De Carro Por Aí | VW mostra o novo Polo. Nada a ver com o Gol

Por Roberto Nasser

Matriz alemã da Volkswagen não fez segredinhos, apresentou o novo Polo, anunciando exibi-lo no Salão de Frankfurt, setembro. Após, mostra à imprensa, matérias em caudal, início das vendas em outubro. No Brasil idem.

Apresentação esmaga a tese infundada de ser o substituto do Gol. Ao contrário, será intermediário entre este e o Golf, feito nas beiradas de Curitiba/PR. Produto competente na história mundial e na da VW, com quase 15 milhões de unidades vendidas, sexta geração é parcela na conta para manter sua liderança mundial, baseada em projeto totalmente novo.

Maior 81 mm = 4.053 mm; mais largo 69 mm = 1.751 mm; entre eixos crescido em 94 mm = 2.564 mm; levemente mais baixo, 07 mm. Cresceu externa e internamente. Novo produto, emprega base com a sigla MQB, de aplicação mundial, permitindo processo de estica e comprime, servindo a vários atuais veículos da marca – Polo, Golf, Audi A3 e Q3, Seat, Sköda – e a futuros como o desdobramento sedã chamado Virtus, ao especulado utilitário esportivo T-Cross.



Cabine interna, decoração e motores variam de mercado a mercado, mas se a sinalização europeia servir de parágono ao Brasil, terá o 2,0 litro TSI – turbo com injeção direta – e 210 cv. Outros, 1,00 TSi; 1,5 TSI e 150 cv.

Para não ser apenas mais um projeto, bem se caracteriza pelo ganho de espaço interno e agregação de eletrônica pró-segurança apenas encontrável em produtos de maior tamanho e preço. Na lista controle de cruzeiro adaptativo – dito erroneamente piloto automático; luzes em LEDs; sistema de estacionamento automático Parkassist; detector de ângulo morto; painel digital; recebendo comandos por ele, e novos instrumentos digitais.

Letal
Comenta-se no sócio do Mercosul, também servirá como base a curioso Proyecto Bala de Prata. O nome, tão insólito quanto pretencioso, resume o animus da VW para voltar a crescer no mercado, criando produto próprio, arma para matar o Toro, o picape da Fiat atualmente o mais vendido do mercado.

Em inadequação de nomes, melhor exemplo

Hyundai Kona muda nome para Portugal


Hyundai exibiu e lançará no Salão de Frankfurt, setembro, SAV compacto, o Kona. Alertada pelo importador português, alterou denominação para países lusófonos: Kauai, nome de ilha havaiana, como Kona o é no restante do mundo.

Globalização exige sensibilidade e cuidado com nomes para evitar conotação distante do buscado. A sonoridade do Kona nos países de língua portuguesa, remete a vocábulo identificador do órgão sexual feminino, ensinam dicionários do Aurélio e Infopedia da Lingua Portuguesa, Porto Editora, 2007-2013.

Tem mais
Não é caso isolado, tendo ocorrido com o Opel Ascona, na década de 90, rebatizado 1604 nos países lusófonos. Por idêntica razão, na Alemanha o emblema do digno Rolls-Royce Silver Mist identifica-o como Silver Shadow. Lá, Mist significa estrume. Pelas razões lusas na Suécia o Mercedes-Benz Vito tem outro nome, e na mesma Escandinávia, Honda Fit virou Jazz na Noruega.

Em Israel marca coreana Kia em Israel é Kaia, para fugir ao som original em Hebraico designando vômito. No mercado latino americano o Mitsubishi Pajero é dito Montero, pois nos vizinhos Pajero indica o adepto da masturbação.

No Japão Mégane, um Renault, significa óculos; na Itália Jetta da Volkswagen Jetta remete a azar. Caso mais curiosamente marcante, japoneses Mazda chegando ao movimentado mercado chileno levaram modelo portando na plaqueta um bem desenhado Laputa. Significado idêntico para nós, porém instada e alertada, a Mazda deixou rolar, mantendo o nome.

Brasil já importou chinês chamado Chana, no oposto um Picanto, fabricou um Picasso, desconhecendo-se arrepios, protestos ou inibição de vendas ante o prenome.

Que nome portará em nosso país em cenário de larga flexibilidade de costumes e incapaz de se surpreender ante a sequência de escândalos e do esgarçar de costumes? Consultado, Cassio Pagliarini, diretor da marketing da Hyundai Brasil afastou a questão, informando inexistir planos de trazer o Kona.

Roda-a-Roda

Jogo duro – Segunda feira, penúltimo dia do Salón do Automóvil, em Buenos Aires, o governo da Argentina considerou atendidas exigências para a ida do Presidente Maurício Macri ao evento. Lá, última visita presidencial foi em 2007!

Ajustes – Governo e fabricantes estão em abrasão. Um exige melhor comportamento de nacionalização e acertos com as trocas com o Brasil para ajustar a balança comercial no setor. Indústria quer menores impostos. Nas exigências, cada canto de cada estande tivesse produtos nacionais.

Quase – Nas exigências, cada canto de cada estande tivesse produtos nacionais. Na Nissan todas as atrações eram importadas – México, Japão, Brasil -, mas a promessa de fazer o picape Frontier desviava atenção da origem mexicana. Coerente, Macri não visitou estandes dos importadas, sequer o dos picapes DFSK, agora representados por sua família.

Não – Fiat encerrou teorias sobre desdobrar da recém lançada família Argo. Fonte acreditada confirmou a versão sedã a ser produzida na Argentina até o final do ano, mas negou usar a plataforma para criar eventual jipe e novo picape Strada.

Sin pressupuesto – Coluna falou com autoridade no Salón de Buenos Aires e recebeu resposta em espanhol com sotaque portenho. Não há orçamento. Ausência de fundos enterrou o projeto do Baby Jeep, sonhado produto Fiat, sem um utilitário esportivo para chamar de seu.

Atualização – Kawasaki reviu e melhorou seus modelos Ninja 650 ABS e 1000. Aparência mais agressiva no desenho de farol e rabeta, inspirados na versão SuperSport; eletrônica revista. 650 teve motor remapeado para melhorar reações em baixas e médias rotações.

A outra – 1.000 – na verdade numérica 1.043 cm3 – também recebeu remapeamento para reagir melhor com seus 142 cv de potência. Quanto? 650 ABS – R$ 34 mil; 1000 ABS Tourer R$ 57.000; 1000 Tourer R$ 60 mil.

