Sitivesp alerta para o aumento dos preços de tintas

O Sitivesp (Sindicato da Indústria de Tintas e Vernizes do Estado de São Paulo) alerta que os aumentos constantes de preços das matérias-primas e a falta de alguns insumos na cadeia produtiva de tintas e vernizes podem comprometer a atuação do setor e causar um descompasso entre produção e demanda. Com a economia brasileira aquecida, a demanda exerce uma grande fonte de pressão sobre os preços, a chamada inflação de demanda. Outros fatores como o aumento do preço internacional do petróleo e a depreciação da moeda americana contribuem diretamente para a elevação dos custos das matérias-primas.

“A questão é que essa onda de aumentos tem se ampliado, atingido diversos produtos utilizados pela cadeia produtiva de tintas, inclusive os que não são derivados do petróleo e não possuem cotação atrelada às bolsas internacionais”, comenta o Coordenador do Departamento de Matérias-Primas do Sitivesp, Sérgio Luiz Borgianni. “A indústria, por sua vez, fica numa situação muito difícil, pois não consegue repassar estes aumentos de custos na mesma velocidade e intensidade que recebe dos fornecedores de matérias-primas”, complementa o presidente do Sitivesp, Roberto Ferraiuolo.

Entre os produtos pesquisados pelo Sitivesp com maior elevação de preços nos últimos meses destacam-se a Amônia, utilizada pela indústria de tintas imobiliárias, com aumento de aproximadamente 40%; a Nitrocelulose, utilizada no ramo de tintas industriais e que registrou alta em torno de 13%, além de outros como secantes de cobalto (39%); pigmento de alumínio em pó (9,8%), resina alquídica (20%), óleo de soja (19%) e óleo de castanha de caju (49%). A indústria de embalagens também aumento os preços devido a elevação da matéria-prima empregada nas latas de tintas, a folha de flandres, que registrou aumento de 6% em janeiro; 4% em março e 4% em maio. Em abril, o sindicato também apurou os problemas de abastecimento enfrentados pelas indústrias de tintas imobiliária, industrial e automotiva.

Neste cenário, a inflação setorial em 2008 estimada pelo Sitivesp é de aproximadamente 10%. As indústrias têm se esforçado nas negociações para conter a alta de preços, mas os aumentos do valor do produto final são inevitáveis, pois os fabricantes de tintas justificam que não há mais margem de lucro para absorver tais elevações de custos. Entretanto, o repasse de preços é muito difícil, principalmente, na forte cadeia de distribuição nacional, estimada em 60 mil revendas.

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