Carga e partida: Verifique a saúde da bateria e do alternador

Saiba como diagnosticar desequilíbrio elétrico no sistema de carga e partida do veículo, citando como exemplo um Volkswagen up! TSI

 

Bateria e alternador são componentes intimamente ligados. Um só consegue cumprir sua função se o outro estiver com a saúde em dia. Apesar de ser o componente que fornece a corrente necessária para todo o sistema elétrico do veículo, a bateria é um acumulador de energia, e não um gerador. Depois de ligado o carro, o alternador – este sim, um gerador de energia – repõe a corrente que é retirada da bateria na partida. O acumulador, abastecido constantemente pelo gerador, provê a corrente aos demais componentes alimentados eletricamente durante o funcionamento do carro.

Como o próprio nome já indica, o alternador gera corrente alternada. Esta, posteriormente, é transformada pela ponte retificadora em corrente contínua para abastecer a bateria. Quando o alternador envia energia suficiente para manter a carga da bateria constante – ou seja, gera corrente proporcionalmente à medida que esta é drenada –, o equilíbrio energético ocorre. “A energia gerada pelo alternador é acumulada pela bateria e fica disponível para os consumidores. Se o sistema consegue gerar energia proporcional ao consumo, isso é o equilíbrio elétrico”, define o chefe de serviços automotivos da Bosch para a América Latina, Diego Riquero Tournier.

Quando todos os consumidores instalados são originais de fábrica, o sistema de carga do veículo é dimensionado para atender a essa demanda. O maior dependente do estoque que a bateria tem a oferecer é o motor de partida. Existem outros consumidores no veículo que devem ser alimentados com o veículo em funcionamento (faróis, climatização, iluminação interna, multimídia etc.), mas em veículos convencionais, pode levar até quase uma hora para a bateria ser recarregada por completo após uma partida. “A carga da bateria é uma reação eletroquímica que demanda tempo. Não é instantânea. Forçar essa reação (cargas rápidas) pode provocar superaquecimento da bateria e outras reações indesejáveis”, explica o professor de engenharia da FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas), Fernando Landulfo.

Landulfo faz uma analogia do sistema de carga do veículo com o abastecimento de água de uma casa, no qual a bateria seria a caixa d’água e o alternador, o abastecimento externo de água. “A entrada de água da rua, juntamente com o sistema de válvula de boia, deve manter o nível da caixa constante, mesmo enquanto a água é consumida na casa. Quanto mais água se consome dentro da casa, mais rápido a caixa se esvazia. Quanto mais baixo é o nível da caixa, mais a boia desce e a entrada de água vinda da rua se abre, aumentando a taxa de reposição da caixa e a mantendo em nível constante. À medida que o consumo de água diminui, o nível da caixa rapidamente sobe, arrastando consigo a boia, que vai fechando a válvula que permite a entrada de água no interior da caixa”.

 

 

O professor complementa comparando que, se o consumo da casa (sistema elétrico) for maior do que a vazão de entrada de água da rua (alternador), mais cedo ou mais tarde a caixa d’água (bateria) vai acabar vazia. Ainda, utilizar baterias de menor capacidade, geralmente de baixo custo, é o mesmo que reduzir o volume da caixa d’água: a quantidade menor energia pode não suprir as necessidades do veículo, além de sobrecarregar o alternador. Uma economia que não vale a pena.

Como identificar o problema?

Se o alternador consegue suprir plenamente o consumo da corrente da bateria pelo sistema elétrico, diz-se que o sistema se encontra em equilíbrio. Mas se o consumo dos componentes elétricos e eletroeletrônicos exceder a capacidade de geração de energia do alternador e de armazenamento pela bateria, a balança vai se desequilibrar e diminuir a vida útil da bateria e a eficiência do alternador. “O alternador possui um limite máximo de geração. Se o consumo ultrapassar essa capacidade, a bateria chegará à sua exaustão. O tempo em que isso ocorrerá depende unicamente da diferença entre a energia gerada e a consumida”, explica o professor.

Outro fato que precisa ser levado em consideração é que nos veículos modernos, dotados de alta tecnologia embarcada, a regularidade da alimentação elétrica desses sistemas é essencial. “Tensões baixas ou picos de corrente podem, na melhor das hipóteses, provocar sintomas de mau funcionamento nos mais variados sistemas. É preciso ficar atento a isso quando se realiza um diagnóstico”, aponta Landulfo.

