Tração 4×4: Sabendo cuidar não vai quebrar!

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Chamam-se 4×4 os veículos de 4 rodas cujo sistema de transmissão distribui o torque gerado pelo motor para todas as rodas. Seu principal objetivo é o de aumentar a capacidade de tração do veículo, quando trafega em pisos de baixa aderência.

 

Mas ao contrário do que muita gente pensa esse recurso não é nenhuma novidade. Na década de 30, a Volkswagen já utilizava em veículos militares leves, como o Schwinnwagen e o Kommanderwagen. Além do mais, utilitários e caminhões de uso militar, de todas as marcas, fazem uso da tração complementar a muito tempo.

 

Em relação aos automóveis de passeio, a montadora britânica Jensen ofereceu em 1966 um sistema de tração nas 4 rodas, mas era muito caro e abandonado. Em 1974 foi a vez da Subaru. Porém, no início dos anos 80, a Audi revolucionou o mercado introduzindo uma tração nas 4 rodas permanente com diferencial central no Audi Quattro. No Brasil, a Willys Overland forneceu, no início dos anos 60, o sistema de tração 4×4, como equipamento de série, para a família Jeep e opcional para a família Rural e Pick-Up.

 

Vale a pena ser comentado que, até a chegada do Audi Quattro, considerava-se a tração 4×4 tão desnecessária quanto prejudicial a um veículo, projetado para rodar no asfalto. Afinal de contas, os sistemas disponíveis eram caros, pesados e pouco eficientes.

 

O princípio de funcionamento do sistema é relativamente simples: um conjunto de transmissão, constituído basicamente por uma caixa de mudanças (manual ou automática), uma caixa de transferência (dotada ou não de uma redução extra), eixos, diferenciais e acoplamentos distribui o torque, gerado pelo motor, para todas as rodas do veículo.

 

No que se refere aos tipos disponíveis podemos, para simplificar, resumir os sistemas em dois grandes grupos:
Selecionáveis: em condições normais de condução, o veículo roda com tração em apenas duas rodas (dianteiras ou traseiras). Neste caso, é comum a presença de um dispositivo de “roda livre” (acionamento automático ou manual), que poupa os componentes da tração adicional quando a mesma não está sendo utilizada. No momento em que necessita de maior capacidade de tração, o condutor aciona o sistema por meio de um botão ou alavanca. Devido a uma diferença de rotação, que ocorre entre as rodas dianteiras e traseiras, durante a execução de curvas ou manobras, a tração adicional deve ser utilizada apenas em pisos de baixa aderência e com velocidade limitada. Essa diferença de velocidade cria esforços internos no sistema, que podem vir a prejudicá-lo seriamente, caso as condições de utilização previstas pelo fabricante não sejam respeitadas. Alguns dispositivos mais recentes incluem um diferencial central (entre eixos), incorporado ou não à caixa de transferência, que equaliza as velocidades, ampliando a versatilidade do recurso;

 

Integrais: a tração adicional se encontra permanentemente acionada. Nesse caso torna-se obrigatória a presença do diferencial central, permitindo que o veículo possa ser utilizado, com absoluta segurança, em velocidades mais elevadas, assim como, em pisos de alta aderência. No entanto, caso necessário, existe a possibilidade de se bloquear a ação do diferencial central, garantindo uma distribuição uniforme de torque entre os eixos, quando uma roda apresenta grande diferença de aderência, imobilizando o veículo.

 

Atualmente o mercado disponibiliza uma série de variações, batizadas com diversos nomes. Como exemplo, podemos citar:

 

PART-TIME 4WD
Sistema selecionável que não possui diferencial central. Exemplos de aplicação: família Toyota Bandeirante, Nissan Pathfinder, família Willys, JPX, Suzuki Samurai, Nissan Frontier e Mitsubishi L-200.

 

FULL-TIME 4WD
Sistema integral. Exemplos de aplicação: Land Rover, Niva, Subaru e Audi “Quattro”.

