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Entrevista com Ferdinando Sorrentino e Roberto Weiler da SEG Automotive

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Entrevista com Ferdinando Sorrentino, CEO Global e Roberto Weiler, CEO para as Américas da SEG Automotive

 

por Daniel Palermo & Patrícia Pugliese

A SEG Automotive possui mais de cem anos de história com presença em todos os continentes. Nessa entrevista com o CEO Global, Ferdinando Sorrentino e o CEO para as Américas, Roberto Weiler, eles falam sobre eletrificação, biocombustíveis, o posicionamento da empresa no aftermarket e os próximos passos da empresa na reposição brasileira.

Revista O Mecânico: Como a SEG Automotive tem se posicionado atualmente no mercado sul-americano?

Ferdinando Sorrentino: A SEG é uma empresa que já tem mais de 100 anos de história e no momento estamos pensando em como caminhar para a próxima etapa da nossa empresa. Se olharmos o futuro, fica claro que a nossa ambição, nossa visão e a nossa confiança é ir para a área da eletrificação, que é uma tendência nos mercados chave para automóveis como a Europa e a China. Mas, por outro lado, estamos muito empenhados em ficar perto do negócio de 12 volts para o nosso motor IC (combustão interna), que no momento ainda é 95% do nosso negócio. E queremos continuar a apoiar a nossa estratégia “last man standing” (em referência ao ditado “último homem de pé).  Em relação à América do Sul, continuaremos a investir na região para garantir que nossos clientes recebam o suporte certo para atender o mercado não somente no equipamento original, mas também para o mercado de reposição.

O Mecânico: Quais os produtos que estão sendo trabalhados pela empresa em 2023?

Ferdinando Sorrentino: Para o mercado de reposição, a primeira meta que estamos tentando atingir muito em breve é a cobertura de 80% do mercado, oferecendo aos nossos clientes uma gama completa de produtos que eles precisam. Também temos o plano de expandir ainda mais nosso portfólio de produtos. Para focar no futuro, vamos continuar não apenas trabalhando no alternador e motor de partida de partida, mas também investiremos na eletrificação. Este é um bom ponto. Acreditamos nisso, embora a eletrificação na América do Sul veio um pouco mais tarde, já estamos nos preparando com os nossos produtos. Temos produto específico desenvolvido para, por exemplo, o mercado indiano, que também pode se encaixar muito bem no mercado sul-americano. E assim que começarmos a ver o mercado adotando essas ideias, estaremos prontos para investir também na nossa produção local aqui no Brasil.

O Mecânico: Para a empresa, qual a importância do mecânico na cadeia do aftermarket automotivo?

Roberto Weiler: O mecânico pra gente tem uma importância imensa. Quando começamos a modelar o negócio de reposição dentro da SEG, nós avaliamos nossa persona que é o mecânico. Hoje nós efetuamos as vendas para o distribuidor, mas o nosso foco é o cliente final que é o mecânico. Nossa empresa vem moldando o negócio de reposição para satisfazer nosso cliente final, que é o mecânico. Acredito que essa é uma das razões do nosso crescimento exponencial no mercado de reposição, somos uma empresa que ouvimos muito nossos clientes. Fizemos pesquisas qualitativas ouvindo o mecânico para saber como começar esse negócio e fazemos isso até hoje. Alguns pontos da empresa que enxergamos que precisam ser melhorados vem do mercado. A SEG é uma empresa que ouve o mercado e nossa estratégia é continuar ouvindo para aprimorar cada vez mais a empresa.

O Mecânico: Tem sido feito algo de especial em relação a comunicação para aproximar a empresa do mecânico?

Roberto Weiler: Sim, investimos em mídias tanto para os distribuidores, quanto para os mecânicos. Para os mecânicos nós temos o programa Magnético. Dentro desse programa, oferecemos treinamentos sobre nossos produtos e nos aprofundamos na técnica para que a gente torne cada vez mais o aplicador um expert para efetuar a melhor aplicação. O que eu mais enxergo de valor é exatamente esse suporte técnico e estamos fazendo isso de uma maneira forte no mercado.

O Mecânico: Falando em eletrificação, qual o caminho deveria ser traçado no Brasil?

Ferdinando Sorrentino: Acho que a eletrificação que temos no mundo é impulsionada, no momento, nas duas principais regiões. Uma é a China e outra está na Europa. E a razão por trás disso são completamente diferentes. Na China a razão é tornar-se independente do petróleo. Na Europa, é muito mais pelas emissões e razões ambientais, ecológicas. Isso significa que para eletrificação sempre deve haver uma motivação por trás. Por quê? Para empurrar nessa direção, por exemplo, para o Brasil, não vejo razão neste momento para que esse impulso para a eletrificação seja um grande investimento no país, principalmente se olharmos para a infraestrutura necessária. Mas do outro lado, no momento, considerando o biocombustível utilizado no uso do etanol no Brasil, não há razão se observarmos pelo ponto de vista da emissão (de poluentes).

E se olharmos do ponto de vista da independência do combustível, também não é motivo por que o biocombustível é produzido basicamente no Brasil. Portanto, no momento não vejo a eletrificação no Brasil em um futuro próximo. Por outro lado, se olharmos, por exemplo, o segmento como duas rodas, três rodas, uma aplicação especial, este será um jogo completamente diferente por causa da aplicação. Por exemplo, em uma cidade como São Paulo, onde temos muito trânsito, esse tipo de aplicação pode ser uma boa saída para diminuir o trânsito. Eles não exigirão muita infraestrutura porque, na verdade, você pode carregar um desses veículos de duas rodas diretamente em sua casa. Portanto é uma aplicação especial. Sim, eles virão. E acredito que muito em breve haverá mercado também no Brasil. Eu digo por que eu tenho sim a minha ideia de que temos de esperar um pouco. Depois veremos.

Roberto Weiler: Independentemente do caminho do mercado, de fato existem muitas variáveis. A SEG, como nosso próprio nome diz, é motores de partida, alternadores e componentes de eletrificação. A empresa continua investindo nos produtos convencionais para motores de combustão, mas também estamos investindo fortemente no mercado de eletrificação. Acredito que tem mercado para todo mundo e tem regiões que serão mais eletrificadas que outras. Não podemos ignorar o fato do etanol no Brasil, então acreditamos em uma tecnologia híbrida com o etanol fazendo parte dessa tecnologia.

 

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