O sistema elétrico do veículo é dimensionado para receber alguns acessórios extras. Mas a adição exagerada de consumidores elétricos que não estavam previstos na configuração original do veículo, como amplificadores de som mais potentes ou uma trava antifurto, pode sobrecarregar o sistema. “A utilização de consumidores pesados não previstos exige um redimensionamento não só do alternador, como de toda a instalação”, afirma Landulfo, observando que, mesmo fazendo uso de acessórios dentro da segurança prevista pela fabricante do automóvel, é preciso lembrar que o sistema precisará de mais tempo para suprir esse consumo extra drenado da bateria.

 

 

Da mesma forma, se o veículo percorre trajetos muito curtos todos os dias e não roda o tempo suficiente para o alternador recarregar a bateria após a descarga que sofreu na partida, isso prejudica sua vida útil e, também, desequilibra a balança. Outro aspecto que deve ser levado em conta é que o alternador opera em função da rotação do motor, de forma intermitente e variável. Quando o motor se encontra em marcha lenta, a corrente gerada é mais baixa. Logo, a utilização por muito tempo de consumidores mais sedentos por corrente em congestionamentos pode “quebrar” o equilíbrio energético. É preciso alertar o cliente, que nem sempre lê o manual do veículo, com relação a isso.

Para mostrar como testar o sistema de carga e partida, Diego Riquero, da Bosch, usou um analisador de motores FSA 740. Na sequência, foram feitos o teste de fuga de corrente, de consumo do motor de partida e funcionamento do alternador. Contudo, os mesmos testes podem ser feitos com aparelhos separa­ dos – no caso, multímetro, osciloscópio automotivo, entre outros. O veículo utilizado foi o Volkswagen up! TSI 2018.

Antes de começar o diagnóstico, é necessário ver as especificações de capacidade de fornecimento de energia da bateria do veículo. No caso do up! TSI, trata-se de uma bateria com capacidade de 44 Ah. Outro dado primordial é a corrente de partida (CCA, sigla para “Cold Cranking Ampère”, ou “Corrente de Arranque a Frio”), que pode ser expressa em diferentes normas: no caso desta bateria, ela possui 360 A na norma SAE e 220 A na norma DIN.

Fuga de corrente

A fuga de corrente em repouso é um vilão clássico da bateria. Esse problema acontece quando algum componente gera um consumo elétrico constante com o carro totalmente desligado, como uma lâmpada interna que não desliga, alarmes não originais ou até mesmo o mau contato da frente destacável do aparelho de som. Isso se torna um grande desperdício e descarrega a bateria, dificultando ou até impedindo a partida quando esse consumo é prolongado.

 

 

“É aquele caso em que o carro fica uma, duas, três noites parado e depois disso não tem mais carga para dar a partida. Pode ser problema na bateria, mas muitas vezes é fuga de corrente”, pondera Diego, da Bosch. O teste é a maneira de se identificar o problema.

Para comprovar se há consumo indevido de corrente, deixe o carro totalmente em repouso por pelo menos 5 minutos. Retire a chave do contato, feche todas as portas, porta-malas e porta-luvas para que as luzes de cortesia não fiquem acesas, e tranque o veículo com a alarme ligado.

Veículos mais recentes, com mais eletrônica embarcada, possuem um processo chamado “power latch”, no qual, após o desligamento do carro, algumas unidades de gerenciamento continuam alimentadas eletricamente por um breve tempo antes de repousarem por completo. Esse consumo não pode ser confundido com fuga de corrente.

desequilíbrio elétrico no sistema de carga e partida do veículo com Volkswagen up! TSI

Diego conectou pontas de prova nos polos positivo e negativo da bateria para coletar os dados de tensão e, para abraçar todo o circuito por um único conector, posicionou no cabo negativo a pinça amperimétrica de 30 A – sensível o bastante para detectar fluxo na casa dos miliampères (mA) (1). O especialista em sistemas automotivos da Bosch explica que tanto faz colocar a pinça no borne positivo ou negativo, mas neste caso é mais fácil colocar no negativo, uma vez que a conexão do positivo do up! TSI possui uma placa na qual estão conectados diversos cabos separadamente.