 

ACTIVE TRAC
Sistema de tração integral desenvolvido pela Mitsubishi, utilizado nos modelos Pajero. O equipamento permite o acionamento da tração total em velocidades de até 80 km/h.

 

COMMAND TRAC
Um dos vários sistemas de tração total desenvolvido pela Chrysler para a família Jeep. Trata-se de um part-time 4WD como o citado anteriormente.

 

CONTROL TRAC
Tração integral utilizada nos modelos Ford como, por exemplo, o Explorer. O sistema conta com vários dispositivos eletrônicos, que detectam deslizamentos nos diferenciais, equalizando o torque para melhorar a tração. Dispõe ainda de redução extra e opção para rodar em tração 4×2.

 

QUADRA TRAC
Sistema de tração integral desenvolvido pela Chrysler para a linha Cherokee. Seu sistema de acoplamento viscoso controla o torque para cada um dos diferenciais e permite o tráfego em marchas reduzidas.

 

INSTA TRAC
Sistema part-time 4WD utilizado pela Chevrolet em alguns modelos fabricados nos Estados Unidos. Dispõe ainda de redução extra.
Os segredos da longevidade

 

A forma de utilização e a manutenção preventiva são, com certeza, os principais fatores que determinam a vida útil dos sistemas de tração adicional. E, não pode haver sombra de dúvida de que foram projetados e construídos para durar tanto quanto o resto do veículo. No entanto, alguns pontos devem ser enfocados:

 

   Falta de lubrificante nos compartimentos (devido a vazamentos);

 

   Falta graxa nas articulações;

 

   Lubrificante está vencido (nunca foi substituído);

 

   Lubrificante fora das recomendações do fabricante (mais barato);

 

   Falta de intervenções preventivas (ajustes, regulagens, substituição de coifas, vedadores e rolamentos), que evitariam a pane do sistema;

 

   Utilização de peças adaptadas (mais baratas);

 

   Indícios de má utilização do dispositivo ou mesmo do veículo (peças quebradas por trancos ou desgaste muito acentuado), devido a falta de leitura do manual de operação.

 

Porém, não se pode generalizar. Os verdadeiros “trilheiros”, além de saber utilizar os sistemas como ninguém (devoram os manuais de operação), exigem tratamento 5 estrelas para as suas máquinas.

 

E o mecânico, onde entra nessa história?

 

Bem, o guerreiro das oficinas, para poder desfrutar desse interessante mercado, carente de especialistas, precisa assumir três papéis diferentes:

 

– O de mantenedor: Procedendo todas as intervenções preventivas necessárias. Para isso, o mesmo deve se preparar tecnicamente seja por meio de treinamentos, seja na aquisição de literatura técnica e ferramental. Uma atenção especial deve ser dada aos lubrificantes exigidos por cada um dos diferentes sistemas: especificações, quantidades, períodos de troca, necessidade ou não de uso de aditivos especiais, filtros, procedimentos específicos, etc. A vida desses dispositivos está intimamente ligada a sua correta lubrificação. Utilizar sempre os lubrificantes recomendados pelos fabricantes. Quanto aos períodos de troca (também recomendados pelo fabricante do sistema), os mesmos podem ser até adiantados, mas nunca postergados. Vazamentos e infiltrações devem ser corrigidos o mais rápido possível;

 

– O de reparador: Procedendo todas as intervenções corretivas necessárias. Neste caso a preparação técnica do profissional se torna ainda mais importante. Os sistemas de tração adicional, sobretudo os mais modernos, possuem especificações técnicas muito rígidas. Um procedimento feito incorretamente pode causar a falência de todo o conjunto. Uma atenção especial deve ser dada à qualidade dos componentes aplicados. Adaptações jamais! O profissional também deve se lembrar de manter em boas condições os dispositivos de segurança do sistema, que impedem a sua utilização fora das condições estipuladas pelo fabricante;

 

– O de instrutor: Lendo os manuais de operação e ensinando os proprietários, que muitas vezes tem preguiça de ler o manual do próprio veículo, a utilizar corretamente o sistema, evitando assim possíveis retrabalhos por má utilização.

