Segundo a empresa, 2021 também promete bons resultados, já que a Takao obteve uma alta de 23% no primeiro trimestre em comparação com 2020
A Takao, que comemora 10 anos de atuação no mercado nacional, destaca seu crescimento nos últimos meses. Segundo a marca, houve um crescimento de 10% as vendas em 2020. Nesse mesmo período, o segmento de reparação automotiva ampliou seu faturamento em 0,35%. De janeiro a março deste ano, a Takao já notou nova alta: 23% frente ao primeiro trimestre de 2020.
A empresa conta que disponibiliza mais de 23 mil itens, que possibilitam a reposição de componentes a 95% da frota circulante de veículos. Já há mais de 4 milhões de veículos rodando pelo país com autopeças feitas pela Takao.
De acordo com Cláudio Amadio, gerente de Marketing da empresa, a alta durante a pandemia reflete a responsabilidade da marca frente aos varejistas e mecânicos de todo o país, garantindo soluções completas para motores, com qualidade, preços justos e suporte técnico.
Atualmente, a Takao possui 23 famílias de produtos, com destaque para anéis, bronzinas, pistões, juntas, bombas d´agua, bombas de óleo, correias, válvulas, tuchos etc. O compromisso da empresa permanece nos próximos meses. “Nenhum mecânico desse país vai ficar com motor de carro de cliente aberto na oficina à espera de peças. Somos uma marca em que o mecânico pode confiar. Pode contar com a Takao”, finaliza Amadio.
Troquei 3 cilindros de rodas e o pedal de freio, quando você pisa, ele abaixa. Não tem vazamento algum de freio. O que pode ser? O veículo é um Civic 2008.
Henrique
Site O Mecânico
É necessário sangrar o sistema com uso de scanner, pois, o freio desse veículo tem ABS. Siga o procedimento recomendado pelo fabricante.
A cada edição da Revista O Mecânico, respondemos dúvidas dos leitores sobre manutenção automotiva e cuidados com o veículo na seção Abílio Responde. Mande sua mensagem para: [email protected]
Caminhões Foton vendidos no Brasil utilizarão os lubrificantes Mobil, incluindo condições especiais para compra dos produtos nas concessionárias
A Foton anunciou uma parceria com a Moove, empresa que produz e comercializa os lubrificantes Mobil no Brasil. Pelo acordo, os caminhões Foton comercializados no país farão o uso exclusivo da linha completa de lubrificantes da marca, incluindo reposição e aftermarket.
Dessa forma, toda a rede de concessionárias Foton terá condições especiais para compra dos produtos, apoio técnico e treinamentos específicos, incluindo ações de marketing. “Através da parceria com a marca Mobil, vamos oferecer condições e preços especiais para toda a rede de concessionárias do país, de forma que os benefícios possam chegar até aos caminhoneiros e transportadores”, afirma Leandro Gedanken, Diretor de Engenharia e Pós-venda da Foton no Brasil.
Entre as razões para a escolha da Mobil, segundo o executivo, está o seu portfólio de full liner, visando os próximos lançamentos da Foton para o mercado brasileiro. Além disso, a Mobil possui ampla cobertura, com mais de 80 mil pontos de vendas e distribuidores em todo o país.
Empresa destaca que a solução Prime Clean a vapor é 100% eficiente contra o coronavírus
A Ultragaz desenvolveu uma nova solução de higienização automotiva a vapor: a Prime Clean. A aplicação tem 100% de eficácia contra o coronavírus de acordo com o laboratório francês de biopesquisa Eurofins. Além disso, a empresa destaca que o sistema garante uma melhor qualidade e aparência do veículo.
Atualmente, operam no Brasil 16 máquinas realizando o serviço, divididas em concessionárias dos estados de Alagoas, Bahia, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Sergipe e Grande São Paulo.
Além da instalação customizada e treinamento comercial e operacional com duração de 5 dias, a Ultragaz oferece o gerenciamento do gás com consultoria especializada, projeto customizado e instalação rápida da central de armazenamento de gás com abrigo pronto – atendendo às normas de segurança.
