Substituição dos coxins do Mille 2007/2008

 

Acompanhe o passo a passo para retirar e instalar as peças de metal-borracha do Fiat Mille, após rodar 60.000 km

por Edison Ragassi
fotos Alexandre Villela

 

Os suportes (ou coxins) de motor e câmbio têm a função de evitar que as vibrações destes componentes cheguem à carroceria do veículo. Geralmente são fabricados em metal-borracha.

 

Com o tempo, essas peças sofrem desgaste e necessitam que sejam substituídas. “Se um coxim está quebrado, os outros podem estar comprometidos, pois, a carga que normalmente é dividida nas três peças passa a ser dividida em duas”, explica Arnaldo Bianco, instrutor da Escola do Mecânico.

 

Por ter esta característica, ele argumenta que “não vale a pena trocar apenas o coxim que foi detectado com problema. É provável que num curto espaço de tempo o cliente vai retornar reclamando do mesmo barulho, o qual acontece por causa da fadiga de outro coxim que não foi substituído”.

 

DICAS DE DIAGNÓSTICO

 

Para verificar a necessidade da troca dos coxins, o instrutor dá a dica de como realizar o diagnóstico. “O procedimento deve ser feito com dois mecânicos. Acione a partida do veículo e engate a primeira marcha. Com o freio de estacionamento ativado, acelere e solte a embreagem, como se fosse arrancar. Neste momento o outro profissional deve observar o balanço do motor. Observe bem o balanço em repouso e movimento. Excesso de balanço indica a necessidade da troca dos coxins”.

 

Nesta reportagem, mostramos o estado dos coxins do motor e câmbio do Mille 2007/2008, após percorrer 60 mil km e o processo correto para substituí-los. O procedimento foi realizado na Escola do Mecânico em Campinas/SP e contou com o apoio da BFX Borflex.

 

PROCEDIMENTOS

 

1. Retire a caixa do filtro de ar e roda sobressalente para ter acesso aos dois coxins superiores.

 

 

2. Retire o protetor de cárter.

 

 

Obs: Para este procedimento o correto é utilizar uma barra para dar suporte ao motor. Caso a barra não esteja disponível, o ‘macaco jacaré’ substitui.

 

3. Retire um coxim de cada vez. Inicie pelo lado direito. Com uma chave catraca, solte o parafuso central de cabeça 17 mm.

 

 

4. Na sequência, solte os dois parafusos com cabeça 13 mm e levante o carro para facilitar a retirada.

 

 

5. Solte o suporte do motor. Ele é preso com quatro parafusos 15 mm.

 

 

6. Solte a chapa de apoio presa com três parafusos 13 mm. Em seguida, retire o coxim com o suporte.

 

 

7. Sem retirar o suporte, há dificuldade para utilizar a chave, assim, a retirada do coxim deve ser feita na bancada.

 

 

8. Antes de aplicar o coxim, verifique a procedência e se é a peça correta para o ano/modelo do veículo. Neste caso, foi utilizado o coxim da marca Borflex.

 

 

9. Na bancada, coloque o coxim novo no suporte.

 

 

10. Instale o suporte com o coxim novo.

 

 

11. Instale a chapa metálica que fixa o conjunto na carroceria.

 

 

12. Faça o procedimento de aperto de todos os parafusos, já que um parafuso solto pode provocar a quebra do coxim.

 

 

13. No lado esquerdo, o lado do câmbio, o procedimento é semelhante. Solte os parafusos 19 mm do coxim e as duas porcas 13 mm. A montagem segue o processo inverso.

 

 

14. Em seguida, instale a caixa do filtro do ar e recoloque a roda sobressalente.

 

 

15. Levante o carro no elevador para trocar o coxim inferior. Com uma chave 17 mm, solte o parafuso que fixa o motor ao coxim.

 

 

16. Solte o suporte do coxim e retire-o.

 

 

17. A retirada do coxim do suporte deve ser feita na bancada.

 

 

18. Em seguida instale o coxim novo no suporte.

 

 

19. Instale a base com o novo coxim no veículo.

 

 

20. Instale o protetor de cárter.

 

Artigo – Os cuidados com os superalimentadores

 

por Fernando Landulfo

 

O turbo alimentador, assim como o seu primo, o compressor roots (supercharger ou blower), tem como função provocar a chamada indução forçada ou superalimentação. Ou seja, aumentam a quantidade (massa) de ar admitida no motor que, ao ser misturada com a devida massa de combustível, produz uma porção maior mistura a ser admitida. Essa mistura, por sua vez, ao ser queimada, produz mais torque e potência para cada unidade de volume do motor (cv/cm³ por exemplo) em relação a um similar, cuja entrada de ar se dá pela pressão atmosférica (indução natural).

 

Vale a pena lembrar que, sem turbos ou compressores, os motores downsizing não seriam a “mesma coisa” ou, mesmo, viabilizados.

 

Pois bem, os princípios de funcionamento de cada um, assim como, as suas vantagens e desvantagens são amplamente conhecidas. O problema reside em como cuidar bem deles.

 

Muitas são as queixas de usuários e mecânicos, com relação à baixa durabilidade e alto custo de manutenção desses importantes componentes.

 

Mas por que será que dispositivos tão simples costumam dar tanta dor de cabeça?

 

Bem, em primeiro lugar é preciso ter certeza de que o superalimentador é mesmo o “vilão da história”. Muitos sintomas são atribuídos ao seu mal funcionamento, levando a uma substituição precoce. E a surpresa vem logo em seguida: o sintoma persiste ou reaparece logo em seguida.

 

Um exemplo típico é a falta de potência.

