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A evolução do Econo.Flex

Conheça as alterações que a evolução do motor 1.4 Econo.Flex, lançado no Chevrolet Prisma, sofreu para ser utilizado também nos modelos Corsa e Montana

Carolina Vilanova

 

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Quando o Chevrolet Prisma foi lançado, em 2006, um dos seus principais atributos e argumentos de vendas foi o novíssimo motor 1.4 litro Econo.Flex, um engenho bicombustível desenvolvido pela engenharia da General Motors do Brasil com uma grande responsabilidade: elevar o automóvel, derivado de um carro de entrada (o Celta) à condição de “carro não-popular”. Em seguida, a marca apresentou os veículos Corsa e Montana 1.4, ambos equipados com uma versão evoluída do mesmo engenho.

 

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Versão 1.4 que equipa o Chevrolet Prisma

 

O primeiro motor Econo.Flex foi projetado com base no motor 1.4 litro gasolina, utilizado nos modelos Celta Energy. Com a missão de equipar o Prisma, o novo propulsor foi reprojetado e transformado em bicombustível. Nesse momento, já contava com avanços tecnológicos e recebeu novos componentes que proporcionaram o desempenho de quase 100 cavalos de potência quando abastecido com álcool.

 

Pouco tempo depois, o motor passou novamente por reestruturações que o deixaram ainda mais potente, dessa vez debaixo do capô do Corsa e da Montana 1.4, alcançando os 105 cv no álcool. A engenharia da GM afirma que são dois motores distintos: “não é o mesmo motor, os valores de torque, potência e consumo são diferentes, além disso, os mais recentes ganharam novos componentes mais leves e menores”, explica Roberto Yano, gerente de Engenharia de Motores da LAAM.

 

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Motor 1.4 adotado no Chevrolet Corsa e na Montana

 

Tecnologia VHC

 

O Econo.Flex adota o conceito ‘VHC’ (Very High Compression), patente exclusiva da GM, que permite o funcionamento em regime de elevada rotação e está presente também em veículos com motor 1.0, como o Classic, Celta e Corsa. “Nosso desafio era desenvolver um propulsor com a tecnologia “flex fuel” que permitisse um excelente desempenho aliado à economia de combustível”, analisa Adhemar Nicolini, o diretor Geral da GM Powertrain LAAM.

 

Com o Prisma, a GM teve a oportunidade de equipar o seu primeiro veículo acima de 1.0 litro com essa tecnologia, preparado ainda para oferecer melhor rendimento volumétrico devido à elevada taxa de compressão de 12,4:1, para ambos os combustíveis.

 

“O conceito VHC nasceu da engenharia brasileira como uma forma inovadora e eficiente de gerenciar a queima de combustível, graças à eletrônica. Seu funcionamento apropriado depende do sensor de detonação, que monitora o fenômeno da detonação e proporciona o melhor avanço da ignição. Esse conceito prioriza a melhor otimização da queima, o que gera uma curva de pressão combustão que se aproxima da pressão constante e possibilita o aumento da taxa de compressão”, diz Yano.

 

Onde tudo começou

 

O motor 1.4 Econo.Flex hoje tão avançado, com potência de 105 cv e ótima relação custo/benefício, veio da evolução dos motores da ‘Família I’, desenvolvidos pela GM Powertrain, em São José dos Campos/SP. Tudo começou em junho de 1994, quando o modelo Corsa GL 1.4 litro adotou o sistema de alimentação ‘single point’, ou seja, um único bico injetor para os quatro cilindros. O funcionamento com gasolina proporcionava a entrega de 60 cavalos de potência máxima.

 

A tecnologia foi avançando e chegou ao sistema de injeção de combustível ‘multipoint’, que destaca um bico injetor para cada um dos quatro cilindros. Nesse momento, a potência era de 85 cavalos, também abastecido com gasolina no modelo Celta 1.4.

 

Com o Prisma, além da tecnologia VHC, o motor 1.4 Econo.Flex ganhou outros atributos técnicos como o sistema bicombustível de injeção eletrônica, que permite a utilização de álcool, gasolina ou qualquer proporção da mistura desses dois combustíveis. O comando de válvulas com rolamentos de baixo atrito e componentes de menor inércia (Low Friction Valve Train – LFVT) também vieram agregar melhor desempenho e mais economia de combustível.

