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Ferramentas e equipamentos

Tão importante quanto adquirir novos aparelhos para incrementar sua oficina é mantê-los em perfeito estado de funcionamento, com mecânicos treinados para operá-los e oferecer serviços de qualidade aos clientes

Carolina Vilanova

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De nada adianta ter uma oficina toda equipada com aparelhos de última geração e com ferramentas especificas se não funcionam corretamente. De nada adianta investir pesado em tecnologia se seus funcionários não sabem operar os equipamentos adquiridos e não conseguem prestar o serviço adequado a seus clientes. Ter uma oficina equipada é importante, mas não é tudo, manter tudo em ordem e operado por gente capacitada é essencial e realmente faz a diferença.

Essa é a principal recomendação dessa matéria elaborada com o apoio do IQA (Instituto da Qualidade Automotiva), que preza pela qualidade e preservação dos equipamentos e ferramentas necessários em uma oficina, bem como sua utilização e manutenção, com objetivo de oferecer serviços de confiança nos veículos.

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“Esse tema vai ficar muito evidente, pois começou a nova fase da inspeção veicular ambiental, que nesse ano expande sua atuação para todos os veículos independentemente de seu ano de fabricação. Sendo assim, os mecânicos precisam estar atentos aos equipamentos e ferramentas necessários para efetuar medições e reparos antes do proprietário levar o seu veículo para a inspeção”, afirma José Palacio, coordenador da certificação de serviços automotivos no Instituto.

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Uma oficina que presta determinado serviço deve respeitar uma série de atitudes, organização, instalações e processos, mas um item muito importante na prestação de serviços é a qualidade das ferramentas e equipamentos necessários para essa determinada atividade. “Os equipamentos devem estar em condições de serem utilizados quanto a manutenção, calibração e aferição. Não adianta ter o equipamento e não saber usar ou não estar em boas condições de funcionamento”, comenta.

Todos os aparelhos e instrumentos precisam de verificação periódica, o que em alguns casos pode ser até diária. “Com as resoluções mais rigorosas quanto a restrições de emissões – otto e diesel – a preocupação é estar com o equipamento aferido e calibrado, com a manutenção em dia pelo fabricante”, diz. Por exemplo, no caso do opacímetro para ciclo diesel e medidor de gases para o ciclo otto, os mesmos devem ser homologados pelo Inmetro com verificação anual pelo próprio Inmetro ou através dos IPEMs.

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Na verdade, tudo começa ainda na escolha do equipamento e podemos garantir que não é apenas o preço que conta na hora da aquisição. “Tudo depende do valor agregado que aquele ou outro aparelho vai trazer para o empresário, como quando o fabricante oferece gratuitamente treinamento para utilização, assistência técnica e a manutenção exigida para o bom funcionamento. Isso varia de empresa para empresa”, garante o auditor.

Outro ponto muito importante é a utilização por um mecânico capacitado e treinado. “Não adianta ter um equipamento de última geração se não tiver o homem certo e preparado. Assim, o dono da oficina vai gastar o dinheiro, mas não terá os benefícios almejados, pois não consegue utilizar todos os recursos que o aparelho oferece. Além do fabricante, o SENAI é uma ótima opção para quem quer se capacitar”, diz.

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O auditor garante que para ter certeza de que está adquirindo um produto de qualidade, o primeiro requisito é que seja homologado pelo Inmetro e essas homologações sejam sempre atualizadas. “Além disso, observar as certificações ISO e de outros tipos pode apoiar uma escolha mais confiável”.

Identificação

Todos os equipamentos e ferramentas de uma oficina devem ser identificados e organizados para melhor aproveitamento e para efeito de rastreabilidade. “Todo item deve constar uma etiqueta ou ter uma marcação com lápis elétrico que identifique o tipo de ferramenta e o modelo. Deste modo, quando o aparelho vai para aferição ou calibração no Laboratório teremos como rastrear o equipamento com o respectivo certificado”, afirma Palacio.

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Ele orienta que a oficina tenha um relatório de equipamentos com histórico, datas e prazos de aferições. Preste atenção também em relação ao armazenamento correto da peça. Se precisar, peça ajuda do fabricante para conseguir essas dicas. “Vamos lembrar que, em uma auditoria de certificação, esses itens são exigências obrigatórias”.