Modal – Plotando aumentar tecnologia e reduzir consumo e emissões, Cia Vale do Rio Doce aplicou em suas locomotivas da Estrada de Ferro Carajás nova tecnologia dita Trip Optimizer. Sincroniza as operações e, se o caso, dispensa a intervenção do maquinista ao acionar controle de velocidade de cruzeiro.

Fim – MAN Latin America encerrou a produção do VW 18.310 Titan Tractor, ferramenta para chegar à liderança. 15 anos de sucesso, mais de 15 mil unidades vendidas. Entra para a história com dignidade: ficará exposto na fábrica em Resende, RJ, junto com o primeiro caminhão da marca, 1981, e a primeira unidade do Constellation, 2006.

Caminho – Jaguar Land Rover abriu fábrica em Coventry, Inglaterra para ser base de operação das marcas para veículos antigos. Negócio amplo: consultoria, peças, serviços, restauração com padrão de fábrica, vendas.

Nome – Chama a operação de JLR Classic Legends, e serviu-se de exemplo aberto pela Mercedes-Benz Classic, operação próxima à matriz alemã e na Califórnia. Terá tido simpatia do controlador da marca, Ratan Tata, colecionador de Rolls-Royces construídos especialmente para marajás.

Cultura – Newport Car Museum iniciou operar na cidade do mesmo nome, Rhode Island, EUA – uma hora de Boston e três desde Nova Iorque. Coleção particular e agregados por comodato, 50 unidades contam 60 anos da indústria.

Razão – Não há fundamentos lógicos para um particular montar museu. Casal Gunther e Maggie Buerman juntou esforços e acervo para implantar o negócio.

Base – Nos EUA todo empreendimento é bem vindo, a comunidade apoia e os governos aplaudem – e não atrapalham. Há, também, cultura tributária permitindo doações descomplicadas e viabilizadoras.

Fundos – São estas, a locação de espaço para eventos, e as entradas US$ 5 a US$ 18, – aproximados R$ 18 a R$ 60 -, pretendem manter o negócio. Espaço cedido pela Raytheon em antiga fábrica de mísseis.

Gente – Darcy de Medeiros, 73, mecânico, passou. OOOO Carreira com os irmãos Fittipaldi, dos Fórmula Vê ao Copersucar. OOOO Ajudou em desenvolvimento e soluções, vindo até a recente Fórmula Vee. OOOO Um mestre. OOOO Humberto Gómez, mexicano, engenheiro civil, novo diretor de Marketing. OOOO Rodolfo Possuelo, brasileiro, ex-gerente de serviço ao cliente Ford, Diretor Pós-Venda. OOOO Ambos Nissan. Empresa é case para TCC em faculdade de administração: imbatível na mudança de diretoria. OOOO Henrique Sampaio, formulador do up! TSI, mudou de estrada. OOOO Deixou a Via Anchieta pela Dutra como diretor de Marketing e Vendas direta na Chery. OOOO Idem a Fábio Souza Campos, também ex-VW, novo gerente de vendas a frotistas na chinesa. OOOO Eduardo Souza Ramos, executivo, vencedor do 13O Campeonato Brasileiro de HPE 25, regata em Ilhabela/SP. OOOO Liderou equipe vencendo três das oito etapas. OOOO Aos 75, fabricante de Mitsubishis, mercado caído à metade, operando duas vezes por semana, nova referência em resiliência. OOOO

Mercedes ajusta produtos e assistência

Depois das vendas, Mercedes incentiva serviços nos pesados


Após ouvir clientela e aplicar mudanças em seus caminhões de maior peso, oferecendo dupla habilidade de andar em asfalto e fora dele, em especial para a colheita de grãos, Mercedes-Benz desenhou pacote para manutenção com previsibilidade de custos válida em todo o país. Não é gabarito para incluir todos os modelos, mas tem desenho particular de acordo com o tipo de uso, especialmente transporte de produtos agrícolas. No caso, há diferenças temporais na dedicação ao transporte e a manutenção é programada fora do pico da colheita e transporte.

Inicialmente o programa de previsibilidade de custos se aplica aos pesados Actros e Axor e ao transporte de grãos, mas a atividade migrará aos caminhões mais leves, oferecendo garantia de 12 meses com opção de parcelamento sem juros em 3 vezes. Preços estarão fixos até o final do ano e para criar canal de comunicação direta consultando informações e tirando dúvidas, clientes devem acessar sítio próprio, o www.vantagensdeverdademb.com.br

A colheita de grãos tem panorama complexo, dependendo do tipo, época de produção, colheita e transporte, itinerários, local de cultivo, tipo de veículo, desgaste específico, criando mercados diferenciados e necessidades específicas, agora protegidas pela Mercedes-Benz.

Hengst explica a importância dos filtros de cabine



A Hengst explica que os filtros de cabine são importantes para garantir a qualidade do ar no interior do veículo, uma vez que são responsáveis por bloquear partículas de pólen, pó, alérgenos de outra espécie, odores e gases nocivos do ar, protegendo assim a saúde dos passageiros.



Segundo a fabricante, os filtros de cabine da Hengst podem ser obtidos como filtros de partículas, de pólen ou, para uma filtração adicional de gases nocivos, filtro de carvão ativo, que conseguem reter eficazmente partículas de até 3 µm e absorvem como uma esponja as substancias nocivas em forma de gás e odores desagradáveis que venham do exterior. Os poros do elemento filtrante são 10.000 vezes mais finos do que o cabelo humano, aponta a empresa.

Centro de Treinamento Automotivo da Bosch abre vagas para cursos e treinamentos



O Centro de Treinamento Automotivo da Bosch abriu as inscrições para o próximo semestre dos cursos e treinamentos técnicos. As aulas acontecem de segunda a sexta-feira no período noturno ou aos sábados, para quem não tem disponibilidade no período comercial.

A programação é aberta para todos os profissionais do setor automotivo, independente de fazerem parte ou não da rede de oficinas credenciadas Bosch.

Em julho, o destaque é o, que ainda tem vagas disponíveis. Ministrado em duas fases, sendo a primeira em Campinas, dos dias 3 a 14, e a segunda em Lisboa (Portugal), no período de 4 a 15 de setembro, o curso tem foco em diagnósticos de sistemas de injeção à gasolina, diesel, common rail e eletrônica embarcada. Também aborda injeção direta, sistemas de segurança e conforto e tecnologias híbridas.