 

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Outro diferencial foi a adoção de um novo conversor catalítico acoplado ao coletor de escapamento tubular, que proporciona a redução do tempo de aquecimento do catalisador (light-off), e torna o motor mais eficiente e menos poluente. O coletor tubular mais leve e com menor rugosidade otimiza o fluxo dos gases de escapamento e melhora o desempenho do motor.

 

Ainda mais tecnologia

 

A missão de entregar força e potência para os modelos Corsa e Montana 1.4 também ficou sob a responsabilidade do Econo.Flex. Então, a solução foi aprimorar o propulsor com novas calibrações e componentes, como o coletor de admissão, por exemplo, que era de alumínio e foi substituído por um material plástico, o que reduziu em 35% o seu peso. Além disso, o design do motor foi otimizado para garantir melhor desempenho e redução de poluentes. “As taxas de compressão são iguais porque os pistões e anéis são os mesmos”, afirma Yano.

 

O novo Econo.Flex conta também com o sistema Dry Crank, que permite que a patida a frio seja efetuada com álcool do tanque em temperaturas de até 8º C, enquanto no Prisma já é utilizado a gasolina do reservatório de partida a frio em 18º C.

 

“Isso é possível devido a uma estratégia de software, que monitora e controla o motor. Esse sistema traz o benefício de não ter que encher o tanquinho muitas vezes, mais um motivo para utilizar somente gasolina aditivada no tanquinho da partida a frio, que evita a goma e tem maior duração”, diz. Em caso de problemas, o técnico deve esgotar o tanquinho e trocar a gasolina velha por um produto novo.

 

Injeção bicombustível

 

O sistema de injeção eletrônica de combustível é da Delphi, do tipo Multec MT27e para os três modelos, alterando apenas o software e as calibrações. O acelerador é eletrônico do tipo Drive by Wire nos veículos Corsa e Montana. O sistema é auto-limpante, ou seja, não requer a limpeza dos bicos injetores. Para verificar se o sistema apresenta irregularidades, o técnico precisa fazer a análise com um aparelho de diagnoses.

 

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“O grande problema que pode danificar os bicos injetores é a gasolina ou álcool de má qualidade ou adulterado com solvente ou água, ingredientes que podem comprometer o motor. Nesses casos, a solução é trocar os bicos injetores, depois da análise do scanner”, completou Yano.

 

Vale lembrar que o plano de manutenção preventiva dos carros está descrito no manual do proprietário e deve ser seguido rigorosamente, assim o motorista vai ter um carro que atende a todas as suas expectativas de desempenho e de preservação do meio ambiente.

  • Álcool:
    105 cv @ 6000 rpm
    131 Nm @ 2800 rpm

    Gasolina:
    99 cv @ 6000 rpm
    129 Nm @ 2800 rpm

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Componentes e sistemas do novo Econo.Flex
* Tecnologia VHC

* Taxa de compressão de 12,4:1, para ambos os combustíveis

* Rendimento volumétrico otimizado, ou seja, um motor menor em volume com performance de motores maiores

* Sistema do comando de válvulas com baixo atrito: balanceiros roletados (Low Friction Valve Train – LFVT)

* Tuchos do cabeçote menores e válvulas com hastes de menor diâmetro, otimizando peso e inércia* Conversor catalítico acoplado ao coletor de escapamento tubular, com corpo em inox e menos rugosidade nos dutos

* Coletor de admissão otimizado em material plástico, mais leve e com menor rugosidade , que otimiza o fluxo de ar com menos combustível

* Acelerador eletrônico, com sistema “drive by wire” do corpo de borboleta

* Sistema “Dry-Crank”de partida a frio quando abastecido com álcool, que uriliza a gasolina do reservatório com temperatura ambiente inferior a 8ºC, que antes era de 18ºC.

 

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2 comentários em “A evolução do Econo.Flex

  1. Ótimo material, acho muito interessante essa história de concepção dos motores e muitas vezes é difícil encontrar material por aí.
    Ainda mais tão bem escrito!

  2. Ótimo motor,mas preciso saber sobre o.motor Corsa Premium 2010 1.4 seda,com quantas sondãs lanbdas ele éequipado, pois é informação difícil de se encontrar.Se puderem me enviar fico grato.

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