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Raio X | Hyundai Creta Limited 1.0 TGDI

Raio X | Hyundai Creta Limited 1.0 TGDI - Foto de abertura - Raio X - ed.342
Raio X | Hyundai Creta Limited 1.0 TGDI

Analisamos as condições de manutenção e reparabilidade do Hyundai Creta Limited

 

Presente no mercado brasileiro desde 2017, o Hyundai Creta 2023 traz novo design e possui versões com motorização turbo, como a desta reportagem. A nova identidade do SUV da Hyundai, mantém os fáceis aspectos de reparabilidade do veículo?

O novo Hyundai Creta disponibiliza de três versões com motorização turbo, sendo elas, Comfort, Platinum e Limited, esta que foi analisada por nós da Revista O Mecânico. O motor Kappa 1.0 TGDI Flex desenvolve potência de 120 cv a 6.000 rpm, abastecido tanto com etanol quanto gasolina. O torque máximo de 17,5 kgfm é disponibilizado a 1.500 rpm, graças ao ajuste do turbocompressor para iniciar sua atuação em baixas rotações. A título de comparação, a versão do Hyundai Creta Ultimate com motor 2.0 de aspiração natural, entrega torque máximo de 20,6/19,2 kgfm (E/G) a 4.700 rpm. Ambos os motores possuem câmbio automático de 6 marchas.

 

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Cassio Yassaka, proprietário da oicina Cassio Serviços Automotivos, em São Paulo/SP

A versão Limited possui preços que variam de R$137.890 a R$139.490 conforme com a cor escolhida. Acompanha rodas de liga leve diamantadas de 17 polegadas, luzes diurnas em LED (DRL), carregador sem fio para smartphones, central multimídia de 8 polegadas com conexão para Apple CarPlay e Google Android Auto, freio a disco nas 4 rodas, controle de estabilidade eletrônico (ESP) e tração (TCS), assistente de partida em rampa, airbags frontal duplo, lateral de tórax e de cortina.

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Com relação ao modelo de primeira geração, o novo Creta possui aumento na largura do veículo 1.790 mm (10 mm a mais), comprimento total de 4.300 mm (30 mm a mais) e distância entre eixos de 2.610 mm (20 mm a mais). Para analisar as condições de manutenção e reparabilidade do Hyundai Creta Limited, convidamos o mecânico Cassio Yassaka, proprietário da Oficina Cassio Serviços Automotivos em São Paulo/SP.

 

PRAZOS DE MANUTENÇÃO DO HYUNDAI CRETA LIMITED 1.0 TGDI

Com o capô aberto, o profissional nota o espaço para serviço que o mecânico terá. “O que nós notamos, é que geralmente a linha asiática tem mais espaço para trabalhar, alguns carros europeus são muito mais difíceis de trabalhar, carros americanos e asiáticos tem espaço amplo para você trabalhar”, comenta Cassio. “Aqui tem tudo à mostra, muito fácil para você identificar onde estão os componentes. Quem tem uma noção básica de mecânica e conhece um pouco de motor turbo alimentado, consegue identificar a localização de todos de maneira muito fácil”, conclui o mecânico.

Ao retirar a tampa do motor que possui manta acústica para reduzir as vibrações e emissões de ruídos provocados pelo motor (1), temos acesso as bobinas de ignição (2). As bobinas são do tipo Pencil Coil individuais. Conforme o manual de manutenção do veículo, as velas de ignição devem ser substituídas a cada 60 mil km. Nas condições de uso severo, a fabricante não informa quilometragem ou tempo para troca, mas recomenda substituição das velas com maior frequência.

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Logo abaixo é possível ver o coletor de admissão (3). Outro componente que possui acesso facilitado é o corpo de borboletas do motor (TBI) (4), além do alternador que fica localizado por perto (5). O aftercooler (6) está atrás da grade frontal do veículo, disposto do lado esquerdo do veículo.

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Ponto importante nos novos veículos turbo, é o sistema de arrefecimento. O reservatório do fluido de arrefecimento (7), possui fácil acesso e visibilidade, ao abrir o capô, nota-se que está ao lado direito do veículo. A Hyundai recomenda a utilização do Líquido de Arrefecimento Genuíno da montadora, e a troca do fluido de arrefecimento a cada 100 mil km ou 10 anos, o que ocorrer primeiro, além do período de inspeção do fluido a cada 10 mil km.

