Superbanner - Texaco (30/08 a 24/01/24)

Entrevista: Escolha da peça necessita de conhecimento técnico

Alfredo Bastos Junior, gerente de Marketing da MTE-Thomson, conta sobre a trajetória da empresa no Brasil e da importante relação que mantém com os mecânicos independentes

12608

O Mecânico: A MTE-Thomson é uma empresa originalmente brasileira, que se uniu numa joint-venture nos anos 70. Conte uma pouco dessa história e de como a empresa cresceu nesse período.
Alfredo Bastos: A MTE-Thomson é uma empresa nacional fundada em 1957 e, em 1975, fez uma joint-venture com a Thomson americana. No fim dos anos 80 adquiriu a parte americana tornando-se 100% nacional, ampliando sua linha de controle de temperatura e injeção eletrônica.

O Mecânico: No Brasil, a fábrica de São Bernardo do Campo/SP está capacitada para produzir quais produtos e em quais quantidades? Além disso, a empresa tem sedes no exterior. Onde ficam e para que são destinadas?
Alfredo: Temos duas unidades no exterior para suporte aos clientes, tanto na Europa como nos EUA. Aqui no Brasil temos três unidades, uma no ABC, no estado de São Paulo, e duas no interior, São Carlos e Jaguariúna. Nelas são fabricados além de termostatos e sensores de temperatura, o sonda lambda e diversos sensores da injeção eletrônica.

O Mecânico: Hoje, os produtos da marca são bem presentes no mercado de equipamentos originais, dentro das montadoras. Como é a participação da empresa no desenvolvimento de uma peça para um carro novo, é em conjunto com a montadora?
Alfredo: Normalmente, uma peça para um carro novo leva dois anos para ser desenvolvida e aprovada, além de todas certificações que as montadoras nos exigem.
O Mecânico: Essa peça é levada para o mercado de reposição com os mesmos controles de qualidade das originais?
Alfredo: Sim, esse é um mito que persiste no setor, que a peça de reposição é diferente da original. Não existe isso, pois a peça tem que funcionar bem no veículo independente de sua quilometragem. O prejuízo para a marca será igual se uma montadora ou uma oficina reclamar de um produto.

O Mecânico: Do total de produção da fábrica, quanto é destinado para o mercado de reposição? Qual a importância desse mercado para a marca?
Alfredo: A reposição é muito importante para nós, não só aqui como também no exterior. Em alguns países, temos o mesmo cuidado em ensinar o mecânico sobre os nossos produtos como aqui.

O Mecânico: Quais os produtos mais vendidos entre as oficinas no mercado de reposição?
Alfredo: A demanda de autopeças é técnica, portanto a venda é em função da frota circulante, hoje ainda 80% dela são das quatro principais montadoras. Salvo algum defeito congênito em algum veículo, um componente pode ter um consumo maior. Depende também da região, por exemplo, nas grandes cidades, no trânsito é considerado uso severo, ou seja, maior desgaste.

O Mecânico: A MTE-Thomson oferece produtos para todos os tipos de veículos, de passeio ou comerciais?
Alfredo: Sim, devido à atuação forte no exterior, nossa linha de produtos atende todas as vertentes automotivas: passeio, comerciais, diesel e de todas as nacionalidades, européias, asiáticas e americanas. Com a diversidade da frota aqui, já temos peças para os carros chineses a até para carros híbridos.

O Mecânico: Como a marca vê o mecânico independente? Do que ele precisa e que tipo de ações a marca planeja para estreitar esse relacionamento? Inclui treinamento de aplicação dos produtos?
Alfredo: Somos muito próximos do reparador há mais de 20 anos, com muitas ações de relacionamento, treinamento, apoios administrativos, gestão e até jurídico. As oficinas independentes sofrem como qualquer outra empresa de porte pequeno, que é a “Solidão Empresarial”. Hoje temos muitas oficinas com profissionais competentes, empreendedores e que fazem acontecer. E o mais importante, pode-se ter uma carreira de sucesso sendo um profissional da reparação.

O Mecânico: Em sua opinião, o mecânico influi na hora da escolha da marca?
Alfredo: Claro, sem dúvida! A demanda é técnica, então necessita de conhecimento técnico, em consequência a escolha é técnica do produto/marca.

O Mecânico: Quais os canais de comunicação que a MTE-Thomson tem com o mecânico? Isso inclui programas de treinamento, visita a oficinas etc?
Alfredo: Temos diversas frentes, como as já conhecidas palestras, visitas à fábrica e do técnico MTE, mas também as novas como as redes sociais, treinamentos online pela internet, por TV via satélite, por aplicativos para smartphone, e até mesmo um chat em nosso site, onde o pessoal do nosso SIM (Serviço de Atendimento MTE) atende, enfim todas as possibilidades eletrônicas.

O Mecânico: Existe uma rede de oficinas especializada na aplicação de produtos da MTE-Thomson? Existe projeto de ampliação? Como se tornar um autorizado ou especializado?
Alfredo: Temos um grupo chamado Oficina MTE em fase de reestruturação. Hoje, pelo site da MTE, é possível se cadastrar e conhecer o Programa Oficina do Saber, voltado exclusivamente ao mecânico.

O Mecânico: A empresa sofre com a invasão de peças piratas ou paralelas no mercado? Como orientar o cliente a fugir dessa enrascada?
Alfredo: O excesso de oferta leva à briga de preços, que é comum em qualquer mercado. No caso de autopeças, como já falei, o que vale é a condição técnica. Sem isso, o bem maior que é o veículo não vai funcionar a contento devido a um componente de má qualidade. Alguns só irão aprender errando, ou seja, colocando toda a sua reputação em jogo e em risco a vida do seu cliente.

O Mecânico: Existe no setor automobilístico uma preocupação muito grande com questões de meio ambiente e sustentabilidade. Como a MTE-Thomson enxerga e atua em relação a isso? Existe algum programa de orientação ao mecânico em relação ao descarte de suas peças?
Alfredo: Excelente pergunta! Acho que temos que discutir isto mais profundamente com as entidades do nosso setor, é fundamental toda a cadeia estar envolvida. Temos que ter uma política definida para a reparação independente. Ações isoladas são importantes para criarmos exemplos, mas não resolvem. Vamos aprofundar mais este assunto.

O Mecânico: As feiras e eventos do setor são aproveitados ao máximo pela empresa? Qual a importância e as atividades desenvolvidas nesse sentido?
Alfredo: As feiras são importantes, apesar do custo ser muito alto, pois a maioria dos mecânicos tem contato com a empresa pela peça somente. Acho que a presença deles conhecendo as pessoas, vendo a que a empresa se propõe, fica diferente. E já fizemos feiras em todo mundo, só na Alemanha desde 1998. Nossa Automec já é a segunda feira em número de visitantes no mundo, portanto é fundamental a presença.

Envie um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

css.php