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Energia não pode acabar

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Baterias adequadas para cada tipo de veículo e o tanto de acessórios eletrônicos que disponibiliza. Esse é o principal fator de longevidade do produto, além de manter outros sistemas em ordem

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Ficar parado por falta de bateria ou pane elétrica no meio de uma estrada não é sonho de consumo de nenhum dos seus clientes. Aliás, nem na estrada, nem na rua e muito menos num estacionamento de shopping. Aí, o fulano, que acha que sabe tudo diz: é preciso fazer uma chupeta. Funciona? Sim, sem dúvidas, mas esse é o ideal? Nem de longe. O ideal é deixar o seu cliente tranquilo de que ele nunca vai ficar sem bateria, contanto que faça as manutenções necessárias no sistema.

E os cuidados devem ser especiais nessa hora, inclusive na simples troca de uma bateria, afinal, os milhares de assessórios eletrônicos de conforto e entretenimento dependem diretamente da capacidade da bateria, e qualquer coisa menor que o necessário pode ser fatal para o sistema elétrico do veículo.

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Bateria Moura

Especialistas no assunto, os técnicos das Baterias Moura explicam que a função principal da bateria é fornecer alta corrente elétrica por um curto período de tempo, necessário para que o motor de partida possa girar o motor de combustão do veículo e dar início ao seu funcionamento. Adelmo Leite, coordenador de assistência técnica das Baterias Heliar, continua: “porém, existem outras funções secundárias, como, fornecer energias para o funcionamento dos componentes elétricos do veículo, quando a demanda elétrica é superior a capacidade de geração do alternador”.

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Bateria Heliar

A engenharia da General Motors do Brasil, responsável pelas baterias ACDelco, explica ainda que uma bateria é um acumulador, que transforma energia química em energia elétrica e vice-versa, normalmente por meio de uma reação de oxirredução. De acordo com eles, o polo negativo é denominado anodo, no qual ocorre a oxidação, enquanto o positivo é o catodo, em que ocorre a redução. Os elétrons correm do anodo para o catodo, gerando energia elétrica. Uma bateria automotiva de 12V é formada por 6 elementos constituídos por placas positivas, negativas, separadores e eletrólito.

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Bateria ACDelco

Existem vários tipos de baterias, e o mecânico deve saber disso na hora da aplicação. As mais comuns utilizadas no setor automotivo são as baterias Chumbo/Ácido, que podem utilizar as tecnologias SLI (Strating, Lightning, Ignition – partida, iluminação e ignição), EFB (Enhanced Flooded Battery – Chumbo-ácido de alta performance), ou AGM (Absorbent Glass Mat – Separadores absorventes de manta de vidro). Todas funcionam com base em reações químicas, envolvendo ácido sulfúrico e chumbo.

“A diferença entre esses modelos está na construção e no desempenho elétrico de cada uma. Ou seja, as baterias SLI e EFB possuem internamente as placas de chumbo e separador de polietileno mergulhados em uma solução de ácido sulfúrico e água (eletrólito), sendo que a durabilidade em ciclos da bateria EFB é superior a SLI”, diz o técnico da Heliar.

“Já a tecnologia AGM não possui eletrólito livre. Estas baterias possuem placas de chumbo separadas por uma manta de lã de vidro saturada por eletrólito, também possui uma válvula reguladora de pressão que proporciona a recombinação interna dos gases. Esta tecnologia permite uma recarga mais rápida e uma alta durabilidade em ciclos, ideal para os novos veículos que possuem uma demanda elétrica muito elevada”, completa.

“A Moura complementa dizendo que baterias como a EFB e a AGM são projetadas para apresentar maior performance em relação ao ciclo convencional de baterias de partida. “Esta linha de baterias atua junto ao sistema, reduzindo o consumo de combustível e emissões de poluentes”, diz Antonio Junior, gerente de produto da Moura.