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Detalhe importante sobre o sistema de arrefecimento do novo Hyundai Creta, é sobre a tampa do reservatório do fluido, ela trabalha com pressão e possui uma válvula interna para ajudar a manter a pressão correta de trabalho do sistema (8). Vale lembrar que qualquer suspeita com o sistema de arrefecimento, não retire a tampa com o veículo aquecido.

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A bateria de 12V escolhida para o modelo é do tipo AGM, com 60 Ah e 640A de CCA (9). “Não adianta você colocar uma bateria de 60 Ah com CCA fora de especificação”, comenta Yassaka sobre as especificações da bateria e fala os possíveis riscos caso não sejam seguidas “vai ter problema de travamento de injeção, problema de câmbio e é comum os casos de colocarem uma bateria de 60 Ah mas com CCA baixo, por que ela é mais barata, neste caso, entra câmbio em emergência e começa a surgir problemas de eletrônica”, conclui.

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Próximo a bateria, estão localizadas a central de gerenciamento eletrônico da injeção (ECU) (10) e também a caixa de fusíveis e relés (11). A caixa de fusíveis não vem com o mapeamento descrito na parte de dentro de sua tampa, sendo necessário a visualização no manual do veículo.

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O filtro de ar do motor está a frente da bateria e possui visualização e acesso facilitados (12). Conforme o manual de manutenção do veículo, a substituição do elemento filtrante deve ser realizada a cada 40 mil km ou 48 meses, o que ocorrer primeiro. A recomendação em uso severo é que seja feita a substituição com maior frequência, nas condições de condução em vias com poeira ou malconservadas e condução em condição de areia ou poeira entrando no motor.

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O Hyundai Creta, possui uma bomba de vácuo para o sistema de servo-freio (13), Cassio explica o motivo da utilização deste componente. “O turbo quando exerce pressão é pressão positiva, ou seja, a depressão necessária para impulsionar o servo-freio você não tem, comenta.

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O mecânico ainda acrescenta “o servo-freio funciona com pressão negativa, vácuo. A partir do momento que você tem pressão positiva, você perde isso. Então você pode ter um problema com acionamento ineficiente dos freios. Por isso precisa ter a bomba de vácuo, para gerar essa sucção para o freio funcionar de maneira assistida”. conclui.

Para frenagem do veículo, o novo Creta possui freio a disco nas 4 rodas (14).

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Sobre a utilização do fluido de freio, a tampa do reservatório de enchimento possui recomendação de DOT3 ou DOT4 (15). Porém, no manual do veículo consta a utilização do fluído DOT4. Não há recomendação prevista do período de substituição do fluido de freio, mas sim, a sua inspeção a cada 10 mil km ou 12 meses, sendo necessária sua substituição dependendo do diagnóstico obtido.

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O módulo do ABS (16) está ao lado da torre do amortecedor. Esta que possui fácil acesso para soltura da fixação superior (17).

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Logo atrás do motor, você tem a visualização do sensor de oxigênio pré-catalisador (18). O acesso a este componente é fácil, o que ajuda o mecânico na hora de qualquer intervenção com o sensor.

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Para ter acesso ao coxim e suporte superior do motor, não há necessidade da retirada de nenhum componente localizado acima (19). Um detalhe importante é a existência de uma borracha circular, localizada na lateral do suporte (20). Esse componente tem a função de atenuar os efeitos sonoros ocasionados pela vibração do motor em funcionamento.

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A bomba de alta pressão de combustível está acima do motor, perto das bobinas de ignição e possui manta acústica envolta sobre ela (21).

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Outro componente que possui facilidade em casos de intervenção é o grupo ótico (22). Apesar de ter faróis com dimensões maiores que o convencional, há necessidade apenas de retirar o para-choque em caso da troca do componente por inteiro. Uma simples troca de lâmpada pode ser realizada sem o deslocamento de outros componentes.

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UNDERCAR 

Após elevar o veículo no elevador e retirar a capa protetora da parte frontal, é possível ver a estrutura robusta do subchassi (23), o coxim inferior do motor (24) e as fixações das bandejas de suspensão (25). A suspensão dianteira é do tipo McPherson e as bieletas possuem fixação superior no amortecedor e inferior fora da bandeja de suspensão (26).