33 comentários em “Tração 4×4: Sabendo cuidar não vai quebrar!

  1. Tenho uma Ranger 3.0 2011, diesel 4/4 , qual é o tipo de tração, qual durabilidade da caixa de tração dianteira, aminha começou estalar, ninguém sabe se é o bolachão do cardã dianteiro ou a caixa dianteira

  2. boa noite, tenho uma pajero dakar e quando uso a tração ao voltar a alavanca para a posição 4×2 ela fica piscando a luz no painel e demorando a soltar a tração, o que pode ser ?

  3. Bom dia, tenho um Daiahatsu Terios 1998 e fiz o reboque dele com as rodas dianteiras levantadas e as trazeiras rodando, por cerca de 500 km, me parece que danificou a caixa de transferencia, porque agora não engata mais, somente com o diferencial travado, o que poderia ter danificado??
    Att. Reis Coimbra

  4. Comprei um Jeep
    Willys Overland 1957
    4×4 muito bem equipado
    Tem até direção hidráulica da s10
    Tenho a sorte de morar no interior onde próximo da minha chácara tem varios caminhos top para ligar a tração 4×4
    Paro no meio de uma subida muito inclinada onde ele não vai de jeito nenhum desligo ele engato e nas rodas dianteiras passo para o 4 x4
    Ao entrar eu traciono nas alavancas ao lado do câmbio
    e incrível como a força dessa monstruosidade se transforma kkkk
    Apelidei meu bebê como
    Huck

    Kkkk
    é nóis abraço !!!!

  5. Boa noite tenho uma ford Ranger XLT 4×4, ela aciona por si a tracção e tento desligar nao obedece o que faço?

  6. Senhores, se a tração 4×4 quebrar pelo uso incorreto, o veículo funcionará normalmente no câmbio 4×2?

  7. Tenho um toyota RAV4 2016 automático. Ao parar na subida e arrancar ele dá um tranco que reflete nas rodas traseiras. A concessionária disse que o automático precisa ser trocado, embora ele só tenha 76 mil km rodados. Um mecânico particular me disse que era um problema de tração (meu carro é 4×4 e portanto, com tração integral). O que vocês acham?
    Grato,
    Sérgio Romero

  8. Tenho um toyota RAV4 2016 automático. Ao parar na subida e arrancar ele dá um tranco que reflete nas rodas traseiras. A concessionária disse que o automático precisa ser trocado, embora ele só tenha 76 mil km rodados. Um mecânico particular me disse que era um problema de tração (meu carro é 4×4 e portanto, com tração integral). O que vocês acham?
    Grato,
    Sérgio Romero

  9. TENHO UMA TR4 2008 MANUAL 4X4 AS LUZES DA TRAÇÃO DO PAINEL NÃO ACEDEM E TBM NÃO FUNCIONA

  10. Bom Dia

    Gostei muito da esplanação do 4X4, pois tenho uma ranger XLT 4×4
    e agora ela começou a vazar pelo retentor e tenho que fazer esse
    reparo, qualquer ajuda que possa vir de vocês para mim e bem vinda.

  11. Queria colocar uma tração 4×4 em um caminhão f1200 Chevrolet basculante para uso em estradas e transporte dentro da lavoura, se possível passar Contatos para a compra do câmbio e dos eixos

  12. Boa tarde tenho uma Pajero TR4 e o cardan da 4×4 roda em 4×2 é normal ou está com defeito desde de já agradeço se puderem me ajudar

  13. TENHO UMA SW4 2011 CAMBIO DE 4 MARCHAS AUTOMATICO , POSSO DESLIGAR O DIFERENCIAL DIANTEIRO DO CAMBIO TIRANDO O CARDAN SEM TER PROBLEMAS PARA RODAR COM A VIATURA? ELA RAIRA DO LUGAR E DESENVOLVERA VELOCIDADE?

