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Manutenção da caixa FSO-4405 para comerciais leves

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Confira a desmontagem e a montagem do câmbio manual de 5 marchas aplicado em caminhões VW e Ford; veja as dicas de como usar as ferramentas especiais recomendadas pelo fabricante para executar uma manutenção correta no conjunto

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Fabricada pela Eaton, a caixa de câmbio manual FSO-4405 é aplicada em caminhões comerciais leves, como o Volkswagen 8-150 e Ford Cargo 815. Com cinco velocidades à frente e uma à ré, todas sincronizadas, é um conjunto robusto cuja manutenção preventiva é bastante simples: basta manter a lubrificação correta recomendada e orientar o motorista a conduzir o veículo de forma a não desgastar prematuramente o conjunto. A utilização de uma embreagem adequada fornecida pela Eaton é de suma importância para a preservação desta transmissão.

Mas, como todo câmbio, possui uma manutenção corretiva bastante complexa e minuciosa. Nesta reportagem, vamos esmiuçar o procedimento de desmontagem e montagem dessa caixa, atentando para o uso das ferramentas especialmente desenvolvidas e fornecidas pela Eaton para o reparo adequado do sistema, fazendo com que o serviço ganhe em velocidade e qualidade.

Lubrificação

Antes de desmontar o conjunto, vale a pena citar as instruções básicas de lubrificação da caixa para garantir a longevidade das peças. Em uso rodoviário, o lubrificante deve ser trocado pela primeira vez após 50 mil km rodados e conferido quanto a seu nível a cada 25 mil km. Depois disso, a troca deve ser feita a cada 100 mil km rodados. Já no uso fora de estrada, os períodos devem ser cortados pela metade. Entretanto, essa é uma orientação geral. A própria Eaton lembra que a tabela da montadora no manual do veículo prevalece sobre esses números e sempre deve ser consultada.

Eaton recomenda o uso do óleo SAE 80W90 API GL 3 (3000880) disponível na rede de distribuidores, mas sempre evite completar o nível com uma marca ou especificação diferente da que já está no câmbio: há risco de incompatibilidade entre os lubrificantes. A capacidade da caixa é de 4,6 litros.
A troca periódica do óleo do câmbio elimina as partículas de metal que surgem por degaste das peças internas e que podem provocar falhas de rolamentos, anéis e engripamentos. Além disso, os repetidos ciclos de aquecimento e resfriamento que ocorrem na caixa alteram a composição química do lubrificante.

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Na hora da troca, limpe a carcaça ao redor do bujão, remova-o e encha a caixa de mudanças com o óleo especificado até o nível do bujão. O mecânico deve efetuar esta operação em uma superfície plana e nivelada, já que o volume de óleo pode variar com a inclinação do motor e da caixa de mudanças. Encher a caixa de mudanças acima do nível vai forçar o óleo para fora da carcaça através da tampa retentora do rolamento do eixo piloto, tampa de controle, torre de controle etc, causando problemas. Outro ponto é sempre drenar a caixa de mudanças enquanto o óleo estiver quente. Não se esqueça de limpar o bujão antes de reinstalá-lo.

Cuidados na manutenção

Se a intervenção no câmbio for necessária, o mecânico deve estar ciente de algumas regras gerais. A primeira delas é substituir qualquer peça que apresentar marcas de desgaste. A caixa de câmbio é um conjunto complexo de dezenas de componentes e reaproveitar uma peça ruim pode prejudicar o funcionamento do conjunto e causar retrabalho para o mecânico ou desgaste prematuro do conjunto. Tome cuidado.

Na montagem, é importante lubrificar todos os colos de engrenagens, rolamentos e componentes submetidos a atrito com o próprio óleo que será colocado no interior da transmissão, de modo a evitar avarias nos primeiros giros das engrenagens.

Caso seja possível reaproveitar os rolamentos que já estavam na caixa, lave-os com querosene ou outro solvente adequado. Na hora da secagem, use ar comprimido isento de umidade, sem dirigir o jato de ar no sentido de girar o rolamento em alta rotação. Isso pode danificar a peça. Evite também o manuseio inadequado dos conjuntos sincronizadores: quedas ou batidas durante a desmontagem ou montagem poderão causar o seu travamento.

