Hoje muito focada na rede de concessionárias, a gerente de Pós-Vendas da Jac Motors do Brasil, Paula Oliveira, conta como foram instaladas as oficinas e acredita que, em breve, o reparador independente vai passar a receber treinamentos para conhecer melhor os carros chineses da marca, numa evolução natural, que respeita a escolha do cliente
O Mecânico: A Jac Motors chegou de uma vez no Brasil, quantas concessionárias foram abertas? Todas elas têm oficina de serviços? Essa rede ainda vai expandir? Paula Oliveira: A Jac Motors Brasil chegou em março e instalou simultaneamente 50 concessionárias nas principais cidades do Brasil. Desse número, apenas três não oferecem serviços de pós-venda, ou seja, oficinas mecânicas, e isso acontece por uma questão de legislação, pois alguns bairros de São Paulo não permitem oficinas. Temos concessionárias em todos os estados e até o final de 2011 pretendemos ter o total de 80 pontos de distribuição e serviços. As oficinas foram estruturadas para fazer as revisões periódicas e as manutenções corretivas, incluindo mecânica, elétrica, tapeçaria, e funilaria. Tudo é feito internamente, sem terceirização. Montamos uma estrutura para dar todo tipo de atendimento ao cliente em todas as concessionárias. A intenção é levar o cliente dentro da rede.
O Mecânico: Quantos mecânicos tem em cada oficina, como foi feito o treinamento desses profissionais? Vocês têm intenção de aumentar o número de empregados nessa área? Paula: O número de mecânicos depende do tamanho da oficina. Em relação à capacitação dos profissionais, ainda antes da abertura das lojas, trouxemos todos os mecânicos, supervisores de pós-venda e garantistas para fazer um treinamento geral sobre os produtos, sobre conhecimento de mecânica, elétrica e tudo que é relacionado com o carro. Nesses treinamentos, a parte teórica em grupo é realizada no auditório da sede da Jac em São Paulo e a parte prática, de conhecimento do carro, de apresentação, e entrega técnica, é feita no SENAI-Vila Leopoldina. Se as vendas crescem, temos que aumentar a estrutura, ou seja, vai expandir o número de mecânicos.
O Mecânico: Eles recebem um treinamento específico a cada veículo lançado? Qual a importância desse trabalho? E qual a periodicidade desses treinamentos? Paula: Sim, hoje fazemos uma preparação do carro para entregar, mas ainda não tem muito serviço, pois o carro ainda não deu manutenção. A tendência é que o número de serviços na oficina aumente, por isso a necessidade de fazer treinamento constante na equipe. Além disso, oferecemos o treinamento em campo, no qual uma equipe de técnicos circula pelas oficinas atualizando os profissionais. Também temos auditores que rodam as lojas para verificar se os procedimentos estão sendo seguidos, se o padrão de atendimento ao cliente está sendo seguido, os procedimentos de garantia, etc.
O Mecânico: Quais são as prioridades no plano de pós-venda da Jac Motors do Brasil? Paula: Hoje nossa preocupação e foco é dar um bom atendimento ao cliente, oferecer preço baixo de manutenção e revisões programadas, como já temos hoje, assim como baixo custo nas peças. Queremos oferecer confiança, qualidade e rapidez no atendimento. Hoje, nas outras marcas, uma das grandes reclamações é a demora no atendimento e os gastos extra com a revisão. Nossa preocupação é a seguinte: menor valor, melhor serviço e rapidez no atendimento. As concessionárias seguem um padrão, que foi imposto pela importadora, o Grupo SHC, de acordo com as normas da Jac Internacional. Nós, então, adaptamos essas regras ao nosso mercado, pois os brasileiros trabalham de forma diferente e têm exigências diferentes.
O Mecânico: Qual o prazo médio das revisões? A garantia de seis anos é completa? O cliente tem que se manter na rede para assegurar esse benefício? Paula: A primeira revisão, que é gratuita, acontece aos 2.500 km, com a troca de óleo do motor, filtro de óleo e óleo de transmissão. O plano de manutenção descrito no manual do proprietário recomenda as revisões a cada 10 mil km. As revisões são simples, o carro entra na oficina e sai no mesmo dia. Para ter a garantia de 6 anos completa, o cliente deve fazer todas as revisões na concessionária.
O Mecânico: A marca exige que as oficinas sigam um padrão de atendimento na hora de uma revisão ou reparo, como funciona? Quais benefícios oferecem aos clientes? Paula: Como já falamos, existe um padrão em todas as concessionárias da rede, mas se o concessionário quiser oferecer outros benefícios, como serviço de leva e trás, isso fica por conta dele. Exigimos que todo carro que entre na oficina seja entregue lavado ao cliente, isso sim, é padrão.
O Mecânico: Muitas montadoras hoje têm adotado a política de manter um bom relacionamento com os mecânicos independentes, trazendo-os para dentro da concessionária, no intuito de adquirir peças genuínas e trocando informações técnicas. A Jac pretende fazer alguma ação desse tipo? Paula: Ainda não desenvolvemos nada quanto a isso, mas acredito que em breve será feito sim. Tanto que um dos contatos com o SENAI é justamente desenvolver treinamentos para mecânicos independentes. A tendência é essa, agora o nosso carro ainda é novo e o pós-vendas da concessionária tem que se focar nesse momento em saber fazer e atender bem o cliente. O carro tem manutenção simples, não é complicado de mexer. Não tem como fugir, a integração do mecânico independente vai acontecer naturalmente. O mecânico independente será incluído no universo da Jac Motors. Também não temos um programa de incentivo de venda de peças para fora da concessionária. Hoje a intenção é abastecer a rede com peças. Mas acredito que essa prática é normal e será uma evolução, sem dúvida nenhuma, afinal, depois de oferecer treinamento, teremos de oferecer subsídios em peças para o mecânico trabalhar.
O Mecânico: A política de preços de revisão da Jac é bem agressiva. A rede vai ter estrutura para atender a todos os clientes? Paula: É verdade, os itens obrigatórios incluídos na revisão periódica têm preço fechado e são os preços mais baixos do mercado. Agora, a troca de componentes de desgaste por uso, como pastilhas de freios e amortecedores, tem uma tabela de preços separada, que também são valores bem acessíveis. Não tem “empurro-terapia!”.
O Mecânico: A Jac tem um armazém de peças? Onde é, como funciona e quanto tempo demora uma peça para chegar até a concessionária? Paula: O armazém fica estrategicamente em Barueri/SP, numa área de 15 mil m2. A intenção foi montar um armazém no Brasil justamente para ter toda a estrutura aqui e não deixar faltar peças no mercado. Todas as peças vêm da China, são feitas pela própria Jac Internacional. A reposição nesse momento é toda importada, mas não impede lá na frente de termos peças produzidas pela indústria nacional, afinal são os mesmos fornecedores instalados aqui. Hoje a estrutura é muito eficiente e a logística funcional. É mais barato trazer importado do que desenvolver aqui, pelo menos por enquanto, e mesmo assim, conseguimos praticar os melhores preços. Nesse momento os valores são bons e o abastecimento tranquilo, não podem faltar peças. Inclusive, temos estoque também de componentes de funilaria, como demora 40 dias para chegar uma peça da China, não podemos correr o risco de manter o cliente esperando, então temos todos os tipos de peças no armazém. Ainda porque, como inauguramos 50 concessionárias de uma só vez, temos que manter essa estrutura, que é o essencial para manter o cliente satisfeito. A concessionária tem um estoque próprio e se precisar de uma peça no raio de até 500 km, recebe ainda no dia seguinte. A logística é bem rápida.
O Mecânico: A Jac tem intenção de trocar informações com o mecânico independente? Paula: Sim, a marca tem intenção de trocar informações com o mecânico independente, é a tendência do mercado, é o mercado especializado. Vamos fazer o que o mercado pedir. Temos que criar estratégia para atender esse nicho.
