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Raio X: Nissan Versa 2022

Raio X: Nissan Versa 2022

Confira as condições de manutenção e reparabilidade do novo Nissan Versa 2022, que traz motor 1.6 16V flex e câmbio CVT

 

A antiga geração do Nissan Versa era conhecida por atributos como robustez e espaço interno, mas dificilmente era lembrada pela harmonia no estilo. Lançada em outubro de 2020, a segunda geração do sedã compacto manteve as características do antecessor com a adição de uma “embalagem” mais agradável aos olhos. Tudo para encarar uma missão dupla: além de substituir, em definitivo, o modelo anterior (o que só ocorreu em 2021), o novo Versa passou a ser uma opção ao descontinuado Sentra. Desse modo, avaliaremos a seguir o Versa já como modelo 2022.

O novo Versa manteve a plataforma “V” do antecessor, com reforços estruturais em pontos da carroceria. Em porte, o sedã ficou 45 mm mais largo (1.740 mm ao todo) e 20 mm maior na distância entre eixos (que passou a 2.620 mm). O acréscimo no comprimento foi de apenas 3 mm (4.495mm), enquanto a altura foi reduzida em 31 mm (para 1.475 mm).

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O três-volumes é vendido nas versões Sense, Advance e Exclusive, com preços entre R$ 91.990 e R$ 118.890. Para toda a gama, o motor é o 1.6 16V flex (de código HR16DE), de 114 cv a 5.600 rpm e 15,5 kgfm a 4.000 rpm com etanol ou gasolina – são 3 cv e 0,4 kgfm extras em relação ao antigo modelo. As opções de câmbio são manual de cinco marchas (somente para a básica Sense) e automático do tipo CVT, com simulação de seis marchas.

Trouxemos para a oficina da Revista O Mecânico o novo Versa na versão Exclusive, a única a trazer itens como faróis de LED, bancos e volante em couro, alerta de colisão frontal com sistema de frenagem autônoma, sistema de câmeras 360° e sensor de pontos cegos, entre outros. Para conhecer as condições de manutenção do sedã, contamos com o auxílio do mecânico Nivaldo Silva, proprietário da oficina especializada Special Car, em São Paulo/SP.

Raio X: Nissan Versa 2022
Nivaldo Silva, proprietário da oficina especializada Special Car, em São Paulo/SP

ESPAÇO EXTRA

Acostumado a trabalhar com diversos modelos da Nissan, Nivaldo destacou a amplitude do cofre do motor ao levantar o capô. “O espaço melhorou, com boa área para o mecânico trabalhar. Para retirar as bobinas e velas, entretanto, ainda é preciso remover o coletor de admissão (1)”, destaca o profissional.

Raio X: Nissan Versa 2022

Ainda que a substituição das velas exija a retirada do coletor, é possível fazer a verificação do estado de uma delas sem a desmontagem do componente. “Recomendo que o mecânico remova a vela para inspeção a cada 20 mil quilômetros, a fim de evitar falhas. As velas são de boa qualidade, mas o nosso combustível pode contaminá-las. Para verificar o estado da vela, basta remover a primeira bobina (2), sem retirar o coletor”, explica Silva. De acordo com o manual do proprietário, a substituição das velas (de códigos PLZKAR6A-11D ou LZKAR6AP-11D) deve ser feita a cada 100 mil quilômetros.

Raio X: Nissan Versa 2022

Mudança observada pelo mecânico em relação ao antigo Versa está no reservatório de arrefecimento (3). “O sistema de arrefecimento mudou para melhor. No anterior, os clientes tinham dúvida para verificar o nível, pois havia o reservatório extra e a tampa no radiador. Agora, com só um reservatório, em posição elevada, ficou mais seguro e fácil”, nota Silva.

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De acordo com a Nissan, o fluido de arrefecimento tem a primeira troca recomendada aos 80 mil quilômetros ou 8 anos. Após este intervalo, deve ser feita a cada 80 mil km ou 4 anos. Para o abastecimento, é indicada o uso de proporção de mistura de 34% de fluido de arrefecimento genuíno Nissan e 66% de água desmineralizada ou destilada. A capacidade do sistema é para 6,7 litros. “Nunca utilize água de torneira e nem faça esse abastecimento em posto de gasolina para não prejudicar o sistema de arrefecimento. Sempre utilize o aditivo original da montadora. Já vi casos de radiador entupido por conta do uso de aditivo errado”, alerta o mecânico.

O acesso ao bocal de abastecimento do fluido de freio é facilitado por uma tampa extra (4) integrada à grelha superior. A troca do fluido (DOT 4) deve ser feita a cada 2 anos, segundo o manual. “Para quem utiliza muito o carro em descida de serra, que exige muito do freio, recomendo antecipar a troca para a cada 1 ano”, afirma o mecânico.

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Ainda em relação a fluidos, o óleo do motor deve ser substituído a cada 1 ano ou 10 mil km, sempre em conjunto com o filtro de óleo (5). “Já vi pessoas que tentam economizar ao trocar o óleo sem substituir o filtro. Isso não vale a pena”, alerta. Para o abastecimento, incluído o filtro, são necessários 4,4 litros de óleo genuíno Nissan 0W-30, API SN ou superior e Ilsac GF-5.