 

Então, antes de por a culpa no turbo, tenha certeza de que:

 

• O motor recebe a quantidade de combustível apropriada: pressão e/ou vazão;
• Não existe vazamento no sistema de admissão;
• A válvula de prioridade (se houver) é a correta e não apresenta vazamento;
• Não existe vazamento de gases no sistema de escape antes do turbo alimentador;
• A relação entre os diâmetros das polias que acionam o supercharger é realmente a recomendada;
• O motor não está com temperatura excessiva;
• As válvulas estão reguladas;
• A pressão do óleo está dentro dos padrões de fábrica (tuchos hidráulicos não funcionam bem sob baixas pressões);
• O óleo lubrificante é o recomendado pelo fabricante (óleo que perde a viscosidade com facilidade reduz a pressão do sistema);
• O motor não tem problemas mecânicos: sincronismo, compressão adequada e não apresenta vazamentos nas câmaras
de combustão;
• Filtro de ar não obstruído.

 

 

 

 

 

Eliminadas essas possibilidades, é hora de examinar o funcionamento do superalimentador e as suas condições:

 

• Se pressões geradas estão de acordo com a especificação;
• Se carcaça interna apresenta riscos excessivos;
• Se folgas entre os rotores ou palhetas e carcaça são as recomendadas;
• Se a válvula de alivio veda corretamente e seu mecanismo funciona corretamente;
• Se as palhetas (lado quente e lado frio) não apresentam quebras ou deformações;
• Se os lóbulos dos rotores não apresentam riscos excessivos;
• Se os eixos não apresentam folgas excessivas;
• Se não existe vazamento interno de lubrificante.

 

Agora, determinada a falha do superalimentador e a real necessidade da sua substituição, é preciso tomar certos cuidados, a fim de garantir que o mesmo tenha o rendimento e a durabilidade esperada:

 

 

1 Eliminar todo e qualquer vazamento entre a saída do filtro de ar e a admissão do superalimentador: impurezas finas (poeira) tendem a atuar como um abrasivo, aumentando as folgas internas. Já as de maior tamanho tendem a destruir rapidamente os componentes internos (palhetas, carcaça interna e lóbulos dos rotores). O desbalanceamento do conjunto é a primeira consequência. A curto e médio prazo já se pode observar uma diminuição considerável do seu rendimento.

 

2 Tenha absoluta certeza de que o turbo alimentador recebe um fluxo de óleo adequado. É preciso ter certeza de que o motor gera pressão de lubrificante suficiente para abastecer corretamente o turbo alimentador. Da mesma forma, mangueiras fechadas internamente ou tubos amassados, impedem a entrada e a saída do óleo no componente, prejudicando a lubrificação dos mancais flutuantes. Como consequência tem-se o desgaste do conjunto, permitindo que as palhetas toquem nas paredes da carcaça interna, destruindo
ambos. Numa situação mais crítica, pode haver, até mesmo a quebra do eixo
do turbo alimentador.

 

 

3 A qualidade do lubrificante que adentra no turbo alimentador é tão importante quanto a sua presença. Lubrificante contaminado ou fora de especificação pode provocar entupimentos de galerias (borra) e falhas de lubrificação nos mancais (perda de viscosidade). O lubrificante deve ser aquele recomendado pelo fabricante do motor e estar dentro do período indicado de troca. Da mesma forma, tenha certeza que os mancais do supercharger estão abastecidos com o lubrificante recomendado.

 

4 Não tente consertar algo sem treinamento ou caso não tenha equipamentos ou ferramentas adequadas para tal. É melhor terceirizar o serviço. Encaminhe a peça a um especialista.

 

5 Não altere os ajustes de fábrica do superalimentador.

 

6 Não faça o superalimentador gerar pressões ou girar com rotações acima daquelas recomendadas pelo fabricante

 

7 Não adapte um superalimentador que foi indicado para um veículo em outro.

 

8 Instrua o seu cliente a utilizar corretamente o motor superalimentado.

Entrevista: Ampliando para o futuro

 

Fabricante das pastilhas Cobreq, TMD Friction inaugura no Brasil uma das mais modernas fábricas do grupo.

por: Fernando Lalli fotos: Nereu Leme

 

A TMD Friction inaugurou oficialmente no dia 3 de outubro sua nova fábrica no Brasil, na cidade de Salto/SP, a 15 km da antiga unidade de Indaiatuba. As novas instalações estão às margens da Rodovia Santos Dumont, em uma área total de 100 mil m². A construção levou 3 anos e teve o investimento de R$ 142 milhões. O diretor executivo da TMD Friction do Brasil, Edilson Jaquetto, foi o responsável pela mudança e conta mais detalhes nesta entrevista.

 

O Mecânico: A nova fábrica em Salto/SP é o maior investimento do grupo japonês Nisshinbo desde que adquiriu a TMD Friction. Como e por que foi tomada a decisão de se mudar da unidade de Indaiatuba?

 

Edilson Jaquetto: Devido a motivos técnicos. Com o passar do tempo, a área que anteriormente era industrial passou a ser mista, dificultando a continuidade da operação em Indaiatuba. Após muitas analises e discussões, Salto foi a melhor opção devido a localidade privilegiada nos quesitos de logística, área industrial e permanência dos nossos colaboradores.

 

O Mecânico: Mesmo durante a mudança de unidades, a TMD não parou de produzir. Durante a inauguração oficial, até foi dito que a empresa “trocou o pneu com a bicicleta em movimento”. Como foi o processo de mudança e o desafio de evitar possíveis reflexos para os clientes?

 

Jaquetto: Nós comunicamos nossos clientes muito antes de realizar a mudança, o que possibilitou criar planos tanto de testes comparativos quanto de buffer de peças para evitar qualquer problema para o cliente, alteração ou dúvida sobre a qualidade dos produtos a serem fornecidos.