A rigor, a fuga de corrente não pode ultrapassar 0,05% da capacidade da bateria (ver tabela acima). Em baterias até 45 Ah, como a do up! TSI, a corrente de fuga máxima é de 20 mA (0,02 A). Neste veículo, a medição (2) acusou fuga em repouso de 61 mA (0,06 A), o que está fora da margem aceitável e, portanto, atesta que o sistema está em desequilíbrio. A causa é a adição de um rastreador que não estava previsto no projeto original. Como, para o uso do veículo, o acessório é obrigatório, a correção indicada é o uso de uma bateria de 75 a 90 Ah, que suporta esse consumo em repouso.

desequilíbrio elétrico no sistema de carga e partida do veículo com Volkswagen up! TSI

A título de curiosidade, Diego demonstrou o “power latch” na prática apenas desativando o alarme do veículo. Veja no gráfico acima que, após o pico de consumo acima dos 7 A, o consumo em repouso não voltou imediatamente aos 0,07 A, mas sim oscilou entre 0,09 A e 0,15 A por algum tempo. Isso porque o ato de destravar o veículo “acorda” as unidades de comando, que entram em estado de vigilância aguardando que o motorista entre no veículo e ligue a ignição. “Uma vez que é desativado o alarme, todas as centrais eletrônicas são colocadas em alerta de que vai ser dada a partida no veículo”, afirma o especialista da Bosch.

Teste de consumo do motor de partida

Este teste mede se o grande consumo do motor de partida está em equilíbrio com o acumulador de energia do sistema. Para isso, é necessário trocar de pinça amperimétrica e de posição de medição: Diego utilizou uma pinça de 1.000 A no cabo positivo da bateria, de maior bitola, que é ligado diretamente ao principal conector do motor de partida (3).

desequilíbrio elétrico no sistema de carga e partida do veículo com Volkswagen up! TSI

Mantenha as pontas de prova para medição de voltagem nos conectores positivo e negativo da bateria: a queda de voltagem no momento da partida também é um dado importante (4).

desequilíbrio elétrico no sistema de carga e partida do veículo com Volkswagen up! TSI

No modo de teste implementado no FSA 740, é informada a CCA de 360 A (SAE). O equipamento usa esse dado, mais a temperatura ambiente, como referenciais para o comportamento que será lido durante a ignição. Outros equipamentos de teste podem demandar processos ligeiramente diferentes. O mesmo teste pode ser feito com um multímetro medindo a tensão e outro equipamento medindo a corrente.

No gráfico (5) gerado pelo equipamento na ignição, há duas linhas: a corrente em ampères (vermelha) e a tensão em volts (azul). No momento do acionamento do motor de partida, com o motor frio, o consumo de corrente atingiu 565 A (o símbolo negativo no aparelho indica débito e não polaridade) e a tensão desceu dos 12,3 V em repouso para 7,80 V. De acordo com as informações fornecidas e os resultados, o equipamento também calculou a resistência interna da bateria em 7,8 mΩ.

desequilíbrio elétrico no sistema de carga e partida do veículo com Volkswagen up! TSI

Apesar dos números de corrente debitada e queda de voltagem apresentados estejam fora do especificado, a indicação em verde no aparelho indica “aprovação”, ou seja, bateria e motor de partida estão em equilíbrio. Por isso, aqui entra o conhecimento do mecânico acerca do equipamento que está utilizando para interpretar o ocorrido.

A corrente debitada da bateria indicada no aparelho de 565 A, bem superior ao valor expressado de CCA na norma SAE (360 A), “pode acontecer e não necessariamente ser um defeito”, explica Diego Riquero. É preciso verificar não só o valor da corrente, mas também por quanto tempo ela perdura. “Essa medição, geralmente, é um pico instantâneo e pode estar relacionado ao momento da partida, local no qual ficaram os pistões, temperatura do motor etc.”. Pequenas variações não só estão previstas como especificadas pelo fabricante, tendo em vista condições extremas de partida, geralmente, na forma de uma porcentagem. Por este motivo, o importante é analisar o gráfico, ou seja, a curva, independentemente do pico máximo.

Segundo Diego, “o aceitável é obter uma medição média de curva do consumo durante momento de partida, e que esse resultado fique próximo do CCA do modelo de bateria que equipa o veículo, segundo o fabricante. Dentro desta medição média, pode ser considerada uma variação de mais ou menos 15%. É verdade que esses 565 A são elevados se comparados com o valor de CCA informado de 360 A. Mas, é bom lembrar que é um pico de consumo instantâneo que pode ser visto pela caraterística do equipamento, este, que pode registrar os eventos em uma escala de tempo muito curta. Se colocar um amperímetro em série, esse valor de pico não seria registrado, já que se trata de um evento que aconteceu em uma fração de segundo”.

Quanto à queda de voltagem, a tolerância é de até 20% do valor nominal. “Isso quer dizer que, para uma bateria de 12 V, um valor de leitura aceitável de queda de tensão durante a partida seria 9,6 V”, determina Diego. A queda de 7,8 V é muito acentuada, mas também aconteceu por uma pequena fração de segundo. Mais uma vez, o comportamento o gráfico é o que determinou a aprovação da bateria pelo equipamento.

