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Raio X Hyundai HB20 1.0 TGDI: veículo requer manutenção especializada?

Raio X Hyundai HB20 1.0  - Ed.347 - Foto de abertura
Raio X Hyundai HB20 1.0

Raio X Hyundai HB20 1.0: avaliamos as condições de reparabilidade do Hyundai HB20 Platinum Plus 1.0 TGDI, que traz visual renovado e motor 1.0 turboalimentado de 120 cv com injeção direta

O Hyundai HB20 1.0 TGDI teve seu design renovado para a linha 2023. O exterior traz linhas mais retas, diferente do aspecto mais arredondado do modelo anterior apresentado em 2019. Confira o Raio X Hyundai HB20 1.0

O Hyundai HB20 hatch tem variantes com motor Kappa 1.0 de aspiração natural e câmbio manual de 5 marchas e com o motor Kappa 1.0 TGDI. Este último possui turbo e injeção direta de combustível e é capaz de gerar 120 cv de potência a 6.000 rpm e 17,5 kgfm de torque a 1.500 rpm. Nas versões TGDI, o câmbio é automático de 6 marchas.

As dimensões do modelo apenas se diferenciam do anterior no comprimento do veículo. O hatch compacto possui 4.015 mm – 75 mm maior do que o antecessor (3.940 mm). Largura (1.720 mm), altura (1.470 mm) e a distância entre-eixos (2.530 mm) mantiveram o valor do antecessor.

| LEIA MAIS: Como é a manutenção básica do Fiat Cronos CVT 2023? Veja no Raio X

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Edson Roberto de Ávila, proprietário da Mingau Automobilística, em Suzano/SP

A versão Platinum Plus, analisada pela Revista O Mecânico, parte do preço de R$ 117.090, e que pode chegar até R$ 118.690, dependendo da configuração de cor escolhida para o veículo.

Nesta versão, o hatch possui sistemas que auxiliam o condutor por meio de sensores e câmeras instaladas. Eles são responsáveis pela medição de parâmetros para o funcionamento de sistemas como frenagem autônoma (FCA), identificando automóveis e presenças à frente do veículo; assistente de permanência e centralização em faixa (LKA e LFA); assistente de tráfego cruzado traseiro (RCCA), sistema que detecta veículos que se aproximam em ponto cego quando o condutor está com a marcha ré engatada.

Para avaliar as condições de manutenção do Hyundai HB20 Platinum Plus 1.0 TGDI, convidamos o mecânico Edson Roberto de Ávila, o Mingau, proprietário da Mingau Automobilística em Suzano/SP.

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Por baixo do capô do Hyundai HB20 1.0 TGDI

Para analisar com mais detalhes a parte superior do motor, é necessário remover a capa protetora. Um detalhe importe é a manta acústica existente nessa capa (1) para ajudar no controle de ruídos gerados pelo motor. Por se tratar de um veículo com injeção direta de combustível, ele possui bomba de alta pressão (2) e (3) com manta acústica para abafar especificamente seu ruído. “Vai ser um componente de desgaste prematuro, mas isso não é nem por manuseio, mas por questão de utilização”, explica Mingau.

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As bobinas de ignição possuem fácil acesso e não causam qualquer tipo de dificuldade para o mecânico realizar uma inspeção ou intervenção do componente (4). A substituição das velas de ignição é feita a cada 60 mil km. Sobre a utilização do veículo em condições severas, a Hyundai orienta que o período para troca do componente deve ser reduzido, mas não há quantificação dessa redução.

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A tampa para enchimento do óleo de motor (5) e a vareta para verificação do nível de óleo (6) estão próximas às bobinas. O óleo de motor homologado pela fabricante é o Óleo Genuíno Hyundai SAE 5W-30 API SL/ACEA A5 ou superior.

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Porém, a Hyundai indica a preferência de uso para os óleos lubrificantes de viscosidade SAE 0W-30 com classificação API SP/ILSAC GF-6 ou superior. Segundo a fabricante, o fluido com essas características ajuda o motor a consumir menos combustível.

O prazo recomendado para a substituição do óleo de motor é a cada 10 mil km ou 12 meses, o que ocorrer primeiro. Caso o veículo sofra uso severo, os períodos para substituição devem ser reduzidos pela metade. Assim, as trocas devem ocorrer a cada 5 mil km ou 6 meses.

Um componente sensível à lubrificação é o turbocompressor (7). Ele está localizado na parte de trás do motor e o mecânico consegue acessá-lo com facilidade. Ao lado, é possível ver e acessar a sonda lambda pré-catalisador (8).

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O reservatório do liquido de arrefecimento (9) está ao lado direito do veículo e possui boa acessibilidade. O eletroventilador do radiador possui um módulo PWM (10) para pilotagem da velocidade de funcionamento do componente a partir da informação do módulo.

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A Hyundai recomenda fazer a primeira troca do fluido de arrefecimento do motor com 100 mil km ou 60 meses. A partir disso, a substituição deve ocorrer a cada 40 mil km ou 24 meses, o que ocorrer primeiro. O fluido homologado é o Líquido de Arrefecimento Genuíno Hyundai (pronto para uso).