No segundo semestre, as novidades incluem eletrônica embarcada, tecnologia de veículos híbridos e scanne r de diagnóstico KTS 590. A programação também envolve demais temas, como: diagnose em geral, sistemas common rail, injeção eletrônica, ar-condicionado, sistema de injeção direta, sistema de segurança e dinâmica veicular, equipamentos de teste e diagnóstico e outros.

O treinamento é uma parceria entre a Bosch no Brasil, em Portugal e na Espanha, com certificado concedido pela Universidade de Ávila – Espanha.

Para fazer a inscrição acesse o site: www.boschtreinamentoautomotivo.com.br.

Manutenção Preventiva: Revisão de 60mil Km no Fiat Mille 07/08 (Parte 2)

Revisão de 60mil Km no Fiat Mille 07/08 (Parte 2)

 

Acompanhe o processo de diagnóstico e troca dos discos, pastilhas, lonas, tambores e fluido no sistema de freios

Por: Edison Ragassi

 

Difundir o conceito da manutenção preventiva é fundamental para o empresário mecânico de automóveis fidelizar os clientes e auxiliar a diminuir o número de acidentes no trânsito. Independentemente da idade do carro, se ele estiver com a manutenção em dia não vai causar acidente por falhas mecânicas.

 

É sabido que o proprietário do veículo, em média faz as revisões na rede autorizada por um período máximo de três anos e depois muda para o mercado independente.

 

O procedimento correto ao realizar estas revisões é seguir as recomendações indicadas no manual. Para ser lucrativo é necessário ter procedimentos que auxiliam a ganhar tempo e ser transparente com o cliente.

 

Como mostramos na edição passada (277), a rede de lojas DPaschoal desenvolveu ferramentas e processos para validar e comprovar a necessidade de substituição de itens durante as revisões. Eles foram utilizados por Danilo Ribeiro, técnico da DPaschoal no diagnóstico. Dando continuidade, mostramos o passo a passo para a substituição do sistema de freio dianteiro e traseiro, inclusive com a troca do fluido de freio.

 

SUBSTITUIÇÃO DOS DISCOS E PASTILHAS

 

1. Com a chave de fenda soltar as travas da pinça.

 

ed-268-motor

 

2. Gire a pinça e com uma chave Allen 7mm libere a pinça.

 

ed-268-motor

 

3. Retire os pinos deslizantes.

 

ed-268-motor

 

4. Desloque a pinça e retirar as pastilhas.

 

ed-268-motor

 

Obs. Não deixe a pinça pendurada, pois força o flexível. Com uma corrente prenda a pinça na mola.

 

ed-268-motor

 

5. Cheque o reparo, caso esteja avariado substituir.

 

ed-268-motor

 

6. Com uma chave 17 mm solte o cavalete e limpar o local onde a pastilha desliza.

 

ed-268-motor

 

7. Utilize uma chave 12 mm para retirar o disco.

 

ed-268-motor

 

8. Antes aplicar o disco novo, limpe a região do cubo de roda.

 

ed-268-motor

 

9. Meça com o relógio comparador o empenamento do cubo de roda. A tolerância é de 0,05 mm.

 

ed-268-motor

 

10. Coloque uma mangueira com um recipiente para escoar o fluido de freio. Isso é necessário para que o fluido contaminado não retorne ao cilindro-mestre.

 

ed-268-motor

 

11. Utilize uma chave 7 mm e abra o sangrador.

 

ed-268-motor

 

12. Com o alicate de flexível, trave o flexível do freio, o que evita entrar ar no sistema, porque o sangrador está aberto.

 

ed-268-motor

 

13. Feche o sangrador e retire o recipiente de escorrimento do fluido. Com a ferramenta específica, recolha o êmbolo do freio.

 

ed-268-motor

 

14. Retire a pinça e leve até a bancada. Retire o êmbolo do freio e limpe com lixa e fluido de freio.

 

Obs.: Ao limpar com lixa utilize na mesma direção tanto para o êmbolo como na pinça.

 

ed-268-motor

 

15. Por dentro da pinça lixe de forma circular.

 

ed-268-motor

 

16. Monte a coifa de trás para frente.

 

ed-268-motor

 

17. Note que no êmbolo há uma marca, ela indica qual a posição que deve ser colocada no sangrador. Caso seja montado ao contrario o freio ficará com o pedal ‘borrachudo’.

 

ed-268-motor

 

18. Encaixe devagar e com as mãos o êmbolo na pinça. Não utilizar ferramentas. Abra o sangrador para facilitar o encaixe.

 

ed-268-motor

 

Obs.: A pinça de freio do Fiat Mille tem dentro dos reparos laterais uma proteção interior na cor branca. Observe se elas estão posicionadas corretamente, caso negativo, troque o reparo completo.

 

ed-268-motor

 

19. Antes de colocar o disco novo, compare com o que foi retirado para confirmar se está na especificação correta e limpe o disco novo para retirar o excesso de óleo.

 

ed-268-motor

 

20. Compare também as pastilhas para confirmar que estão corretas. Fique atento às molas de fixação no embolo, pois há para aço e de ferro fundido. Ao inverter ela fica solta e provoca barulho. Aplique o antirruído nas pastilhas e nos cavaletes, isso ameniza o barulho. E aplique um lubrificante a base de cerâmica no cavalete.

 

ed-268-motor

 

21. Instale o disco. O aperto dos parafusos do cavalete deve ser feito aos poucos em revezamento até travar o cavalete.

 

ed-268-motor

 

22. Retire o alicate de trava do flexível.

 

ed-268-motor

 

23. Encaixe as pastilhas na pinça.
 

ed-268-motor

 

24. Limpe, lubrifique com o lubrificante a base de cerâmica e coloque o pino deslizante. Caso esteja com muita ferrugem, utilize uma lixa fina para a limpeza. O aperto deve ser feito de maneira balanceada com chave allen 7 mm.

 

Obs.: O pino de cima não tem bucha de plástico. O debaixo, sim. Caso seja montado invertido causa barulho.

 

ed-268-motor

 

25. Coloque a mola de pressão. Verifique se está firme para não causar barulho.

 

ed-268-motor

 

26. Depois de instalado, limpe o disco, tanto na parte da frente como a de trás.

 

ed-268-motor

 

27. Troque o cilindro-mestre do freio traseiro. Utilize a chave sextavada aberta e o alicate de travar o flexível de freio e uma chave combinada 10 mm para soltar os parafusos do espelho traseiro.