 

“A TMD Friction em Salto é uma das fábricas mais complexas do grupo, produzimos as mais diversas linhas de produto”

 

O Mecânico: Quais produtos da linha TMD Friction são fabricados em Salto? Inclusive pastilhas para freios de avião são produzidas na unidade.

 

Jaquetto: A TMD Friction em Salto é uma das fábricas mais complexas do grupo, produzimos as mais diversas linhas de produto, tanto no CVL que é a lona para veículo comercial, CVP que é a pastilha para veículo comercial, PCP que é a pastilha para veículo de passageiro, pastilha de moto, lona para freio traseiro e também materiais para competição. A única família de produto que não é produzida aqui no Brasil é a linha industrial.

 

O Mecânico: Além das peças Cobreq, há também as lonas das marcas Textar e Don. A que aplicações e mercados esses produtos se destinam?

 

Jaquetto: O Brasil é considerado o centro de excelência de produção de lonas para veículos comerciais, produzimos sim outras marcas para o grupo, como Textar e Don, e exportamos para vários continentes, (Europeu, Asiático, Norte Americano e etc). Quanto as aplicações atendemos a toda necessidade do mercado, caminhões, ônibus e alguns veículos fora de estrada.

 

O Mecânico: Qual a capacidade produtiva instalada atualmente na unidade de Salto para lonas e pastilhas de leves e pesados?

 

Jaquetto: A capacidade produtiva instalada para pastilha para veículo de passageiro (PCP) é de 24 milhões de unidades, enquanto para lonas para carro de passeio (PCL) é de 4,8 milhões. Para veículos comerciais, a capacidade de produção de lonas (CVL) é de 15 milhões e a de pastilhas (CVP) é de 160 mil unidades.

 

O Mecânico: Em quanto pode ser ampliada a capacidade produtiva para além do que está hoje?

 

Jaquetto: Hoje a utilização é de somente 60% da capacidade da fábrica, porém temos vários projetos para o futuro que nos permitirão preencher esta capacidade, possibilitando o melhor atendimento de nossos clientes atuais, a abertura de novos clientes e mercados.

 

O Mecânico: Para quais marcas de automóveis a TMD Friction fornece pastilhas e lonas para aplicação original (OEM)? Entre os recentes lançamentos da indústria, quais a TMD equipa de fábrica?

 

Jaquetto: Hoje no Brasil fornecemos para Fiat, Volkswagen, General Motors, PSA Peugeot Citroën, Ford e Honda. Entre os recentes lançamentos, temos a pastilha para o Honda Civic geração 10, o Fiat Argo e o novo Polo da Volkswagen.

 

O Mecânico: Como está o mercado de reposição brasileiro para a TMD Friction? Hoje, quanto o aftermarket nacional representa da produção total?

 

Jaquetto: O mercado de reposição está bem, condizente com a crise econômica do país, mas não podemos reclamar. Hoje, representa
entre 70 e 80% da produção total.

 

O Mecânico: A nova fábrica possui um centro de desenvolvimento para atender a fabricantes de automóveis e reposição. Na sua visão, atualmente, quais são as principais demandas desses dois mercados em matéria de componentes de freio?

 

Jaquetto: Somos aqui um centro de desenvolvimento, capaz de desenvolver novos materiais de atrito, novas matérias primas e novas formulações e estamos trabalhando também para atender às solicitações do mercado com novas tecnologias, como por exemplo, a utilização de materiais livres de cobre e também materiais livres de amianto.

 

“O mercado de reposição está bem, condizente com a crise econômica do país, mas não podemos reclamar. Hoje representa entre 70 e 80% da produção total”

 

Nova fábrica tem quase o dobro de área construída em relação à unidade anterior em Indaiatuba

 

 

O Mecânico: Qual é a importância dos mecânicos independentes para a empresa?

 

Jaquetto: Os mecânicos são formadores de opinião no mercado de reposição, então são fundamentais para o sucesso do nosso negócio neste segmento, são eles que direcionam a utilização das diferentes marcas disponíveis no mercado.

 

O Mecânico: Quais ações a TMD Friction direciona para esse público?

 

Jaquetto: Em relação às ações, aqui no Brasil contamos com um time de promotores técnicos que atuam junto aos aplicadores finais, em todos os segmentos que atuamos, seja ele leve, pesado ou moto. Estes promotores têm a incumbência de levar a eles a vantagem de se usar um produto Cobreq, relação custo-benefício e as vantagens tecnológicas de uma marca original, tudo isso por meio de palestras, campanhas de conscientização e treinamentos voltados a este público.

 

O Mecânico: Mesmo com a popularização dos varejistas de autopeças nos grandes centros urbanos, focados no consumidor final, sem falar no comércio para a internet, o profissional mecânico continua sendo decisivo para a escolha da peça que será aplicada no veículo?<

 

Jaquetto: Absolutamente. Eles são formadores de opinião e independente dos diferentes canais de venda que vêm se consolidando no mercado, a opinião do mecânico continua sendo, na visão da TMD Friction, de fundamental importância para o sucesso do negócio.

Raio X – Hyundai Creta 2.0 AT6

Hyundai Creta desvendado

Com reparação bem simples, o SUV compacto Creta surpreendeu os mecânicos

 

texto Raíssa Jorgenfelth e Leonardo Barboza
fotos Raíssa Jorgenfelth

 

Levamos o Hyundai Creta 2017 para análise na oficina Doctor American Car e descobrimos que a sua reparação pode ser bastante simples. O profissional Sandro dos Santos, mecânico e proprietário da oficina, ficou bastante surpreso com a facilidade de acesso aos componentes do Creta 2.0 AT6 Prestige.

 

Lançado no começo de 2017, o Creta chegou como forte concorrente de modelos consagrados ocupando 3° lugar em vendas entre os SUV’s e o 4° lugar no geral da categoria com 28.335 unidades emplacadas até setembro, de acordo com o ranking acumulado do ano da Fenabrave. Os três primeiros colocados da categoria geral são Honda HR-V, Jeep Compass e Renegade, respectivamente.

