Por Fernando Landulfo
Poucas são as vezes em que se chega a um consenso em relação ao consumo de um determinado modelo de veículo. E não é para menos. A quantidade de variáveis envolvidas neste importante parâmetro de desempenho é muito grande, podendo gerar muitos resultados diferentes. Mas é possível chegar a um acordo? Acredito ser muito difícil chegar a um denominador comum. No entanto, é possível separar alguns mitos e verdades a respeito do consumo de combustível.
Em primeiro lugar, é preciso separar o consumo do motor do consumo do veículo.
O consumo do motor é obtido estando o propulsor fora do veículo, instalado em um dinamômetro e testado sob condições controladas de laboratório. O teste é feito seguindo-se ciclos padronizados de teste. Não leva em consideração as características do veículo onde é instalado. Este dado raramente é divulgado fora do circulo dos fabricantes. Geralmente interessa apenas a fabricantes de veículos, carroçarias, embarcações etc. Não deve ser utilizado como parâmetro de avaliação de um veículo.
Já o consumo do veículo leva em consideração não só o propulsor que o equipa, mas também as suas características construtivas: peso, aerodinâmica etc.
Pode ser obtido em laboratório (veículo testado no dinamômetro de rolos), por meio de ciclos padronizados, ou em testes de pista, que também podem obedecer a normas e ciclos padronizados, ou criados especialmente. A questão é saber exatamente qual o critério que foi utilizado para avaliar. Caso contrário, corre-se o risco de se comparar coisas completamente diferentes. Um exemplo que pode ser utilizado é o novo programa de etiquetagem veicular adotado pelo Inmetro, onde os veículos são testados em laboratório, simulando condições reais de rodagem.
Seja de uma forma ou de outra, estes resultados devem ser utilizados com bastante cuidado, pois também foram obtidos sob condições controladas. Muito diferente da rotina do dia a dia à qual um veículo é submetido durante a sua vida útil.
Várias variáveis
Como já dito anteriormente, o consumo de um veículo é função de uma série de fatores, que incluem desde as suas características construtivas (pelo centro de gravidade, coeficiente de penetração aerodinâmica etc), qualidade do combustível que utiliza, forma de utilização (carregamento, trajeto e forma de dirigir) e seu estado de manutenção. Ou seja, numa condição real de utilização, o consumo obtido por um usuário pode, no máximo, se aproximar daquele fornecido pelo fabricante, desde que o veículo seja utilizado em condições semelhantes.
Divergências entre 10 e 20% não devem ser encaradas como problema. Pode ser uma simples questão de diferença de critério de avaliação. No entanto, quando essas diferenças ultrapassam a casa dos 50%, uma avaliação mais criteriosa deve ser efetuada.
Em primeiro lugar, é preciso comparar as condições de utilização do veículo. São similares as utilizadas nos testes? Existe sobrecarga? O trajeto utilizado regularmente não inclui transito muito pesado ou subidas íngremes? Tudo isso pode influenciar tremendamente no resultado. Via de regra, os testes oficiais não consideram uma grande parcela do trajeto sob condições extremas, mas sim uma média de varias condições.
Em segundo lugar, vem o modo de dirigir. Os testes geralmente são realizados por pilotos profissionais que evitam a condução esportiva, e tentam aproveitar ao máximo a energia fornecida pelo motor.
Em terceiro lugar, o combustível. Na pista de testes, pode ter certeza: utiliza-se o de primeira qualidade. Mas, e aquele comprado nas bombas? Na dúvida, é melhor verificar. Existem testes simples que podem detectar a diluição da gasolina por excesso de álcool anidro ou o excesso de água no álcool hidratado. As diferenças no consumo podem ser grandes.
Em quarto lugar, vem a manutenção. Sim, as condições em que o veículo é mantido podem influenciar diretamente no consumo. Desde uma simples calibragem dos pneus, passando pelo estado do filtro de ar, velas e cabos, até problemas mais graves envolvendo o sistema de alimentação (sensores e atuadores) e o estado mecânico do motor (compressão, entradas falsas de ar). A soma de pequenas alterações pode gerar uma grande variação do consumo.
Verificação minuciosa
Amigo mecânico, se um cliente chegar à sua oficina reclamando que o carro está “gastão”, tenha em mente que a análise de um possível excesso de consumo deve ser muito criteriosa, utilizando sempre o método da eliminação. Comece pelo mais simples, como o carregamento e o trajeto. Tente reavaliar o veículo, utilizando trajetos mais planos e um misto de transito pesado e estrada livre (50% de cada). Em seguida, a forma de dirigir. O consumo deve ser medido com o motor em sua temperatura normal de funcionamento. Evite acelerações bruscas, arrancadas e retomadas com o acelerador no fundo. É assim que os pilotos testam os veículos. Estique as marchas apenas o necessário. Se o veículo tiver um conta-giros no painel, utilize-o: troque as marchas na rotação de torque máximo do motor (no manual do proprietário existe esta informação). Pode ser que você tenha que dar umas aulas de direção econômica ao seu cliente ao invés de consertar o carro dele.
Eliminadas as possibilidades de carregamento, trajeto e condução, é hora de avaliar o combustível. Faça novamente o teste: com gasolina ou etanol de qualidade comprovada, pode trazer grandes surpresas.