O Mecânico: Para a Jac é importante que todos os mecânicos conheçam o seu carro, principalmente, por ser chinês? Paula: Sim, é muito importante. Justamente por isso que fazemos treinamento na rede a todo momento, o mecânico tem que conhecer todo o carro, que, apesar de ter uma mecânica fácil, tenho que ter pessoas altamente qualificadas para fazer os reparos, por isso fazemos treinamento de reciclagem sobre nosso produto. Em relação ao independente, também é importante que ele conheça o carro. Hoje a preocupação é ter as concessionárias capacitadas, mas mais pra frente vamos trocar informações com o independente, é uma tendência. Agora o carro é novo, e consequentemente, o cliente vai trazer o carro para a concessionária, por conta da garantia, mas se ele quiser levar num independente, a escolha é dele. A manutenção já tem custo baixo e é feita por gente especializada. A intenção é sempre atender o cliente da melhor maneira possível.
Assim como a Automec é importante para conhecer as novas tecnologias que estão chegando no mercado, O Atualizar complementa com dicas e informações técnicas para ajudar na oficina, conclusão: um profissional mais completo
Carolina Vilanova
Victor Marcondes
O mecânico Getúlio Cardoso de Sá, da Oficina Mecânica Gege, veio sozinho da cidade de Jaíba, em Minas Gerais, com um único propósito: conhecer a Automec. Quando chegou no Pavilhão de Anhembi, resolveu ir mais além, investir em atualização, para adquirir mais conhecimento e atender melhor a sua clientela. Por isso, assistiu a todas as palestras do Projeto Atualizar O Mecânico e teve uma surpresa ainda maior: ganhou no sorteio um scanner automotivo da Alfatest.
Assim, Getúlio volta para Minas como um profissional mais completo: conheceu as novidades da feira, obteve atualização com as palestras e ainda ganhou um equipamento que vai ser muito importante para ajudar nos diagnósticos da sua oficina. “Tô emocionado e muito feliz”, comemorou na hora em que foi anunciado o vencedor. “Agora a minha oferta de serviços vai melhorar muito, pois antes fazia os testes com o multímetro, por isso era limitado, mas com o scann
Essa foi mais uma história com final feliz revelada durante o Projeto Atualizar O Mecânico, que completou sua 10ª edição durante a Automec, em São Paulo. Cerca de 700 mecânicos participaram do ciclo de palestras, que teve como parceiros a ElringKlinger, a Gates do Brasil e a TecFil. Lá, os mecânicos puderam ter mais informações técnicas e mais proximidade com os fabricantes, o que ele precisa para crescer como profissional e obter sucesso no seu negócio.
Outros mecânicos não ganharam scanner, mas saíram satisfeitos com a qualidade das palestras e no que isso vai ajudar na rotina da oficina. “A palestra foi bastante completa, falou sobre os procedimentos de montagem de correia dentada. Para mim as informações foram proveitosas, já que estou voltando para essa área. Ações como esta nos ajuda a realizar o diagnóstico e a manutenção certa. Com o certificado fornecido no final consigo provar que sou mão de obra qualificada, que é o que todo cliente busca na hora de solicitar um serviço”, comemorou Marconi Ferreira, de São Paulo, técnico em injeção eletrônica, que frequentou o curso da Gates e ganhou uma luva no sorteio de brindes.
De mais longe ainda veio Domingos Oliveira Filho, proprietário da F Diesel, de Ubata, estado da Bahia. Ele participou da palestra da Tecfil e ficou impressionado com o resultado. “A minha região fica muito longe e a informação demora para chegar lá. Querendo ou não, a maioria das montadoras estão em São Paulo, mas a Revista O Mecânico tem feito um ótimo trabalho divulgando informações técnicas em todo o Brasil. Esta é a segunda vez que venho a Automec e não perco um Atualizar“, comenta. Ele afirma que o diploma das palestras me garante muita credibilidade perante aos clientes.
Já Gilberto Pin, mecânico independente de São Paulo, também não perde uma chance como essa de se atualizar: “Eu sempre estou atualizado porque recebo a Revista mensalmente em minha casa e aproveito para vir aqui para reforçar o meu conhecimento técnico. O trabalho feita pela Revista é muito importante para nós mecânicos”, finaliza.
O Projeto
Com tradição no meio da reparação e das feiras regionais, o Atualizar O Mecânico transmite as orientações e as dicas técnicas de quem realmente entende do assunto. O projeto nasceu com o objetivo justamente de disseminar essas informações aos profissionais da reparação, para que ele possa prestar cada vez mais serviços com qualidade na sua oficina, garantindo a fidelização dos seus clientes.
“O balanço do Atualizar na Automec 2011 foi um sucesso. Recebemos muitos mecânicos que puderam se beneficiar das informações passadas pelos palestrantes. Vale lembrar que todos os participantes ganham certificados e um ano de assinatura grátis da Revista O Mecânico“, finaliza o diretor comercial da Revista, Fabio Antunes de Figueiredo.
ElringKlinger
Tecnologia das juntas automotivas
O início da apresentação foi divido entre a divulgação dos produtos fabricados pela marca e a parte institucional. Logo em seguida, Luiz Henrique Reis, engenheiro mecânico e assistente técnico da Elring Klinger, passou a palestrar especificamente a respeito do desenvolvimento das juntas de cabeçote.
Ele reforçou que a tecnologia das juntas atuais foi modernizada para atender o mercado de forma adequada. “Os motores estão ficando cada vez mais leves, econômicos e menos poluentes. Com isso as tensões internas aumentam, necessitando de materiais de qualidade que suportem as novas tensões de pressão e temperatura para melhor vedação”, explica Luis.
O profissional também abordou os diferentes minérios que compõe as juntas lançadas pela companhia. “Para os propulsores mais antigos utilizamos a conhecida junta soft. Em veículos flex aplicamos juntas de material metálico com multicamadas. Já os motores diesel da linha eletrônica contam com componentes feitos de metal borracha. São juntas metálicas com vedação de borracha nas passagens de água e óleo”, detalha.
O técnico reforçou durante o curso a importância da troca do parafuso de cabeçote ao abrir o conjunto. “A junta não trabalha sozinha, precisa da força aplicada pelo parafuso de cabeçote. Por isso é preciso o aperto exato no parafuso para se atingir a vedação certa do motor”, observa.
A espessura das juntas de veículos da linha pesada foi outro tópico discutido. “Explicamos que, geralmente, essas juntas existem para compensar algum tipo de retífica que no cabeçote, com o objetivo de manter a taxa de compressão correta”, afirma.
Garantir segurança e confiança para o mecânico que compra os produtos da marca foi o foco da palestra. “Queremos mostrar que as juntas Elring possuem a mesma qualidade que as juntas fornecidas pelas montadoras e implantadas nos veículos comercializados no mercado”, finaliza.
Gates
Correias Automotivas Gates
m sua segunda participação no Projeto Atualizar O Mecânico, a Gates do Brasil enfocou tecnicamente a sua linha de correias, mangueiras e tensionadores, disponíveis para extensa gama de veículos nacionais e importados. O palestrante Gilmar Mattos, coordenador de Vendas da Gates, deixou claro na sua apresentação a diferença entre conhecimento e sabedoria. “Conhecimento é necessário para ele viver melhor e a sabedoria, para ele viver bem, dentro do contexto da oficina. Ou seja, passamos para ele conhecimento técnico para ele aprimorar a vida dele na oficina e na prestação de serviços”, diz.
Na apresentação, Gilmar mostrou aos mecânicos as fábricas da Gates no Brasil, o que cada uma produz e alguns processos tecnológicos de fabricação dos produtos e como são construídos. Além disso, falou da empresa de um modo geral e da comemoração dos 100 anos de Gates no mundo inteiro.
Um ponto muito importante abordado foi a demonstração dos principais problemas que podem ocorrer com os produtos, como diagnosticar corretamente e como soluciona-los. “Entre as principais novidades para o reparador da Gates, está o lançamento do Guia Automotivo Gates e o novo catálogo eletrônico que além da atualização das linhas de correias e tensionadores, incluiu a linha completa de mangueiras da Gates (4.000 aplicações, todas com fotos). O primeiro e único do Brasil”, de acordo com Fabio Murta, coordenador de Marketing da empresa.
A Gates não trouxe novos produtos, pois são lançados constantemente seguindo a aplicação dentro das montadoras. “Nosso grande objetivo é a aproximação com os mecânicos, que é uma das oportunidades do Projeto Atualizar”, finaliza Murta.
