Visitamos a fábrica da Citroën Em Porto Real/RJ

Vimos de perto a produção do Basalt e dos compactos C3 e Aircross na unidade Fluminense

texto Marcos Camargo Jr.   fotos Stellantis/reprodução

 

Uma das plantas mais estratégicas para o grupo Stellantis é a fábrica de Porto Real/RJ. Construída há 20 anos para receber a produção de veículos da antiga PSA hoje a unidade produz quatro veículos da Citroën (C3 hatch, C3 Aircross e Basalt que são baseados na plataforma CMP além do C4 Cactus feito sobre a base PF1) além de motores 1.6 litro usados em unidades remanescentes do Brasil e para exportação. E dentro de um ciclo de investimentos robusto com R$ 2,5 bilhões a marca se preparada para fazer outros modelos com a mesma plataforma.

A Revista O Mecânico visitou as instalações da ampla fábrica Fluminense em meio a produção inicial do Basalt e na preparação para abertura de um novo turno de produção.

Em Porto Real já foram produzidos 1,8 milhão de veículos em 23 anos e mais de 370 mil veículos exportados. Hoje a unidade gera 5.000 empregos diretos. “Aqui já foram investidos desde 2011 mais de R$ 10 bilhões o que é um número bem relevante sendo a maior planta exportadora do estado do Rio de Janeiro”, disse Glauber Fullana, vice-presidente de Manufatura da Stellantis.

“Hoje nossa fábrica tem nível de automação acima dos 90% além de pintura e montagem que forma automatizados. Temos foco nas pessoas em todos os níveis de produção. Eu vim de outras plantas, já estive na planta de Pernambuco e Betim e temos em todas elas o foco no desenvolvimento de pessoas. Dentro do novo ciclo de R$ 3 bilhões para 2025 a 2030 nosso foco está no desenvolvimento de fornecedores permitindo que essa planta seja mais competitiva”, disse Francis Jorge, diretor da planta de Porto Real.

Hoje há 10 fornecedores locais sendo 7 empresas no parque de fornecedores ao lado da fábrica e outros 10 estão em processo de negociação.  A Stellantis mantém ainda uma escola dentro da fábrica com 20 alunos do curso de Operações Industriais que dura nove meses e funciona como qualificação profissional para esses alunos da região.

 

Passo a passo

A Revista O Mecânico viu de perto do processo de produção da linha C3, dos carros chamados “C-Cubed” que usam a plataforma CMP. Esse projeto foi desenvolvido pela PSA após 2015 e em 2020 teve os primeiros testes iniciados no Brasil. Com a união da Peugeot e Citroën à Fiat e Jeep formando o grupo Stellantis a estratégia da plataforma e dos produtos mudaram.

A produção dos C-Cubed começa na armação da carroceria. Essa primeira fase é manual e depois de armada a carroceria segue para os processos de montagem e soldagem robotizados. A carroceria inferior é compartilhada entre os veículos assim como toda a parte estrutural, mas as laterais e detalhes de acabamento mudam conforme o modelo e também a versão.

Os acabamentos são bem parecidos como um todo e os motores da linha C-Cubed são fornecidos por Betim: tanto o 1.0 Firefly quanto o 1.0 T200 são feitos em Minas Gerais e enviados para o Rio de Janeiro. Já o motor 1.6 EC5 já é destinado ao mercado argentino.

A montagem dos acabamentos segue o processo manual após a pintura que é quase 100% robotizada. Carros que contam com teto biton são feitos manualmente após o mascaramento da pintura de carroceria em um processo mais lento que leva cerca de 1 hora.

No controle de qualidade os carros voltam a compartilhar a mesma linha com verificação de todos os itens e os testes iniciais.

Cerca de 5.000 pessoas trabalham na planta de Porto Real em apenas 1 turno atualmente. No entanto, em breve haverá um segundo turno para ampliar a capacidade de produção da linha Citroën C3 em seus três modelos.

 

Novo ciclo

Com os R$ 3 bilhões que serão investidos nos próximos anos, somados aos aportes feitos no Polo Automotivo de Porto Real desde 2011, a planta automotiva sul fluminense terá recebido mais de R$ 13 bilhões em investimentos. O montante será destinado para o desenvolvimento e produção de novos produtos, e à modernização das instalações, sistemas e equipamentos da unidade industrial.

O valor faz parte do ciclo de investimentos de R$ 32 bilhões anunciados pela Stellantis para América do Sul, o maior da história da indústria automotiva na região, para lançamento de 40 novos produtos, 8 powertrains, o desenvolvimento das novas tecnologias Bio-Hybrid, tecnologias inovadoras de descarbonização em toda a cadeia de suprimentos.

A Stellantis conta com seis plantas na América do Sul sendo três na Argentina e três no Brasil e tem capacidade para 1,3 milhão de veículos por ano. Hoje a unidade produz uma média de apenas 216 veículos por dia, cerca de 4,7 mil por mês, mas já esteve bem abaixo disso há alguns anos.   “Estamos aqui para comemorar um ciclo, mas também celebrar um novo ciclo. Fizemos muitas alterações de processo de qualidade e nível de automação para tornar essa fábrica mais competitiva. Em três anos temos três produtos totalmente novos que serão fundamentais para o futuro dessa marca”, disse Felipe Daemon, Vice-Presidente da Citroën América do Sul.

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