Por fim, é hora de examinar as condições do veículo. Seja minucioso, não deixe escapar nenhum detalhe. Mas, assim como nos itens anteriores, comece pelo mais simples: a calibragem dos pneus. Passe depois para o mais complicado, mas de forma progressiva. O motor tem alta quilometragem? Bem, é hora de medir a compressão. Velas, cabos, filtros, vazamentos de combustível (internos e externos), sempre aumentam o consumo. Deixe o mais complicado por ultimo. Pode ser que no meio do caminho você já tenha resolvido o problema.
Ah! Adote a metodologia do tanque cheio: encha o tanque; rode uma determinada quantidade de quilômetros e reencha o tanque. Divida a quantidade de quilômetros rodados pelo volume admitido. Assim, terá um resultado mais próximo do real.
Olá, infelizmente não conseguimos fazer o diagnóstico a distância. Recomendamos que você procure um mecânico especializado para avaliar o veículo.
Atenciosamente,
Revista O Mecânico.
troquei as velas do meu corolla xei 1.8 wvti 8v automatico 07/08. alguem pra dar uma dica oque pode ser……..
obrigado ?
att.amauri
Olá.
Tenho um Celta LT 11/12, a cerca de 4 meses notei que o consumo do meu veiculo subiu muito, e como converso muito com mecânicos em geral, fiz a eliminação de alguns itens de consumo elevado, como carga, trajeto, etc.
recentemente fiz uma limpeza de bicos no carro (que a muito rodava no álcool, que gastava menos), abasteci (com álcool, para verificação da media anterior a limpeza) e rodei bem poucos km/lt, resolvi fazer a média e testar com gasolina, continuou gastando mais que o normal, indicaram resetar a central da injeção (mesmo preocupado assim o fiz), pois poderia ela não estar identificando o combustível corretamente, aparentemente não mudou nada, li vários artigos para verificar se havia mais algo a fazer, então encontrei algo dizendo que a troca do escapamento poderia influenciar (depois me diga se sim por favor, pois troquei mas por um especifico para o celta), pressão da bomba de combustível e etc.
Como não obtive exito em nenhuma das recomendações dos mecânicos conhecidos estou aguardando melhor condição financeira para levar o carro na concessionaria, pois os combustíveis em grande parte do pais são de baixa qualidade.
Tenho um celta 1.0 2006/2007 completei o tanque pegou 46 litros fez 850 km.fiquei impressionado tanta economia
Boa tarde Raylan, conseguiu resolver o seu problema? Eu comprei um Celta LT 13/14 com 42 mil rodados faz três semanas, está fazendo 6km/L na cidade com etanol. Já troquei filtros, óleo, velas, correia e tensor. Vou abastecer hoje com gasolinal e verificar o consumo, o que eu acredito que não mudará muito. Certamente há um problema no carro. Pode ser inumeros fatores como você relatou, pode ser, também, o regulador de pressão de combustível ou valvula Canister selenóide. O probema é saie trocando peças que não estejam com defeito, e realizar gastos desnecessários!
Narciso, veja neste artigo do nosso consultor técnico tudo aquilo que pode influenciar o consumo de combustível de um veículo sem necessariamente ser um problema mecânico: https://omecanico.com.br/consumo-este-assunto-sempre-da-pano-para-manga/
Um abraço.
TENHO UM CELTA SPIRIT 2010 COMPLETO E ESTOU DECEPCIONADO COM O CONSUMO. FAZ APENAS 9.5 NA GASOLINA NA CIDADE 8.7 NO ÁLCOOL. ISSO É ASSIM MESMO OU TEM ALGO ERRADO? ME AJUDEM SE POSSÍVEL!
Olá,
Tenho um Celta 2011/12 Ltz
e meu consumo está em 8km/L de Gasolina,
Minha conduçao é tranquila, troco as marchas até 3.000 rpm e nao ‘esmirilho’ meu veiculo,
Troquei recentemente a menos de 5 mil kms
Sonda Lambda,
Valv. Termostatica,
Correa Dentada e Rolamentos,
Pneus ( Alinhamento e Bal.)
Filtros ( Todos )
Mangueira do Respiro do Tanque,
Limpeza de Bicos Injetores,
Oleo de Cambio,
Fluido de arrefecimento,
Fluido da DH.p
Mas Mesmo assim o consumo continua Elevado,
Ele fazia em mesia 12 km na Gas. e de uns tempos pra cá esse “Consumo” aumentou muito, mesmo eu mantendo as manutencoes preventivas ok.
o que mais tenho de verificar?
o que mais posso fazer?
Muito boa as dicas obrigado
acho que celta econômico é o aquele conhecido como pé de boi, basicão, já o completo, sua média fica longe das narrativas de economia de 17,0 -19,0 km/L e etc.
Tenho um spacefox 2008 sempre quando vou abastecer aparece a luz da reserva só cabe 30 litros, no manual informa que o tanque é 50 litros. Será que está com problema? Fico com medo de ficar na rua quando a luz da reserva acende.
Consumo depende de diversos fatores: manutenção (motor, suspensão, pneus), qualidade do combustível, trajeto, carga, forma de dirigir… Difícil dizer sem mais informações. Um abraço.
Tenho um celta 2011/2012 nao faz mais do que 350 km tanto alcool tanto na gasolina ja troquei cabos e velas e nada o que posso ta fazendo pra melhorar e diminuir o consumo de combustivel?