 

ed-268-motor

 

28. Lixe o cubo de roda e lubrifique os reguladores. Lubrifique também os três pontos reguladores da sapata.

 

ed-268-motor

 

29. Lixe o tambor e a lona.

 

ed-268-motor

 

30. Faça a sangria do sistema de freio. Com uma seringa esgote o reservatório do fluido de freio.

 

ed-268-motor

 

31. Coloque o fluido de freio com a máquina. Este procedimento também auxilia a verificar se há vazamentos.

 

ed-268-motor

 

32. Este sistema de freio tem três saídas no cilindro-mestre, assim faça a sangria em ‘X’. Primeiro a roda traseira-direita. Em seguida a dianteira-esquerda. Na sequência a traseira- direita e termine na roda dianteira-direita. Isso garante a retirada do ar por completo, sem ter que repetir o processo de sangria.

 

ed-268-motor

 

33. Regule o freio de estacionamento.

 

ed-268-motor

 

34. Verifique no interior do veículo o posicionamento da alavanca. No caso do Mille ele deve subir três dentes e não ter folga lateral.

 

ed-268-motor

 

35. Após o teste de rodagem levante o carro e cheque se não há roda travada.

 

36. Verifique o pedal do freio. Após a substituição dos itens do freio o pedal deve estar na
altura do pedal da embreagem. Em seguida faça um teste de rodagem para certificar-se que o sistema funciona corretamente.

 

ed-268-motor

 

37. Faça o alinhamento e balanceamento das rodas.

 

ed-268-motor

Suspensão: Amortecedores do Honda City

 

Confira o procedimento de substituição dos amortecedores e periféricos de suspensão, como batentes e coxins, em um Honda City 2010 EX 1.5

Texto: Fernando Lalli
Fotos: Renan Senra

 

Rodando com o carro por dezenas de milhares de quilômetros, é comum que o proprietário do veículo se acostume com o desgaste progressivo dos componentes de suspensão. Quando o veículo é adquirido após certa quilometragem, fica difícil ter a referência para perceber os danos a médio e longo prazo.

 

Ainda, carros da linha nipônica, como o Honda City 2010 EX 1.5 automático desta matéria, costumam rodar percursos acima do normal com os amortecedores originais. O proprietário desconfiava que, mesmo com 140 mil km percorridos, as peças de suspensão do City ainda eram as mesmas instaladas na fábrica. Ele se queixava de barulho nos amortecedores dianteiros e balanço excessivo na suspensão traseira.

 

Pela quilometragem, a recomendação da Monroe é a substituição da peça, como explica o coordenador de treinamento da Tenneco, Juliano Caretta. Segundo o especialista, a fabricante considera que o atrito das peças internas dos amortecedores tenha atingido seu limite depois de tanto tempo. “Trabalhamos com uma estimativa de que o amortecedor se movimente por volta de 2.600 vezes por quilômetro rodado. Ao final de 140 mil km, isso quer dizer que o componente abriu e fechou mais de 364 milhões de vezes”, calculou Juliano.

 

HORA DA TROCA:
Durante a desmontagem, o estado de certos componentes denunciou que a suspeita do proprietário procedia. O amortecedor dianteiro direito estava com a haste bastante escurecida pelo excesso de atrito com o retentor na base. A coifa (ou guarda-pó), que protege a haste da infiltração de sujeira, estava rompida na base. Na traseira, o batente do lado direito estava completamente estourado

 

ed-268-motor

 

RETIRADA DO AMORTECEDOR DIANTEIRO

 

1. Com a roda ainda apoiada ao solo, remova a tampa de proteção da rosca da fixação superior da torre de suspensão dianteira. Sua presença é importante para evitar a oxidação da região.

 

ed-268-motor

 

2. Retire a pressão de aperto da fixação superior do amortecedor. Utilize chave allen 6 para segurar a haste e uma sextavada 17 mm para a fixação em si.

 

ed-268-motor

 

3. Apenas então remova as porcas da roda dianteira com chave 19 mm (3a).

 

Dica Dica: Para marcar a posição da roda e não perder o alinhamento e balanceamento do conjunto, deixe a porca mais alinhada com a válvula do pneu rosqueada no prisioneiro (3b).

 

ed-268-motor

 

4. Siga para a fixação da bieleta da barra estabilizadora no suporte do amortecedor, com chave allen 5 e sextavada 14 mm.

 

ed-268-motor

 

5. Remova a porca do flexível do freio com chave 12 mm.

 

ed-268-motor

 

6. Desconecte o cabo do sensor do ABS, que está preso em dois pontos: em um suporte do amortecedor (basta puxar lateralmente para deslocá-lo) e, mais embaixo, por uma presilha (faça uma alavanca com duas chaves de fenda, com cuidado para não danificar o componente).

 

ed-268-motor

 

7. Solte as duas porcas dos parafusos da fixação inferior na manga de eixo com chave 19 mm. Mantenha pelo menos um parafuso para apoiar a torre no restante da desmontagem.

 

ed-268-motor

 

8. Apoie o cubo de roda com o cavalete para evitar forçar os componentes periféricos de suspensão e freios na retirada da torre do amortecedor.

 

ed-268-motor

 

9. Com a suspensão devidamente calçada, retorne à fixação superior da torre para removê-la. Utilize as mesmas chaves allen 6 para a haste e sextavada 17 mm (9a). Remova o prato superior e a arruela de borracha. Observe que há uma pequena arruela metálica entre as duas peças (9b e 9c).

 

ed-268-motor

 

10. Para finalmente remover o amortecedor, retire os parafusos de fixação na manga de eixo e desloque a torre para fora de seus pontos de encaixe. A torre deve estar livre. A desmontagem prossegue na bancada.

 

ed-268-motor

 

NA BANCADA

 

11. Posicione as garras do encolhedor de mola opostas uma à outra. Utilize uma ferramenta de boa qualidade, seja mecânica ou hidráulica. Encolha a mola até o ponto em que peça começa a se movimentar livremente.