A empresa ainda destaca que o serviço possibilita uma área de serviço limpa e livre de poças d’água; aumento de receita com serviço de estética automotiva; redução de bactérias e fungos na limpeza; elimina odores difíceis de sair; realiza higienização do motor – que pode ocorrer com ele ainda quente.
Confira a análise técnica da versão topo de linha da picape, que traz motor 2.0 turbodiesel de 170 cv e câmbio automático de 9 marchas
Não é qualquer carro com tíquete médio de preços acima dos R$ 100 mil que consegue emplacar quase 300 mil unidades no Brasil em cinco anos de mercado. É o caso da Fiat Toro, vice-líder entre os veículos comerciais desde o lançamento, em 2016, perdendo apenas para a “irmã” Strada. Um dos trunfos da picape é oferecer porte próximo às médias, mas com dirigibilidade de SUV compacto e opção de motores flex e diesel.
A Toro compartilha a plataforma Small Wide 4×4 com os SUVs Jeep Compass e Renegade, uma vez que ambas as marcas pertencem ao grupo Stellantis. Devido a esta característica, a Toro possui arquitetura do tipo monobloco, onde carroceria e chassi formam uma estrutura única. Outro destaque da Toro em relação às médias, como Hilux e S10, é a suspensão traseira independente, do tipo multibraço, com molas helicoidais.
Nas versões de topo, como a Ultra aqui avaliada (R$ 183.790), o motor é 2.0 turbodiesel da família Multijet II, de 4 cilindros em linha, 16 válvulas, duplo comando de válvulas com acionamento por correia dentada, cabeçote em alumínio e turbo de geometria variável. Produz 170 cv de potência a 3.750 rpm e 35,7 kgfm de torque a 1.750 rpm. O câmbio é automático de 9 marchas, fornecido pela ZF, com opção de trocas manuais e sistema de tração 4×4 sob demanda e modo Low (que utiliza a primeira marcha como reduzida).
Um dos destaques desta versão é a presença de acessórios exclusivos, como o santantônio estilizado, capota marítima rígida com abertura por mola a gás, estribos laterais, para-barro e engate de reboque removível. A picape também traz de série 7 airbags, controles de estabilidade e tração, ar-condicionado digital de duas zonas, central multimídia de 7” com espelhamento sem fio, bancos em couro com ajustes elétricos para o motorista, luzes de rodagem diurna em LED, rodas de liga leve de 18” e câmera de ré, entre outros itens.
Marcelo Bortoloto, proprietário da oficina Auto Mecânica Prado, em São Paulo/SP
Para avaliar as condições de manutenção e reparabilidade da Fiat Toro Ultra 2021, contamos com o auxílio do mecânico Marcelo Bortoloto, proprietário da oficina Auto Mecânica Prado, em São Paulo/SP.
MECÂNICA DIESEL
Ao contrário da maior parte das picapes diesel, a disposição do motor da Toro é transversal (e não longitudinal). O mecânico deve tomar cuidado ao remover a capa plástica que encobre o motor, a fim de que ela não esbarre no sensor MAF (1).
“Sem a capa, o acesso é fácil a componentes como a válvula de pressão, flauta do sistema de injeção common rail, encanamento dos bicos injetores e os próprios bicos injetores (2).Para quem já teve oportunidade de trabalhar com o Multijet 2.3 da Ducato, vai se familiarizar com o 2.0 da Toro”, aponta o mecânico.
O filtro de combustível (3) fica ao lado do sincronismo do motor e conta com sensor que detecta a presença de água. “Na montagem do filtro de combustível, é necessário abrir o sangrador e acionar a ignição do carro, para eliminar todo o ar do sistema”, explica Bortoloto. A troca é indicada pela Fiat a cada 20 mil quilômetros ou 12 meses em caso de uso normal; para uso severo, o intervalo cai à metade.
O comando de distribuição deste motor 2.0 é acionado por correia dentada, com troca preconizada pelo manual a cada 4 anos ou 80 mil quilômetros neste ano/modelo 2021 – a verificação periódica do estado da correia deve ocorrer a cada 3 anos ou 60 mil quilômetros em caso de uso normal.
