Entre os indícios mais recorrentes está a dificuldade de partida, sobretudo com o motor frio
As velas de ignição são responsáveis por produzir a centelha que inflama a mistura ar-combustível no interior do motor, viabilizando a combustão. Para auxiliar na identificação de falhas nesse componente, a revista O Mecânico reúne os principais sinais que indicam a necessidade de substituição das velas de ignição.
Entre os indícios mais recorrentes está a dificuldade de partida, sobretudo com o motor frio. Velas desgastadas ou com folga excessiva entre os eletrodos podem não gerar a centelha necessária para o início da combustão. Outro sintoma frequente é a marcha lenta irregular, resultado de falhas intermitentes no processo de queima. Também podem ocorrer perda de potência e aumento no consumo de combustível, reflexos diretos da ineficiência das velas.
Durante a avaliação técnica, a presença de eletrodo central arredondado, desgaste irregular ou folga fora do padrão especificado indica a necessidade de troca. O aspecto dos resíduos também auxilia no diagnóstico: depósitos de carbonização apontam mistura rica ou combustão incompleta, enquanto resíduos claros podem indicar mistura pobre ou superaquecimento. Já a presença de óleo na rosca ou no eletrodo pode sinalizar falhas de vedação, desgaste dos anéis de pistão ou dos retentores de válvula.
A medição da folga entre os eletrodos é outra verificação essencial, pois valores fora do especificado interferem diretamente na qualidade da centelha. Além disso, trincas na cerâmica isolante devem ser observadas, uma vez que podem causar fuga de corrente e comprometer o funcionamento do sistema de ignição.
A substituição das velas de ignição deve seguir os intervalos recomendados pela montadora, evitando danos a outros componentes, como as bobinas de ignição. O uso de combustível de qualidade também contribui para reduzir o desgaste prematuro das velas. As bobinas de ignição têm a função de transformar a baixa tensão da bateria em alta tensão, necessária para gerar a centelha nas velas. Quando apresentam falhas, o desempenho do motor é afetado. Para orientar o processo de manutenção, a revista O Mecânico detalha os principais procedimentos de diagnóstico das bobinas de ignição.
Os sintomas mais comuns de falhas nas bobinas incluem marcha lenta irregular, falhas de ignição, perda de desempenho durante a aceleração e acionamento da luz de injeção no painel. O primeiro passo do diagnóstico é a leitura dos códigos de falha com o auxílio de um scanner. Os códigos P0300 e P0301 a P0304 são os mais associados a problemas nas bobinas ou nas velas de ignição. Em situações em que a luz de injeção não é acionada, é necessário realizar testes elétricos com um multímetro. Com o motor desligado e a bobina desconectada, deve-se medir a resistência entre os pinos do componente e comparar os valores obtidos com os especificados pela fabricante. Valores fora da faixa indicada podem caracterizar curto-circuito ou circuito aberto.
O uso do osciloscópio também contribui para um diagnóstico mais preciso, permitindo a análise do padrão elétrico da faísca e sua comparação com os sinais de referência. Interrupções, ruídos ou ausência de sinal indicam possíveis falhas na bobina de ignição. A inspeção visual complementa o diagnóstico, com atenção para trincas na carcaça, sinais de carbonização, oxidação nos terminais e contaminação por óleo, fatores que indicam comprometimento estrutural do componente. Um diagnóstico correto das bobinas de ignição permite identificar falhas com precisão, evita substituições desnecessárias e contribui para preservar a vida útil de outros componentes do sistema, como as velas de ignição, além de assegurar o funcionamento adequado do motor.