O coxim do motor tem acesso livre e fica localizado do mesmo lado em que é possível visualizar a correia de acessórios (11) e o seu tensionador (12). No caso de alguma intervenção no sistema, há mais espaço de trabalho nos componentes pela parte de baixo (13). A Hyundai orienta em seu manual que seja realizada a inspeção da correia de acessórios, polia tensora, polia-guia e polia do alternador a cada 30 mil km. A substituição é realizada caso seja constatada a necessidade de acordo com o diagnóstico obtido.

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Localizado perto das bobinas de ignição, está o sensor de fase (14). Possui fácil visualização e acessibilidade ao mecânico no momento de uma inspeção.

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O corpo de borboletas (TBI) está bem à frente no cofre do motor (15). Sem complicações para o mecânico.

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As válvulas de serviço das linhas de alta pressão (16) e baixa pressão (17) do sistema de ar-condicionado estão bem localizadas. Apesar da válvula de serviço da linha de baixa pressão estar atrás do motor, o acesso é fácil.

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O turbocompressor possui controle eletrônico (18). Embora o escape fique virado para a parede-corta-fogo, não há problema de acesso ao profissional que estiver trabalhando no veículo.

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Mingau cita sobre grande parte dos conectores estarem aparentes e bem localizados. Ele faz uma observação importante. “Existem conectores que para você desacoplar do componente, possuem travas. Então você tem que puxar a trava e depois apertar o conector, para que ele possa ser removido. Muitos esquecem disso e acabam quebrando o conector”, explica o profissional.

O filtro de ar do motor está ao lado esquerdo do veículo. “Para executar uma avaliação ou até a substituição, é possível observar que não existe parafusos fixados na tampa. São travas elásticas. Você abre a trava, desacopla e tira a tampa”, informa Mingau sobre a abertura da tampa do filtro de ar (19).

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Os períodos para troca do filtro de ar são recomendados pela fabricante a cada 40 mil km ou 48 meses, o que ocorrer primeiro. Caso o perfil de utilização do veículo seja de uso severo, a Hyundai informa em seu manual do proprietário do veículo para que a substituição do elemento filtrante seja realizada com maior frequência, mas sem informar a quilometragem ou tempo necessário.

O reservatório de abastecimento do fluido de freio possui em sua tampa a recomendação entre o DOT3 ou DOT4 (20). Porém, assim como no Hyundai Creta 1.0 TGDI 2023 (analisado anteriormente na edição 342 da Revista O Mecânico), consta no manual do veículo a recomendação apenas do fluido DOT4.

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A Hyundai não determina um período para substituição do fluido de freio, apenas a inspeção a cada 10 mil km ou 12 meses. Porém, a substituição deve ocorrer dependendo do diagnóstico apresentado com o fluido durante a inspeção.

Mingau deu uma dica aos mecânicos para efetuar a troca do fluido de freio. “O reservatório é um composto plástico e a contaminação muitas vezes fica interna, principalmente nas paredes do reservatório. Esse reservatório tem que passar por uma descontaminação. Com ele instalado no local, você não consegue efetuar esse processo. Há a necessidade de removê-lo”, informa.

Componente importante que gerencia toda a frenagem é o ABS (21). Sua visualização não é fácil e o acesso ao módulo do sistema só é possível pela parte de baixo, após levantar o veículo (22).

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Mingau explica que, para fazer a substituição completa do fluido, incluindo o que fica na unidade do ABS, o procedimento é remover o reservatório, efetuar a descontaminação, conectar o equipamento de diagnóstico ao veículo, fazer a solicitação de acionamento dos solenoides internos da unidade hidráulica e utilizar uma bomba elétrica para efetuar a substituição do fluido de freio no sistema.

“Quando feito isso, efetua-se a remoção do fluido velho. Esse fluido novo vai passar pelas entradas e saídas dos solenoides do ABS, efetuando a remoção com eficiência do fluido velho”, comenta o profissional.

Mingau alerta sobre uma das consequências de não se efetuar a remoção do fluido velho do ABS. “Dependendo do tempo que ficar na unidade do ABS, por conta de o sistema não entrar em operação constantemente, esse fluido velho vai começar a corroer os alojamentos. É nessa hora que o condutor vai começar a sentir que o pedal começa a baixar. O problema pode ser a unidade hidráulica do sistema de ABS onde agora existe corrosão, ocasionando uma vazão de fluido”.

Os freios do HB20 são compostos pelo conjunto de pinça de freio, pastilhas e disco ventilado para o eixo dianteiro (23). Na manutenção dos freios, tenha atenção com o sensor do ABS (24). “É interessante desacoplar o sensor por conta dos movimentos”, orienta Mingau. O sensor gera um sinal PWM e qualquer movimento mais brusco na hora de efetuar a manutenção no sistema de frenagem pode danificar o chicote desse componente. Isso causa interferência na comunicação, assim, a unidade de comando do veículo receberá um sinal de defeito do sensor do ABS, que pode estar integro.