O procedimento a seguir foi feito sob a supervisão do especialista de Produto Eaton, João Paulo dos Santos, na oficina Anchieta Câmbios em Santo André/SP, pelos mecânicos Fernando Gonçalves e Clidenor Gomes de Sá.

Diagnóstico e abertura da carcaça

1) Comece o procedimento verificando a folga da transmissão com o relógio comparador. Posicione o relógio comparador, aplique a pré-carga e movimente o flange com a ajuda de uma alavanca. Para as caixas com carcaça de alumínio, o valor de folga nominal fica entre 0,03 e 0,08 mm.

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Obs: A caixa deve ser posicionada corretamente para facilitar o serviço. Na oficina onde foi feita esta reportagem, existe uma bancada com um buraco onde o lado com o flange fica para cima.

2) Com a folga da transmissão medida, esgote o óleo da caixa. Utilize uma chave de soquete para encaixar no bujão e girá-lo. Não se esqueça de usar um recipiente adequado para colher o óleo e descartá-lo corretamente. O bujão possui torque correto na montagem, que é de 13,6 a 20,3 Nm.

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3) Para soltar a porca do flange, utilize um soquete vendido como ferramenta especial justamente para este reparo. O torque dessa porca na montagem é de 407 a 475 Nm.

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4) Em seguida, utilize um soquete 11 mm para soltar os quatro parafusos que fixam a torre de controle à carcaça. O torque desses parafusos na montagem é de 19,0 a 25,7 Nm.

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5) Após remover a torre de controle, examine a extremidade do seletor interno de engate em busca de sinais de desgaste. O estado desse componente influencia diretamente a precisão do engate das marchas.

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6) Desparafuse a chapa de retenção das molas que seguram o engate das marchas. São três molas que não devem apresentar sinais de desgaste.

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7) Cada uma das molas está ligada a um pino-bala, elemento que fica em contato com o varão de engate. O pino-bala (também chamado de pino posicionador) também deve ser examinado quanto a seu desgaste.

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8) Para remover a tampa do eixo piloto, é necessário soltar os parafusos de fixação. Em seguida, bata com um martelo de borracha para descolar a tampa da carcaça. Nunca utilize martelo de ferro nesse momento. O torque desses parafusos na montagem é de 9,5 a 16,3 Nm.

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9) Aproveite o momento para verificar a capa do rolamento do eixo piloto e o retentor de óleo.

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10) Antes de soltar os parafusos da carcaça superior, é necessário remover o parafuso que faz a fixação do eixo da engrenagem louca da marcha a ré.

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11) Depois, retire os parafusos que unem a carcaça superior à inferior. Faça a soltura alternando os parafusos diametralmente opostos um ao outro.

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12) Para soltar a carcaça, observe os pontos de alavanca. As carcaças são unidas por selante de vedação. Faça a alavanca firmemente, mas com cuidado para não danificar as peças.

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13) Remova a carcaça superior e observe se há trincas em sua estrutura. Examine também o estado da capa do rolamento do contra eixo. Não pode haver marcas de desgaste, riscos ou trincas.

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Eixo piloto e varões de engate

14) Retire o eixo piloto, peça responsável pela transferência de força do motor para o câmbio.

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15) Examine no eixo piloto o estado da engrenagem de quarta marcha e a capa do rolamento inferior. Não pode haver marcas de desgaste, riscos ou trincas.

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16) Para remover o rolamento da ponta do eixo piloto, é necessária a utilização de um extrator especial para evitar danos à peça. A ferramenta evita a quebra ou a inutilização do rolamento quando o conjunto é colocado na prensa (ref. Eaton E007002). Há também outra ferramenta especial fabricada pela própria Eaton para servir de calço neste momento.

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Obs: Nunca utilize maçarico para dilatar e remover o rolamento.

17) A partir de agora, vamos retirar os pinos elásticos (ou pinos-trava) dos varões de engate, responsáveis por sustentar os garfos que acionam os anéis sincronizadores e os garfos de engate. A desmontagem deve sempre ser feita da esquerda para a direita.

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Obs: A recomendação da fabricante é que todos os pinos-trava devem ser substituídos por novos na montagem.

18) O primeiro varão sustenta o garfo de sincronização da 5ª marcha e da ré. Utilize um martelo e um saca-pino nº6 para remover o pino-trava do garfo de sincronização das engrenagens. Em seguida, remova o varão.

