Os mecânicos eletricistas de plantão devem ficar atentos às dicas para evitar alguns erros comuns ao testar eletricidade. Segundo René Guiraldo, gerente Nacional de Vendas da Fluke do Brasil, é preciso estar atento para garantir e maximizar a segurança nas medições elétricas e assim otimizar o desempenho dentro do ambiente de trabalho.
Ele oriente que ao executar uma medição elétrica o eletricista não deve trocar o fusível original por um mais barato. Se o multímetro digital cumpre com os padrões atuais de segurança, esse dispositivo é um fusível especial de areia, projetado para estourar antes que a sobrecarga chegue às mãos do profissional. Ao trocar o fusível do Multímetro é necessário certificar-se de usar um fusível autorizado.
De acordo com a Fluke, outro erro comum no teste de eletricidade é usar um pedaço de fio ou metal para “desviar” totalmente do fusível. Isso pode parecer um bom e rápido reparo para situações em que não há um fusível extra, mas é exatamente esse fusível que pode proteger o profissional de um pico de energia.
A equipe especialista da empresa acredita que para garantir uma medição segura, também é necessária a utilização de uma ferramenta de teste adequada. É importante que o Multímetro seja apropriado para o trabalho a ser feito. O ideal é assegurar-se de que o equipamento de teste tenha a classificação correta de categoria para cada trabalho que o eletricista desempenha, mesmo que isso exija a troca de Multímetros ao longo do dia.
Utilizar um multímetro mais barato pode ocasionar um acidente, afinal, o preço é indício de que a ferramenta não tinha os recursos de segurança que afirmava ter. Desta forma, o melhor a se fazer é procurar testes de laboratórios independentes.
René recomenda que o mecânico utilizar equipamentos de segurança como óculos, luvas e a vestimenta à prova de fogo. Além disso, o circuito no qual o profissional está executando seu trabalho deve ser desenergizado sempre que possível. Caso a situação exija que o trabalho seja desempenhado em um circuito vivo, é essencial que o profissional utilize ferramentas com isolamento adequado, tire relógio e joias e permaneça sobre um tapete isolado.
Além disso, para uma medição sem riscos, o técnico não pode deixar de lado os procedimentos adequados de lockout (bloqueio)/tagout (colocação de avisos). Ele orienta que ao trabalhar com circuitos vivos, um velho truque dos eletricistas pode ajudar e muito: ficar com uma das mãos no bolso. Isso diminui a possibilidade de fechar um circuito ao longo do tórax, passando pelo coração. O ideal é pendurar ou apoiar o medidor, evitando segurá-lo nas mãos para impedir a exposição aos efeitos dos transientes.
Outra dica é ficar atento às pontas de prova do multímetro, que devem corresponder ao nível de categoria do trabalho, além de isolamento duplo, conectores de entrada reforçados, proteção para os dedos e superfície que não escorrega.
Por último, Réne orienta não utilizar ferramentas de teste antigas, afinal as ferramentas de teste atuais contêm recursos de segurança que antes eram desconhecidos e que justificam o custo da atualização do equipamento, além de serem muito mais baratos do que uma ida ao pronto-socorro.
Finalizando, ele ressalta que nenhuma ferramenta, por maior qualidade e número de certificações que tenha, faz o trabalho sozinha. Cabe ao usuário, aprender os regulamentos e padrões de segurança e usá-los com eficiência no trabalho. Afinal de contas, é a segurança dele, principalmente, que está em jogo.