 

ed-268-motor

 

12. Solte a porca de fixação na haste do amortecedor com chave 19 mm. Utilize uma allen 6 para segurar a haste.

 

ed-268-motor

 

13. Neste momento, desmonte os periféricos.

 

a. Tire o coxim superior com rolamento.

b. Puxe o prato superior de mola. Nele, estão montados o guarda-pó e o batente, que fica encaixado dentro do conjunto.

c. A mola, por fim.

 

ed-268-motor

 

14. Analise o estado das peças. Neste caso, o coxim estava com vários sinais de deformação de borracha, como fica explicitado entre a diferença de altura entre a peça nova e a usada (14a). Por sua vez, o rolamento tem folgas perceptíveis manualmente (14b). Já o conjunto do guarda-pó está deformado na base. Essa deformação impede a fixação do guarda-pó na base, causa entrada de sujeira e danifica o retentor da haste (14c).

 

ed-268-motor

 

15. Ao observar o amortecedor, percebe-se o escurecimento da haste. Isso é causando pelo atrito entre a própria haste e o retentor do amortecedor, queimando o cromo da superfície. É uma evidência do fim da vida útil do componente após mais de 140 mil km rodados.

 

ed-268-motor

 

MONTAGEM DO AMORTECEDOR DIANTEIRO

 

16. Para que o amortecedor novo trabalhe com a calibração correta desde os primeiros momentos em que é instalado no carro, execute o procedimento de escorvamento (também chamado de sangria ou equalização). A ação consiste em estender e contrair a haste do amortecedor até os limites de curso para que o óleo seja distribuído de forma homogênea no circuito, eliminando o ar ou o gás que esteja no tubo de pressão. Com a haste aberta, vire a peça de cabeça pra baixo e feche a haste apoiando-a na bancada (16a). Depois, vire o amortecedor de pé e deixe que a haste suba sozinha até o final (16b). Repita esses movimentos por quatro vezes. Após o procedimento, mantenha a peça na vertical.

 

ed-268-motor

 

17. Análise da mola: observe se não há trincas, descascamentos, pontos de oxidação ou marcas de contato entre os elos das molas. A função da mola é sustentar o peso do veículo, portanto, é imprescindível cuidar da condição deste componente.
 

ed-268-motor

 

18. Não se esqueça de montar o isolante inferior da mola, que tem a função de evitar ruídos do contato entre a mola e o prato inferior.

 

ed-268-motor

 

19. Monte a mola do corpo do amortecedor. Observe o apoio da extremidade da mola no prato inferior. A mola deve estar apoiada corretamente.

 

ed-268-motor

 

20. Instale o conjunto formado pelo prato superior, o suporte plástico da mola, o guarda-pó e o batente do amortecedor. Prenda o suporte de mola no primeiro elo do guarda-pó (20a). Depois, encaixe o batente dentro do guarda-pó com o furo maior apontando para baixo.(20b)

 

ed-268-motor

 

21. Em seguida, pressione o prato superior no suporte (21a). Com o apoio da bancada, puxe o guarda-pó e empurre o batente contra a bancada para encaixe perfeito no prato (21b). Depois, certifique-se que as travas do suporte plástico estão em encaixadas sobre o prato. Se necessário, utilize uma chave de fenda para completar o encaixe (21c).

 

ed-268-motor

 

22. Faça o encaixe desse conjunto na mola (22a). Observe o “stop” da mola no suporte plástico superior (22b).

 

ed-268-motor

 

23. Encaixe o rolamento, que vem junto com o kit da Axios, por baixo do coxim superior (23a). Em seguida, coloque o conjunto sobre o prato da mola (23b).

 

ed-268-motor

 

24. Para finalizar, coloque a porca superior. Os primeiros fios devem ser rosqueados manualmente para evitar amassamento da rosca (24a). Depois, utilize as chaves allen 6 para a haste e sextavada 17 mm para prender o conjunto (24b).

 

ed-268-motor

 

25. Antes de descomprimir a mola, verifique de novo os pontos de contato das extremidades para ter certeza que está tudo certo. Descomprima a mola e remova as garras.

 

ed-268-motor

 

26. Agora que há mais espaço, faça o encaixe da região inferior do guarda-pó na base da haste do amortecedor.

 

ed-268-motor

 

MONTAGEM NO VEÍCULO

 

O restante da montagem no veículo segue a ordem inversa da desmontagem, notando os detalhes a seguir.

 

27. Leve a torre montada para o veículo. Na montagem, tome cuidado para não danificar nenhum periférico. Neste momento, posicione a fixação superior para sustentar a torre e montar os parafusos inferiores.

 

ed-268-motor

 

28. Monte os parafusos e aperte as duas porcas de fixação do amortecedor na manga de eixo. As cabeças do parafuso devem ficar apontadas para a frente do veículo.

 

ed-268-motor

 

29. Faça a montagem dos periféricos (cabo do sensor do ABS, flexível de freio e bieleta da barra estabilizadora) na ordem interna da desmontagem apresentada anteriormente. O torque de aperto na bieleta é de 50 Nm.

 

ed-268-motor

 

30. O torque final de aperto nos parafusos de fixação inferiores do amortecedor é de 125 Nm.

 

ed-268-motor

 

31. Na fixação superior, o torque final deve ser aplicado apenas com o carro no chão (31a). Monte a roda e, com o carro no chão, aperte a fixação e aplique o torque de 80 Nm (31b).

 

ed-268-motor

 

TROCA DO AMORTECEDOR TRASEIRO

 

1. Retire a roda e faça a marcação da porca mais próxima à válvula de enchimento do pneu, da mesma forma que foi feita na roda dianteira.

 

Obs. Como as fixações do amortecedor traseiro do City são convencionais, é possível até mesmo fazer a troca desse amortecedor sem a remoção da roda. Neste caso, foi feita a remoção por uma questão de melhorar a visualização do procedimento.

 

ed-268-motor

 

2. Comece a soltura do amortecedor pela fixação superior. Para isso, é necessário soltar o forro lateral do porta-malas, preso por presilhas rosqueadas com parafusos de fenda Phillips (2a). Faça a soltura com cuidado para não danificar as presilhas (2b).

 

ed-268-motor

 

3. Com o acesso liberado, para soltar a fixação superior do amortecedor, use chave allen 6 para segurar a haste e chave sextavada 14mm na porca. Apenas afrouxe a fixação.

 

ed-268-motor

 

4. Solte o parafuso de fixação inferior do amortecedor com chave-soquete 14mm. Também não remova o parafuso por completo.