Teste do alternador

Após verificar a descarga de corrente na partida, é essencial saber se o alternador consegue repor energia adequadamente enquanto também alimenta. Inicialmente, saiba qual é a capacidade do alternador: no up! TSI, é de 110 A. “Isso significa que ele poderia fornecer 110 A ainda mantendo tensão de trabalho acima de 12,8 V, ou seja, sem descarregar a bateria”, detalha o especialista da Bosch.

Para fazer essa medição, mude a pinça amperimétrica de 1.000 A para o cabo de alimentação que vem do D+ do alternador para o borne positivo da bateria. “Pelo seu diâmetro, deduz-se que passa por dele uma quantidade razoável de corrente”, observa Diego. “Aqui estamos medindo o circuito de geração, não o de consumo. Por isso, temos que medir na posição específica que é a saída do alternador. Se você colocar a pinça em outro lugar, o teste estará comprometido”. Mantenha as pontas de prova nos polos positivo e negativo da bateria.

Ligue o carro e veja o comportamento do amperímetro. Neste caso, observou-se pico durante a partida de aproximadamente 60 A e, após a estabilização da marcha lenta, se manteve entre 20 e 23 A com a tensão por volta de 14 V.

Diego explica que os alternadores não geram 100% da carga em marcha lenta, mas os atuais conseguem chegar a 80% de entrega. Por essa razão, é preciso se atentar à quantidade de consumidores ligados em situação de marcha lenta prolongada, como em congestionamentos, para verificar se o alternador está conseguindo suprir a demanda de consumo do sistema e abastecimento da bateria.

Ligue todos os consumidores do carro, tais como farol alto, ar-condicionado, desembaçador, rádio, luzes de cortesia, e observe o comportamento do amperímetro e do voltímetro: a corrente aumenta (aqui chegou a ultrapassar os 60 A) enquanto a voltagem se manteve entre 13,8 V. Ou seja: o alternador conseguiu suprir a demanda dos consumidores e, ainda, carregar a bateria.

Para observar a entrega em condição de rodagem, acelere o motor e mantenha a rotação entre 2.500 rpm e 3.000 rpm com os consumidores ligados. Novamente, chegou à corrente de 60 A e voltagem estável em 14 V. “Nenhuma montadora vai fazer um sistema de carga no qual o alternador entrega a capacidade máxima sem margem de um maior consumo”, afirma Diego.

desequilíbrio elétrico no sistema de carga e partida do veículo com Volkswagen up! TSI

desequilíbrio elétrico no sistema de carga e partida do veículo com Volkswagen up! TSI

Outro dado importante é a ondulação da bateria – o que o especialista da Bosch chama de “qualidade da corrente”, ou seja, a estabilidade da retificação da corrente pelo alternador para o carregamento da bateria. Na transformação da corrente alternada para corrente contínua, não pode haver picos de tensão positiva ou negativa, o que indicaria necessidade de troca dos diodos. Pelo gráfico, foi possível atestar a linearidade desejada, significando que não há fuga de diodo da placa retificadora.

Mais informações – Bosch: boschtreinamentoautomotivo.com.br 

Artigo: Conhecimento técnico e organização da oficina: a hora é essa!

oficina e diagnóstico

A pandemia de Covid-19 mu­dou a vida de todo mundo. E mesmo tendo autorização para manter as portas abertas durante a quarentena, a rotina do “Guer­reiro das Oficinas” teve que ser ajustada a essa nova realidade. Afinal de contas, as contas precisam ser pagas. E como muitos clientes dependem dos seus veí­culos para ganhar o seu sustento e ainda não é possível fazer reparos de forma re­mota (pelo menos não a maioria deles), é preciso continuar trabalhando.

Mas que fique bem claro: continuar trabalhando com absoluta segurança. Não só dentro da oficina, mas também na hora de chegar e ir para casa. É preci­so resguardar a família. Não é difícil. Já conversamos detalhadamente sobre isso no artigo da edição anterior da Revista O Mecânico (ed. 312, Abril/2020).

Mas enquanto as coisas não voltam ao normal (e não sabemos quando irão vol­tar) é preciso seguir em frente, e tentar fa­zer uma boa “limonada” com esses “limões bem azedos” que nos foram arremessados.

Sim, a oficina está trabalhando. Em um ritmo diferente (talvez um pouco menor), mas está. Nessa hora é preciso lembrar que tem gente em situação mui­to pior: não pode sequer abrir as portas.