Já para uso severo e em regiões com muita lama/poeira, a fabricante indica no manual que o controle do estado de tensor, rolamento e correia seja observado a cada 20 mil quilômetros ou 1 ano. Importante: a Fiat alterou os prazos de manutenção da correia a partir do ano/modelo 2020, uma vez que o manual das primeiras Toro (2017 a 2019) indicava substituição a cada 120 mil quilômetros ou 3 anos.
“Este motor requer ferramentas especiais para o sincronismo. Na parte superior do cabeçote, há um bujão para fazer o travamento do comando de válvulas, enquanto a parte inferior possui o encaixe para a ferramenta de travamento da engrenagem do motor”, comenta o mecânico.
Para ter acesso à correia dentada, é necessário retirar a caixa do filtro de ar do motor, filtro de combustível e o coxim hidráulico do motor, além da capa de proteção (4)da corrreia. “Removendo estes componentes, o espaço para trabalho é adequado”, opina Bortoloto.
A correia de acessórios (5), por sua vez, possui troca indicada a cada 60 mil quilômetros ou 4 anos, com verificação periódica a cada 40 mil quilômetros ou 2 anos. O filtro de ar do motor deve ser substituído a cada 20 mil quilômetros ou 1 ano (metade do prazo em uso severo), de acordo com a Fiat. “Para a troca do filtro de ar, basta desconectar o sensor MAF, soltar a trava do conector e remover o parafuso de fixação da caixa com uma chave phillips”, orienta Marcelo Bortoloto.
O módulo de controle das velas aquecedoras fica próximo à parede corta-fogo, junto ao módulo de controle eletrônico do motor (6).
A turbina (7) fica alojada na parte frontal do motor, assim como o reservatório do fluido de arrefecimento (8), que possui prazo de troca a cada 240 mil quilômetros ou 10 anos. Para o abastecimento, são necessários 6,5 litros. O fluido homologado (Petronas Coolant Up vermelho) possui formulação do tipo pronta para uso, já diluído na proporção 50/50 em água desmineralizada.
Já o fluido de freio (9), do tipo DOT 4, possui recomendação de troca a cada 60 mil quilômetros ou 2 anos.
Como não há start-stop na Toro diesel, a bateria (10) é convencional, de 70 Ah. A Toro possui sistema de faróis em três “andares”, sendo dividido em luzes de rodagem diurna em LED e indicadores de direção (conjunto superior), dupla parábola com luzes halógenas para os fachos alto e baixo (central) e faróis de neblina também halógenos (inferior).
“A troca das lâmpadas é simples, com espaço suficiente para as mãos (11). Os de neblina são acessíveis pelas caixas de roda”, conta Bortoloto.
SUSPENSÕES INDEPENDENTES
Na dianteira, a Toro utiliza o tradicional arranjo de suspensão McPherson e conta com torre do amortecedor separada da manga de eixo, pivô que pode ser trocado sem a substituição da bandeja (12)e bieleta plástica. “Como em SUVs, para remover os amortecedores dianteiros da Toro é necessário remover a grelha sob os limpadores de para-brisa”, conta Marcelo.
“Utilize uma espátula de nylon para remover as presilhas plásticas de fixação (13), que podem ficar ressecadas com o passar do tempo devido ao calor excessivo no cofre do motor”, explica.
A suspensão traseira (14)da Toro também traz arranjo independente, do tipo multibraço, com subchassi, molas helicoidais e barra estabilizadora (15).
O eixo traseiro traz ainda os pontos de regulagem de geometria (16).
O filtro de óleo do motor é do tipo ecológico (17), onde realiza-se a troca somente do refil com o elemento filtrante. “Ele está localizado abaixo do alternador e acima do semieixo, com acesso pelo vão da caixa de roda direita. Utilize uma chave de 27 mm para desrosquear o copo”, explica. Tanto o óleo do motor como o respectivo filtro devem ser trocados a cada 20 mil quilômetros ou 1 ano (metade do intervalo em uso severo). O lubrificante preconizado pelo manual é o Petronas Selènia WR Pure Energy, sintético, 5W30, sendo necessários 4,8 litros para o abastecimento (incluído o filtro).