 

ed-268-motor

 

5. Utilize um cavalete para apoiar o eixo por baixo, para evitar que a mola se solte. Isso evita, também, que o cabo do sensor do ABS estique demasiadamente, o que pode danificá-lo.

 

ed-268-motor

 

6. Agora, é possível retirar o parafuso de fixação inferior

 

ed-268-motor

 

7. Retire as arruelas e a porca da fixação superior. Todas as arruelas metálicas serão reaproveitadas.

 

ed-268-motor

 

8. Por fim, remova o amortecedor.

 

ed-268-motor

 

9. Perceba a arruela de borracha, que tem a função de um coxim, de absorver as trepidações. Existem duas dessas arruelas, uma em cada lado da fixação com a carroceria, que devem ser substituídas, juntamente com o espaçador da haste.

 

ed-268-motor

 

10. Removendo o guarda-pó do amortecedor antigo, percebe-se o desgaste excessivo do batente, que estava escurecido e rompido na parte inferior. O dano é causado pelo excesso de uso, já que ainda era o original.

 

ed-268-motor

 

11. Proceda o escorvamento do amortecedor novo como foi feito anteriormente no dianteiro, no passo nº16.

 

ed-268-motor

 

12. Na montagem, a diferença está no modelo de guarda-pó aplicado pela Monroe, que já contém o batente em si. A aplicação é a mesma.

 

ed-268-motor

 

13. Preste atenção à posição da arruela de borracha inferior que deve ficar com o lado convexo para cima. Posicione também o novo espaçador. Lembre-se de trocar também a arruela de borracha superior

 

ed-268-motor

 

Obs: O restante da montagem no veículo segue a ordem inversa da desmontagem, notando os detalhes a seguir.

 

14. O torque final na fixação inferior é de 80 Nm.

 

ed-268-motor

 

15. Recoloque a roda e faça o aperto da fixação superior. O torque final aplicado neste parafuso é de 50 Nm.

 

ed-268-motor

 

Recomendação: Depois do fim do procedimento verifique o alinhamento e o balanceamento das rodas. Também execute o teste de rodagem para atestar que não há ruídos ou qualquer anormalidade.

Entrevista: Novas Opções para a Reposição

ed-272-entrevista

 

Importação de peças enfrenta desafios particulares no mercado brasileiro

Texto: Fernando Lalli e Gustavo de Sá
Foto: Rafael Guimarães

 

Trabalhando com as marcas próprias MecArm, Allen, DLZ, Frontier, ROC e Autotec, a ISAPA Autopeças busca se diferenciar no mercado. Roland Setton, diretor comercial da empresa, traça um panorama do mercado a partir da visão do importador de componentes automotivos, que, apesar do momento positivo da reposição, lida com outros fatores, como, por exemplo, a valorização do dólar perante ao Real.

 

Revista O Mecânico: Como a Isapa trabalha suas marcas próprias atualmente?

Roland Setton: A Isapa existe há quase 20 anos. No início, percebemos que o mercado era totalmente preenchido pelos grandes fabricantes nacionais. Procuramos entrar em um nicho diferenciado, sem competir diretamente com os grandes fabricantes e, sim, suprir as carências do mercado com a diversificação da frota. Fomos evoluindo e verificamos que não poderíamos vender produtos de marcas desconhecidas. Daí surgiu a ideia de criar as marcas próprias, na linha de embreagem, transmissão, motor e suspensão.

 

O Mecânico: Onde são fabricadas essas peças?

Setton: Mais de 90% dos nossos produtos são importados. No início, trazíamos da Argentina, Alemanha, da Espanha e Itália. Ainda trazemos um pouco da Itália e da Argentina, mas houve uma grande migração para a China. Hoje, além desses países, importamos da Coreia e Taiwan.

 

O Mecânico:Como a empresa identifica a demanda por novas peças?

Setton: Temos mais de 50 vendedores pelo Brasil, além do trabalho desenvolvido pela área de telemarketing. Como ficamos conhecidos por atender as carências do mercado, o próprio mercado nos procura. Há pouco tempo, nos procuraram com uma demanda de embreagem para o Lifan X60. Nós corremos atrás e conseguimos a peça. Gostamos desses desafios. O que nos destaca é essa possibilidade de atender o cliente com novidades. Só para se ter uma ideia, em 2017, até o momento, já lançamos mais de mil itens novos.

 

“Procuramos entrar em um nicho diferenciado, sem competir diretamente com os grandes fabricantes e, sim, suprir as carências do mercado com a diversificação da frota.”

 

O Mecânico: Vocês também aceitam solicitações para veículos com mais de 10 anos de fabricação?

Setton: Sim, especialmente no segmento de vans e picapes. Esse é um bom mercado e que tem uma alta demanda, pois são veículos de trabalho, que rodam muito. Enquanto nos carros de passeio a média é de 10 a 15 mil quilômetros por ano, nos veículos de carga essa chega a ser a média de rodagem mensal.

 

O Mecânico: Como é feita a certificação do Inmetro dessas peças importadas?

Setton: A certificação é um pouco burocrática, custosa e leva tempo. Porém, sabemos que isso é importante para evitar a entrada no mercado de produtos de baixa qualidade. Principalmente em épocas de câmbio favorável, surgem empresas oportunistas que trazem apenas pequenos lotes por um período curto de tempo. A certificação do Inmetro inibe essa prática. Por isso, somos a favor.

 

“A certificação é um pouco burocrática, custosa e leva tempo. Porém, sabemos que isso é importante para evitar a entrada no mercado de produtos de baixa qualidade. Somos a favor.”

 

O Mecânico: Como a crise afetou a Isapa? Qual a visão da empresa sobre esse momento ruim para a economia brasileira?

Setton: A crise nos afetou tanto quanto qualquer outra empresa do Brasil. Até 2014, crescíamos entre 15% e 20% ao ano. Em 2015 e 2016, esse número foi bastante discreto, de até 3%, no máximo. E não é necessariamente verdade que, quando a venda de usados está em alta, o mercado de autopeças também cresce. Se a pessoa não tem dinheiro para comprar carro 0km, também não tem para fazer a manutenção completa no carro usado. Claro que a queda das montadoras foi maior que a do setor de autopeças, mas também fomos afetados pela crise sim.

 

O Mecânico: Então a tendência de crescimento parou?

