâmica.

 

  • 3a
  • 3b

 

Revisão por tempo de uso

 

4) Quando o veículo atinge os 80 mil km, é hora de realizar a revisão preventiva. Faça uma inspeção visual em relação ao aspecto e à presença de marcas de batidas,(4a) que podem quebrar o núcleo de cerâmica e comprometer seu funcionamento. Verifique se a peça está montada de forma correta e cheque a posição dos cones de entrada e de saída, lembrando que o de entrada é mais acentuado.(4b) Veja se há uma seta indicando o sentido da passagem dos gases (4c).

 

  • 4a
  • 4b

4c

 

5) Em primeiro lugar certifique-se de que o componente possui o núcleo de cerâmica fazendo o teste de ressonância, batendo com um martelo ou outra ferramenta na carcaça metálica do componente. Se o som estivar abafado, como se o catalisador fosse um elemento sólido, é sinal que o núcleo cerâmico faz parte do miolo. Caso o som seja parecido com o de um sino, com maior ressonância, é sinal que o catalisador está sem o núcleo cerâmico e precisa ser substituído.

 

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6) Agora, efetue a leitura das temperaturas de entrada e saída dos gases. De acordo com o técnico da Mastra, a tendência da temperatura é diminuir conforme os gases se afastam do motor em direção à saída do escapamento. Mas como o núcleo cerâmico provoca uma reação química na qual os metais preciosos fazem a conversão dos gases, o calor é liberado transformando em uma reação exotérmica. Logo, de todo o conjunto do escapamento, o catalisador é a única seção que proporciona um ganho de temperatura extra por conta da reação química, que faz com que os gases tenham a temperatura de saída maior que a da entrada.

 

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Utilize um termômetro infravermelho e faça a medição nos cones de entrada e saída do catalisador. Se o componente estiver funcionando corretamente, a temperatura de saída será maior que a da entrada. Vale lembrar que a diferença entre essas temperaturas deve ser em torno de 10º C.

 

Ao usar o termômetro, siga as orientações:

– Utilize a mira laser que o termômetro possui, apontando na região em que se realiza a leitura com mais eficiência.

 

– Evite mudar a posição do termômetro no ato da leitura, pois o aparelho é sensível e fará vários registros desnecessários.

 

– A distância ideal para a leitura é em torno de 20 cm ou um palmo.

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7) Com o veículo ligado, mantenha o motor em torno de 4 mil giros e faça as leituras nos cones de entrada e de saída do catalisador. Vale lembrar que o catalisador inicia seu funcionamento quando a temperatura interna estiver em torno dos 250º C.

 

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8) Como não é possível medir internamente o catalisador, use uma referência externa que indica o início do funcionamento, por volta dos 180º C. Até atingir essa temperatura, o catalisador apresentará leituras mais elevadas na entrada dos gases, se igualando com a saída no início das reações e invertendo finalmente, quando o catalisador estará em pleno funcionamento.

 

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9) Ao constatar a inversão, no qual a temperatura da saída é maior do que a da entrada em no mínimo 10º C, desacelere o motor e finalize o teste. Nesse caso, após a inversão, a temperatura de saída ficou por volta de 30º C acima da obtida na entrada. Esse diagnóstico atesta que o catalisador, apesar da aparência externa, está funcionando perfeitamente e não precisa ser substituído.

 

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Substituição do catalisador
1) Depois dos testes, se for constatado que a peça precisa ser trocada, aguarde o motor esfriar antes de começar o reparo. Utilize um antiengripante para facilitar a remoção dos parafusos que fixam as flanges do catalisador.

 

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2) Com as chaves fixa e catraca, afrouxe os parafusos da flange de saída dos gases que é do tipo fixa e possui uma junta metálica. No outro lado, a entrada possui um sistema de vedação com anel sinterizado que se ajusta entre as flanges do escapamento e da entrada do catalisador no momento da fixação.

 

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Obs.: sinterização é o processo metalúrgico para a fabricação de peças que utiliza como matéria-prima o pó metálico, por meio de um sistema de mistura, prensa e aquecimento.

 

3) Solte os parafusos de forma alternada para aliviar a tensão do sistema. Remova primeiro os parafusos posicionados em cima. Em seguida, retire o parafuso e a junta.(3a) Recoloque o último parafuso para manter o alinhamento do catalisador e facilitar a remoção da flange de entrada.(3b)

 

  • 3a subs
    3A
  • 3b subs
    3B

 

4) Repita o mesmo processo na flange de entrada,(4a) com cuidado para deixar cair o anel sinterizado (4b).

 

  • 4a subs
  • 4b subs

 

Instalação do catalisador

 

1) Com um conjunto novo em mãos, confira a posição correta para a montagem, geralmente indicada pela seta que aponta o sentido dos fluxos de gases. Troque também a junta metálica que faz a vedação na flange de saída dos gases.

 

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2) Inicie a instalação colocando a junta e, em seguida, os parafusos que fixam a flange. Lembre-se de ajustar o catalisador da melhor forma possível dentro do túnel do veículo. Para facilitar a colocação dos parafusos, utilize o sentido contrário ao da remoção.

 

2 Instalacao

 

3) Recoloque o primeiro parafuso na flange de entrada para facilitar o alinhamento. Com a flange de saída alinhada e os parafusos encaixados, coloque o anel sinterizado.(3a) Aproveite a folga dos coxins para empurrar o conjunto e facilitar a colocação do anel.(3b) Após a colocação, aperte o parafuso de fixação colocado na flange de entrada dos gases, sem torquear. Coloque os outros parafusos de fixação e, então, faça o aperto final,(3c) verificando novamente o perfeito alinhamento do conjunto (3d).

 

  • 3a Instalacao
  • 3b Instalacao

 

  • 3c Instalacao
  • 3d Instalacao

 

Obs.: os parafusos devem ser apertados de forma intercalada e com torque gradativo. Para finalizar, aperte os parafusos de fixação da flange de entrada.

 

4) Depois de instalado, deixe o veículo funcionando em marcha-lenta por 10 minutos aproximadamente, para que a manta expansiva aqueça e trave o núcleo cerâmico do catalisador e atestar sua vida útil.

 

5) É importante conscientizar o proprietário do veículo sobre a importância do catalisador num carro dotado de sistema de injeção eletrônica, que vai garantir valores adequados de consumo de combustível e bom desempenho do motor.

 

“Optar pela utilização de um produto falso ou sem o núcleo cerâmico, além de infração nas leis ambientais de emissões, faz com que o veículo retorne novamente para a oficina com diagnóstico de excesso de consumo, oscilação da marcha-lenta etc.”, completa o técnico.

 

Colaboração técnica: Mastra

Comentário em “Poluentes sob controle

  1. Aprendi bastente eu tenho um peugeot 206, esta parado a 3 meses, eu acho que está com o problema no catalizador.

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