  14. No Brasil, a Willys Overland ofereceu o Jeep com tração 4×4 não apenas na década de 1960, mas do final da década de 1950 até o final da década de 1960, quando a Willys foi comprada pela Ford, que continuou a produzir o Jeep até 1983.
    A Willys também vendia a Rural 4×4, e como o Jeep, passou a ser fabricado pela Ford.
    E tivemos também o Toyota Bandeirante, vendido entre 1958 e 2001, o Engesa 4 e o CBT Javali, lançados na década de 1980 e que foram produzidos por menos de 10 anos.
    Esses são os mais antigos, a lista ainda inclui outros.

  15. Bom dia
    Tenho uma Pajero Dakar 2013 e depois de usar a tração 4×4 em uma viagem em rodovias asfaltada e muita chuva, agora mesmo eu voltando a alavanca para posição 4×2 ela ensiste em ficar piscando e continua traçada o que faço

  16. TENHO UMA SW4 MUITO NOVA POREM ANO 2000 FUNCIONANDO TUDO FIZ O MOTOR A UM MES AGORA A 4X4 NAO FUCIONA PIOR Q MEU MECANICO NAO CONHECE NADA DESSES CARROS. MORO EM IGARASSU RECIFE

  17. Minha l200 atolou na areia. A tracao so funcipnou em 2 rodas quando atolou. A dianteira esquerda e a traseira direita. Sera que ela quebrou?

  18. Tenho uma TRITON L 200. Começou a piscar no painel informação de que estava com tração 4X4 mesmo estando em 4X2. Levei a um mecânico que trocou todos os 3 sensores e mais o solenoide. Ocorre que após esta troca o painel passou a indicar que estou em 4X4 reduzida e quando coloco na posição 4X4 reduzida a luz se apaga, isto é, os sinais do painel se inverterem. Peço ver o que poderia estar ocorrendo.

  19. Bom dia!
    Tenho uma L200 Triton e quando aciono a alavanca do 4×4, as vezes ela não engata, pelo menos a luz verde indicativa do sistema não acende. Por que será? Existe no mercado sistema de acionamento mecânico para a Triton, assim como existe para outros veículos?

  20. Amigos, Boa noite,

    Estou com certas duvidas na melhor escolha, tenho dois jimny 1.5 para escolher, un é de 2004 de tração por manete, outro é de 2006 de botão automatico na consola, ambos estão em bom estado só que pela tração manual ou automatica, qual a mais fiavél em todos os sentidos ??? Aguardo uma ajuda vossa o mais urgente possivél.

  21. Pode trafegar sem o cardan das rodas traseiras do Nissan primeira 2002 não vai prejudicar a caixa

  22. boa tarde , eu tenha uma Ranger cabine dupla, eu andando na chuva, quase capotei , resolvi andar na chuva só com o carro traçado 4/4 , e minha velocidade normal, gostaria de saber ser tem muito problema , para o carro , obrigado e uma boa tarde ,

  23. Como concertar o 4×4 da frontier 2013> quando no painel de instrumentos o 4wD fica sempre piscando nao deixando acionar o 4×4

  24. minha pajero full 2001 nao sei se pode me ajudar ; ela trava tracionada e nao sai mais ja mechemos no solenoide e nao era a mesma

  25. Tracker 2008 parou de funcionar a tração 4×4 sem nenhuma causa aparente de mau uso. O painel indica – em operação, a alavanca move naturalmente mas não esta acionando.
    Parou subitamente, quando acionada sempre respondeu.
    O que esta acontecendo?

  26. quando coloco a tração faz um barulho mas funciona o que sera este barulho na tração 4×4 do suzuku vitara 2.0 1997

  27. Prezado Paulo.
    Um diagnóstico a distância é difícil, por isso, recomendamos que você leve o veículo ao seu mecânico de confiança para uma inspeção geral do sistema. O problema pode estar em outro elemento do conjunto.
    Atenciosamente.

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