O câmbio automático ZF, de 9 marchas, possui óleo do tipo “for life” (Petronas Tutela AS8), que não requer substituição ao longo de toda a vida útil do veículo. “Eu vejo uma evolução nesta caixa em relação aos primeiros Jeep Renegade, onde os conectores do resfriador de calor eram acoplados ao câmbio. Nesta Toro 2021, são ligados diretamente ao radiador (18)”, avalia o profissional.
Também não exigem manutenção de lubrificante os diferenciais (dianteiro e traseiro, 19) e a caixa de transferência.
O eixo cardã possui proteção metálica dividida em três peças (20). Os freios possuem discos ventilados (de 305 mm de diâmetro) na dianteira e a tambor (295 mm), na traseira, com sensores individuais do sistema antitravamento (ABS).
Nesta versão, a Toro possui ainda sistema de monitoramento da pressão dos pneus do tipo direto (dTPMS), com sensores que indicam a pressão exata em cada roda. “Ao fazer o rodízio, o mecânico deve sempre indicar ao carro, via scanner, qual a nova posição de montagem da roda. Na hora de substituição do pneu, também é importante prestar atenção para não machucar os sensores, que ficam junto à válvula de enchimento (21)”, orienta Marcelo.
Após analisar a linha 2021 da picape da Fiat, Marcelo Bortoloto aprovou as condições de reparabilidade. “A Toro diesel apresenta manutenção simples, exigindo ferramenta específica basicamente para o sincronismo. Também é importante o mecânico ter um scanner atualizado e se atentar aos prazos de manutenção previstos no manual, inclusive os de uso severo”, analisa o profissional.
Qual produto é mais adequado para fixação dos parafusos das bobinas em uma régua fixada no cabeçote? Levando em consideração o aquecimento razoável e uma grande vibração do motor.
Jns H Via YouTube O Mecâniconline
Existem fabricantes de automóveis que indicam produtos específicos para aplicações como a que você descreve. Recomendamos que você consulte o manual de reparo do motor e verifique se há um produto indicado ou mesmo se é necessário o uso de trava-rosca na aplicação que você deseja. Lembre-se que a bobina é uma peça de desgaste e, em veículos leves, por exemplo, seus parafusos costumam ter torque de aperto bem baixo.
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Transição das linhas VDO para a marca Continental afetará apenas os produtos para o mercado de reposição de veículos leves
A Continental anuncia a transição da linha de produtos VDO para o mercado de reposição de veículos leves para a marca Continental, que acontece a partir de abril. Para informar os clientes, a empresa lança a campanha “VDO agora é Continental. O original permanece original”, reforçando que a qualidade dos produtos será mantida.
A transição inclui a reformulação completa da identidade visual da marca, com novas embalagens, catálogos e site, embora os códigos comerciais já conhecidos permanecerão iguais para facilitar sua identificação.
Vale lembrar que a VDO atua no Brasil desde 1959, integrando o Grupo Continental desde 2007. Seu portfólio conta atualmente com mais de 600 produtos, que vão desde bombas de combustível a corpos de borboleta, passando por sensores, cabos de ignição e bicos injetores.
Para o segmento de tacógrafos e soluções de gerenciamento de frota, a marca VDO será mantida para todos os itens comercializados no mercado nacional.
“Prezamos muito pela confiança que os clientes depositam em nossos produtos e serviços. A mudança, realizada globalmente, visa integrar ainda mais a perspectiva tecnológica da Continental com o aftermarket, revitalizando o portfólio e otimizando soluções com a excelência de sempre”, afirma Ricardo Rodrigues, diretor na Unidade de Negócios de Veículos Comerciais da Continental.