 

 

 

 

O SUV coreano é produzido na mesma fábrica onde é montado o HB20 em Piracicaba/SP e compartilha a mesma plataforma do Elantra. Todas as suas configurações incluem de série sistema de parada e partida automática, monitoramento de pressão dos pneus e direção com assistência elétrica.

 

MOTOR

 

Logo de cara, o Creta mostrou seu potencial de competitividade com motor dianteiro, transversal de 4 cilindros em linha e 16V em duas opções: Gamma 1.6 (manual e automático) que entrega 130 cv de potência a 6.000 rpm e torque de 16,5 kgfm a 4.500 e NU 2.0 de 166 cv a 6.200 rpm e 20,5 kgfm a 4.700 rpm. Ambos os motores são flex e têm tecnologias que prometem melhorar o desempenho, como sistema de partida a frio e-start, bloco e cabeçote de alumínio, duplo comando variável de válvulas (D-CVVT) para admissão e escape, coletor de admissão variável (VIS) e duplo comando no cabeçote (DOHC).

 

 

 

Suas versões, no entanto, são um pouco mais diversificadas. A opção de entrada com motor 1.6 tem dois tipos de acabamento: Attitude (R$ 74.990,00) e Pulse (R$ 79.790,00). A versão intermediária com motor 1.6 e câmbio automático também oferece dois tipos de acabamento, Pulse (R$ 86.740,00) e Pulse Plus (R$ 89.990,00) enquanto a versão top de linha com motor 2.0 e câmbio automático é a Prestige (R$ 100.990,00). Tanto o câmbio manual quanto o automático são de seis marchas.

 

POR DENTRO DO CAPÔ

 

De acordo com o mecânico Sandro dos Santos, é fácil ter acesso aos componentes do sistema de arrefecimento, como radiador, reservatório e eletroventilador. Todas as abraçadeiras das mangueiras são de pressão. Já a bomba d’água fica fora do sistema de sincronismo convencional e é acionada pela correia de acessórios. Está localizada logo embaixo do alternador, um pouco mais trabalhosa de se alcançar, mas sem complexidade.

 

O especialista explica que tanto o compressor do ar-condicionado quanto o filtro de cabine estão bem localizados para reparo, assim como os principais componentes eletrônicos: motor de arranque, módulo de injeção eletrônica, alternador e bateria.

 

 

 

 

 

 

O sistema de injeção eletrônica também está bem acessível, assim como os sensores de oxigênio. Ao remover a mangueira de admissão do ar, tem-se acesso ao corpo de borboleta. A flauta dos bicos injetores é fixada com apenas dois parafusos sextavados. Os sensores dos comandos variáveis, de rotação e válvula solenoide de controle de pressão de óleo do cabeçote também estão bem acessíveis.

 

 

Já as lanternas traseiras e dianteiras têm bom espaço para as mãos caso seja necessário trocar as respectivas lâmpadas.

 

A transmissão automática de 6 velocidades possui acesso bem facilitado para manutenção e troca do fluido da caixa. Seus semieixos são encaixados e podem ser retirados através de uma espátula. Sandro aponta que somente o coxim superior do câmbio fica um pouco mais escondido.

 

O sistema de exaustão é dividido em três partes, o que facilita bastante a manutenção e a troca da tubulação. O protetor de motor e transmissão é totalmente de plástico, fixado por 6 parafusos sextavados e presilhas de plástico.

 

FREIOS

 

Os freios são a disco ventilado na dianteira e tambor na traseira. As rodas são de liga leve 16” e são equipadas com pneus 205/65 nas versões 1.6 manual e 17” no automático e 2.0 que conta com pneus 215/60.

 

Quanto à manutenção, o acesso aos freios dianteiros e traseiros é bastante simples, e não necessita de ferramentas especiais. Mas Sandro ressalta que o sensor do freio ABS vem junto com o cubo de roda, o que dificulta um pouco o acesso. Já a bomba do ABS está próxima ao painel corta-fogo do motor. Vale lembrar que esse componente é responsável também pelo controle de estabilidade e sistema de auxílio de partida em rampas.

 

 

 

SUSPENSÃO

 

A suspensão é independente McPherson na dianteira e eixo torção na traseira. Sua reparação, segundo Sandro, é muito simples e rápida, como quase tudo nesse carro, e não requer nenhuma ferramenta especial.

 

A barra estabilizadora possui bieletas de ferro mais resistentes, mas um fato que chama a atenção é que a barra está soldada dentro do eixo e as buchas são fixadas próximas à carroceria, o que dificulta o acesso. Por isso, no caso de reparo, o ideal é soltar o subchassi (ou quadro de suspensão) para encaixar a ferramenta na fixação da bucha da barra estabilizadora. As buchas traseiras não sofrem deste problema, e são simples de consertar.

 

Ficha técnica

HYUNDAI CRETA PRESTIGE 2.0 AT
Motor
Posição: Dianteiro transversal, Gasolina/Etanol
Número de cilindros: 4 em linha
Número de válvulas: 16V
Taxa de compressão: 12,1:1
Injeção de combustível: Injeção Eletrônica Multiponto
Potência: 166 cv (A) a 6.200 rpm / 156 cv (G) a 6.200 rpm
Torque: 20,5 kgfm (A) a 24.700 rpm / 19,1 kgfm (G) a 4.700 rpm

 

Câmbio
Automático de 6 marchas

 

Freios
Dianteiros: Disco ventilado
Traseiros: Tambor

 

Suspensões
Dianteira: Independente, McPherson
Traseira: Eixo de torção

 

Rodas e Pneu
Rodas: Liga leve, 17 polegadas
Pneus: 215/60 R17

 

Dimensões
Comprimento (mm): 4.270
Largura (mm): 1.780
Altura (mm): 1.635
Distância entre eixos (mm): 2.590

 

Capacidades
Porta-malas: 431 litros
Tanque de combustível: 55 litros

Texsa conquista aprovação da Volkswagen



A Texsa do Brasil, industria de lubrificantes com sede em Umuarama/PR, recebeu a aprovação mundial do seu óleo lubrificante Ultrasynthese Sae 5w40 pela Volkswagen. O produto 100% sintético segue as normas VW 50 888 e VW 50 999 e atende grande parte da linha de automóveis da marca Volkswagen, movidos à gasolina, FLEX e diesel, leves.