Setton: Sim, mas voltamos a ter esperança de alta para este ano. O pior momento (2015 e 2016) já passou. Daqui para a frente, a expectativa é melhor. Quando o País voltar a gerar empregos, se desenvolver, nosso setor vai crescer.

 

O Mecânico: Qual a importância do mecânico independente para a Isapa?

Setton: O mecânico não quer correr risco. Em geral, ele quer optar por peças que ele trabalhou a vida inteira, que já conhece. Portanto, há uma certa resistência ao novo. Mas isso está mudando. Aos poucos, ele vai se dando conta de que muitas das peças que ele já usa no dia a dia também são chinesas.

 

O Mecânico: Como vocês mostram para o mercado que as peças da Isapa têm qualidade?

Setton: Nós fazemos palestras técnicas, encontros, cafés da manhã com balconistas e mecânicos. Esse trabalho de relacionamento é algo que exige bastante investimento. É difícil reunir todo esse público. Mas procuramos mostrar que somos uma empresa séria, que existe há 19 anos, pois não é qualquer marca que se mantém no mercado por quase duas décadas.

Alta Roda | Influências do passado

*Por Fernando Calmon


Automobilismo de competição tem demonstrado longo histórico de contribuições aos automóveis convencionais utilizados em ruas e estradas de todo o mundo. Claro que categorias de ponta como Fórmula 1, protótipos do WEC (em inglês, Campeonato Mundial de Resistência) e de Rali desenvolvem projetos sofisticados cujas inovações são bastante caras e dificultam a migração direta para carros do dia a dia.

Porém não invalida as pesquisas e os esforços técnicos que as corridas exigem sem parar. Os regulamentos mudam de tempos em tempos e renovam os desafios. Por fim, se nem tudo pode migrar diretamente das pistas para as ruas, a relação de componentes utilizados em pistas e depois nos automóveis comuns é, de fato, extensa.

Em 1990, a FIA (Federação Internacional do Automóvel) fez um primeiro levantamento de inovações originadas nas pistas desde o início das competições no final do Século 19. Foram 87 itens que entraram em produção em curto prazo, geralmente nos automóveis mais caros, e depois em modelos de alta produção em prazos variáveis.

Para começar, os chassis desenhados para carros, sem inspiração nas carruagens, surgiram com a primeira corrida oficial entre Paris e Rouen, em 1894. Nos motores, dezenas de novidades, como os de altas rotações a partir de 1908, os compressores (1907), duplo comando e multiválvulas (1912). Caixas de câmbio de cinco marchas desde 1911. Tração 4×4 começou em 1906, mas levou 60 anos até chegar a um carro esporte. Primeiro freio a disco estreou na 24 Horas de Le Mans de 1953 e apenas dois anos depois já estava em modelo de produção. Até o simplório espelho retrovisor começou nas corridas em 1911.



A prova de 24 Horas de Le Mans, etapa principal do WEC no fim de semana passado, levou este colunista de volta ao circuito 47 anos depois de transmitir a prova em boletins ao vivo para a extinta TV Tupi. A infraestrutura atual é tremendamente melhor, desde o paddock, boxes, edifícios de apoio e até aeroporto a menos de um quilômetro da pista.

Em 1970 um Porsche, o emblemático 917, venceu pela primeira vez na classificação geral e este ano a marca conseguiu sua 19ª vitória. Quando decidiu retornar a Le Mans, em 2014, desenvolveu o 919 Híbrido que utiliza um motor V-4 turbo, gasolina para tracionar as rodas traseiras e um motor elétrico, para as rodas dianteiras. O mais interessante: duplo sistema de recuperação de energia por meio dos freios e dos gases de escapamento. Armazenamento é numa bateria de íon de lítio. Curiosamente, solução que veio das ruas – do supercarro 918 – para as pistas.

Quanto ao motor V-4 não é mais utilizado em carros de rua (por enquanto…). Mas, antes de chegar a alguns modelos Ford, Matra e Saab em 1962, esse configuração estreou em corridas em 1898. Que mundo pequeno…

RODA VIVA
NOVO Polo, de sexta geração, apresentado de forma estática, semana passada em Berlim, chegará ao Brasil em outubro (poucas semanas depois da Alemanha). Apenas em dezembro atingirá capacidade total de produção. Estilo é evolucionário nos conceitos da marca alemã, mas o interior agrega painel e quadro de instrumentos de grande impacto visual.

COMPARADO ao Polo IV que saiu de linha aqui há menos de três anos, em dezembro de 2014, diferenças são marcantes: comprimento, 4,05 m (mais 16 cm); largura, 1,75 m (mais 10 cm); entre-eixos, 2,56 m (mais 10 cm); porta-malas, 351 L (mais 101 L). Nenhum dos compactos atuais poderá rivalizar em termos de espaço, equivalente ao do antigo Golf IV.

PLATAFORMA do Polo vai gerar mais três produtos: sedã Virtua (fevereiro 2019), produzido em S. Bernardo (SP); SUV T-Cross (maio 2019) e picape Saveiro (dezembro 2019), fabricados em S. José dos Pinhais (PR) ao lado do Fox e do Golf. Para conviver com o Polo a VW abaixará os preços do Fox, que continua em produção até o final de 2021, juntamente com SpaceFox argentino.

CHEVROLET Tracker coloca-se bem no segmento de SUVs compactos especialmente pelo desempenho do motor turbo de 1,4 L/153 cv (etanol). Embora tenha potência menor que o 2-litros do Creta, torque maior garante desempenho superior no uso cotidiano. Espaço interno é razoável, mas porta-malas de 306 litros só ganha do Renegade. Muito boa a direção eletroassistida.

FALTAVA ao Captur um câmbio automático para o motor de 1,6 L a fim de atender a crescente procura de maior comodidade no uso urbano. Nessa faixa de preço representa em média mais de metade das vendas. Renault oferece agora um CVT, de seis marchas virtuais, origem Nissan, que limita discretamente o desempenho do modelo. Preços de R$ 84.900 (versão Zen) a R$ 88.400 (Intense).

CONTINUAM as discussões nos EUA sobre regulamentação de carros autoguiados. Fabricantes estão apreensivos em razão de a tecnologia avançar mais rápido que o esperado. Ainda há dúvidas se vão prevalecer as legislações estaduais ou a federal. Indústria quer ter voz ativa no processo, pois desenvolvimento de inteligência artificial vem resolver muitos problemas.