Os principais produtos que passarão pela transição de marca são de injeção eletrônica, elétrica, instrumentação e sensores, temperatura e diesel. Já as principais famílias de produtos são:
Sistema permite identificação e rastreamento dos produtos da ZF Aftermarket ao longo de toda a cadeia de reposição de peças
A ZF Aftermarket adota uma nova tecnologia de rastreamento e controle de cargas em seu centro de distribuição em Itu/SP, chamada de Sistema RFID (Radio Frequency Identification), ou sistema de identificação por radiofrequência. De acordo com a empresa, esse sistema permite identificar e rastrear os produtos ao longo de toda a cadeia de reposição de peças, melhorando em 18% a produtividade nas operações do centro de distribuição.
Vale lembrar que o Centro de Distribuição e Logística de Itu centraliza as operações de reposição das marcas Lemförder, SACHS, TRW e ZF, somando 40 linhas de produtos, desde enormes reversores marítimos até peças muito pequenas e simples, como frascos de fluidos para freio.
“Para suportar essa operação e tornar o Centro de Distribuição da ZF Aftermarket o estado da arte em logística, temos um planejamento de digitalização de longo prazo em andamento, que requer estudos, testes e investimentos”, diz Everton Silva, gerente sênior de operações da ZF Aftermarket América do Sul. Os investimentos são da ordem de R$ 15 milhões, sendo 1/3 do valor em 2019 e 2021 e o restante com previsão de aplicação nos próximos quatro anos.
O sistema RFID – Radio Frequency Identification atua em conjunto com outras tecnologias e automações, como o RPA (Robotic Process Automation), as telas sensíveis ao toque no interior de todo o centro de distribuição, os aparelhos de laser points e os elevadores automáticos integrados, que quadruplicam a velocidade de atendimento dos pedidos.
A operação com o RFID foi iniciada na ZF Aftermarket no final de 2020 e hoje já está registrando o recebimento de toda linha de embreagens que ocorre no centro logístico de Itu. No segundo semestre deste ano, deve ser expandido para outras linhas de produtos e, até o final de 2022, a previsão é que passe a ser implementado também na rede de distribuidores da empresa.
“O nosso sistema conta com uma solução de comunicação e identificação de curto alcance que se baseia na fixação de etiquetas em produtos e embalagens. Essas etiquetas reagem a ondas emitidas por antenas e a partir daí é possível repassar todas as informações e dados sobre a mercadoria a uma unidade de controle. O leitor converte o sinal de ondas de rádio do RFID para informações digitais, tornando a identificação e o rastreio totalmente automáticos. O sistema difere do código de barras comum, pois não é preciso desmontar a carga e aproximar a etiqueta ao leitor, uma vez que ela emite ondas que são captadas por antenas e receptores. Basta que o caminhão carregado passe abaixo de um portal equipado com os leitores digitais”, explica Silva.
Ele revela que cada etiqueta tem um código único que pode ser rastreado por toda a cadeia, sendo possível entender todo o caminho que cada produto percorre até o final da operação, ao entregá-lo para o distribuidor, varejista, aplicador ou consumidor final.
Mecânicos donos de oficina própria sabem que não é só a qualidade do serviço que importa para o sucesso do negócio: a precificação também é fundamental. Mas como cobrar o valor certo pelos reparos sem espantar a clientela e nem sair no prejuízo?
Quem determina o preço de venda de um determinado produto ou serviço são aqueles que compram, não os que vendem. Este conceito, bastante utilizado por vários autores da Economia e da Administração, reflete uma realidade que, infelizmente, muitos empresários ainda não conseguem ou não querem enxergar: que, em uma economia mista¹ e complexa, como a brasileira, quem decide o quanto pagar por um determinado produto ou serviço são os compradores. Neste caso: o mercado e o governo (por meio de medidas regulatórias).
Neste ponto, é preciso lembrar que o governo também participa do mercado como comprador – por sinal, muito bom, porém, exigente e cheio de regras. Ao fornecedor (vendedor), cabem as complexas tarefas de: formular o custo, aplicar o mark-up² (que deve incluir o lucro almejado) e verificar se o valor obtido está dentro da faixa de preço que o mercado está disposto a pagar. E alterá-lo quando necessário. Mas isso será tratado com mais detalhes em uma outra ocasião.