A empresa já recebeu o reconhecimento Mercedes Bens do Brasil para a linha de pesados em 2013.

De Carro Por Aí | Indústria automobilística, um longo olhar de 50 anos

Por Roberto Nasser*


Um dos dizeres no colecionar automóveis antigos, o antigomobilismo – neologismo no Dicionário Houaiss – define, o automóvel escolhe o dono – e sabe para onde conduzi-lo.

Válido para mim e minha vida profissional. No caso, um sofrido sedã DKW Vemag fez-me privilegiado observador de 50 anos da indústria do automóvel, levando-me às Olivetti e à banca de advogado especializado.

O residir em Brasília pós inauguração auxiliou muito. Não apenas pelo aspecto institucional, quando a autoridade do Executivo ou do Judiciário – o Legislativo tinha autonomia restrita no período – podia ser seu vizinho de porta, quanto pelo fato de o Plano Piloto reunir a maior concentração de carros nacionais, a frota mais nova do país. Era consequente ao incremento à renda do funcionalismo transferido e do início da democratização do automóvel. Havia a considerar, era a única cidade do país onde o esporte preferido era o automobilismo.


Agente de evolução, o motor do gasto Vemag azul de teto prata foi submetido a receita publicada numa revista. Dois sem-noção, o agora saudoso Aruí Pinheiro de Souza e eu, cometemos doméstica tentativa para melhorar seu rendimento.

Se deu certo? E podia? Era uma mão de obra para funcionar. Primeiro, tirar as velas de gama térmica fria e colocar as quentes. Virar o arranque sem acelerar; depois, com o afogador puxado; ao pegar, mantê-lo afogado até ameaçar morrer inundado de gasolina. Aí, leve pressão no acelerador e um minuto com o pé suave para limpar o excesso de combustível. Após, desligar o motor e trocar as velas quentes por outras médias. Repetir o processo, esperar o marcador de temperatura iniciar seu caminho pelo quadrante; desligar; trocar as velas pelas ditas frias. Aí, então, podia-se apontá-lo para a Universidade de Brasília.
Era coisa de 15 minutos toda manhã, com filtro de ar e ferramentas sobre a grama em frente à portaria social do bloco K, mãos sujas e o formidável cheiro do Castrol R, lubrificante para corridas, amostra olorosa e de intimidade com o ambiente esportivo.

O Ari Cunha, hoje Condômino e Vice-Presidente dos Diários Associados, era editor do Correio Braziliense, vizinho no primeiro andar – e compulsório participante pelo barulho, fumaça e odor da mistura gasolina+óleo queimada. Um dia, saindo do prédio, ao cumprimentar, falou: “- Se você escrever a metade do que faz em mecânica, precisamos de você no Correio. Quero fazer uma coluna sobre automóveis.” Foi na manhã da segunda-feira, 30, outubro, 1967.

Na quinta-feira, 2, novembro, feriado de Finados, saía a primeira. José Helder de Souza, editor do segundo caderno, alma boa atrás de cara brava, recebeu-a, sequer retocou. Começou assim, há 50 anos.

Cenário
Época de muitas mudanças, encerrando-se o segundo ciclo de motorização no país. O governo revolucionário mudou as regras de instalação, cancelou o projeto de criar carros brasileiros por empresas nacionais e fomentou sua venda. As então nacionais Willys, Vemag, Simca, FNM passaram a controladoras estrangeiras – Ford, VW, Chrysler, Alfa Romeo. A Coluna ajudou moldar minha vida e especialidade como advogado após formado. Em início era indefinida em espaço e periodicidade, mesclou cobertura do tema, lançamentos de novos participantes, e movimento de corridas. O novo ciclo incluiu lançamento do motor VW 1.300, apto a expandir cilindrada, insuflou preparação, construção de protótipos, novos pequenos fabricantes com a arquitetura mecânica Volkswagen. Não era bem-comportada. Era palpiteira, crítica, personalista, escrita na primeira pessoa do singular, num auto desafio: fazer cobertura tão bem informada quanto os jornais cariocas e paulistas, onde à época estavam as indústrias de automóveis. Caminhões não eram tema, por coerência e falta de vivência ou leituras específicas. Isto mudou num dia, chegado da UnB para entregar meu texto na redação, o dito Zé Helder informou ser necessário dar mais cobertura a caminhões. Não entendo disto – como se entendesse de automóveis … – expliquei. Não posso fazer. É ordem do Edilson, explicou. Edilson para ele, Dr. Edilson Cid Varella para mim, presidente da S/A editora do Correio. Conhecia-o com superficialidade. Morávamos na mesma quadra, meus pais e ele tinham amigos em comum. Fui à sua sala, recebido sem complicações, expliquei não poder atender ao pedido. Ganhei aula gentil: Caminhões podem ser bons anunciantes, e os anúncios é que pagam as contas, até o seu salário. Assim, se você não entende, gostaria de ponderar que passe a entender. Entendi a ordem. Foi um outro DKW Vemag na minha vida. O conhecimento absorvido teve resultado impensado. Após laureado em Direito saber do que falava ajudou-me a conquistar clientes do ramo, e para estes obter medidas legais como o aumento do comprimento dos caminhões, do peso bruto sobre eixos, reclassificação fiscal, por aí.

