Aprenda em detalhes como substituir a tubulação do sistema de exaustão de um Celta VHCE 2010/2011
Texto: Flávio Faria
Fotos: Alexandre Villela
O esforço das montadoras para criar novas tecnologias e soluções para os automóveis poluírem menos de nada adianta se o proprietário não se preocupar em manter o motor regulado e o sistema de escape em perfeita ordem. Por estar posicionada embaixo do carro, a tubulação também é uma das primeiras a sentir pancadas de lombadas e valetas, ocasionando amassados e quebras. Por ser um componente que, mesmo sem estar 100% funcional, não deixará o carro sem andar, o amigo mecânico precisa orientar o cliente sobre a necessidade de fazer a análise do sistema e, caso seja encontrado algum problema, troque as peças correspondentes, ressaltando que, além de poluir menos, o escapamento funcionando perfeitamente também ajuda a economizar combustível.
Apesar de ser um dos componentes de desgaste mais duráveis do automóvel (por lei, os catalisadores originais de fábrica devem durar 80 mil km), muitas vezes é preciso antecipar a manutenção justamente por pequenos acidentes de percurso, como valetas e lombadas altas, que amassam e podem até furar ou soltar peças internas. Por isso, analisar o estado da tubulação com o carro sobre o elevador é sempre importante.
Veículos mais modernos contam com a sonda lambda pós-catalisador. Caso haja um problema no catalisador ou nas imediações do componente, o sistema de auto diagnóstico emitira código de falha, que, no mínimo, deixa uma lâmpada acesa no painel. “Em alguns casos, o modo de funcionamento de emergência prejudica o desempenho e a dirigibilidade, assim como, o consumo e a emissão de poluentes”, afirma o professor de engenharia da FMU, Fernando Landulfo.
Constatada a necessidade de troca, o procedimento é simples, mas a atenção a alguns detalhes é importante para uma montagem funcional. Para demonstrar a troca da tubulação completa de escape de um Chevrolet Celta VHCE 2010/2011, contamos com o apoio do técnico de desenvolvimento de produtos Renaldo Suffez, da Tuper, fabricante de peças para o sistema de exaustão.
Importante: por se tratar de uma manutenção
do sistema de exaustão, que trabalha em altas temperaturas, utilize sempre equipamentos de proteção, como luvas e óculos. Dependendo do veículo, será necessária a retirada do protetor de cárter para realizar o procedimento.
Retirada da tubulação antiga
1. Passe um desengripante para retirada das travas das borrachas dos coxins. A ideia é amolecer a sujeira ou ferrugem para retirar com mais facilidade.
2. Utilize um alicate para retirar as duas travas dos coxins do último segmento do escapamento.
3. Utilize uma chave de fenda como alavanca para retirar as borrachas de sustentação do silencioso.
4. É preciso serrar o último segmento do escapamento, pois a peça não passa inteira entre o assoalho e o eixo do veículo. Porém, alguns modelos, como o Chevrolet Celta desta matéria, não vêm com indicação do local de corte na tubulação. Por isso, antes de serrar, utilize a peça nova como referência para medição do ponto certo.
Importante: não utilize um maçarico para cortar a tubulação, devido à proximidade com o tanque de combustível e até resíduos de combustível que sobram na tubulação, que podem causar uma explosão.
5. Retire o conector do chicote da sonda lâmbda e, com uma chave de boca 22 mm, retire a sonda do escape (5a). Aproveite para analisar as condições e se é possível reinstalar o componente. Caso seja necessário, informe ao cliente da necessidade de troca. Nesta matéria, a sonda está em perfeitas condições e foi reutilizada no novo sistema (5b).
6. Da mesma forma que no silenciador, utilize uma chave de fenda para retirar as borrachas de sustentação do segmento intermediário da tubulação (centro).
7. Com o segmento central solto, passe para a flange do motor, retirando os três parafusos com uma chave catracada de meia polegada. Ao retirar a peça, verifique o estado da junta da flange e efetue a troca da peça para evitar vazamentos. Confira o estado das porcas parafusos e prisioneiros do sistema e troque o que estiver danificado.
Atenção: a instalação da nova peça seguirá da frente para a traseira do automóvel. Porém, o aperto dos parafusos será feito apenas depois de tudo posicionado, seguindo de volta para a dianteira.
Instalação da nova peça
8. Antes da instalação, prenda a sonda lâmbda no alojamento dela no segmento final do conjunto. Dê o torque final de 40 a 60 Nm. Aplicar torque excessivo vai desgastar a rosca. Não utilize nenhuma espécie de lubrificante para ajudar a instalar a peça.
9. Após montar a flange (sem dar o aperto final nos parafusos) (9a), passe uma camada de vedante nas duas partes do encaixe do segmento intermediário (9b). Antes de encaixar as peças, coloque a
abraçadeira na tubulação (9c). Após o encaixe, é só posicionar a abraçadeira, ainda sem apertar (9d).
10. Recoloque as borrachas de sustentação. Escolha sempre pela troca das borrachas para evitar retrabalho.
11. Da mesma forma que foi feito no intermediário, aplique vedante no encaixe do silencioso para garantir que todo o comprimento da tubulação não tenha nenhum vazamento (11a). Antes de encaixar, coloque a abraçadeira na tubulação, e, depois de encaixada, posicione a abraçadeira sobre o pique sem apertar (11b).
12. Prenda as borrachas do silencioso nos coxins e, posteriormente, utilize um alicate para travar.
13. Seguindo a partir da traseira em direção à frente do automóvel, aperte as abraçadeiras do silencioso (13a), do segmento central (13b) e da flange (com chave catracada de meia polegada) (13c). Volte a religar o chicote da sonda.
14. Para finalizar, reinstale o protetor de cárter.
Ponteira em inox
15. No modelo da matéria, optou-se por retirar a ponteira original da peça e instalar uma ponteira em inox da Tuper, por uma questão estética. O procedimento de troca é simples e dá um visual mais bem-acabado. Para instalar a nova ponteira, faça a medição do local correto e serre a peça original. A sustentação da ponteira Inox é feita com um parafuso.
Matéria muito boa gostei das dicas parabéns