Por sinal, de acordo com os professores Wonnaccott e Crusius (1982), o preço não é simplesmente o valor de venda. Ele tem duas importantes funções inter-relacionadas dentro do mercado: informar e incentivar. Por exemplo: se o preço de um determinado artigo ou serviço essencial se encontra muito alto em uma determinada região, ele informa que nessa região existem compradores insatisfeitos. Por outro lado, esse preço alto serve como um incentivo para o aumento do fornecimento. E vice-versa.
Segundo essas mesmas luzes da Economia, a quantidade de participantes de um determinado mercado afeta significativamente a determinação dos preços. No entanto, nos mercados onde ocorre a chamada “concorrência perfeita”³, compradores e vendedores, individualmente, controlam apenas as quantidades que compram e vendem.
Os valores são determinados por forças impessoais (“Indústria”)4. Apenas nos mercados onde ocorre monopólio (um único fornecedor) ou oligopólio (poucos fornecedores), os produtores têm algum controle sobre os preços. Isso faz com que, periodicamente, esses fornecedores “reajustem” os seus preços.
Numa situação de concorrência perfeita, o cruzamento entre as curvas de demanda (os indivíduos tendem a comprar mais quando os preços diminuem) e oferta (o aumento do preço estimula o vendedor a ofertar uma maior quantidade), o denominado ponto de equilíbrio, é que determina o preço de um determinado bem ou serviço, para aquele mercado específico. Tal apuração, via de regra, é feita por entidades de classe.
Nesse ponto, é relevante mencionar que os professores Wonnacott e Crusius (1982) destacam que as curvas de oferta e demanda podem se deslocar, quando submetidas a fatores como: variação de renda, variação de preços de insumos, mudanças de gostos e preferências, mudanças de tecnologia e até mesmo alterações de condições climáticas.
No entanto, muito se engana quem pensa que é apenas o valor monetário (menor preço) que define a decisão pela compra. Sim, é inegável que ele exerce um considerável peso, principalmente em situações de crise econômica, onde o poder de compra costuma cair bastante. O “menor preço” é poderoso, mas não é um soberano absoluto. Muitas vezes, a escolha está associada a outros fatores.
ONDE SE ENCAIXA A OFICINA MECÂNICA NESSE CONTEXTO?
No que toca à atividade do Guerreiro das Oficinas, o professor Ricardo Hillmann (2013) classifica a mesma como prestação de serviços de consumo (aqueles prestados diretamente ao consumidor final) e que agregam valor aos bens tangíveis. De acordo com este mesmo autor, a seleção do prestador pode ser feita por conveniência/comodidade (proximidade e/ou tempo disponível). Neste caso, o preço se torna irrelevante. Geralmente isso ocorre para serviços rápidos. Situação semelhante ocorre nas situações onde o serviço prestado é muito especializado.
No entanto, ainda segundo o professor Ricardo Hillmann (2013), uma situação intermediária ocorre na chamada seleção por escolha deliberada, típica dos serviços mais longos e caros, quando não só há tempo suficiente para se selecionar o prestador, como se dá importância à qualidade do serviço executado. Nessa situação, o preço deixa de ser irrelevante.
E por essa razão, o comprador passa a fazer comparações quanto à relação custo-benefício. Principalmente quando o comprador tem em mãos as ferramentas necessárias para fazer uma comparação técnica entre as ofertas que lhe são propostas. E a Internet é uma ferramenta poderosa, devido a sua velocidade e abrangência, que vem sendo cada vez mais utilizada por aqueles que querem fazer boas compras, como afirma o pesquisador Clayton Izidoro (2016).
A competência técnica, sem sombra de dúvida, é um fator de grande peso na seleção do prestador. No entanto, muitos outros fatores, além do preço, podem levar ao fechamento de uma negociação. Alguns bastante objetivos, como a mencionada competência técnica, outros nem tanto (confiança, amizade etc.).