A operação automobilística no Brasil tem marca mundial: a rentabilidade elevada, desde sempre. Teve até CPI na Câmara. E outra, escolhas de produto nem sempre felizes. Ford é bom exemplo: o Gálaxie, então modelo de mais luxo no país, foi um tiro n’água: nunca decolou, seu maior ano de vendas foi o do lançamento. Terceiro produto, o Maverick, insistiu na escola norte-americana, quando o desenho do país mudara às preferências europeias, como mostrava o Corcel, um Renault. Companhia, a primeira a vir para o país, quase deixou-o na década de ’80, mantendo-se associada à Volkswagen sob o rótulo de Autolatina. Da liderança hoje trópica do quarto lugar para baixo.

De operações industriais, três têm especial relevo: a Fiat revolucionou com o motor transversal e itens pouco sabidos, especificações em folgas e tolerâncias. Mostrou como o país estava atrasado no convívio com os automóveis. Os óleos lubrificantes de então tinha classificação limitada a SD – hoje está próxima ao final do alfabeto. Outra conquista como advogado. Das novas, o ciclo Toyota deflagrador de qualidade no país, e a surpreendente Hyundai e o HB20, o mono produto mais vendido do país.

Período rico em mudanças, e a utilização do álcool como combustível foi oportunidade perdida em liderar produção e tecnologia mundiais. O governo federal não o tocou como questão de Estado, mas apenas como de varejo. Daí, sabemos produzir. Usar, não!
Nossos veículos são inquestionavelmente resistentes – é o grande know-how nacional -, mas a indústria do automóvel é tratada como coisa isolada, sem integrar planos de governo. Usa alíquotas anti importação em seu limite máximo para impedir a sadia concorrência dificultando a entrada dos importados, cultivando a ineficiência, rentável aos fabricantes, lesiva ao país. A última aventura, o Inovar-Auto, nada inovou ao permitir montagem de veículos com percentuais de nacionalização idênticos aos praticados ao início dos anos ’50, antes da implantação da indústria automobilística. A abertura dos portos à importação, pensada desde o governo Sarney, corporificou-se com o de Collor. Ato de coragem, acabou travado pela aplicação de taxas em seu teto máximo.

A presença dos importados a preços inicialmente competitivos acabou com as pequenas indústrias locais, usualmente utilizando plataforma VW. Sem voz corporativa não quiseram negociar forma de sobrevivência e acabaram se estiolando. Sobrou a única com projeto completo de produto e construção, a Gurgel. No governo Itamar, sucessor, criou-se a fórmula do carro popular, com motor 1,0 litro, para dinamizar vendas e produção. Solução política de razões esvaídas no tempo sobrevive. A Gurgel foi-se num embrulho não explicado.

Dentre as conquistas nacionais, inequivocamente quem puxa a fila do orgulho são os pilotos de corridas. Entre o Brasil instalar a primeira indústria e produzir o primeiro campeão mundial de Fórmula 1, Emerson Fittipaldi, em 1972 decorreram apenas 15 anos. Temos 8 títulos na categoria – 2 Emerson; 3 Piquet; 3 Senna -, inúmeros em outras categorias. Brasília detém a maior quantidade de pilotos de Fórmula 1 por população ou área: 2 Piquets, 1 Alex Ribeiro, 1 Pupo Moreno. E fizemos um carro de Fórmula 1, o Copersucar Fittipaldi, criticado como tudo brasileiro, mas à época com resultados superiores a equipes tradicionais, Ferrari inclusive. Brasil desperdiça talentos sem política de desenvolvimento tecnológico pelas corridas.

Gente
No período observado, o setor teve gestores marcantes, em especial os responsáveis por sua implantação num país sem vivência ou infraestrutura; prazo para atingir 90% de nacionalização – sem indústria de autopeças. Depois, também, e destes, ao meu ver o de maior proeminência foi o recentemente desaparecido Wolfgang Sauer, da VW – a Coluna atropelou os jornais paulistas e deu sua indicação como furo -, fazendo a transição do velho Fusca para os motores modernos e dianteiros; trocando Passats por petróleo iraquiano; exportando Voyages aos EUA. Mais recente, Cledorvino Belini, em processo de longo prazo, fazendo o impensável: tornar a Fiat líder no mercado local – única liderança no mundo -, extremamente rentável. Das muitas autoridades talvez o engenheiro Celso Murta, presidente do Contran tenha sido o mais profícuo: levei a ele sugestões para tornar obrigatórios o uso de capacete por motociclistas, e de cinto de segurança por motoristas e passageiros – aceitou, tornou-as regra, salvou muitas vidas.

Coluna me levou a ser o redator da parte de automóveis na CPI do Consumidor, na Câmara dos Deputados, e à oportunidade de sugestões de segurança veicular posteriormente adotadas.

De líderes setoriais a quatro dedico especial referência: Alencar Burti, da distribuição de veículos, incansável em visão social; André Beer, da indústria automobilística. Quando presidente da Anfavea, associação dos fabricantes de veículos, defendia a causa brasileira, e após sua gestão, para o governo permanecia como referência em confiabilidade, como também o era o advogado Célio Batalha. Célio foi-se muito novo quando presidia a entidade – uma das melhores pessoas que tive a sorte de conhecer e privar. Hoje deve ser santo sem diploma. O engenheiro Rogélio Golfarb, também ex-presidente da Anfavea tenho como o sujeito mais preparado no mesclar indústria e economia. Fiz amigos, contatos, conhecidos, gente boa de trocar impressões e conhecimentos.