 

 

No entanto, o tempo se tornou mais precioso. E a razão é simples: se o clien­te não pode vir até nós, vamos até ele. E isso demanda mais tempo. E o trabalho de “bastidor” (atualização do mecânico e da oficina) deve ser deixado de lado? De forma alguma!

O mecânico pode e deve continuar a se atualizar. E a educação a distância (EAD) é uma ferramenta poderosa e muito eficiente. Muito se engana quem pensa que o ensino a distância não tem qualidade. Mas é preciso separar o “joio do trigo”. Estamos no século 21!

Estudar a distância não é mais ler apostilas que são enviadas por correio eletrônico. O material das boas insti­tuições inclui animações, vídeos demonstrativos, roteiros para realização de diagnósticos e solução de problemas, contato com tutores experientes, víde­os e até mesmo “lives”. É claro que não é possível “por a mão na massa” naquele momento. Mas se a qualidade do ma­terial (mídia) é boa, pode ter certeza: funciona. Ah, e não se preocupe: as em­presas estão empenhadas em fornecer treinamento nessa modalidade: maior abrangência e custos menores. Mas é preciso saber selecionar.

 

 

MOMENTO DE SE ORGANIZAR

Outra boa prática que pode ser exercida durante uma queda de movimento é fa­zer uma bela “arrumação” na empresa. Sim! Aplicar um “5S” não só na parte operacional como na administrativa. Acredite: quando terminar você vai no­tar que a oficina tem mais espaço do que você pensava.

oficina e ferramentas

E aquela ferramenta especial que es­tava sumida, que você tinha certeza de que tinha sido furtada ou emprestada e não devolvida: vai aparecer. Isso sem fa­lar numa revisão geral dos elevadores e ferramentas. A hora é essa!

E que tal dar “um trato” na “viatu­ra” da oficina? Sim, aquela cujo conserto sempre fica para depois? O mesmo pode ser feito com o carro dos colaboradores.

 

 

Se houver um dinheirinho sobran­do, este é um excelente momento para negociar aquela atualização do scanner ou adquirir aquele equipamento que estava faltando (as vendas estão em bai­xa…). Ou talvez terminar o projeto “da­quele” dispositivo especial que estava sendo construído. Quem sabe, consertar “aquele” vazamento da pia, trocar “aque­le interruptor” defeituoso. Sim, sempre tem algo que possa ser consertado e que, durante o movimento normal, nunca há tempo.

Muitas dessas atitudes requerem pouco ou nenhum investimento finan­ceiro. Na maioria dos casos, apenas o tempo ocioso da mão de obra que já esta sendo paga.

O importante é não se deixar abater pelo desânimo e manter a “bola em jogo” e desfrutar da “limonada”. A pandemia vai passar. E um dia tudo isso será ape­nas assunto de mais uma “rodada” com os amigos.

Por Fernando Landulfo

Oficina e Gestão: Com cautela, oficinas se adaptam na quarentena

higienização na oficina

Higiene redobrada e distanciamento mínimo são trunfos para manter a saúde de mecânicos e clientes

 

A crise causada pelo novo coronavírus afetou em cheio praticamente todos os seg­mentos da sociedade. No setor de comércio e serviços, as medidas de isolamento social impactaram direta­mente o faturamento de empresas. E as oficinas mecânicas, que são consideradas serviços essenciais e podem permanecer abertas mesmo durante a quarentena, precisaram redobrar os cuidados para continuar operando com segurança.

Uma das principais medidas para evitar a disseminação da Covid-19 é o uso de máscaras de proteção. “As pessoas podem ser portadoras do vírus de forma assintomática e, assim, transmitir para as demais por meio de gotículas forma­das e liberadas no ar durante a fala, tosse ou espirros. A máscara é uma forma de proteção mútua”, explica a infectologista Nivia Torres dos Santos.

Além disso, é fundamental a lavagem frequente das mãos com água e sabão ou a higienização com álcool 70% (que pode ser líquido ou em gel). O terceiro cuida­do essencial é com o distanciamento mínimo entre pessoas na oficina – não só entre mecânico e cliente, mas tam­bém entre os funcionários da empresa. “Dois metros é a distância considerada mais segura para que as pessoas con­versem pessoalmente”, conta Torres.