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19) Todos os setores de engate devem ser inspecionados quanto a desgaste. São estes componentes que entram em contato com a extremidade do seletor interno de engate, assim, movimentando os varões. Examine também os patins (também chamados de buchas) que estão na ponta dos garfos de sincronismo.

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20) Dentro do orifício onde o varão está encaixado, existe uma esfera projetada para evitar o duplo engate de marchas. Para evitar que ela caia no fundo do buraco, coloque um saca-pino ou outra ferramenta que possa escorar a esfera. Caso ela vá parar no fundo do orifício, não há como tirá-la dali a não ser virando a carcaça inferior de cabeça para baixo – ou seja, você seria obrigado a remover todas as peças do câmbio antes de recuperar a esfera. A base dos varões possui um encaixe onde essas esferas atuam.

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21) O segundo varão contém o garfo de sincronismo da 3ª e 4ª marchas. Para removê-lo, é necessário engatar a 2ª marcha movimentando para cima o garfo de sincronismo das engrenagens no terceiro varão. Depois, utilize o saca-pino para soltar o pino do garfo de sincronismo.

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22) Para tirar o garfo de 1ª e 2ª marchas que está no terceiro varão, bata com o saca-pino da direita para a esquerda.

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23) O eixo da engrenagem louca da ré pode ser retirado com a mão. Verifique o rolamento localizado na parte interna dessa engrenagem.

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24) Neste momento, o eixo principal do câmbio já pode ser tirado. Segure pela engrenagem da ré e puxe com cuidado.

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Desmontagem do eixo principal

25) Remover o rolamento do topo do eixo principal também demanda uma ferramenta especial. Neste caso, um extrator que se encaixa sobre o rolamento e “puxa” a peça para fora (ref. Eaton E005011). É necessário apoiar com uma chave de boca e girar a rosca com uma chave-soquete. Especificamente para esta ferramenta, é autorizado o uso da pneumática.

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26) Com a remoção do rolamento, chega-se ao sincronizador de 3ª e 4ª marchas, que é removido com as mãos. Veja se os dentes de engate do corpo do sincronizador e dos anéis estão em boas condições.

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27) Observe a fita de carbono que está na pista interna do anel do sincronizador da 3ª marcha. De acordo com o técnico da Eaton, esse recurso é utilizado nas marchas de maior utilização do câmbio. No entanto, essa fita tem algumas propriedades que limitam suas possibilidades de aplicação, por isso, não é utilizada em todas as marchas. Neste câmbio, está presente nos anéis da 1ª, 2ª e 3ª marchas. Mas caso haja dúvida, a fabricante orienta o mecânico a consultar seu catálogo de aplicação.

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28) Retire o anel espaçador dos roletes do eixo.

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29) Tire a engrenagem da 3ª marcha. Confira a qualidade dos dentes de engate e da pista onde o sincronizador freia. Guarde os roletes para utilização posterior.

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30) Abaixo da engrenagem está mais um espaçador de roletes do eixo. Os roletes se localizam entre o eixo e a engrenagem.

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31) Utilizando um alicate apropriado, solte o anel-trava da engrenagem da 2ª marcha.

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32) Remova a arruela de encosto da engrenagem da 2ª marcha. Atenção para a chaveta que fica abaixo da arruela.

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33) Tire a engrenagem da 2ª marcha. Assim como a engrenagem de 3ª marcha, confira a qualidade dos dentes de engate e da pista onde o sincronizador freia. Guarde os roletes para utilização posterior.

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34) Abaixo da engrenagem, está mais um anel espaçador. E abaixo do anel espaçador, está mais um anel-trava, este responsável pelo sincronizador de 1ª e 2ª marchas.

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35) Retire o sincronizador das 1ª e 2ª marchas. Veja se os dentes de engate do corpo do sincronizador e dos anéis estão em boas condições. Repare que existe a marcação do lado do conjunto, indicando qual lado deve ficar voltado para a 2ª marcha.

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36) Em seguida, remova a engrenagem de 1ª marcha. Também examine o estado dos dentes e da pista do sincronizador.

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37) No caso da engrenagem da 1ª marcha, existe um rolamento ao invés de roletes soltos. Retire-o e inspecione-o também.

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38) Solte o anel trava do conjunto da engrenagem da ré com um alicate apropriado.

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39) O conjunto também possui anel espaçador e a chaveta, cuja posição deve ser observada.

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40) Remova a engrenagem da marcha a ré. Também examine o estado dos dentes e da pista do sincronizador.