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Bateria Bosch

Prevenir para não remediar

A vida útil da bateria depende da manutenção da tensão de carga do alternador do veículo, que deve trabalhar entre 13,5 a 14,4 Volts. Adelmo sugere ainda que se verifique se a bateria está presa no suporte do veículo, pois não pode trabalhar solta e se existe fuga de corrente no veículo. “Alerte seu cliente para não deixar o veículo parado por períodos longos com a bateria conectada. Limpe constantemente os pólos (pode usar para limpeza uma solução de água e bicarbonato de sódio) e mantenha a bateria sempre carregada acima de 12,5 volts”, avalia.

O gerente da Moura comenta que a bateria não encerra a vida útil de repente, normalmente vai dando sinais e cabe ao motorista interpretá-los e se preparar para o momento da troca. “Alguns sintomas são a partida se tornando mais fraca ou os faróis mais fracos, por exemplo. Para testá-la, o ideal é dar uma alta descarga na bateria e avaliar a tensão em seus terminais. Se a tensão cair demais, é sinal de que ela está descarregada ou está no fim da vida útil”, orienta.

Uma bateria selada não requer manutenção, pois a água da bateria dura por toda a vida útil, em média quatro anos, sem a necessidade de recarga. A engenharia da GM explica que nessas baterias, o processo químico para produzir eletricidade consome uma quantidade insignificante de água. O problema é que, em alguns casos de sobrecarga, a água desaparece da bateria e acaba sendo inutilizada. Não há como recarregar ou verificar o nível da água. Por outro lado, ele esclarece que a bateria não selada sim, requer manutenção. O nível da água deve ser verificado pelo menos uma vez por ano. Se estiver sempre completo, a bateria pode durar tanto quanto uma bateria selada bem cuidada. Nestas baterias o processo químico para produzir eletricidade consome água e por este motivo deve ser verificado e completado. A desvantagem fica por conta de ser mais uma coisa a ser verificada na hora da manutenção.

Uma bateria funcionando perfeitamente depende de alguns fatores como a qualidade do produto, a manutenção que é feita no veículo e as condições de instalação elétrica do carro. “Portanto não temos um tempo exato de vida útil da bateria, mas se falhar, o veículo não irá dar partida, pois perderá a capacidade de movimentar o motor de partida”, diz Antonio Junior.

Adelmo complementa que em pouco tempo, após os primeiros sintomas, o veículo além de ficar sem partida, vai podendo perder a programação do rádio, vidros entre outros. Nesse caso, na maioria dos veículos não ocorre maiores danos. “O maior problema pode vir devido ao sistema comumente utilizado para fazer o veículo partir (tranco ou transferência de carga), que pode causar avarias no motor ou, em caso de ligação invertida dos cabos de transferência, provocar um curto circuito danificando o sistema elétrico do veículo”, alerta ele.

 

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Aplicando a bateria correta

A primeira dica unanime dos fabricantes é aplicar o produto de acordo com a especificação da montadora do veículo. Antonio observa que é essencial certificar-se em especial a posição dos terminais positivo ( ) e negativo(-), além de fazer a fixação correta, que garante o aumento da vida útil do produto. “Ao instalar a bateria, é importante testar se o alternador/regulador de tensão e motor de partida estão em ordem e se não há fuga de corrente. É recomendável fazer um check up elétrico no veículo a cada 6 meses, mantendo o regulador de tensão entre 13,8V e 14,8V, pois com tensão abaixo de 13,8V a bateria não estará sendo carregada e acima ela sofrerá sobrecarga”, completa.

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Com o multímetro é possível fazer testes importantes como de tensão da bateria

Adelmo explica que, em caso de aplicação incorreta, a vida útil da bateria será reduzida e o cliente pode perder o direito à garantia. Além de tudo, pode causar falha precoce do produto. O engenheiro da Moura explica que, normalmente, o resultado é um baixo nível de carga acompanhado de defeitos como sobrecarga, sulfatação das placas da bateria ou descarga profunda. “Além disso, o carro pode apresentar falhas de funcionamento, por exemplo, se o motorista liga muitos equipamentos elétricos e o alternador não suporta a carga extra, ou seja, não será possível a recarga da bateria por parte do alternador. Se isso se estender, não haverá energia para movimentar o motor de partida e ligar o veículo”, finaliza.