Oficina e Gestão
Proprietário da Louricar, Maurício Marcelino (ao centro) aposta em pronta retomada após a quarentena: “Clientes que planejavam trocar o carro usado vão esperar mais um pouco”

Uma das oficinas que adotou estes procedimentos de segurança é a Auto Mecânica Louricar, de São Paulo/SP. O mecânico e proprietário Mauricio Marcelino chegou fechar a oficina por duas semanas, mas retomou os trabalhos com cuidado redobrado. “Todos de más­cara, usando álcool em gel e mantendo a distância mínima”, conta Marcelino, que tem buscado facilitar as opções de paga­mento para os clientes.

 

 

Com a queda na demanda, a oferta de novos serviços e comodidades para os consumidores é uma das táticas para atraí-los. “Oferecemos a retirada do veí­culo na casa do cliente por um de nos­sos colaboradores (de luva, máscara e álcool em gel) ou através de plataforma, sem custo extra”, afirma Bruno Tinoco, mecânico e proprietário da Motorfast, na Zona Sul da capital do Estado.

Oficina e Gestão
“Quando a crise aguda passar, vamos aos poucos voltar de onde paramos, com a oficina cheia”, opina o mecânico proprietário da Motorfast, Bruno Tinoco

O serviço é oferecido para um raio de cobertura nas regiões próximas à ofici­na. “O carro é totalmente higienizado na chegada à oficina e protegido com filme plástico em pontos de contato como ban­cos, volante, alavanca de câmbio, freio de estacionamento e maçanetas”, explica Tinoco.

Na oficina High Tech, na Zona Oeste de São Paulo, o mecânico e proprietário Roberto Montibeller também aposta no serviço “leva e traz” e oferece higie­nização do ar-condicionado grátis aos clientes que realizarem a manutenção preventiva, como troca de óleo e filtros. “Vai demorar uns meses até o movimen­to voltar ao normal. Então, o negócio é investir em promoções e divulgação”, conta Montibeller.

 

 

 

RETOMADA GRADUAL

Embora os donos de automóveis estejam postergando a manutenção preventiva durante a quarentena (a fim de evitar ao máximo sair de casa), a perspectiva para o médio e longo prazo é positiva para o segmento de reparação. “Como vimos em todas as últimas crises, mesmo com a venda de veículos novos em queda, a venda de peças cresce”, afirma Gustavo Ogawa, diretor de Pós-Venda da Re­nault. Isso ocorre pois há uma tendên­cia de atraso na troca do usado por um modelo zero-quilômetro. Desta forma, investe-se mais na manutenção do carro atual.

“Acredito que por um bom tempo as pessoas não vão comprar carro novo. Até alguns clientes que planejavam tro­car o usado vão esperar mais um pouco. É a nossa oportunidade”, diz o mecânico Mauricio Marcelino.

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“Vai demorar uns meses até o movimento voltar ao normal. Então, o negócio é investir em promoções e divulgação”, aposta o proprietário da High Tech Roberto Montibeller (à esq.)

Bruno Tinoco, da Motorfast, tam­bém é otimista para o período pós-coro­navírus. “O consumidor vai optar por manter ou consertar o veículo atual para não gastar 4 ou 5 vezes mais trocando o usado por um zero-quilômetro. Quando a crise aguda passar, vamos aos poucos voltar de onde paramos, com a oficina cheia”, revela Tinoco, que afirma ter registrado queda de 50% no faturamento da oficina em abril.

Para enfrentar este período mais duro de demanda em queda, é preciso enxugar gastos desnecessários. “Liqui­dez é fundamental para este momento e para a sustentabilidade de qualquer empresa. Então, é importante ficar atento ao caixa da oficina, observan­do especialmente qual o tipo de peça necessária para manter em estoque”, explica Ogawa.

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CUIDADO REDOBRADO

A atenção com a limpeza e higiene da oficina é fundamental não só para ga­rantir a saúde dos mecânicos, mas, também, para atrair clientes no perío­do posterior à quarentena. Segundo o Sebrae, os donos de oficina devem se atentar aos novos comportamentos da sociedade. “O consumidor irá preferir aquelas oficinas que promoverem medi­das seguras e demonstrarem claramente os cuidados tomados para reduzir a chance de contaminação”, diz a cartilha com recomendações da entidade para as oficinas.

 

 

Entre as medidas citadas pela en­tidade (além das já abordadas), estão a sinalização da obrigatoriedade da distância mínima com cartazes espalha­dos pela oficina e reforço na limpeza das superfícies e ferramentas.

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“O novo coronavírus pode perman­ecer ativo por horas ou até 5 dias em su­perfícies contaminadas, dependendo do tipo de material”, explica a infectologis­ta Nivia Torres. Segundo a médica, além do álcool 70%, podem ser usados na limpeza da oficina desinfetantes de uso geral com ação virucida ou hipoclorito de sódio a 0,5% – este último não deve ser usado em objetos de metal, devido ao risco de corrosão.