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41) Tire os rolamentos da engrenagem da marcha a ré.

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42) Siga para o conjunto sincronizador da 5ª marcha e da ré. Retire o anel superior do sincronizador e, com um alicate apropriado, remova o anel-trava.

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43) Depois, puxe para fora o corpo do sincronizador da 5ª marcha e da ré e o anel restante.

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44) Para remover o rolamento e a engrenagem da 5ª marcha, o conjunto precisa ser levado à prensa. É necessária a ferramenta especial que serve para apoiar a engrenagem (ref. Eaton E007020) e um calço apropriado.

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Obs: No momento da prensa, coloque um recipiente sob o eixo para que ali caiam os roletes da engrenagem da 5ª marcha. Todos os roletes precisam ser recuperados para a reinstalação.

45) Com o eixo principal totalmente desmontado, examine-o quanto a desgastes, trincas e demais marcas de uso que podem estar prejudicando seu funcionamento.

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Desmontagem do contra eixo

46) Posicione a ferramenta especial para extrair o rolamento superior (ref. Eaton E005013), semelhante ao processo do eixo principal. O rolamento pode ser reutilizado desde que removido com a ferramenta especial, que não danifica a peça.

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47) Retire o anel-trava da engrenagem da 4ª marcha com um alicate apropriado.

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48) Para retirar a engrenagem da 4ª marcha, tire o contra eixo da carcaça inferior e leve-o à prensa. Também existe um calço para essa operação que é vendido como ferramenta especial da fabricante.

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Sincronizadores

Esses conjuntos costumam ser as principais fontes de problemas que levam o mecânico a ter que abrir as caixas de câmbio. Desta forma, alguns cuidados devem ser tomados na manutenção.

49) No conjunto sincronizador de 1ª e 2ª marcha, para desmontá-lo, basta pegar com as duas mãos, com o lado da 2ª marcha para cima (indicado na peça), e forçar com os polegares para baixo.

50) Com o sincronizador desmontado, verifique os “cachorrinhos”, que são as peças metálicas que fazem o encaixe dos anéis de sincronismo. Essas peças costumam quebrar devido à vibração torcional causada pelo uso de embreagem inadequada para a aplicação. Verifique também as lamelas, também chamadas de “insertos” e, como já comentamos, olhe as fitas de carbono, no caso dos anéis de 1ª, 2ª e 3ª marchas.

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51) Para montar os sincronizadores de 1ª e 2ª marcha, primeiramente passe graxa nas lamelas e posicione-as. A graxa ajuda a segurar a peça na hora da montagem.

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52) Coloque os anéis sincronizadores na ordem certa. Observe a marca de engate que já vem de fábrica. Essa marca é feita após testes do conjunto ainda em sua fase de fabricação.

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53) Posicione também os “cachorrinhos” com ajuda da graxa.

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54) Com o conjunto encaixado, instale o anel-mola nos dois furos do sincronizador sendo um em cada lado. Coloque primeiro a ponta do anel no primeiro buraco à direita, depois vire o conjunto e proceda de mesma maneira. São dois anéis-molas por sincronizador.

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Montagem do câmbio

O procedimento de montagem da caixa segue a ordem contrária da desmontagem. Porém, há alguns detalhes importantes que devem ser observados a partir daqui.

55) Todos os anéis-trava devem ser substituídos por novos. Na montagem, observe que sua fenda é trapezoidal, e a base menor deve sempre ficar voltada para cima.

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56) No contra eixo, o rolamento do contra eixo deve ser fixado com a ajuda do calço especial (ref. Eaton E001090). Não é necessário o uso da prensa: com a ferramenta, o rolamento pode ser martelado no eixo.

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57) Já no eixo principal, aplique graxa para ajudar a posicionar os roletes da engrenagem da 5ª marcha.

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Obs: Caso falte algum rolete, é necessário trocar todos eles por novos.

58) Posicione a engrenagem de 5ª marcha e sua arruela espaçadora na sequência.

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59) Assim como o rolamento no contra eixo, o rolamento traseiro do eixo principal também deve ser fixado com a ajuda do calço especial (ref. Eaton E010005). Não é necessário o uso da prensa: com a ferramenta de encosto ideal, o rolamento pode ser martelado no eixo.