De acordo com a GM, alguns ajustes e/ou personalizações salvos em módulos eletrônicos se perdem quando a bateria tem problemas, como os veículos com Stop/Start que utilizam muito a bateria e o sistema deixa de atuar quando não está em boas condições.

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Também podemos efetuar o teste de fuga de corrente do componente

Diagnóstico elétrico

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Para realizar um diagnostico assertivo em uma bateria, ela deve ser totalmente carregada, permanecer em repouso no mínimo 24 horas e posteriormente aplicar uma descarga com o valor igual à metade do CCA por um período de 15 segundos. “No final do teste, a tensão da bateria deve estar acima de 9,6 Volts e, em casos de valores abaixo, a bateria deve ser substituída. Para isso é necessário o uso de equipamento específico”, diz o técnico da Heliar.

Ele continua dizendo que a bateria pode e deve ser recarregada todas as vezes que for necessário. “A recarga pode ser realizada aplicando na bateria uma corrente igual a 10% da capacidade do produto. Atualmente existe no mercado equipamento automático de recarga de baterias, que faz todo o procedimento de maneira segura”, recomenda.

“Para uma boa recarga com carregadores inteligentes, é necessário carregar a bateria com tensão constante de 14,8V e com limitação de corrente, sendo 20A para baterias até 100Ah e 40 A para baterias acima de 100Ah, para carregadores de corrente constante. O ideal é manter em corrente correspondente a 10% da capacidade nominal por um período de 5 a 10 horas, a depender do estado inicial de carga”, completa o gerente da Moura.

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Todo sistema elétrico do carro deve ser testado para certificar o fornecimento de energia

Fugindo da pirataria

Como em outros componentes automotivos, o mecânico deve ficar atento para evitar comprar peças falsificadas ou piratas. “Podemos encontrar no mercado baterias que já foram utilizadas e que passam por um processo de limpeza e são revendidas, por isso, recomendamos verificar sempre se o certificado de garantia é original de fábrica”, avisa Adelmo.

Antonio diz que a pirataria de baterias hoje não está tão forte quanto anos atrás, justamente por conta da certificação compulsória do Inmetro, já que precisam atender requisitos mínimos para serem comercializadas. “Fabricantes que não atendam esses requisitos não podem comercializar o produto e muito menos peças recondicionadas atenderiam, além disso, cada fabricante possui seu código de registro no Inmetro e este segue em cada produto, dificultando a pirataria”.

“Desde julho de 2013 é proibido fabricar e importar baterias no Brasil sem a certificação do Inmetro. A partir de dezembro de 2013, os fabricantes e importadores estão proibidos de fornecer baterias sem certificação à rede de distribuição e comércio. Na venda para o consumidor final, isso passa a valer a partir de 18 de junho de 2014”, explica Adelmo.

“Essa obrigatoriedade foi determinada pela Portaria Inmetro Nº 299, de 14 de junho de 2012, e vale tanto para o mercado de reposição quanto para as montadoras. A principal vantagem da certificação para o consumidor é a melhoria contínua da qualidade com o fim da informalidade deste mercado”, finaliza o gerente da Moura.

“Para o mecânico e para o consumidor final, o selo assegura que as amostras do produto certificado foram aprovadas pelos os órgãos credenciados pelo Inmetro. Vale ressaltar que o selo não garante a qualidade, durabilidade e que os componentes internos do produto são de boa qualidade”, completa Adelmo.

Comentário em “Energia não pode acabar

  1. Bacana o assunto .sabia sobre estes assuntos pois trabalho com venda e instalação de baterias . Estava procurando saber a real diferença entre efb e agm. Pois achei que estava explicando aos meus clientes errado .mais consegui tirar a dúvida neste tópico . Estava correto. Valew parabéns obrigado

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