Conessionárias da Ford estão ofere­cendo a seus clientes o serviço de desin­fecção do veículo contra bactérias, fun­gos e vírus usando desinfetante da 3M chamado de Peróxido Pronto Uso – o mesmo empregado em ambientes hos­pitalares de alto risco, como UTIs. A substância foi aprovada pela engenha­ria da fabricante de automóveis para ser aplicado nos materiais que a Ford utiliza em seus carros. Trata-se de um produto que não é vendido ao público em geral e sua aplicação requer treinamento e EPIs específicos.

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Contudo, não é obrigatório utilizar uma substância desse nível para tra­balhar nos carros dos seus clientes em sua oficina. Você pode optar por fazer a higienização interna do carro usando pano úmido com sabão neutro. Evite o álcool 70% comum: ele pode ressecar peças plásticas de acabamento. No lugar dele, o álcool isopropílico 70% pode ser usado com segurança para limpar telas de central multimídia e quadro de in­strumentos. Com esse cuidado aplicado ao veículo, mais as medidas pessoais de higiene e distanciamento, o mecânico já poderá trabalhar tranquilo, com a con­sciência de que está fazendo o melhor pela segurança de sua saúde e a de seu cliente.

 

Texto Gustavo de Sá

NGK orienta sobre cuidados com o sistema de ignição em carros parados

Velas de ignição NGK

Ligar o carro parado na garagem por alguns minutos pode trazer problemas às velas; veja as recomendações da empresa

 

A NGK alerta para os cuidados necessários com o sistema de ignição em carros parados durante e após a quarentena. A empresa explica que, em geral, isso não traz grandes prejuízos às velas, cabos e bobina. Contudo, a prática comum de ligar o veículo na garagem de casa por alguns minutos, para evitar o descarregamento da bateria, pode gerar outro problema nas velas de ignição.

“Os veículos carburados apresentam ainda outro problema, que é o uso do afogador. Isso pode levar à carbonização de velas, no caso de veículos a gasolina, e ao encharcamento, naqueles movidos a etanol”, destaca Hiromori Mori, consultor da Assistência técnica da NGK do Brasil. Além disso, a empresa explica que, ao colocar o motor para funcionar sem que ele faça força, pode provocar a carbonização das velas.

“O ideal é fazer com que todos os fluidos do veículo circulem e atinjam a temperatura ideal de trabalho, entre eles o óleo de motor, transmissão, fluido de arrefecimento, entre outros. É comum que, principalmente, a bateria, apresente falhas, quando não está em perfeito estado. Sistema de ignição e, principalmente, velas em bom estado facilitam a partida e diminuem o estresse sobre a bateria no momento da partida”, completa Mori.

A recomendação da NGK é dar uma volta rápida com o veículo, mantendo a rotação do motor constante, próxima de 3 mil rpm, por 10 a 15 minutos. “Ao fazer isso, quinzenalmente, evita-se uma série de problemas. Já em cidades onde há uma forte restrição ao deslocamento, não é possível colocar o veículo em funcionamento”, diz.

Após o fim da quarentena, a orientação da empresa é, antes de retomar o uso normal do veículo, levá-lo a um mecânico de confiança, para avaliar a necessidade de realizar alguma manutenção preventiva. Por fim, a principal dica é manter a manutenção periódica do veículo. “Automóveis em bom estado de conservação têm menos chances de apresentar problemas, quando passam algum tempo parados. A correta manutenção do sistema de ignição de velas, cabos e bobinas, facilita a partida do motor e garante um retorno às atividades mais tranquilo”, finaliza Mori.

Nakata alerta como detectar falhas na suspensão do veículo

Nakata suspensão

Motorista também pode ficar atento a sinais como balanço excessivo do veículo, perda de estabilidade e maior tempo para o carro parar ao acionar o freio

 

A Nakata alerta para os sinais que podem indicar desgaste dos amortecedores, itens essenciais no sistema de suspensão que é responsável por absorver os impactos das irregularidades das vias, garantindo assim conforto, estabilidade em curvas e a segurança dos ocupantes.

“É muito importante saber identificar os indícios que mostram que os amortecedores ou outros itens do sistema de suspensão estão merecendo atenção e manutenção”, afirma Jair Silva, gerente de qualidade e serviços da Nakata.