Ford Ecoboost recebe prêmio de Motor Internacional do Ano até 1.0 litro



O Ford EcoBoost 1.0 recebeu o prêmio Motor Internacional do Ano 2017 na categoria até 1.0 litro. Desde o seu lançamento em 2012, o motor turbo compacto de três cilindros da Ford, recebeu o prêmio pela sexta edição seguida.

O desempenho, a tecnologia do propulsor e a economia de combustível foram elogiados por um júri formado por 58 jornalistas automotivos de 31 países, inclusive do Brasil.

No Brasil, o EcoBoost 1.0 é oferecido desde 2016 no New Fiesta, com potência de 125 cv e em 2018 para reduzir ainda mais o consumo, segundo a fabricante, o motor receberá uma nova tecnologia que desativa automaticamente um dos cilindros quando a capacidade máxima não é necessária. A inovação é capaz de desativar ou reativar um cilindro em 14 milissegundos sem comprometer o desempenho ou o refinamento.

Umicore compra divisão de catalisadores



A Umicore, empresa que produz catalisadores para veículos, anunciou a compra da unidade de negócios de catalisadores automotivos da Haldor Topse, empresa dinamarquesa fornecedora de catalisadores com aplicação diesel.

A aquisição fortalece o posicionamento da empresa no mercado e complementa a sua capacidade tecnológica, principalmente pela Haldor Topse ter uma fábrica em Joinville/SC e ainda ampliar o portfólio de produtos da Umicore, especialmente setor de pesados à diesel que asseguram o cumprimento de normas de emissões mais rigorosas, como Euro VI.

A unidade de catalisadores da Haldor Topse possui cerca de 280 funcionários e fábricas em Frederikssund (Dinamarca), Houston (Estados Unidos), Tianjin (China) e Joinville (Brasil), além de um centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Lyngby (Dinamarca), que serão incorporados aos negócios da Umicore.

Conheça o câmbio CVT do Renault Captur



SUV da marca francesa ganha a nova versão da caixa de câmbio CVT X-Tronic nas versões equipadas com motor SCe 1.6 de 120 cv

Texto: Fernando Lalli
Fotos: Fernando Lalli/Divulgação


Lançado em fevereiro de 2017, o Renault Captur já vai ganhar um reforço em sua linha. Disponível inicialmente com duas combinações de trem de força (1.6 com câmbio manual e 2.0 com câmbio automático), agora o SUV tem uma terceira opção: a caixa de câmbio CVT X-Tronic acompanhando o motor SCe 1.6 de 120 cv de potência.

Caixa CVT X-Tronic foi atualizada e calibrada especialmente para o uso no Captur


A caixa de transmissão que equipa o novo SUV é uma evolução: está 13% mais compacta e 10% mais leve do que aquela que, no Brasil, estreou no final da década passada na linha Nissan.

Alavanca é semelhante a de um câmbio automático convencional


Veio para ficar
O câmbio CVT (Continuously Variable Transmission) consiste na adoção de duas polias de diâmetro variável ligadas entre si por uma correia. Uma das polias está ligada ao motor pelo conversor de torque (polia principal) e a outra ao sistema diferencial (polia secundária). Conforme uma das polias diminui seu diâmetro “abrindo”, a outra aumenta seu diâmetro “fechando”, o que altera a velocidade de rotação de seus eixos – a grosso modo, pode ser comparado ao sistema de marchas em uma bicicleta, só que sem escalas determinadas.

Correia é formada por dois anéis de metal e centenas de lâminas de aço, semelhantes a grampos, dispostas horizontalmente


No caso da caixa CVT da Renault-Nissan, a diferença para os demais é que, entre o diferencial e polia secundária, está o pacote X-Tronic, que funciona como uma caixa de redução e, também, contém em si a marcha-à-ré.

Sistema X-Tronic funciona como uma caixa de redução na saída para o diferencial


A relação de diâmetro entre as polias, e a variação de velocidade de rotação, determina a força que é transmitida para as rodas. Diz-se que o câmbio CVT tem relações de marcha infinitas, porque não há as escalas de marchas que existem em câmbios mecânicos ou automáticos convencionais. Isso faz com que o motor, teoricamente, sempre trabalhe na rotação mais próxima da ideal de acordo com a demanda de aceleração.

Conversor de torque em corte


No caso da caixa do Captur, há a simulação de seis velocidades, através de relações determinadas entre as polias que estão pré-programadas na unidade de gerenciamento eletrônica da caixa.

Unidade de gerenciamento eletrônica da transmissão está localizada na caixa de velocidades


Considerando os números oficiais, a Renault afirma que a caixa CVT melhorou a economia do Captur com motor 1.6 em 3,5% em percurso rodoviário, quando comparado ao mesmo veículo com câmbio manual. Em regime urbano, por sua vez, houve uma piora em 3%, mas manteve a nota “A” do Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular do Inmetro entre os veículos de sua categoria.


Detalhe do diferencial


Lubrificação pilotada
Além do pacote X-Tronic, segundo a engenharia da Renault, outra diferença do câmbio do Captur para outras caixas do tipo CVT é o sistema de lubrificação. Ao invés da correia e polias rodarem imersos no óleo, a X-Tronic tem uma bomba de óleo pilotada que lubrifica o mecanismo de acordo com a demanda. Essa medida reduz o atrito do movimento das peças em 30%, afirma a fabricante.

Filtro deve ser trocado juntamente com o óleo no período de 100 mil km. Observe a localização do resfriador de óleo e a canaleta do circuito de lubrificação


Vai virar padrão?
A Aliança Renault-Nissan, hoje, fabrica mundialmente 1 milhão de caixas de câmbio CVT X-Tronic por ano. No mercado brasileiro, a fabricante aplica a tecnologia nos modelos Sentra, Kicks, Fluence e, agora, no Captur. A Renault aposta que as duas versões do Captur 1.6 CVT (Zen e Intense), juntas, correspondam a 50% das vendas daqui em diante.



Outras marcas, como a Honda, também apostam no CVT como uma alternativa mais simples às caixas automáticas convencionais, que são mais caras e complexas. Para se ter uma ideia, em nível mundial, as vendas de veículos equipados com câmbios CVT devem atingir 12% do total até o ano de 2020, conforme os dados da IHS Automotive. Assim, amigo mecânico, é bom prestar atenção a esta tecnologia, porque, se ainda não apareceu, ela pode desembarcar na sua oficina em breve.

css.php