Tecfil
Filtros e Sistemas de filtragem
Para atender a indústria automotiva de acordo com o seu crescimento, a Tecfil teve que ampliar o tamanho da sua fábrica em São Paulo para mais de 30 mil m², e este foi exatamente um dos assuntos debatidos pelo técnico Rafael Cardoso, com os reparadores que frequentaram a palestra da empresa.
Comemorando 58 anos de atuação no mercado, a companhia ressaltou os seus produtos como os filtros de óleo lubrificante, filtros de combustível, filtros de cabine e de ar condicionado. “Fornecemos diversas dicas técnicas em relação a estes componentes para que o mecânico possa garantir qualidade de serviço na oficina”, diz Rafael.
Uma das principais recomendações do técnico foi a respeito da troca do filtro do motor a toda substituição do óleo lubrificante, que, segundo ele, evita o desgaste da peça e o acúmulo de resíduos que podem resultar em danos enormes para o motor.
De acordo com Rafael, uma das maiores dúvidas dos reparadores é fazer a correta fixação do filtro no veículo. “Indicamos apertar com as mãos até porque o componente tem instruções para ser aplicado com as mãos. A ferramenta é mais apropriada para retirar o filtro”, avisa.
Outro questionamento corriqueiro é com a relação a possibilidade de encher o componente com óleo. “Muitos perguntam sobre o procedimento de enchimento do filtro com lubrificante antes de instalar no carro. Eu digo que depende da posição da aplicação, mas realmente isso ajuda a evitar a entrada de ar no sistema e a formação de bolhas no óleo”, comenta.
Rafael levou outras informações como a necessidade de trocar os filtros de ar condicionado a cada seis meses para não causar problemas respiratórios aos passageiros. Já sobre os filtros de óleo de moto, o técnico afirmou que podem ser trocados a cada 1 mil km. No caso dos filtros de ar para moto a substituição depende do ambiente de trabalho ou a cada 1 mil km.
Os reparadores também foram atualizados sobre as tendências mundiais em filtros ecológicos. “Este tipo de produto não explora o aço como minério para sua confecção. O filtro é feito de celulose e tampa de plástico”, explica. “Repassar informações para os mecânicos garante credibilidade e ajuda a Tecfil a ampliar os seus horizontes comerciais entre os profissionais.”
Marcas de renome comprovam a importância da reposição nacional dentro do contexto internacional de manutenção automotiva e apresentam seus produtos a um públicdo selecionado e interessado em conhecer
Carolina Vilanova
Fernando Lalli
Victor Marcondes
As coisas voltaram ao normal nessa 10ª edição da Automec (Feira de Autopeças, Equipamentos e Serviços): o corredor principal recuperou sua grandiosidade e reconquistou nomes de extrema importância no aftermarket e que não constavam na lista de expositores na última edição, em 2009. O evento foi realizado entre os dias 12 e 16 de abril no Pailhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo/SP, com a participação de 1142 empresas expositoras.
A feira voltou reforçada, foi muito elogiada pelos participantes e motivo de orgulho para organizadores e apoiadores. “Não deixou nada a desejar a Automechanika da Alemanha e garantiu aos mais de 70 mil visitantes muitas novidades e lançamentos”, disse Antonio Carlos Fiola, presidente do Sindirepa-SP. “E mais do que isso, permitiu a integração de todos os elos da cadeia num cenário muito positivo”, comemorou.
O sucesso do evento depende do público e, na Automec, só teve visitante qualificado. O interesse em conhecer novas tecnologias e produtos e fazer negócio era visível nos que circulavam pelos corredores lotados. O espaço estava apertado, muita gente amontoada atrás de informações. Quem visitou a feira teve também a oportunidade de aprimorar seu conhecimento por meio de palestras técnicas, inclusive o Projeto Atualizar O Mecânico, que foi apresentado mais uma vez no estande da Revista O Mecânico.
Certamente, o momento dessa Automec não poderia ter sido melhor, com a recuperação daquilo que nem chegou a ser exatamente uma crise, em 2009, mas que foi revertido em recordes e mais recordes de produção de veículos, e consequentemente de autopeças, movimentando no final, todos os elos da cadeia. De acordo com dados do GMA (Grupo de Manutenção Automotiva) a reparação de veículos fechou o ano de 2010 com crescimento ao redor de 24,7% com relação a 2009, e as previsões são animadoras.
“Há uma série de fatores que contribuem para que o desempenho do setor siga em expansão. O primeiro deles é, sem dúvida nenhuma, o crescimento da frota circulante que deve chegar perto dos 32,4 milhões de veículos, um crescimento de 8,4% em relação aos 29,9 milhões da frota de 2009. A inspeção ambiental veicular na cidade de São Paulo, que concentra 22% da frota circulante, e a maior conscientização do motorista sobre a importância da manutenção preventiva de veículos completam o set de fatores impulsionadores do aftermarket”, avalia Antonio Carlos Bento, do GMA.
Vamos saber agora, o que pensam os expositores presentes na Automec sobre a importância da feira e as boas expectativas do nosso mercado para o ano de 2011 e os que estão por vir. Ao mecânico significa: mãos a obra, vamos aproveitar e reparar!
EXPOSITORES
“O nosso estande com tema de cinema ficou ótimo, os clientes adoraram. Não participamos da edição anterior, então a expectativa para este ano era grande. A feira está rica, linda e muito mais profissional. Neste ano, viemos ao evento com a finalidade de reforçar as nossas marcas entre os consumidores, focando Nakata, Spice e Power Engine”, Jorge Schertel, Affinia.
“A feira marca uma ação inovadora da Alfatest, quando lançamos, ou melhor, popularizamos o scanner automotivo num modelo comercial exclusivo de aluguel mensal, tipo comodato, que está fazendo muito sucesso entre o público. A Automec tá “bombando” e por conta da inspeção veicular, a busca por equipamentos está aumentando”, Klaus Marques, Alfatest.
“Logo no início fechamos uma parceria com um distribuidor comercial com potencial de comercializar 240 elevadores por ano. A Automec é ótima para fazer contatos e depois colher frutos durante o ano inteiro. Trabalhamos sempre com visão de médio e longo prazo, investindo de forma sustentável em novas tecnologias, a fim de solidificar a marca do mercado”, Everaldo Oliveira, Altosul.
“Estamos aqui para mostrar que somos uma empresa parceira do mecânico, mostrando nosso amplo portfólio e oferecendo informações. Queremos passar credibilidade aos reparadores, para que ele nos identifique com uma parceira em gestão de tendências. O aftermarket é muito importante para Bosch, pois é necessário sustentar esta mesma peça que foi para a montadora na reposição”,Elaine Durães, Bosch.
“Não deixamos de investir na Automec mesmo na crise, pois enxergamos que é uma feira de negócio internacional. O importante não é a quantidade de negócios, mas a mensagem que se passa ao mercado, que faz parte integrante da cadeia. A expectativa é mostrar o que a marca tem para oferecer como reposição em termos de tecnologia de alto nível”, Sergio Veinert, BorgWarner.
“Esse é o primeiro ano que dedicamos uma parte do nosso espaço para a marca Textar, que são pastilhas e discos voltados para veículos de luxo. Além disso, aproveitamos os 50 anos da Cobreq no país para revigorar a nossa marca, afinal, estamos passando por um momento único de transição e a Cobreq quer aprimorar para acompanhar a indústria”, Feres Macul, Cobreq.
“O aftermarket para nós é historicamente um segmento estratégico, já que a origem do grupo está no mercado de pneus, cujo mercado de reposição é muito maior do que o de OEM. Cerca de 50% de todo o faturamento do grupo é aftermarket. A feira é uma oportunidade de receber nossos clientes diretos, assim como representantes de toda a América Latina”, Fernando Gonsalves, Continental.
“Estamos aqui para fortalecer nossa marca e contar nossa história. A feira é importante para que o mecânico tenha um contato efetivo com o fabricante, conhecer tecnologias e diferenciais entre as empresas. O aplicador é o líder, ele é o formador de opinião do nosso produto, que é um produto técnico.”, Luis Freitas, Corteco.