Coluna teve projeção nacional, integrando prêmios e juris sobre produtos, como o da Abiauto e o Auto Preferita.
Internacionalmente, o da FIPA de jornalistas latino americanos, e o International Engine of the Year. Neste, dentre os quatro jurados brasileiros sou o único não-engenheiro. Minha biblioteca, supera 10 mil livros do setor, ajudou muito.

No Correio, a Coluna se transformou no Jornal do Automóvel, caderno especializado. Em paralelo e por pequena sociedade, foi desafio para escrever no JOSÉ, jornal da semana inteira, marcante semanário sobre política e atualidades. Mesmos temas, público mais pontual, abordagens e redações diferentes. Após, iniciou-se período de expansão, com a Gazeta, em Vitória, ES; com a Gazeta de Alagoas; depois no Jornal de Brasília e na Gazeta Mercantil. Hoje está em 45 veículos diferentes e tem médios 10 milhões de acessos mensais. Muito? Pouco? Números impensáveis há pouco tempo, e com certeza aumentarão.

Num balanço, tenho convicção de tê-la feito socialmente útil, honesta com o leitor em busca de informação, e com direito a medalha por assiduidade: nunca deixou de sair, nem férias, nem hospital, nem UTI a detiveram.

Ricardo Reys, o chileno conhecido como Pablo Neruda, tem livro interessante, Confesso que vivi. Modestamente atrevida, a Coluna diria: Confesso que vi.

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As estradas falam, a Mercedes ouve – e é Top of Mind
Um dos melhores slogans para definir o projeto de uma companhia – As estradas falam, a Mercedes-Benz ouve -, indica a ação de ouvir operadores de transporte e adequar produtos às sugestões dos profissionais. A marca tem feito mudanças em seus caminhões, criado caminhos para facilitar a manutenção baixando custos de peças, criando facilidades para usuários. E sua iniciativa, forte marca da gestão de Philipp Schiemer com vice presidência de Roberto Leoncini, tem fornecido resultados numéricos e institucionais. Deste, um dos mais importantes é o prêmio Folha Top of Mind edição 2017, organizado pelo jornal Folha de S Paulo, abrangendo pesquisa nacional. Nela a Mercedes-Benz é a marca de caminhão mais lembrada do Brasil. Neste ano a Mercedes foi indicada por 22% – mais de 1/5 do universo pesquisado, 7.300 pessoas, 220 cidades – com pergunta espontânea: Qual a primeira marca de caminhão que lhe vem à cabeça? A segunda colocada ficou 10 pontos percentuais abaixo.

Schiemer, modesto no comando da recuperação da Mercedes após a enorme contração de mercado, situa o resultado como consequente ao atendimento das expectativas dos clientes e de todos os ligados ao setor de cargas, trabalho conjunto da marca, da rede de concessionários e parceiros.

Marca tem inovado em produtos, peças, serviços e conectividade, e ao fazer o sugerido pelos clientes e receber o Top of Mind crê estar no caminho certo.

Alta Roda | Criatividade ao ousar

Por Fernando Calmon


Aberto ao público no sábado passado, o Salão do Automóvel de Tóquio, organizado a cada dois anos, é uma exposição curta e predominantemente voltada ao próprio mercado. No entanto, tecnologias do momento que incluem carros autônomos, híbridos e elétricos são motivos de desafios que a engenharia local adora enfrentar. Considerando a chamada inteligência artificial (IA) fundamental daqui para frente, as marcas japonesas – aliás, em pleno processo de consolidação, pois não há futuro para nove fabricantes – têm muito a contribuir.



Como maior fabricante do país, a Toyota tinha muitas atrações, a principal o carro-conceito Fine-Comfort Ride. Segue a diretriz do governo nipônico que prefere veículos elétricos movidos por pilha a gás hidrogênio, no lugar de baterias. Sua autonomia chega a 1.000 km, maior portanto que a do Mirai hoje à venda. Há alguns exageros como o estranho Tj Cruiser, um crossover conceitual misto de van e SUV.

A Toyota surpreendeu ao anunciar no salão que não pretende importar ou fabricar aqui o crossover médio C-HR (porte do RAV4). Talvez tenha considerado as linhas ousadas demais para sua imagem mais contida no Brasil. Porém, acenou com um modelo de sua subsidiária Daihatsu, o DN Trec, de fato bem interessante e de tamanho menor. “Está em estudos”, admitiu Steve St. Angelo, presidente para América Latina.

Quatro modelos conceituais, todos elétricos, foram apresentados pela Honda. O mais interessante, Neu-V, aprende as preferências e humor do motorista graças à IA. Aproveitou para lançar o novo CR-V híbrido e confirmar que importará do Canadá, em meados de 2018, o excitante cupê Civic Si com motor 1,5-L, turbo de 208 cv e câmbio manual. A marca anunciou que dois terços de suas vendas em 2030 serão de elétricos ou híbridos, sem informar como se dividirá a preferência dos consumidores entre as duas ofertas. Há razões para híbridos predominarem, sem descartar um gerador a combustão para carregar baterias em tração puramente elétrica.

Nissan, por sua vez, acertou ao redesenhar o Leaf, primeiro elétrico a tentar um espaço no mercado mundial. Confirmou que vai importá-lo para o Brasil em 2019. Agora tem estilo palatável e capacidade de ser controlado com apenas um pedal para acelerar e frear (pedal de freio continua para casos extremos). A fábrica acredita que por volta de 2025 será possível um automóvel elétrico ter o mesmo preço de um convencional, mas não disse se com ou sem subsídio governamental. Um dos protótipos mais interessantes em exibição é justamente o IM-x, que integra seu conceito de mobilidade inteligente. Entre os convencionais confirmou a volta X-Trail ao País, um SUV médio que faz falta à marca.