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A parte de transmissão, o Hyundai Creta possui um câmbio AT6, automático epicicloidal de 6 marchas e possui as seguintes recomendações conforme o manual do veículo: Em uso normal não há previsão de troca do óleo de câmbio automático. Em uso severo, recomendado a troca do fluido de câmbio automático a cada 100 mil km.

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Cassio informa que a troca do óleo de câmbio em uso severo deve ser feita a cada 50 mil km ou entre 3 e 4 anos, o que ocorrer primeiro. O mecânico comenta sobre o seu posicionamento.

“Cada região, cada consumidor tem um tipo de uso específico” e acrescenta “o que tem que se fazer primeiro é verificar o nível de fluído, e tentar ver a qualidade. Quando o óleo mudou a coloração, ele já está contaminado”, explica. O mecânico recomenda a inspeção do fluido a cada revisão feita no veículo. “O que o mecânico tem que fazer é orientar o cliente que, cada caso é um caso, mas, nas revisões periódicas efetuar o controle de nível e qualidade do óleo”, conclui.

As inspeções com o câmbio automático podem ser feitas através do bujão de inspeção (27), e no caso da troca do óleo de câmbio, o bujão de dreno fica na parte de baixo da caixa (28). A Hyundai recomenda a utilização do óleo de câmbio automático Genuíno Hyundai ATF SP-IV.

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O filtro de óleo do motor (29) possui um trocador de calor logo acima. Cassio informa que esse trocador é dedicado a turbina. “Interessante que esse trocador é para turbina. Então você tem um trocador de calor na saída do filtro para a turbina, e do câmbio é direto no radiador”, conclui o mecânico. O cárter possui capacidade total de 3,6 litros de óleo de motor (30).

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Para o lubrificante do motor, a Hyundai prevê duas viscosidades (5W-30 e 0W-30), porém, com classificações de serviços diferentes. Os produtos homologados são: óleo Genuíno Hyundai SAE 5W-30 (API SL/ACEA A5 ou superior) e Shell Helix 0W-30 (API SP/ILSAC GF-6 ou superior). Este último é o preferido pela fabricante do veículo.

Seguir as recomendações do fabricante referente ao lubrificante de motor é de suma importância, principalmente em carros com turbocompressores. A Hyundai recomenda a troca do óleo e filtro de óleo motor a cada 10 mil km ou 12 meses, o que ocorrer primeiro. No caso de uso severo, reduzir pela metade o período, sendo a cada 5 mil km ou 6 meses.

A caixa de direção possui uma proteção plástica para evitar qualquer tipo de contaminação causado pela umidade da chuva (31).

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Nas mediações da parte traseira do veículo, ao lado esquerdo está o filtro de combustível (32). A recomendação da Hyundai é a troca do filtro de combustível a cada 10 mil km.

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A suspensão traseira é o convencional eixo de torção com molas helicoidais (33).

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O tanque de combustível está bem aparente e acessível ao mecânico (34). Cassio chama atenção para um detalhe sobre a localização do cânister (35). “O filtro cânister está acoplado nele (tanque de combustível), nas outras montadoras, dependendo do projeto, ele fica lá em cima do paralama, lá no motor” e acrescenta “Quando você fala em sistema de alimentação está tudo agregado aqui, filtro cânister com válvulas. Quando você for realizar uma manutenção, você foca em um único setor, fica mais fácil”, conclui o mecânico.

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Outro componente de fácil manutenção são os amortecedores traseiros, estes que são fixados por dois parafusos (36).

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Após a análise técnica, Cassio Yassaka aprovou e recomendou o Hyundai Creta 2023. “Algumas montadoras fazem questão de fazer um carro totalmente novo, com mecânica atualizada, porém mais confiável, mais tranquila, este aqui é um. Eu aprovo, recomendo e perto de alguns modelos que temos no mercado, a reparabilidade será tranquila, o mecânico não vai ter dificuldade nenhuma, desde que faça as revisões nos períodos corretos” comenta. O profissional informa sobre a confiabilidade do modelo. “Se fizer as manutenções e revisar os manuais direitinho, raramente você terá problema com este veículo”, conclui.

texto & fotos Vitor Lima

Ficha técnica-Raio x ed.342

 

 

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