“A Dayco estava na feira quando não vieram os outros grandes, ganhando evidência no mercado e o estande na avenida principal, um lugar de destaque que conquistamos e o resultado foi muito bom. Esse ano vai ser melhor ainda. Queremos somar os resultados do ano passado”, Ronaldo Teffeha, Dayco.
“Há oitos anos não participávamos da Automec e nesta edição, a feira nos surpreende muito positivamente. O objetivo é retornar com o foco na reposição, mas reforçando que queremos divulgar a peça original. Um evento como este é muito importante para gerar novos negócios e a quantidade de distribuidores do exterior nos deixou muito empolgados”, Marc Boadas, Dana.
“Nunca deixamos de acreditar na Automec, temos obrigação de participar de uma feira desse porte, inclusive, por conta do momento em que o Brasil passa. Mas não é simplesmente montar um estande, é transmitir ao mercado a importância dos elos da cadeia na responsabilidade da manutenção da frota. Temos o foco dedicado ao aftermarket. Esse é o compromisso da Delphi”,Edson Brasil, Delphi.
“Nós participamos de todas as edições da Automec, é o canal de maior significado do ramo. Sempre divulgamos a qualidade de nossos produtos que, aliás, contam com o selo ISO 9001. Estamos investindo em qualidade e diversificação e viemos para o evento, principalmente para apresentar o relé duplo para faróis e o nosso tradicional catálogo com informações técnicas”, Kelly Salfatis, DNI.
“Maravilha! Melhor feira em muitos anos. Recebemos em nosso espaço donos de empresas, os que tomam a decisão, inclusive de países como Índia e Alemanha. Toda a equipe da empresa veio nos visitar e isso é muito bom”,Hans Eckert, ElringKlinger.
“O evento estava muito empolgante, com muita gente circulando pelos corredores repletos de estandes. A edição de 2009 foi menor por conta da crise econômica que afetou o mundo. Mas a perspectiva para a Automec 2011 foi outra: bem maior, com mais estandes e muito melhor para se trabalhar”,Flávio Fornasier, E-Master.
“No nosso segmento, sabemos que o mecânico é um elemento decisivo no processo. Nós produzimos itens de segurança, temos constantemente nossa equipe técnica no mercado em treinamentos, palestras, com todo o setor. Procuramos apoiar todo o segmento e principalmente treiná-lo, por isso acho que é muito importante que eles recebam a nossa informação aqui na feira”, Rogério Ragazzon, Fras-le.
“Ficamos surpresos, pois a feira está muito grande. Encontramos muitos clientes, principalmente, da América Latina. Estamos felizes com o resultado, os clientes estão fechando negócios. Notamos que o público está mais qualificado e que os grandes estão de volta. A feira está fortalecida, tanto para negócios quanto relacionamento”, Ananda Pereira, Freios Controil.
“Está sendo uma surpresa, pois tem muito movimento, inclusive, nos primeiros dias, recebemos muitos clientes estrangeiros que ficaram surpresos com o tamanho da Gates, queremos nos aproximar dos nossos clientes. Fizemos um túnel do tempo para lembrar os 100 anos da Gates no mundo. Além disso, as palestras do Atualizar também nos ajuda aproximar a marca do reparador”,Cleber Vicente, Gates.
“A Feira está muito boa e o movimento está excelente tanto na reposição brasileira quanto no comercio exterior, pois estamos recebendo muitos clientes da América Latina. Com a feira cria-se um canal de comunicação e a lição de casa é o contato posterior com esse pessoal. Comemoramos 10 anos como fornecedor oficial de correias para a StockCar, inclusive temos o carro do Átila Abreu no nosso estande”, Ivan Furuya, Goodyear Produtos de Engenharia.
“Esta é a oportunidade de conhecer o nosso cliente de frente, aquele que compra através do site e pela central de telefone. Além disso, eles podem tirar dúvidas com a equipe e descobrir quem está por trás da loja virtual. Assim reforçamos que a Gurgel, apesar de ser uma empresa de internet, possui uma grande estrutura sólida e de qualidade”, Matheus Ramos Vieira, Gurgel.
“O grande benefício em levar conhecimento técnico para o mercado é o mecânico ver a Henkel como uma empresa que não está oferecendo só produto, está levando soluções, está melhorando o nível do mecânico”, Sérgio Redondo, Henkel.
“Achamos o primeiro dia bem tranquilo, totalmente diferente do segundo, que estava bem movimentado. Estamos na Automec desde 1996 sempre com a expectativa de fazer negócios com os mecânicos. Estamos atendendo o reparador com muita informação também, disponibilizando um consultor técnico”, Erica Tronci, Jedal.
“Em geral, a reação está sendo muito positiva, tanto em relação à nossa forma de apresentação quanto em relação de negócios. Além do mais, temos uma visão positiva sobre a economia do Brasil. Nossa expectativa é confirmar que o Brasil e a América Latina estão em foco no Grupo, tanto em montadora quanto na reposição”, Claus von Heydebreck, KS.
“É sempre muito gratificante participar de uma feira de grandes proporções como a Automec. A finalidade de marcarmos presença é consolidar a marca no mercado e comemorar os 40 anos de existência. Tivemos muitos dias produtivos com diversas visitas de compradores de fora do Brasil”, Rafael Galea, Leone.
“Grande parte do público veio do exterior a fim de firmar parceria com a gente. Um dos pontos mais interessantes foi a chegada do pessoal da China muito mais preparado, falando português e visando novos negócios. Com relação aos mecânicos, disponibilizamos um consultor técnico preparado para solucionar qualquer dúvida a respeito de nossos produtos”, Rafael Gimenes, Luporini.
“O mercado brasileiro é fundamental na estratégia de aftermarket da marca, já que o Mercosul, representa 50% do faturamento global de aftermarket. Isso acontece devido a frota representativa, crescente que demanda reposição. Temos uma rede de 1.299 oficinas credenciadas que conta com todo treinamento e apoio técnico”, Eliana Gianocaro, Magneti Marelli.
“Aqui é uma oportunidade que temos de estreitar o relacionamento com o cliente. Disponibilizamos uma equipe especializada e focada no atendimento para o consumidor final, além de uma central de atendimento preparada para solucionar dúvidas de aplicadores e representantes ao redor do Brasil que cumprem função tanto comercial quanto técnica”, Pedro Geraldo Ortolan, Mann.
“A feira é ótima para estreitar relacionamentos e mais uma vez focamos as atenções no reparador. A empresa preparou consultores para esclarecer todas as dúvidas sobre procedimentos que devem ser feitos antes da Inspeção Veicular, possíveis causas de reprovação e a inédita avaliação de ruído no escapamento”, Cassiano Carvalho, Mastra.
“Para esta edição estamos visando o lançamento do novo catálogo, que vem com disco para instalação, e as novas embalagens para coxins. Também aproveitamos para divulgar a ampliação da nossa instalação. Para se aproximar ainda mais dos mecânicos deixamos um consultor técnico na porta e um jogo da memória digital para interação com eles”, Simone de Azevedo, Mobensani.
“Estamos entrando na Automec com o pé direito, com lançamento de novos produtos, que atendem tanto linha leve quanto pesada. A feira está muito técnica, o público veio colher informações e comprar, ninguém veio passear. Além disso, os grandes estão de volta, com certeza essa é uma das melhores feiras em termos de negócios”, Jair Chiorlin, Motorbest.
“Excelente o movimento dentro da feira. Estamos com uma equipe empenhada em atender todos os visitantes e até momento já foram feitos muitos possíveis contatos para exportação de produtos. Estamos focados na divulgação da linha de amortecedores Quick-Struct, os amortecedores eletrônicos (CES) e o moderno Kit de Controle Rancho com wireless”, Cibele Cozer, Monroe.
“Nesta edição estamos focados no programa “Fidelidade Mecânico”. Percebemos que cada vez mais o reparador tem aumentado a sua participação na internet. A Automec é a 3ª maior feria de autopeças do mundo. Nós, que rodamos por vários eventos ao redor do mundo, podemos afirmar que esta edição está um show!”, Alfredo Bastos, MTE-Thomson.