Raio X: Nissan Versa 2022

“Sempre utilize a especificação correta do óleo do motor. E nunca complete o nível com óleos de fabricantes diferentes, mesmo que sejam do mesmo grau de viscosidade”, ressalta o profissional da oficina Special Car. Nivaldo também lembra que os motoristas e mecânicos devem se atentar ao uso severo do veículo. “Cada hora que o carro fica preso no trânsito pode equivaler a 100 quilômetros rodados. Mesmo com o carro parado, o motor está trabalhando. Por isso, em uso essencialmente urbano, eu recomendo antecipar a troca de óleo para cada 8 mil quilômetros”, completa.

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O respeito aos prazos previstos no manual também é essencial para o correto funcionamento do sistema de sincronismo, que utiliza corrente metálica para a operação do comando de válvulas. Já a correia de acessórios deve ser inspecionada pelo mecânico a cada 40 mil quilômetros ou 2 anos, com troca indicada no manual a cada 80 mil km ou 4 anos.

Na visão do mecânico, o acesso ao filtro de ar continua fácil, como no antigo Versa. “Mudou apenas a localização da caixa em relação ao anterior, que tinha vários tubos de ressonância. No novo, tem apenas uma mangueira única, mais flexível. A caixa do filtro de ar (6) ficou mais firme, eliminando a vibração que era notada no anterior”, nota. A substituição do elemento filtrante é recomendada pelo manual a cada 20 mil quilômetros ou 2 anos. “O filtro sempre fica mais contaminado em carros que rodam no trânsito urbano intenso”, acrescenta Silva.

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O profissional também nota outros pontos de manutenção descomplicada. “As tubulações do ar-condicionado (7) têm fácil acesso, assim como o módulo do sistema ABS (8).

Raio X: Nissan Versa 2022

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Apesar de ser um componente que não dá defeito, é importante ter o acesso quando precisar”, revela. Para a manutenção de faróis (9), que utilizam LED para fachos baixo e alto nessa versão, o espaço é suficiente.

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ÓLEO DO CÂMBIO

Com a popularização dos sistemas de transmissão automática, motoristas e mecânicos têm tido mais dúvidas quanto à manutenção desse tipo de caixa. No caso do câmbio CVT do Versa, a recomendação da Nissan é inspecionar o fluido quanto à deterioração a cada 100 mil km e, se necessário, realizar a troca.

“Se for uso severo, recomendo a troca do fluido do câmbio aos 100 mil quilômetros, independentemente da coloração e estado do fluido antigo. O uso do CVT em subidas e rampas íngremes força a caixa, superaquece o óleo e desgasta o câmbio prematuramente”, comenta o mecânico. O fluido homologado é o Nissan CVT NS-3.

A verificação do nível é feita pelo bujão no cárter (10) da caixa CVT. “Para verificar o nível, retire o medidor até começar a pingar. Quando começar a pingar, está no nível correto. Se o cárter for aberto, é necessária a troca da junta e a aplicação do torque de aperto conforme o manual”, detalha.

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Já o abastecimento do fluido é feito por um bocal no cofre do motor. “O enchimento do cárter deve ser feito pelo reservatório com uma pequena tampa preta (11). Apesar de parecida, essa tampa não é uma vareta de óleo do motor”, adverte o mecânico.

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UNDERCAR

Apesar de manter a plataforma do modelo anterior e o sistema McPherson na suspensão dianteira, o novo Versa traz mudanças na manutenção. “A estrutura das bandejas (12) mudou.

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Caso a coifa do pivô seja rasgada, será necessário fazer a troca completa, já que não é possível trocar apenas o pivô. A bucha da bandeja (13) também é vendida apenas com a substituição conjunta”, analisa o mecânico.

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Apesar disso, Nivaldo destaca a facilidade na troca dos amortecedores dianteiros e o bom acesso às buchas da barra estabilizadora (14). “Há um acesso com tampa (15A) para soltar a porca superior da torre do amortecedor (15B)”, explica.

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Na suspensão traseira, que conta com eixo de torção, também não há dificuldade na substituição dos amortecedores. “Basta soltar a fixações inferior (16) e superior (17), que fica do lado de fora da caixa de roda. Como não precisa desmontar tapeçaria e forração interna do porta-malas, facilita a manutenção e diminuiu o tempo de reparo”, revela o profissional.

Raio X: Nissan Versa 2022

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“O sistema de freios não tem segredos, com disco ventilado na frente e a tambor, atrás. Os sensores do ABS (18) ficam bem protegidos”, comenta.

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Outros pontos de fácil acesso no undercar são a sonda lambda (19) pós-catalisador e o filtro de combustível (20), que tem troca indicada para cada 10 mil quilômetros ou 1 ano.

Raio X: Nissan Versa 2022

Raio X: Nissan Versa 2022

Após analisar o novo Versa, Nivaldo Silva aprovou as mudanças. “Gostei muito, pois o carro teve boas evoluções. Esse motor é bastante confiável e a suspensão continua bem montada e robusta. Minha dica aos mecânicos e proprietários é que sempre façam as revisões de acordo com o manual e utilizem peças originais. Peça paralela não compensa”, acrescenta.

Ficha técnica Raio X: Nissan Versa 2022

Texto & fotos Gustavo de Sá

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