O próprio motorista pode ficar atento a indícios como oscilações ou balanço excessivos, sinais de que a energia da mola não está sendo dissipada adequadamente pelo amortecedor. Vale a pena ficar atento também a vazamento de óleo, assim como o tempo que o carro demora a parar ao acionar o freio. “O freio depende da aderência do pneu à via, assim, um defeito no amortecedor pode comprometer o desempenho e aumentar o tempo que o veículo levar para parar durante a frenagem”, explica Silva.

A Nakata lembra ainda que, sem a manutenção necessária, pode ocorrer também desgaste prematuro em outras peças do sistema. De acordo com Silva, a durabilidade das peças depende da forma que o motorista dirige e o tipo de solo em que trafega. “Mesmo sem constatar indícios de desgaste, após 40 mil km rodados, é indicado analisar o estado das peças”, finaliza.

Cofap oferece garantia em dobro para motociclistas

Cofap motociclistas

Ação é válida para quem comprar amortecedor Cofap para moto em maio, junho e julho, com prazo de garantia estendido para um ano

 

Depois da campanha digital para homenagear os mecânicos, a Cofap anuncia agora uma nova ação, direcionada aos motociclistas. Aqueles que comprarem amortecedor Cofap para moto em maio, junho e julho terão prazo de garantia em dobro. Ou seja, a garantia padrão de seis meses passará a ser de um ano para as compras realizadas no período.

Para participar, basta guardar a Nota Fiscal e o certificado de garantia, devidamente preenchido pelo revendedor, pelo período de doze meses. A ação é protagonizada pelo Cofapinho, o mascote da Cofap.

Petronas lança aplicativo gratuito com informações de lubrificantes

Petronas aplicativo

Aplicativo disponível para os sistemas Android e iOS oferece informações como propriedades e dados técnicos, além de um comparativo entre produtos

 

A Petronas lança o aplicativo Petronas Lubricants Toolbox, gratuito e disponível para tablets com sistemas operacionais iOS e Android. O aplicativo traz informações como propriedades dos produtos, dados técnicos, níveis de desempenho OEM, hierarquias de desempenho e benefícios associados à troca, além de comparativo entre produtos.

“O PETRONAS Lubricants Toolbox chega para alterar a maneira como a indústria do setor pesquisa e compara os lubrificantes da PLI, de modo a atender às necessidades específicas das diferentes instalações industriais. Nosso aplicativo exclusivo não é apenas gratuito e fácil de usar, mas foi desenvolvido especialmente para os operadores da produção, para otimizar custos e reduzir os períodos de inatividade por meio de soluções digitais, como a ferramenta de análise de consumo de lubrificante e muito mais”, afirma Silvano Berardo, líder global de marketing de distribuidores da PLI.

Há ainda uma ferramenta de análise de consumo de lubrificante, usada para comparar os padrões da indústria, além de um tour virtual animado e interativo de várias plantas industriais onde os produtos da PLI são usados. Para mais informações, acesse: http://www.pli-petronas.com/en/industrial-toolbox.

Umicore alerta para importância da manutenção do filtro de partículas

Filtro de partículas Umicore
Crédito da imagem: Umicore

Se a peça estiver danificada, o que pode ocorrer por avarias no motor ou nos sensores, é possível que leve ao funcionamento desregulado do motor

 

A Umicore alerta para a importância de manter a manutenção correta do filtro de partículas nos veículos movidos a diesel, fundamentais nesse período para garantir o abastecimento de produtos em todo o Brasil.

Localizada no escapamento dos veículos, a peça colabora com a redução de mais de 90% da emissão de materiais particulados graças à conversão do material particulado retido no filtro em CO2 e água. Isso é possível pela função catalítica do equipamento, que promove reações purificadoras dos gases de exaustão.

A Umicore também orienta que, para evitar o desgaste precoce da peça, é fundamental fazer a troca do óleo lubrificante no período indicado. “Se isso não for feito, o funcionamento desregulado do motor implica em um maior consumo de óleo do que o recomendado, fazendo com que o sistema de pós-tratamento seja prejudicado”, afirma Miguel Zoca, gerente de Aplicação de Produto da Umicore. Outro problema que pode ocorrer é o entupimento dos poros do filtro por cinzas, impedindo que ele cumpra sua função.

A troca do filtro de partículas é necessária sempre que for identificado algum dano físico na peça, que podem surgir por conta de avarias no motor ou nos sensores. “O consumo de combustível é um dos fatores que mais geram custos em uma frota de veículos comerciais. Portanto, para evitar problemas maiores no futuro, as manutenções preventivas devem ser realizadas dentro do prazo previsto por cada fabricante para prolongar a vida útil dos modelos”, completa Zoca.

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