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60) Para facilitar a montagem do sincronizador de 5ª marcha e da ré, posicione o eixo sobre o flange. Em seguida, pegue os anéis sincronizadores e lubrifique-os com óleo de câmbio.

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61) Encaixe o primeiro anel e depois o corpo do sincronizador de 5ª marcha e da ré. Há mais um anel-trava neste momento. Depois, ponha o segundo anel.

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62) Atenção para a chaveta na hora de posicionar a engrenagem da ré. Coloque o anel espaçador e, em seguida o anel-trava, cuja abertura deve ficar do lado oposto à da chaveta.

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63) Coloque a engrenagem de 1ª marcha e, em seguida, o conjunto sincronizador de 1ª e 2ª marchas. No posicionamento, observe o lado de montagem.

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64) Depois de posicionar as engrenagens de 2ª e 3ª marchas, lubrifique a área de contato do sincronizador da 3ª e 4ª marchas antes de encaixá-lo.

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65) Com a ajuda do calço especial correto (ref. Eaton E010012), instale o rolamento do eixo primário.

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66) Outra ferramenta especial (ref. Eaton E001065) é utilizada para assentar o retentor de óleo da capa do rolamento do eixo primário, localizado embaixo do eixo piloto.

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67) Encaixe o garfo do sincronizador de 5ª marcha e ré antes de voltar o eixo primário para a carcaça do câmbio. Isso facilita na hora da instalação dos varões.

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68) Após acomodar o eixo primário na carcaça anterior e encostar sua ponta, parta para os varões de engate. A ordem de instalação é a inversa: da direita para a esquerda.

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69) No momento de instalar o novo pino elástico do garfo de sincronismo da 5ª e da ré, é imprescindível o uso do saca-pino para evitar danos à carcaça. Qualquer amassado na região de assentamento causa vazamento de óleo e a perda da carcaça, que deverá ser trocada.

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70) Ao reposicionar o eixo da engrenagem louca da ré, seu parafuso de fixação deve receber trava química em sua rosca e aperto com o torque correto, que deve ficar entre 19 e 25,7 Nm.

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71) Antes de fechar a caixa definitivamente com o selante indicado pela fabricante, meça a folga do eixo principal para calcular qual deve ser a espessura dos calços que devem ser adicionados ou retirados. Para isso, parafuse a carcaça sem aplicar o selante, instale o flange e vire a caixa, novamente com o flange para cima. Gire várias vezes o eixo principal no sentido horário e anti-horário, assim garantindo que assente totalmente no rolamento. Apenas depois desse movimento faça a medição com o relógio comparador e a alavanca, tal qual no primeiro passo do procedimento de desmontagem. A folga deve ficar entre 0,03 e 0,08 mm.

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Obs: O mecânico deve levar em conta na medição que a tampa do eixo piloto deve ser fechada obrigatoriamente com Loctite 262 entre os calços, o que por si só adiciona 0,03 mm à folga. Logo, se a folga estiver em 0,08 mm, quando a caixa for definitivamente fechada, ficará em 1,1 mm, o que não seria o correto.

72) Aproveite o momento para fazer a medição da folga do contra eixo. Abra a tampa traseira do contra eixo e use-a como apoio para a base do relógio comparador, instalando a tampa invertida em um dos furos de fixação. Remova a tampa lateral da abertura da tomada de força e introduza uma alavanca para forçar o contra eixo para cima. A folga deve ficar entre 0,03 e 0,08 mm.

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Obs: Os calços ficam do lado do eixo piloto, ou seja, do lado oposto ao da medição. Caso seja necessário compensar a folga, feche a tampa traseira do contra eixo e gire o câmbio. Abra a tampa dianteira do contra eixo para ter acesso aos calços e fazer a correção necessária.

73) Para vedar a carcaça, aplique o selante (de alta resistência a óleo) por toda a área de assentamento. O torque dos parafusos de fixação deve ficar entre 19 e 25,7 Nm.