“Estamos vivendo um momento bacana. Depois da crise, o mercado está se recuperando bem e é hora de mostrar o que está por vir. O mercado está receptivo e estamos ampliando a linha de sensores para a reposição. Muitos mecânicos vêm no nosso estande buscar informações sobre outros produtos. Recebemos visitantes da América Latina e outros países”, Ricardo Namie, NGK.
“A Automec 2011 ultrapassou as nossas expectativas, a receptividade dos nossos produtos pelos visitantes está sendo muito boa. Muitos aplicadores da linha elétrica estão procurando pela gente para tirar dúvidas sobre instalação”, Cirilo A. S. Moscatelli, Osram.
“A Automec é uma grande vitrine e a companhia está focada em revelar as novas soluções em luzes LED e as inovações que estamos propondo em outros segmentos, como o purificador de ar. Mostramos o nosso leque amplo de lâmpadas, além das comuns amareladas, as luzes de alta performance e lâmpadas com tonacidade branca ou azul”, Ivan Farah Lellis, Philips.
“Este é o momento de ter contato com os nossos consumidores, com três públicos dos nossos produtos: distribuidores, varejistas e o mecânico. Para o reparador temos um canal direto de dúvidas técnicas, além de um boletim quadrimestral com informações de utilização e manutenção dos nossos lançamentos”, Fernando Ratão, da Raven.
“A feira está melhor que os outros anos, pois o público está mais especializado. Existe muita concorrência de produtos de qualidade inferior ao dos brasileiros e muita gente importando sem se preocupar com durabilidade e aplicação correta dos produtos. Os produtos são semelhantes mas não atendem às especificações nacionais”, Hans Rudolf Kittler, Rodafuso.
“Relacionamento sempre foi o nosso forte e aqui na Automec temos a oportunidade de mostrar as nossas novidades para o nosso público, mecânicos e balconistas, que são o nosso canal. O aftermarket para Sabó é a jóia da coroa: representa 60% do nosso mercado”, Marcus Vinícius, Sabó.
“Não adianta só vender a peça, tem que dar assistência técnica. O diferencial nosso é justamente esse. Nós temos um trabalho direto com o mecânico quanto à treinamento e relacionamento. Ele é quem decide a marca da peça. Por isso, ele tem que se atualizar”, Rubens Campos, Schaeffler Brasil.
“A feira está sendo ótima, recebemos a visita de muitos clientes e isso é importante, pois vivemos um momento de mudança, estamos entrando numa nova fase, o que nos ajuda apresentar ao público nosso novo conceito: mais moderno e mais próximo aos mecânicos. A feira ajuda a reforçar o vínculo da nossa marca com o cliente”, Danyelle Santos, Taranto.
“Estamos apresentando as novas embalagens modernizadas, linha de filtros de cabine e filtros para motos. Também estamos divulgando o novo centro de distribuição, o programa Pit Stop Tecfil, e os procedimentos para a correta troca de óleo. No Atualizar O Mecânico estamos focando a manutenção e fabricação dos filtros”, Simone Queroiz, TecFil.
“O movimento está surpreendente, com público de qualidade. A feira anterior foi muito boa, mas esta superou. É uma das melhores de todos os tempos! Já realizamos muitos negócios até o momento. Estamos com sete lançamentos no estande, entre eles, o dinamômetro portátil TM 900”, Lorenzo Picolli, Tecnomotor.
“Queremos que o mecânico e todo o público tenham acesso total aos lançamentos da marca. Para nós, é muito importante estar próximo dos aplicadores e, para chegarmos ainda mais perto deste público, estamos lançado na feira a seção E-Learning. O aftermarket é onde temos o contato com o público final, local de proximidade com o aplicador”, Fernanda Giacon, TRW Automotive.
“Tenho certeza de que essa é a feira mais importante de todos os tempos e marca ainda a nova identidade da empresa, numa gestão progressista e de divulgação para o público. Muitos clientes visitaram o estande. Hoje apostamos uma assistência técnica mais forte, mais próxima do mecânico”, Raphael Lioi, Urba-Brosol.
“A Automec está espetacular! Só nos dois primeiros dias passaram pelo estande mais de 2.500 pessoas. Conseguimos contato com clientes que não conheciam a empresa, queremos mostrar a força da marca no mercado. Atualmente, o setor enfrenta a escassez de peças e nossa meta é atender os clientes em quantidade”, Rafael Steinhoff, Zeene.
A redução catalítica seletiva é a solução encontrada pela maioria das montadoras de veículos diesel para reduzir a emissão de poluentes, que a partir de 2012 vai ter que seguir as normas do Conama P7, equivalente à Euro 5.
Carolina Vilanova
Com a entrada da nova lei de emissões brasileira a partir de 2012, todos os veículos diesel deverão sair da linha de montagem com o motor já adaptado para o Proconve 7, que equivale ao Euro 5, na Europa. O objetivo é um só: reduzir a emissão de poluentes expelida na atmosfera, decorrente da queima do combustível, que no caso do diesel, tem grande concentração de NOx (Óxido de nitrogênio) e de Material Particulado (MP).
Mas isso não é exatamente um problema para as montadoras, já acostumadas ao rigor da lei de emissões aplicadas na Europa e em outros países, anos-luz na nossa frente. O desenvolvimento de tecnologias para a redução dos gases já é conhecida e praticada por lá, o que está acontecendo nesse momento é a tropicalização desses sistemas e a introdução nos modelos que saem das linhas de montagem nacionais.
A solução mais acertada encontrada para a redução desses gases é o sistema SCR (Selective Catalytic Reduction, que em português significa Redução Catalítica Seletiva), já adotado por montadoras como Mercedes-Benz, Volvo e Scania. A ação nesse caso acontece dentro do escapamento, depois que a combustão acontece, atenuando por meio de reações químicas os gases formados no catalisador para que sejam expelidos (bem menos prejudiciais ao meio ambiente). O resultado apresentado até agora é uma emissão com quase zero de poluentes.
A Redução Catalítica Seletiva é uma tecnologia relativamente simples e o seu bom desempenho já foi comprovado, por meio de milhares de testes realizados em caminhões em outros países, que tiveram como resultado a redução drástica das emissões de NOx para níveis muito baixos, quase zero, enquanto ao mesmo tempo, ajuda a proporcionar economia de combustível e confiabilidade, sem muitas mudanças na parte mecânica do motor.
O SCR é usado pela maioria das montadoras, considerando, porém, as especificações e particularidades de cada uma e de seus veículos. O que é obrigatório é o cumprimento da nova legislação, que exige a redução de 80% nas emissões de Material Particulado (MP) e de 60% nas emissões de Óxidos de Nitrogênio, ambas resultantes da queima do diesel.
Normas do Proconve 7
Reduções de NOx em 60%, o que representa passar de 5,0 para 2,0g/kWh
Redução de 80% nas emissões de partículas, reduzindo de 0,1 para 0,02 g/kWh
Na Mercedes-Benz, a tecnologia, que já é realidade na Europa, chama-se Blue Tec 5 e se destaca por oferecer excelente desempenho e economia de consumo de combustível, “o que diminui o custo operacional dos caminhões e assegura a rentabilidade para os clientes”, diz Gilberto Leal, gerente de Desenvolvimento de Motores da Mercedes-Benz do Brasil.
Depois de milhares de quilômetros percorridos em testes, em diferentes situações, a Mercedes-Benz comprovou a robustez e durabilidade do motor com a tecnologia, enfrentando com sucesso as adversidades do transporte brasileiro e latino-americano. Os primeiros veículos pré-série que atendem à legislação são o caminhão pesado Axor 2831 e o chassi OF 1722 para ônibus urbano.
Painel vai ser conter mais um mostrador, que avisa o nível de ARLA 32 do tanque
Como funciona
De um modo geral, o sistema de Redução Catalítica Seletiva (SCR) faz a conversão dos óxidos de nitrogênio (NOx) por meio da injeção de uma substância química denominada Arla 32 (Agente Redutor Líquido de NOx Automotivo), que tem como base a água e a uréia, dentro do escapamento do veículo, para que seja feito um pós-tratamento dos gases de escape. O produto obtido nesse processo será Nitrogênio puro e o vapor de água, que não causa danos quando expelido na atmosfera.