Nesse ponto, é interessante citar o posicionamento do professor Alexandre Luzzi Las Casas (2007), que define quatro aspectos (os denominados “4Ps” dos serviços), pelos quais um serviço pode ser objetivamente tornado tangível, avaliado e, consequentemente, ter o seu prestador selecionado:
A)PERFIL: Diz respeito ao local onde o serviço é realizado. Organização, limpeza, iluminação e itens de conforto internos dão impressões concretas sobre o serviço a ser realizado. Servem como ferramentas de marketing, podendo fornecer tangibilidade e consequentemente segurança ao comprador. O mesmo ocorre com a aparência da fachada externa.
B) PROCESSOS: A presença de processos definidos para atividades corriqueiras da prestação de serviços, assim como, os seus devidos acompanhamentos também fornecem ao comprador tangibilidade aos serviços prestados no local.
C) PROCEDIMENTOS: Os procedimentos escritos (exibição de fluxogramas) dão ao comprador uma tangibilidade aos processos e seus acompanhamentos executados no local.
D) PESSOAS: Evidenciar o investimento nas pessoas que executam os serviços também dão ao comprador uma tangibilidade dos serviços executados no local.
Dentre os outros critérios objetivos, a Administração Financeira define a “Análise Marginal custo-benefício”, segundo a qual as decisões favoráveis a uma operação devem ser tomadas somente quando os benefícios adicionais superam os custos adicionais (GITMAN, 2010). Em outras palavras: vale a pena pagar mais caro quando o valor agregado proporciona vantagens.
Mas o que são efetivamente esses benefícios adicionais (valor agregado)? De acordo com Serasa Experian (2021): “um benefício que extrapola a necessidade básica do cliente, que vai além daquilo que o usuário julgou como necessidade quando procurou pelo serviço ou produto”.
Esse conceito, que costuma ser muito utilizado nas referências às transações de bens tangíveis (aquilo que se pode tocar), pode, sem sombra de dúvidas, também ser aplicado às oficinas, onde o que se comercializa são tanto os bens tangíveis (peças) como os intangíveis (mão de obra).
Neste caso, o que precisa ser muito bem definido são quais valores serão agregados aos serviços prestados e o quanto eles permitem deslocar, para maior, o preço dentro da faixa que o mercado atendido pela oficina está disposto a pagar. E dependendo da situação, até mesmo, mudar a faixa de mercado que se pretende atender.
Artigo por Fernando Landulfo
1 Forma de Economia onde governo e mercado compartilham das decisões (WONACCOTT e CRUSIUS, 1982). 2 Erradamente chamado, por muitos, de margem de lucro. 3 Ocorre quando existem muitos compradores e vendedores de um mesmo produto ou serviço. Ou seja, nenhum deles, individualmente, tem o poder de interferir no preço. 4 Conjunto de produtores de um bem ou serviço (WONACCOTT e CRUSIUS, 1982).
REFERÊNCIAS:
GITMAN, Lawrance, J. Princípios de administração financeira; tradução Allan Vidigal Hastings; revisão técnica Jean Jacques Salim. — 12. ed.—
São Paulo : Pearson Prentice Hall, 2010.
HILLMANN, Ricardo. Administração de vendas, varejo e serviços [livro eletrônico]. Curitiba: Inter Saberes, 2013.
IZIDORO, Cleyton (organizador). Administração de Vendas. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2016.
LA CASA, Alexandre Luzzi. Marketing de Serviços. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2007.
SERASA EXPERIAN. Produto com valor agregado: entenda o que é e aplique agora mesmo. Disponível em https://empresas.serasaexperian.com.br/blog/produto-com-valor-agregado. Acesso em 06/04/2021.
WONNACOTT, Paul; WONNACOTT, Ronald; CRUSIUS, Yeta Rorato; CRUSIUS, Carlos Alberto. Economia. São Paulo: McGraw-Hill, 1982.
Se eu quiser trocar somente o pivô da bandeja é possível trocar sem retirar a bandeja? Apenas soltando o parafuso de fixação e os pinos? (Comentário no vídeo “Substituição dos terminais e pivôs no Chevrolet Cobalt” no canal O Mecâniconline).
Flávio Lira Via YouTube O Mecâniconline
O pivô original é chumbado na bandeja. Ou seja, não é possível removê-lo com a bandeja no veículo.
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