A garantia para o cliente que o padrão de serviço tem qualidade e as condições do equipamento estão em ordem é conquistada através de manutenção e do treinamento do mecânico. Por isso, se os seus funcionários fizeram curso, coloque os certificados em um mural para visualização e confiabilidade dos clientes, assim como é na farmácia, quando alguém vai tomar uma injeção. “Os clientes estão cada vez mais atentos para destaques nesse sentido”, alerta.

Cada equipamento ou ferramenta tem uma vida útil, por isso, o empresário deve prestar atenção nesse quesito. Inclusive, o descarte deve ser controlado respeitando a preocupação com o meio ambiente, evitando riscos de multas. “Alguns fabricantes retiram a peça descartada como cortesia, afinal, é essencial dar a destinação ecologicamente correta para certos aparelhos que são compostos por mercúrio, componentes eletrônicos e outros produtos químicos”, diz Palacio.

Quem verifica o que

Já sabemos que os equipamentos de medição devem ser homologados pelo Inmetro (sempre que a homologação partir de obrigação do Inmetro, as verificações também devem ser por ele) ou pelo IPEMs. “O IPEMs (Instituto de Pesos e Medidas), um braço do Inmetro, estão capacitados para verificações técnicas oficiais. O empresário deve encaminhar o equipamento para o fabricante e estes encaminham para os IPEMs”, esclarece.

Instrumentos como relógios comparadores e manômetros são enviados para os laboratórios de medição credenciados pelo Inmetro ou para a RBC (Rede Brasileira de Calibração), direta ou indiretamente.

Os scanners de diagnoses necessitam verificação de funcionamento periodicamente, de acordo com o manual do fabricante, que faz a manutenção quando necessário.

Já os elevadores necessitam de manutenção constante, também conforme especificação do fabricante, na qual é checado nível de óleo, estados das correias e lubrificação das roldanas através de planilha.

O compressor de ar deve ter uma planilha com todas as especificações definida pelo fabricante e é recomendado que a água seja esgotada pelo purgador diariamente e o nível do óleo checado periodicamente, com limpeza semanal e verificação da tensão da correia. “É necessário fazer teste hidrostático do reservatório conforme determinado pela NR 13”, completa Palacio.

Ferramentas

Ferramentas universais ou especiais devem ser checadas periodicamente e substituídas quando necessário. Verifique sempre o estado das ferramentas, principalmente, das especiais. “É importante que o mecânico saiba como utilizar corretamente as ferramentas, pois mau uso pode causar desgaste prematuro ou quebra, além de danificar a peça ou componente do veículo”, diz.

Não esqueça que todas as ferramentas universais de uso exclusivo devem ser identificadas e controladas pelos operadores para evitar que desapareçam. “Quando há o desaparecimento de uma ferramenta cuja responsabilidade seja do mecânico, o mesmo poderá ter o valor descontado do salário dele. É uma maneira de fazer com que cada funcionário tenha o cuidado necessário com os materiais sob sua responsabilidade”.

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“Tratando-se de ferramentas especiais de uso coletivo, estas são de responsabilidade da empresa e devem ficar guardadas em ambiente separado com o devido controle por uma pessoa indicada para essa finalidade. Sua substituição fica a cargo da empresa, e existe um procedimento para retirada por parte de cada funcionário que deixa uma ficha com seu nome indicando que a ferramenta está em seu poder”, alerta.

Recomenda-se também que seja criado um procedimento de todas as verificações e não esperar ter problemas nas ferramentas ou nos equipamentos, afinal, além de comprometer a qualidade do trabalho, o descaso com esses cuidados pode até causar um acidente com o operador.

Tudo isso influi diretamente na qualidade dos serviços em uma oficina mecânica, e vale lembrar que o cliente está muito mais exigente hoje em dia. Por isso, lembre-se: equipamento em ordem e operador treinado são elementos importantes para destaque de sua oficina no mercado da reparação, e sua melhora em seus resultados acaba sendo apenas uma questão de tempo.

 

Confira os principais equipamentos utilizados na oficina e sua aferição:

Instrumento

Quem faz a aferição
Quando faz a aferição
Scanner de diagnoses
Analisador de gases (Otto)
Opacímetro
Regulador de farol
Alinhamento de geometria
Tacômetro
Relógio comparador
Manômetro
Micrômetro
Compressor de ar
Fabricante
Inmetro
Inmetro
Fabricante
Fabricante
Laboratório
Laboratório
Laboratório
Laboratório
Empresa
semestral (máximo)
semestral
anual
anual
anual
anual
anual
anual
anual
(ver abaixo)

 

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