Para que aconteça essa reação, foi necessário incluir alguns componentes no veículo: um reservatório específico para o Arla 32, uma bomba que faz a sucção do líquido, uma válvula controladora, um injetor acoplado diretamente no escapamento, uma unidade de controle que faz a conversa entre o motor e o catalisador, e uma sonda colocada na saída do escapamento para medir o gás que está sendo liberado.
O sistema da Volvo é bem parecido, e também requer um tanque para armazenamento do ingrediente, uma bomba de sucção e as linhas de passagem do líquido e um bico injetor. Além disso, são acrescentados um sistema de aquecimento do líquido e o OBD (On Board Diagnosis), sistema de monitoramento dos gases.
Os veículos da Scania também já estão circulando com o SCR na Europa, principalmente, como uma alternativa de ótimo custo-benefício para uma série de tarefas de transporte. O sistema de controle eletrônico da Scania, monitora essas reações para garantir um desempenho, economia de combustível e de custos em geral para o transportador.
Esquema de como funciona o sistema SCR, que vai ser implementado em 2012
Manutenção do veículo
Como no motor não foi feita nenhuma mudança significativa, a manutenção preventiva do veículo não muda, a recomendação é que seja seguido o manual do proprietário. Pelo contrário, com essa tecnologia, os intervalos de manutenção serão maiores. Dos componentes introduzidos no sistema, apenas o filtro de ARLA 32 deve ser trocado a cada dois anos de uso, os outros itens não são de desgaste e tem vida infinita, dispensando a manutenção.
E o abastecimento?
As dúvidas quanto ao sucesso da utilização do SCR no Brasil vão além da capacidade das montadoras de desenvolverem o produto. É que juntamente com a nova tecnologia, serão necessários a utilização do fluido Arla 32 e de um novo tipo de diesel, o S10, que deve ter sua introdução feita de maneira gradativa a partir de 2012. Responsável pela distribuição do diesel S10, a ANP (Associação Nacional de Petróleo) garante que o plano será cumprido até 2014.
Já o Arla 32 será vendido em diferentes embalagens, galões de 10 litros, tambores de 200 litros e tanques de 1000 litros, todos construídos com material apropriado, para ser vendido a granel. O gasto do fluido é cerca de 4,5% do consumo de diesel do caminhão e o seu valor ainda não foi estipulado.
Essas medidas foram tomadas na hora certa, afinal, a cada dia entram nas ruas mais caminhões e carros que contribuem para a poluição do ar e a destruição da camada de ozônio. Óxidos de Nitrogênio formam ozônio e chuva ácida, enquanto outros gases derivados da combustão dos motores a combustão (HC, e CO2) são relacionados ao efeito estufa. Além disso, as consequências das emissões de Materiais Particulados podem ser muito prejudiciais a nossa saúde, pois podem provocar problemas pulmonares.
Se as montadoras e o governo estão investindo para melhorar a qualidade do ar, nós temos que fazer a nossa parte, orientando os clientes sobre a importância de se realizar a manutenção preventiva e manter regulado o motor do veículo. Tudo pelo bem do meio ambiente e da nossa saúde.
O hatchback Volvo V40 Cross Country recebem em sua linha 2015 a motorização Drive-E 2.0 turbo de quatro cilindros e 245 cv. A mudança também se dá na transmissão: uma nova caixa automática de oito velocidades Geartronic, que atua com a tração integral Instant TractionTM, exclusiva desta versão.
De acordo com a montadora, com a nova motorização Drive-E, o V40 Cross Country acelera de 0 a 100 em 6,1 segundos. O conjunto com turbo e injeção direta é mais leve e, aliado à nova transmissão de oito velocidades, proporciona um menor consumo de combustível quando comparado à antiga motorização 2.0 de cinco cilindros. A esportividade na condução é garantida pelo paddle-shifters, para trocas de marcha manuais atrás do volante.
Esse conjunto ainda traz outras tecnologias voltadas para a eficiência: sistema Start-Stop, que desliga o motor automaticamente em paradas de trânsito, e função Eco+, que promete economizar até 5% de combustível.
A função Eco+ monitora o desempenho do veículo em diversas situações e atua de forma a otimizar o consumo: quando acionado, aprimora a ação do sistema Start-Stop, desligando o motor antes da parada total do carro (em velocidades abaixo dos 7 km/h); desacopla a transmissão em velocidades acima dos 65 km/h, para melhor aproveitamento da energia cinética em descidas e em momentos de velocidade constante. Essa função ainda monitora e ajusta a rotação nas trocas de marcha e a atuação do acelerador para oferecer sempre eficiência em consumo do combustível.O Volvo V40 Cross Country tem como equipamento de série a tração integral (AWD) com o sistema Instant Traction. A função transfere a força das rodas dianteiras para as traseiras no momento que percebe perda de tração em superfícies escorregadias.
A versão Cross Country também possui sistema de Controle de Frenagem em Descidas, o Hill Descent Control (HDC), que controla automaticamente a velocidade nas descidas de baixa aderência, aumentando a segurança na condução fora de estrada. A direção elétrica, com três opções de configuração, permite que o motorista opte entre uma condução mais suave em trechos urbanos ou um ajuste mais firme para a estrada.
O sistema City Safety de frenagem automática é mais um item de série. Sete airbags (frontais, laterais, de cortina e de joelho, este para o motorista), freios ABS, sistema de proteção contra impactos laterais (SIPS), controle dinâmico de estabilidade e tração (DSTC) e controle avançado de estabilidade (ASC) completam o pacote de segurança que é referência em todos os modelos Volvo Cars.
A Ford lançou o Focus Fastback que, segundo a montadora, traz uma nova proposta de esportividade, desempenho, segurança e tecnologia. Com início das vendas previsto para agosto, o Fastback vem nas versões SE, SE Plus, Titanium e Titanium Plus, todas com motor Direct Flex 2.0 com injeção direta e câmbio automático sequencial de seis velocidades.
A nova versão do modelo da Ford possui direção elétrica, suspensão independente nas quatro rodas com sistema Multilink, sistema de monitoramento da bateria para otimizar o uso do alternador, além de um compressor variável do ar-condicionado.
“O Fastback visa atender a um consumidor exigente no segmento de carros médios, que busca espaço no porta-malas, mas quer dirigir um veículo de alta potência, que seja seguro e conte com tecnologias de conectividade avançadas”, afirma Oswaldo Ramos, Gerente de Marketing da Ford.
A Dayco anunciou 27 novos lançamentos para o mercado de reposição, que englobam as linhas leve, pesada e agrícola. Os últimos lançamentos incluem tensionadores e polias para diversas aplicações.
Veja a relação completa de lançamentos com os códigos Dayco correspondentes:
Linha Leve:
Código Dayco
Aplicação
Descrição
APV2242
AUDI – A4 – 1.8 T – 95 / 00 – VW – PASSAT – 1.8 T – 00 / 05
As fabricantes Daimler e Aliança Renault-Nissan formaram uma joint-venture para produção no complexo industrial de Aguascalientes, no México. Os parceiros vão investir US$ 1 bilhão na construção e operação de uma planta para manufatura da próxima geração dos veículos compactos premium das marcas Mercedes-Benz e Infiniti.
A nova unidade de negócios, chamada COMPAS (sigla em inglês para Planta Aguascalientes para Cooperação de Manufatura) é 50% da Daimler e 50% da Nissan, e será liderada por um time internacional de executivos das duas empresas.
A fábrica terá capacidade de produção inicial anual de 230 mil veículos e irá criar 3.600 empregos diretos até 2020. Dependendo do desenvolvimento do mercado, e demanda dos consumidores, há o potencial de aumentar capacidade, segundo o comunicado. A produção de veículos da Infiniti começará em 2017 e os primeiros carros da Mercedes-Benz sairão da linha em 2018.