Como todas as edições do salão japonês, há projetos sobre o inusitado. Destaque desta edição é o Flesby 2, monoposto diferente com grandes almofadas externas que o protegem em pequenas colisões e minimiza ferimentos em caso de atropelamento. Carros convencionais também atraem visitantes. O Mazda Vision Coupe Concept antecipa como poderia ser um topo de linha de um fabricante pequeno, em busca de sobreviver. Para muitos, o modelo mais bonito em exibição.

RODA VIVA
QUANDO chegar ao Brasil, em meados de 2019, primeira picape Mercedes-Benz Classe X vai impressionar pelo requinte de acabamento e alto nível de isolamento acústico. Será produzida na Argentina (compartilha chassi e carroceria com Nissan Frontier e Renault Alaskan) com o mesmo motor diesel. Mas a topo de gama terá um V-6, 258 cv, 56 kgfm, da própria Mercedes.

PROGRAMA Brasileiro de Etiquetagem Veicular trará novidades a partir de janeiro de 2018. Considerado como certo mais um aperto para reduzir consumo de combustível (etanol e gasolina), política que deu ótimos resultados até agora com prazos factíveis. Também haverá nova metodologia de cálculo de consumo e duas novas categorias se somarão às 14 atuais.

HATCH de teto alto, JAC T40 é crossover com surpreendente evolução em estilo por preço muito bom. A marca chinesa explorou materiais mais nobres e melhorou acabamento. Espaço interno e visibilidade (inclusive espelhos) destacam-se. Motor 1,5 L, flex, 125 cv, poderia ter mais potência. A melhorar: sensibilidade da direção e suspensão menos ruidosa em desníveis.

PERÍODO mínimo de suspensão da carteira de habilitação sobe de um para seis meses a partir do dia primeiro deste mês. Penalidade se aplica para quem acumula 20 ou mais pontos por infrações cometidas em 12 meses. Por outro lado, códigos e nomes de agentes de trânsito responsáveis por autuações estarão disponíveis na internet. Decisão (correta) é do Contran.

BASF desenvolveu tintas automobilísticas de cores escuras que mantêm a temperatura como se fossem claras. Para o Brasil faz todo o sentido. A empresa oferece no mundo paleta de 2.300 tonalidades. Dois terços da produção usam variações de apenas três cores básicas: preto, cinza e branco. No terço restante, destacam-se azul e vermelho.

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Monroe Axios dá dicas sobre a revisão e troca da bieleta



Preocupada com os problemas que a falta de manutenção da bieleta pode causar, a Monroe Axios orienta os mecânicos automotivos sobre a troca e revisão do componente, que faz a ligação da barra estabilizadora ao sistema de suspensão, proporcionando maior controle do carro em situações de inclinação.

De acordo com o coordenador de Treinamento Técnico da Monroe Axios, Juliano Caretta as bieletas devem ser inspecionadas conforme recomendação da montadora, a cada 10 mil quilômetros ou quando a suspensão apresentar algum tipo de problema. “Se constatado o defeito na peça, a substituição deverá ser imediata”, recomenda.

Segundo a empresa, coifa danificada ou rasgada, pino esférico com folga, ruídos como rangidos ou estalos e corpo empenado ou torto são indícios de que o componente precisa ser trocado.

Para que a bieleta esteja em pleno funcionamento desde a aplicação no veículo, é importante que o reparador faça uma movimentação dos pinos esféricos da peça, para frente e para traz e também para os lados, antes da instalação. “Essa manobra tira a tensão de montagem do componente e, principalmente, lubrifica os pinos esféricos, melhorando sua movimentação desde os primeiros minutos de uso”, explica o especialista da Monroe Axios.

Primeiro museu de imprensa automotiva do mundo é inaugurado em São Paulo



Foi inaugurado em São Paulo o primeiro Museu da Imprensa Automotiva (MIAU). Localizado no bairro da Vila Romana, seu acervo conta com mais de dez mil itens, incluindo press-kits, catálogos, pôsters, manuais de proprietário, fotos em papel e negativos, revistas, livros, jornais, anuários, memorabilia, máquinas de escrever, câmeras, gravadores de áudio e vídeo etc.
O espaço foi dividido em dois espaços, uma área permanente e outra temática, sendo a primeira exposição em comemoração aos 50 anos do Chevrolet Opala. Um veiculo Comodoro ano 1988 em estado de 0 KM serve como sala de cinema para que os visitantes do museu assistam a documentário que retrata a história do modelo, primeiro automóvel fabricado pela General Motors no Brasil, em 1968.

Em sua exposição permanente o MIAU conta a história da imprensa automotiva brasileira desde seu princípio, em 1911, quando foi publicada a Revista de Automóveis, do Rio de Janeiro. A área mostra materiais originais distribuídos pelas montadoras para jornalistas durante os lançamentos dos veículos da época para o mercado nacional, a exemplo do Fiat 147, em 1976, o Ford Corcel II, em 1977, o Volkswagen Gol, em 1980, o Chevrolet Kadett, em 1989, e muitos outros.

Dentre os itens raros, está a coleção de edições número 1 de diversas publicações automotivas como Quatro Rodas, Motor 3, Carro, Grand Prix, 0 KM, AutoData, O Mecânico, Car And Driver e Vida na GM, de 1949. Há também exposição de manuais do proprietário de raridades nacionais como Willys Itamaraty, Chrysler Esplanada GTX e DKW Candango, entre muitos outros. Além disso há uma biblioteca com livre consulta ao público.

SERVIÇO:
MIAU – Museu da Imprensa Automotiva
Endereço: R. Marcelina, 108, Vila Romana, CEP 05040-010, São Paulo, SP
Funcionamento: quarta a sábado das 11h às 19h (entrada até 18h), domingo 11h às 17h (entrada até 16h)
Telefone: (11) 98815.7467

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