Compromisso com o mecânico

Antônio Carlos Bento de Souza, diretor geral da Sabó e conselheiro do Sindipeças e Sindirepa-SP, acredita que a qualidade dos produtos, uma rede de distribuição fiel e o compromisso com o mecânico são essenciais para a saúde da cadeia automotiva. E que levar treinamento, facilidades e informações ao aplicador é uma iniciativa de primeira necessidade

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Revista O Mecânico: Nesse ano a Sabó completa 64 anos de fundação, como é a estrutura da empresa hoje?
Antonio Carlos Bento de Souza: A Sabó é hoje uma transnacional, com atuação global e fábricas no Brasil (São Paulo e Mogi Mirim), Argentina, Alemanha, Áustria e Hungria. Temos ainda escritórios técnico-comercais na Inglaterra, Itália, Austrália e nos EUA, onde iniciamos neste ano a construção de mais uma planta. São 4.400 funcionários no mundo e um portfólio de mais de 3.000 produtos, focados em vedação e condução, fornecidos para as maiores montadoras do Brasil e do mundo, além dos mercados de reposição e de exportação.

O Mecânico: Qual a participação da Sabó no mercado de reposição?
Bento: Graças à alguns fatores como penetração nas montadoras, qualidade dos produtos testados de fábrica, pacote completo de serviços e uma marca com índices de preferência dos aplicadores superiores a 94% em retentores e 75% em juntas, temos uma posição bastante privilegiada na reposição. É importante destacar a força da nossa rede de distribuição, que garante a cobertura nacional de mais de 95% do território.

O Mecânico: O conceito de oferecer soluções se tornou muito utilizado pelos fabricantes de autopeças, como a Sabó entende isso?
Bento: Como fornecedor original, nosso desafio é sempre oferecer soluções inovadoras e completas aos clientes. Soluções que vão desde materiais, processos de fabricação, testes de validação, gestão, até o pós-venda e a garantia. Trabalhamos com as montadoras quando os veículos nascem, focando sempre a qualidade e da mesma maneira na reposição.

O Mecânico: Em relação a toda a cadeia de autopeças, qual a visão da marca?
Bento: Na cadeia automotiva, a capacidade de distribuição faz toda a diferença, por isso a Sabó trabalha com parceiros fiéis, proporcionando confiabilidade na entrega, logística e cobertura nacional Além disso, uma boa cadeia evita a pirataria de peças. O nosso propósito é gerar prosperidade e integração de toda a cadeia.

O Mecânico: Como é a relação da Sabó com o mercado de reparação?
Bento: Conquistamos muito respeito dos profissionais pois temos compromisso com qualidade, garantia, tecnologia e ações efetivas para gerar evolução e qualificação dos profissionais. Nosso pacote de serviços garante cotidiano com o mercado e temos uma excelente abertura para ouvir e entender as demandas dos profissionais; e devolver, em forma de projetos que atendam mesmo suas necessidades. Somo referência em relacionamento com o mercado, mas sempre com o propósito de construir uma relação de valor com o mercado, que garanta benefícios mútuos e não uma relação de conveniência.

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O Mecânico: Qual o principal compromisso da Sabó com o aplicador?
Bento: É gerar prosperidade para o seu negócio, evolução pessoal e profissional com a oferta de informações técnicas, qualificação gerencial e motivacional. Além disso, ampliar o portfólio e construir uma relação de valor sempre ao lado do aplicador, para criar um laço com a empresa. É importante dispor de uma rede de distribuição forte, que permita crédito, logística, rapidez, assistência técnica e garantia aos nossos clientes. Essa é a principal relação custo/benefício que nós oferecemos ao reparador.

O Mecânico: Em relação a treinamentos para o mecânico, o que oferecem hoje?
Bento: Acreditamos que é uma obrigação do fabricante oferecer subsídios para seus clientes sobre seus produtos, ou seja, disponibilizar treinamento técnico e de gestão, por isso, oferecemos os seguintes projetos vinculados à qualificação: TOC (Treinamento e Orientação ao Cliente); treinamento motivacional Qualifica, que prioriza a educação continuada; e o Giro na fábrica, que traz os mecânicos para conhecer nossas instalações. Temos ainda um forte foco em relacionamento, com destaque para o Caderninho Sabó e o RIA (Rede Interativa Automotiva).

O Mecânico: A Sabó beneficia os aplicadores que utilizam seus produtos, como funciona esse programa?
Bento: Dentro do Caderninho Sabó desenvolvemos o TOP CARD, destinado aos profissionais que participam efetivamente das ações da empresa com sugestões, dicas e críticas, e nos ajudam a conhecer e entender o mercado. Eles recebem um cartão de benefícios, que tem parceria com 14 empresas na oferta de descontos para compra de equipamentos, softwares, cursos, ferramentas e até mesmo assistência odontológica. Alguns destes beneficios são estendidos às famílias.

O Mecânico: O reparador influi na escolha de uma peça, então, ele tem que tomar cuidado com as paralelas…
Bento: Hoje existe muita competitividade desleal com a venda de peças piratas e fora da especificação. Esta escolha é primeiramente um risco em termos técnicos e legais. Outra questão é que a análise de custo/benefício é um pouco desviada, pois uma empresa ética, que cumpre suas obrigações legais , socialmente responsável e com compromisso com o meio ambiente, que investe maciçamente em tecnologia e serviços, garante e dá assistência efetiva aos seus clientes, têm os preços de seus produtos comparados com produtos de procedência duvidosa e que obviamente são mais baratos. Mas o reparador deve se conscientizar de que a sua eventual escolha por um produto pirata gera consequências graves, que vão desde o risco de uma falha técnica com impactos na segurança e até riscos ao seu cliente, e desgastes prematuros que comprometem diversos sistemas do veículo. Sem mencionar as conseqüências legais ou a perda de empregos no segmento automotivo.

O Mecânico: Como tem sido o trabalho contra pirataria?
Bento: Isso deve deve ser mais forte por parte dos fabricantes, principalmente, na difusão de informações para alertar o mecânico dos perigos que as peças piratas trazem. Mas a mudança de atitude e a conscientização por parte dos profissionais que eventualmente escolham este caminho é urgente.

O Mecânico: Quais são os componentes que mais sofrem pirataria? E como identificar uma dessas peças?
Bento: Os produtos mais pirateados são lâmpadas, catalisadores, rolamentos, terminais de direção e componentes da suspensão. É difícil reconhecer uma peça pirata hoje em dia, pois eles fazem a cópia idêntica dos produtos, que são vendidos inclusive em lojas de autopeças. Nossa dica para evitar prejuízos é ficar atento na procedência da mercadoria, se tem nota fiscal, se a embalagem está em ordem, sem sujeira ou excesso de graxa, etc. Além disso, se a peça está muito abaixo do preço significa que tem alguma coisa errada, afinal as peças originais custam o preço justo, e muitas vezes as paralelas chegam a 30% do valor de uma original. Evitar a compra e denunciar são as melhores armas contra esse crime.

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