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Veja a tabela de torques completa:

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Item Descrição Rosca Torque N.m (lb.ft) Trava química
1 Interruptor de ré 9/16″ – 18 UNF 13,6-20,3 (10-15) Loctite 262
2 Interruptor de neutro 5/8″ – 18 UNF 13,6-20,3 (10-15) Loctite 262
3 Sensor do velocímetro 3/4″ – 16 UNF 9,5-16,3 (7-12) Loctite 262
4 Parafusos de fixação da engrenagem louca da ré M8 19-25,7 (14-19) Loctite 262
5 Parafusos da tampa traseira do contra-eixo M10 19,0-25,7 (14-19) Loctite 262

 

 

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Item Descrição Rosca Torque N.m (lb.ft) Trava química
6 Parafusos das junções das carcaças M8 19-25,7 (14-19) Loctite 262
7 Parafusos da carcaça M14 108,6-121,7 (80-90) Loctite 262
8 Parafusos da Tampa Retentora Dianteira (Eixo-Piloto) M8 9,5-16,3 (7-12) Loctite 262
9 Porca do garfo da junta universal (yoke) 1-1/4″ – 18 UNF 407-475 (300-350) Loctite 262
10 Parafusos da tampa da PTO 3/8″ – 16 UNC 19-25,7 (14-19) Loctite 262
11 Bujão de enchimento 3/4″ – 14 NPTF 13,6-20,3 (10-15) Loctite 262
12 Parafusos da tampa de inspeção da embreagem M5 1,4-6,8 (1-5) Loctite 262
13 Parafusos da tampa M8 9,5-16,3 (7-12) *1 Loctite 262
14 Bujão de dreno *3 3/4″ – 14 NPTF 13,6-20,3 (10-15) Loctite 262
*1 Tampa estampada *2 Tampa fundida *3 Não ilustrado

 

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Item Descrição Rosca Torque N.m (lb.ft) Trava química
15 Parafusos da tampa de fixação do protetor de pó *5 M5 2,0-7,0 (1,5-5) Loctite 262
16 Parafusos de fixação da alavanca interna de engate *4 3/8″ -24 UNF 34-41 (25-30) Loctite 262
17 Parafusos da Torre de Controle M10 19,0-25,7 (14-19) Loctite 262
18 Bujão da mola posicionadora da 5ª marcha (offset) *4 M16 13,6-20,3 (10-15) Loctite 518
19 Bujão de retenção da mola do êmbolo *5 M18 10,5-20,3 (8-15) Loctite 518
20 Pino roscado de fixação da alavanca de mudanças *5 M12 9,5-16,3 (7-12) Loctite 262
21 Parafusos da tampa do mecanismo posicionador de engate M8 9,5-16,3 (7-12) Loctite 262
22 Bujão das molas seletoras do eixo de engate *4 1-1/4″ – 12 UNF 34-41 (25-30) Loctite 518
*4 Torre de Controle Remoto *5 Torre de Controle Direto

 

 

Colaboração Técnica – Anchieta Câmbios: (11) 2736-3161 | Mais Informações – Eaton: 0800-170551

25 comentários em “Manutenção da caixa FSO-4405 para comerciais leves

  1. olá ,fiz a manutenção de um cambio eaton do vw 8.150 troquei o rolamento do carretel que estava quebrado e o conjunto sincronizador completo da 5e ré
    porem o defeito continua quando engata a quinta ela naõa sai .
    na bancada engata perfeito .andando engata perfeita mais nao sai
    tem alguma dica que possa me ajudar?

  2. Boa tarde revisei a caixa do 8-150 troquei os sincronisados td como manda o manual mas quando liga o caminhao e tira o pe da embreagem a caixa faz um ronco como se tivese enroscando na carcasa

  3. estou com uma caixa EATON 3360045 preciso saber as medidas da alturas dos eixos primários na carcaça e do secundário .pois acho que o problema da caixa esta no desgaste do casco.

  4. boa noite tem um cambio de 5 velocidade 8150 vw eaton foi trocado todos sincronizado e a engrenagem da 5 agora ficou raspando a 2 se vc puxar rapido ela raspa ta aparecendo carro da fiat tem que da um tempo no motor pra nao raspar e ficou fazendo barulho na 4 parece que da batendo cardan. ???

  5. Bom dia amigos!

    Estou com grande dificuldade de encontrar uma empresa que venda as ferramentas especiais da caixa de marcha da Eaton FSO 4404a. Já procurei em diversa lojas não encontrei . Poderia me dar umas dicas?
    At
    FLORIVAL

  6. o porque da folga,quando vc,tira o cardã e puxa para frente e para trás,a luva e tem uma folga de quase dois dedos…

  7. No item 17 ao fundo na engrenagem aparece duas marcas lineares, nos dentes da engrenagem, qual q serventia dessas marcações?

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