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Já os freios para o eixo traseiro são a tambor (25). “O sistema de leitura da velocidade tem o sensor acoplado juntamente com o rolamento”, comenta Mingau sobre o sensor de rotação no eixo traseiro (26).

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A bateria utilizada no HB20 é do tipo AGM, capaz de suportar o sistema stop-start do veículo (27). A bateria possui boa localização. Vale lembrar que, se houver necessidade de uma substituição, deve-se respeitar as especificações de capacidade de 60Ah e CCA de 640A. Caso seja instalada uma bateria inferior, componentes do sistema terão mau funcionamento ou até mesmo serão danificados.

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A caixa de fusíveis e relés está ao lado da bateria (28). Há uma indicação em uma das bordas da caixa de que o sistema possui um fusível de 150A (29). Outra indicação está na parte de dentro da tampa, que possui a pinça para manipulação dos fusíveis e relés existentes. Há um símbolo de livro (30) informando a necessidade de olhar o manual do veículo para obter os dados do circuito.

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Undercar

Por baixo do veículo é possível ver o aftercooler entre as frestas do para-choque dianteiro do HB20 (31). A admissão de ar para o trocador de calor da climatização está logo ao lado esquerdo do veículo (32).

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O compressor da climatização (ar-condicionado) fica localizado no lado direito do veículo (33). O mecânico irá notar que há espaço para efetuar a manutenção no componente.

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O cárter de óleo do motor possui o bujão de dreno virado para a frente do veículo (34). O orifício está logo ao lado do filtro de óleo, que possui substituição preconizada a cada 10 mil km ou 12 meses, o que ocorrer primeiro. Em condições de uso severo do veículo, o período de troca do filtro deve ser reduzido pela metade, acompanhando a mesma recomendação sobre a substituição do óleo.

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O sistema de transmissão do novo HB20 possui câmbio AT6, automático epicicloidal de 6 marchas (35). “É uma transmissão realmente robusta”, comenta o profissional ao ver o câmbio. Sobre os períodos de troca do fluido de câmbio, a Hyundai informa que não há nenhuma previsão em caso de utilização normal do veículo. Mas, caso o perfil de condução seja severo, a fabricante informa que o fluido deve ser substituído a cada 100 mil km, sem indicação de tempo. O fluido recomendado para o câmbio automático é o Óleo Genuíno Hyundai ATF SP-IV.

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Mingau concorda que praticamente todo tipo de utilização urbana de um veículo leve é considerada como uso severo. Então, a recomendação é levar em conta a possibilidade da substituição do fluido de transmissão no período mencionado. O consultor técnico da Revista O Mecânico, Fernando Landulfo, avalia que a troca do fluido de câmbio automático em veículos leves como o HB20 deve ser feita em um período ainda mais reduzido: a cada 40 mil km.

No eixo dianteiro do HB20, há o sistema de suspensão McPherson. O pivô é prensado diretamente na bandeja de suspensão, sem outras fixações (36).

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O sistema de exaustão pode ser visto com grande facilidade por baixo do veículo. É possível acompanhar toda a linha de tubulação e componentes (37). “Existe um defletor de calor onde há o segundo catalisador. Isso serve para que o calor do sistema não invada o habitáculo do veículo e traga uma sensação desagradável aos ocupantes”, comenta o profissional (38).

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Um detalhe importante que é observado por baixo do veículo é uma proteção plástica que possui longa extensão, indo da dianteira até a traseira do veículo (39). “Toda a parte de tubulação, tanto do sistema de frenagem, o próprio sistema de alimentação de combustível como de recirculação de gás, ele passa todo por aqui”, comenta Mingau.

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Na parte traseira está localizado o tanque de combustível (40) e logo à frente é posicionado o filtro de combustível (41). “Aqui nós temos um protetor plástico, então temos que ter prudência no momento de soltar o filtro e não quebrar o suporte”, alerta Mingau para que os mecânicos tenham cuidado no momento de alguma intervenção com o componente.

 

 

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Mingau comenta a localização do reservatório de armazenamento de gases, o filtro cânister (42). “Ele está na parte traseira e um pouco acima do reservatório de combustível. O acesso é bem tranquilo, caso houver a necessidade de efetuar uma manutenção”, opina.

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A suspensão traseira é composta por um eixo de torção com molas helicoidais (43). Os amortecedores traseiros possuem menos complicação para manutenção do que outros veículos. A fixação inferior do amortecedor é no final do próprio eixo de suspensão (44) e a fixação superior pode ser acessada pela caixa de roda, sem a necessidade de abertura do porta-malas do veículo (45).

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Ao fim, Mingau declarou suas impressões quanto à reparabilidade do Hyundai HB20 analisado. “A questão da reparabilidade é tranquila e isso vai trazer benefícios tanto ao proprietário como também a vocês, profissionais”.

Raio X - Ed.347 - Ficha técnica

texto & fotos Vitor Lima

Confira o vídeo do Raio X Hyundai HB20 1.0.

https://youtu.be/3sx91OLwKdg

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