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Polêmica: Landulfo esclarece sobre o uso de lubrificantes linha Fiat Strada 1.4 Fire

Polêmica: Landulfo esclarece sobre o uso de lubrificantes linha Fiat Strada 1.4 Fire - Imagem: Divulgação/ Freepik
Polêmica: Landulfo esclarece sobre o uso de lubrificantes linha Fiat Strada 1.4 Fire – Imagem: Divulgação/ Freepik

 

Lubrificante deve ser sempre o recomendado pelo fabricante no manual do veículo

A partir de um vídeo no canal da revista O Mecânico sobre o eventual uso de lubrificante diesel em um motor 1.4 Fire da Fiat Strada, muita polêmica foi gerada sobre esse tema com dezenas de comentários.

A pergunta era se a Fiat Strada 1.4 Fire poderia usar um lubrificante especificado para motores diesel.

O professor Landulfo esclarece diante das polêmicas:

1º Quem especifica o lubrificante, a ser utilizado em um determinado motor, é quem o projeta e fabrica. Logo, NÃO há qualquer argumento técnico, que suporte a substituição de um produto aprovado / recomendado / genuíno por outro. As substituições são sempre muito bem estudadas pela engenharia do fabricante do motor e sempre acompanhadas de um Boletim Técnico.

Um erro na recomendação pode gerar prejuízos incalculáveis. No entanto, as pessoas são livres para fazerem o que bem entendem com os seus veículos e/ou dos seus clientes. Só que escolhas implicam em consequências.

2º) Os fabricantes de motores sabem que o produto genuíno nem sempre está disponível. Logo, especificam produtos alternativos, que atendem a classificações internacionais de viscosidade (SAE) e tipo de serviço (API, ACEA). Mas que, sobretudo, atendam as suas normas internas de desempenho (selos de aprovação).

2º Os fabricantes de lubrificantes desenvolvem os seus produtos a fim de tender as normas internacionais vigentes (SAE, API, ACEA, etc), assim como as de desempenho das montadoras (selos de aprovação) (muitas trabalham em parceria com as montadoras) quando julgam comercialmente interessante participar de uma determinada fatia do mercado. Mas quem recomenda o produto é o fabricante do motor.

3º) O fato de um lubrificante atender um determinado tipo de serviço, NÃO significa que ele é recomendado para um determinado motor. Atualmente o selo de aprovação da montadora é essencial para garantir bom funcionamento e vida longa aos motores.

 

vareta do óleo lubrificante
vareta do óleo lubrificante Car photo created by aleksandarlittlewolf – www.freepik.com

 

Tomemos como exemplo a classificação ACEA, que consta de vários comentários (incluindo alguns bem deselegantes): As classificações “A” , “B” e “C” indicam que o produto PODE atender motores ciclos Otto e Diesel LEVES. Ou seja, a aditivação foi desenvolvida para ambos os ciclos. Vamos chamar esses lubrificantes de “aplicação mista”. As diferenças entre eles podem ser encontradas nas referências consultadas [1, 2].

Mas isso NÃO significa que eles podem ser utilizados em qualquer motor. Especificações complementares devem ser seguidas.
​​​​​​​Com relação especificamente ao TBN (propriedade utilizada como exemplo na resposta oferecida):

De acordo com ACEA [1] o TBN mínimo dos lubrificantes A/B/C é:
A3/B4:10 mgKOH/g (medido de acordo com a norma ASTM 2896)
A5/B5: 8 mgKOH/g (medido de acordo com a norma ASTM 2896)
A7/B7: 6 mgKOH/g (medido de acordo com a norma ASTM 4739)
C3/C4/C5: 6 mgKOH/g (medido de acordo com a norma ASTM 2896)
C6/C7: 4 mgKOH/g (medido de acordo com a norma ASTM 4739)
Já os lubrificantes de classificação E” (motores Diesel pesados), que NÃO são indicados para motores ciclo Otto.
De acordo com ACEA [2] o TBN mínimo dos lubrificantes é:
E4:12 mgKOH/g (medido de acordo com a norma ASTM 2896)
E7: 9 mgKOH/g (medido de acordo com a norma ASTM 2896)
A pergunta feita diz respeito a lubrificantes dedicados a motores Diesel.
Ou seja, na classificação ACEA: classe “E”.

Em nenhum momento foi mencionada a classificação ACEA (A/B/C).
E como pode ser observado acima, o TBN desses lubrificante é bem maior.
Uma leitura comparativa, bem cuidadosa, das demais especificações desses lubrificantes (a qual recomendo), mostrará que os lubrificantes destinados apenas a motores Diesel são bem diferentes daqueles que acima chamamos de “aplicação mista”.

​​​​​​​E mesmo que NÃO fossem, a substituição só poderia ser feita com aprovação do fabricante do motor.

Referências:

[1] ACEA. ACEA Oil Sequences Light-duty engines. Disponível em: <https://www.acea.auto/files/2023_ACEA_oil_sequences_light-duty_engines.pdf>.
[2] ACEA. ACEA Oil Sequences Heavy-duty engines. Disponivel em:<https://www.acea.auto/files/2022_ACEA_oil_sequences_heavy-duty_engines_october_2023_Rev_01.pdf>.

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