Confira a substituição e as dicas de desmontagem e montagem da junta que une o bloco e o cabeçote do motor 1.4 8V Flex, um dos mais reconhecidos conjuntos da Fiat
Victor Marcondes
Cada vez mais os motores desenvolvidos pela indústria surpreendem pela alta tecnologia empregada em seus sistemas. Nos últimos anos, o que se tem visto são montadoras procurando deixá-los muito mais leves, econômicos e menos poluentes. Para os fornecedores, isso implica em aumentar investimentos na qualidade dos produtos oferecidos.
E um dos itens importantes para unir, ao mesmo tempo, tantas exigências das fabricantes são as juntas de cabeçote. Peça essencial para a correta estanqueidade do propulsor, “a junta é o coração do sistema de vedação, da integração entre o bloco e o cabeçote”, define Pedro Bighetti, coordenador técnico da ElringKlinger.
As juntas lançadas pela marca sofreram muitas evoluções para se adequar às modernizações implantadas nos motores atuais. “As tensões internas aumentaram, isso fez a empresa ampliar a qualidade dos materiais utilizados, para que elas pudessem suportar as novas pressões e temperaturas e ainda garantir a melhor vedação”, afirma Luiz Henrique Reis, engenheiro mecânico e assistente técnico da ElringKlinger.
Pode demorar, mas em algum momento, inevitavelmente, o motorista que deseja manter um conjunto com quilometragem alta terá que realizar a retífica. E é na hora da abertura do motor que o mecânico deve conhecer bem os procedimentos e as recomendações da montadora. “Um exemplo é o aperto exato dos parafusos, principalmente na montagem das juntas metálicas, onde requer, além do torque e de uma segunda fase feita em torque ângular”, destaca Pedro.
De acordo com o técnico, não é preciso fazer a troca das juntas com a finalidade de prevenção, mas substituí-la sempre que o motor for aberto. “Também é imprescindível a troca dos parafusos de cabeçote, uma vez que eles trabalham dentro de uma zona plástica de deformação, fazendo com que a parte roscada estique e perca as características mecânicas de vedação”.
Segundo ele, um dos sintomas que sugere que a junta pode estar alterada é a mistura interna da água com o óleo. Caso haja a necessidade de fazer a troca, é necessário utilizar os seguintes equipamentos de proteção: óculos, luvas e sapatos especiais. Nesta matéria realizamos o procedimento de montagem com uma junta metálica de multicamadas num motor Fiat Fire 1.4 8v flex. A reportagem também contou com o apoio técnico do instrutor de automobilística do SENAI-Ipiranga, Cláudio Matarasso.
Atenção: é obrigatório que o motor esteja em temperatura ambiente toda vez que for submetido a uma abertura.
Procedimento dedesmontagem
1) Com as ferramentas adequadas, retire o coletor de escapamento e depois solte o coletor de admissão. Sempre inicie o processo de desmontagem soltando os parafusos de fora para dentro.
Obs: Cuidado para não puxar as velas pelo cabo na hora de remover o coletor de admissão. Solte antes os conectores do chicote elétrico com os injetores e os cabos de velas para não danificar o sistema. Depois de desconectar toda a fiação, o sistema pode ser retirado. Lembre-se de trocar os anéis de vedação do coletor de admissão por novos sempre que este for removido.
2) Nesta etapa, o reparador deverá remover as tampas superior e inferior da correia dentada. Inicie o procedimento retirando a correia do alternador e a polia. Para remover os parafusos da tampa utilize uma chave 10 mm. Solte o conector de rotação e desencaixe os fios que ficam dentro das canaletas do plástico. (2a)
Obs: Na montagem, lembre-se de respeitar a ordem em que retirou a fiação.
3) Para continuar a remoção do chicote elétrico, atente-se à trava plástica de fixação do componente. Solte a trava com o auxílio de uma chave de fenda com cuidado para não danificá-la.
4) Passe para a retirada da bobina, soltando as porcas e parafusos localizados na lateral da peça.
Obs: Troque o anel de vedação da bobina sempre que ela for removida.
5) Utilize uma chave 8 mm para remover o parafuso que liga o chicote elétrico no alternador.
6) Nesta fase vamos realizar a remoção da correia dentada. Com uma chave 13 mm, solte a porca para aliviar o tensionador, permitindo a retirada da correia. Em seguida, remova o tensionador. (6a)
7) Vamos partir para a retirada da tampa de válvulas. Primeiramente, não se esqueça de desconectar o sensor de fase para não danificá-lo. Os parafusos da tampa devem ser removidos das extremidades para o centro sempre em sequência de “X” (7a). Destaque a tampa lateralmente e remova-a para cima. Pronto! Substitua a borracha de vedação da tampa.
Obs: Repare no adesivo à base de silicone que fica nas extremidades do cabeçote com as capas dos mancais do comando de válvulas. Isto é muito importante, pois serve para vedar a região de contato entre as peças e evitar ao máximo o vazamento de óleo.
8) Para remover os parafusos do cabeçote, utilize uma chave soquete com cabo de força, desapertando das extremidades para o centro, sempre em sequência de “X”, para evitar o empenamento.
Obs: Os parafusos trabalham dentro de uma zona plástica de deformação, principalmente nos motores mais modernos, pois são fixados com torque e torque angular. Toda vez que forem retirados devem ser substituídos por novos, conforme recomenda o manual do fabricante.
9) Depois de retirado o cabeçote, verifique se existe empenamento nos componentes, lembrando que o máximo de desnivelamento permitido é de até 0,10 mm. Com o auxílio de uma régua, faça o procedimento na diagonal, na longitudinal e entre os cilindros. Antes, limpe bem a área para que os resíduos da junta velha não interfiram da medição e nem no conjunto.
Procedimento de montagem
1) Na substituição pela nova junta, atente-se aos pinos guias e aos indicadores de montagem para não inverter a posição de aplicação. A instalação incorreta do item pode interromper a lubrificação para o cabeçote e gerar danos na árvore de comando de válvulas.
Obs: Para auxiliar o mecânico, a própria peça tem indicadores de como fazer a montagem certa, a fim de evitar erros. Não utilize tintas ou colas na hora da instalação
2) Na montagem do cabeçote, posicione os pistões abaixo da linha da superfície do bloco para evitar o empenamento das válvulas. Também evite muita movimentação para que não seja descartado o princípio de vedação da junta. Lembre-se de aplicar os novos parafusos, avalie as roscas que devem estar limpas e sem obstrução. É recomendado que uma camada fina de óleo lubrificante seja aplicada na parte roscada dos parafusos antes do aperto. Não exagere na quantidade de óleo para evitar calço hidráulico.
3) Encoste os parafusos nos orifícios, mas ainda sem aplicar o torque específico. Inicie o processo do centro para os cantos, seguindo a sequência de “X”, para evitar deformidades.
Obs: Com a ajuda de um torquímetro, passe para o aperto dos parafusos do cabeçote. Na primeira etapa de instalação, recomenda-se o aperto de 20 Nm. Na segunda fase o torque será equivalente a 30 Nm. Já a terceira e quarta etapas consistem em realizar um aperto de torque angular de 90º em cada parafuso.
4) Agora passe para a aplicação da tampa de válvulas. Importante: substitua a junta de vedação da tampa por uma nova. Atente-se para a sequência de aperto que deve iniciar do centro para as extremidades com o torque de 10 Nm.
Obs: Não se esqueça de colocar a trava química entre o mancal do comando de válvulas e o cabeçote. 5) Instale o tensionador da correia dentada sem aplicar o torque final. Posicione as árvores do comando de válvulas e do virabrequim no ponto adequado e instale a correia dentada. Gire duas vezes o motor pela árvore de manivelas e ajuste o tensionador, fazendo com que os rasgos de indicação se coincidam. O torque de aperto final no tensionador é de 20 Nm.
6) Comece a instalação do coletor de admissão, já com as novas borrachas de vedação trocadas. O sistema conta com alguns prisioneiros que servem como guia para aplicação. Encoste os parafusos e porcas de forma uniforme e respeite a ordem do centro para a as extremidades em sequência de “X”. O torque específico é de 20 Nm. (6a)
7) Nesta fase, faça a instalação da bobina e do chicote elétrico. Troque o anel de vedação da bobina. Fixe o transformador com as duas porcas e o parafuso na lateral, aplique torque máximo de 10 Nm. Em seguida, instale os respectivos cabos nos seus devidos lugares e certifique-se que todos estão corretamente conectados, para não ocasionar falha de ignição.
