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Entrevista: Delphi continua firme na reposição

Amaury Oliveira

Em outubro de 2020, a BorgWarner concluiu a aquisição global da Delphi Technologies em um negócio de 3,3 bilhões de dólares. Isso não significa que a marca presente há tantos anos no mercado será descontinuada. Pelo contrário: “a marca Delphi Technologies continua atuante na reposição da mesma forma”, afirma Amaury Oliveira, que trabalha na Delphi há 27 anos e agora é diretor Executivo de Aftermarket América do Sul para Sistemas de Injeção, Ignição, Filtros, Climatização e Arrefecimento da BorgWarner.

Em entrevista exclusiva, Amaury comenta ainda o momento do pós-venda nacional sob os efeitos da Covid-19 (“tenho percebido mais uma vez a resiliência do mercado de reposição”) e como a Delphi se adaptou à atual crise sanitária para continuar atendendo seus clientes.

REVISTA O MECÂNICO: Conte-nos um pouco de sua trajetória no setor automotivo e dentro da Delphi.

AMAURY OLIVEIRA: Tenho quase 30 anos de experiência na indústria automotiva, com foco no mercado de reposição de peças no Brasil e América do Sul. Estou há 27 anos na Delphi Technologies e passei por diversas áreas. Entre elas, Engenharia, Desenvolvimento de Produtos, Manufatura, Qualidade e Marketing. De tudo o que eu conquistei até hoje, a participação na criação do Aftermarket na Delphi e o turnaround do Aftermarket de resultado negativo para mais de dois dígitos são as realizações que mais me trazem orgulho.

O MECÂNICO: Hoje, como está estruturada a operação da Delphi Technologies no Brasil? Como fica a operação brasileira da Delphi após a empresa ser comprada em âmbito global pela BorgWarner e quais reflexos o mecânico verá no aftermarket daqui para frente?

AMAURY: Após a aquisição da empresa pelo grupo BorgWarner, a marca Delphi Technologies continua atuante no mercado de reposição da mesma forma. A sede segue em Piracicaba/SP e continuamos o atendimento em todo o Brasil e América do Sul por meio de nossos distribuidores. Em termos de estrutura, fazer parte de um grupo tão consolidado como a BorgWarner nos permitiu ficar ainda mais fortes e aprimorar o conhecimento e desenvolvimento de produtos no Brasil. Em relação à marca Delphi, o mecânico pode esperar ainda mais agilidade, opções de soluções e lançamentos no mercado de reposição com a mesma qualidade e imagem de sempre.

O MECÂNICO: A Delphi Technologies completa neste mês de maio 30 anos instalada em Piracicaba. O que significa esse marco para empresa?

AMAURY: Para nós, é um marco muito importante e de muito orgulho. Desde seu início, a planta de Piracicaba foi adquirindo muito conhecimento e versatilidade. Muitas linhas de produtos que marcaram nossa história passaram por aqui e, hoje, Piracicaba é o maior site que temos no Brasil e um dos maiores do mundo em questão de área, capacidade produtiva e linhas de produto.

O MECÂNICO: Infelizmente, a pandemia da Covid-19 está afetando nossas vidas há mais de um ano. Na sua visão, como o mercado de reposição está se comportando em meio a essa extensa crise?

AMAURY: Durante este extenso período de pandemia observamos uma variação de comportamento do setor. No início de 2020, as incertezas trouxeram drásticas reduções de volume e, consequentemente, redução nos quilômetros rodados pela população. Já na metade de 2020, o Aftermarket atingiu números recordes de venda e faturamento, fazendo com que o ano da empresa fosse não só atingido como superado. Agora, em 2021, tenho percebido mais uma vez a resiliência do mercado de reposição e a grande adaptabilidade em relação às constantes crises. É claro que, a esta altura, todos nós já esperávamos uma retomada da normalidade e o fim da pandemia. Entretanto, como seguimos ainda sem muitas perspectivas, acredito que será novamente um ano difícil e cheio de incertezas, mas que, juntos, conseguiremos nos reerguer e preservar pequenas empresas.

 

Em relação à marca Delphi (após a compra pela BorgWarner), o mecânico pode esperar ainda mais agilidade, opções de soluções e lançamentos no mercado de reposição com a mesma qualidade e imagem de sempre

 

O MECÂNICO: E como a pandemia afetou a Delphi Technologies, no que diz respeito ao aftermarket?

AMAURY: A Delphi foi mais uma empresa que precisou se adaptar ao novo modelo de negócio imposto pela pandemia. Nós tivemos que aplicar diversas ações internas para manter o abastecimento do mercado e, principalmente, manter nossos funcionários seguros neste período. Aceleramos também todo o processo de digitalização da marca, disponibilizando materiais e interações com o público mesmo à distância, reinventando os modelos de visitas aos clientes para o formato digital e trabalhando muito em conjunto com fornecedores e clientes para manter o negócio operando o mais próximo possível da normalidade.

O MECÂNICO: Sobre o portfólio da marca: hoje é possível falar em um componente ou uma linha que seja o carro-chefe da Delphi no mercado de autopeças?

AMAURY: Com certeza. A linha de gerenciamento de motores. Há anos a Delphi vem se especializando em complementar o portfólio de soluções no que chamamos de “propulsão” do veículo, e hoje ocupa uma posição de referência em ignição e injetores. A linha de injetores, inclusive, foi um dos principais lançamentos deste ano para o mercado de reposição. Trouxemos todo o conhecimento e tecnologia OE dos injetores aquecidos agora também para o mecânico independente.

O MECÂNICO: Na sua opinião, o mecânico é formador de opinião responsável pela peça que é vendida no balcão da loja? Qual é a importância desse profissional para a estratégia da Delphi?

AMAURY: Sem dúvida. Por este motivo, a Delphi direciona todos os materiais e produtos desenvolvidos com foco no mecânico. Nosso objetivo sempre foi estreitar esta parceria e ajudar no dia a dia da oficina com soluções que facilitem o reparo e que permitam maior agilidade de diagnóstico.

 

Por Fernando Lalli

Comentário em “Entrevista: Delphi continua firme na reposição

  1. A Delfi diminuiu muito os lançamentos de novos produtos de 2 anos pra cá antes produtos novos era muito mais frequente. Hoje sou obrigado a trabalhar com Bosh porquê a linha de produtos da Delfi deixa muito a desejar tenho amigos que trabalha com os compressores e a qualidade caiu muito faz 3 anos que só dá problema provavelmente por isso que foi comprada pela Borg Warnner

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