8) Agora realize a passagem da fiação na tampa de proteção dianteira da correia dentada. Primeiro conecte o interruptor de pressão do óleo e passe os condutores nas canaletas localizadas internamente no plástico, tanto na parte inferior quanto na superior. As tampas utilizam parafusos M6 de 10 mm.
9) Atente-se para o encaixe da trava ao conectar o sensor de rotação. Na parte superior instale o sensor de fase, componente responsável pelo sincronismo da injeção de combustível e ignição do motor. Fixe o chicote e feche a trava de segurança.
10) Na montagem da polia da correia do alternador, instale o componente seguindo o furo e os pinos que servem de guias. É importante que haja distância entre o sensor de rotação e a roda fônica, que deve compreender de 0,5 a 1,5 mm. Aperte os parafusos da engrenagem com o torque adequado. Por fim, instale a correia do alternador e realize o procedimento de tensionamento do componente. (10a)
No começo do ano, casos sobre escassez de componentes automotivos no mercado foram alardeados pela mídia. Representantes da indústria falam a respeito dos problemas e mecânicos dão dicas para enfrentar a situação
Victor Marcondes
Em fevereiro, o setor de reposição foi alvo de denúncias feitas por meios de comunicação sobre um possível apagão de peças que estaria aterrorizando a reposição. As matérias atribuíam a situação a um gargalo na produção, em razão do ótimo desempenho da indústria em 2010, que lançou nas ruas do Brasil mais de 3,5 milhões de carros. As declarações mexeram com o mercado, que teve de se posicionar e dar esclarecimentos. Afinal, tem ou não tem componentes disponíveis no aftermarket?
A suposta falta está sendo averiguada através de um estudo realizado pelo Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores) com as devidas empresas. “Estamos apurando junto aos fabricantes de autopeças associados, pois até o momento nada foi identificado. Aliás, a indústria programou investimentos para aumentar a capacidade de desenvolvimento”, argumenta Antonio Carlos Bento, coordenador do GMA (Grupo de Manutenção Automotiva).
De acordo com ele, o que existe é a falta de peças externas fornecidas pela montadora e, portanto, “não há motivo para preocupação”. Peças cativas, principalmente de funilaria, são as maiores responsáveis por esta sensação de carência, também segundo a assessoria de imprensa do GMA. “Estes itens sempre enfrentaram dificuldade na comercialização porque apenas a montadora tem o direito de fornecê-las. Isso diminui os canais de compra para o reparador independente”, analisa.
Uma reportagem publicada num grande jornal que circula no estado de São Paulo reforça isso. Na publicação são divulgadas pessoas com problemas em conseguir peças de funilaria para seus carros. E os itens mecânicos não estão fora de risco.
Silvio Rivarolla, dono da Evolution Auto Center, relata que há dificuldade em adquirir componentes internos de motor, como jogo de bronzinas, anéis e alguns itens do sistema de suspensão. “Existem peças que antes chegavam em uma semana e agora demoram mais de trinta dias. Estou com um Honda Civic aguardando há mais de um mês e sem previsão de quando vai ficar pronto”, desabafa.
Técnicos sentem carência de componentes mecânicos, principalmente, para carros importados
Outro exemplo é dado pelo técnico da AMB (Automotivo Multimarcas Brasil) e instrutor do SENAI, Jerônimo Bastos. Ele afirma que está com um Chery Cielo 2010 com defeitos na parte elétrica e suspensão. “O cliente levou o veículo à concessionária várias vezes, mas recebeu a informação que teria de aguardar pela chegada das peças vindas da China, já que não existe montadora da marca no País” diz.
Jerônimo garante que o problema não acontece apenas com os veículos importados. “Estava com um Chevrolet Vectra 2008 precisando do sistema hidráulico de acionamento da embreagem. As concessionárias da região diziam que o componente estava em falta e tive que esperar mais de oito dias para recebê-lo”, indigna-se.
Falta de peça implica na demora da manutenção e quem sofre é o cliente importados
“Neste momento não há muito que fazer. Tem cliente que aciona o Procon, mas a culpa não é do reparador que está aguardando a peça para fazer a reparação”, alerta Bento do GMA. Jerônimo diz que para facilitar a vida do motorista, em alguns casos, permite o cliente rodar com o carro até que a peça chegue. “Mas existem outras situações que é impossível o motorista levar o veículo. Fico com ele para a própria segurança do proprietário.”
Pronta entrega
Por outro lado, centros automotivos como a Mecânica do Gato sequer perceberam algo de diferente no mercado. “Dependendo da compra e da disponibilidade da concessionária ou distribuidor a espera pode ser em média de 2 a 3 dias úteis, não passa disso. Boa parte das vezes é pronta entrega”, diz César Samos, dono da empresa.
Os mais incrédulos poderiam afirmar que não passa de pura sorte, vista as circunstâncias relatadas. Mas César revela o seu segredo para atender a clientela com tamanha agilidade. “Antes de comprar a peça fazemos uma pesquisa. A gente possui uma relação com mais de 540 empresas, entre distribuidores e concessionárias. Cotamos no mínimo duas concessionárias e três distribuidores para localizar o item e o melhor preço”, conta. E reforça: “Eu percebo que a área que mais sofre com esta falta é a de funilaria”.
Para buscar peças, Anderson troca informações com parceiros e usa a internet como apoio
O centro automotivo Peghasus Powered Motors possui um setor específico para cuidar da administração e logística das peças. O mecânico Anderson Mendes da Silva, responsável pelo setor de compra e venda da oficina, fica o dia inteiro numa sala em contato com distribuidores e concessionários de todo o Brasil. “De 100% dos casos apenas 2% tem que encomendar, o restante é tudo entregue no momento. Carro aqui não para mais do que um dia, a não ser nos casos em que tem que fazer o motor”, afirma.
A reparadora é integrante do GOE (Grupo de Oficinas Especializadas) e Anderson diz que a entidade se ajuda muito na troca de informações sobre como ou onde conseguir itens diversos. “Se procurar somente na cidade de São Paulo os obstáculos para encontrar determinados produtos são maiores. As vezes a peça está na cidade ao lado, por exemplo, em Itu. Mando o motoboy e em menos de 4 horas ele retorna com a peça”, esclarece. “A própria internet é uma ferramenta muito valiosa na hora de pesquisar”, conclui.
Além dos famosos sistemas de comunicação via web e sites de busca, Anderson recomenda o portal www.pecas-on-line.com.br. Ele explica que lá o reparador pode fazer cotação por descrição de peça ou através do código. “Esta é um das formas para amenizar o problema que outros mecânicos possam estar vivenciando”.
O idealizador do site, Carlos Jorge Freire Antunes, diz que desenvolveu o projeto há dez anos, após avaliar como a distribuição de peças no País não estava de acordo com o crescimento e demanda do setor automobilístico. “O Brasil possui uma frota nacional espalhada em mais de 5 mil municípios, sendo que apenas 10% deles tem concessionários.”
A salvação destas localidades provavelmente é o mercado de reposição, de acordo com Antonio do GMA. Para ele, o mercado tem capacidade para atender todos os municípios. “No caso de peças de pouco giro em cidades distantes, o prazo para o recebimento é de 48 horas. Para atender à demanda, de forma rápida e ágil, o setor da reposição automotiva conta com canais de distribuição espalhados por todo o País”, completa.
O mercado de reposição ainda caminha no desenvolvimento de pesquisas concretas sobre o que realmente pode estar havendo com relação a suposta escassez de peças. Uma indústria que o faturamento anual é de R$ 80 bilhões, sendo R$ 10 bi oriundos do balcão, o que se pode concluir é que se esse gargalo na produção existe, ele ainda não alcançou o seu “boom”. Entretanto, para o mecânico que prefere sair na frente, e se prevenir, nada custa tentar ir um pouco mais além na busca, quando aquele amigo da loja do bairro ao lado não tem o componente.
O setor de autopeças faturou R$ 80 bilhões em 2010, sendo R$10 bi somente do balcão
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