Compacto da marca francesa fabricado no Brasil tem ótimo desempenho e dirigibilidade graças a um powertrain maduro e uma suspensão bem acertada para o solo brasileiro
Texto: Fernando Lalli
Fotos: Alexandre Villela
Depois de chegar com a responsabilidade de ser o lançamento mais importante da Peugeot desde a estreia da marca no Brasil com o modelo 206, o compacto 208 completa dezoito meses de vida por aqui causando ainda uma ótima impressão de novidade. Talvez por ainda não ter atingido grandes patamares de venda, seu visual ainda desperta os olhares por onde passa, mas seu comportamento dinâmico é o que chama a atenção de verdade.
Em um teste de cinco dias com a unidade de teste cedida pela Peugeot, o 208 na versão Active Pack com motor 1.5 e câmbio manual de 5 marchas impressionou pelo desempenho e pelo prazer ao dirigir, aliando novas soluções a uma mecânica de base consagrada. O motor que equipa é o TU4 1.5 8V. O propulsor tem potência máxima é de 93/89 cv (etanol/gasolina) a 5.500 rpm. O torque é de 14,2/13,5 kgfm (etanol/gasolina) a 3.000 rpm, mas com o importante detalhe de estar regulado para oferecer 80% do total já aos 2.000 rpm.
Aliado ao escalonamento adequado da caixa de câmbio mecânica MA de 5 velocidades, bem conhecida da linha Peugeot/Citroën, dá a impressão de se tratar de um conjunto com potência maior. Essa versão Active Pack recebeu nota A no Programa de Etiquetagem Veicular do Inmetro. De acordo com a entidade que fez a certificação, os 208 Active e Allure fazem 8,0 km/l na cidade e 9,6 km/l na estrada quando abastecidos com etanol, enquanto que, com gasolina, fazem 11,6 km/l na cidade e 14,3 km/l na estrada.
O mesmo powertrain é utilizado no Citroën C3, mas o 208 teve relações de marcha, trambulador e diferencial alterados para acompanhar a proposta mais esportiva do carro. O conjunto direção/suspensão é outro destaque. O sistema de direção elétrica com assistência variável é bastante preciso.
O painel com os mostradores acima do volante parece no mínimo “diferente” para quem vê de fora, mas sua funcionalidade é casada com o volante pequeno (que possui regulagem de altura e profundidade em todas as versões) e o banco com assento elevado. O motorista mal precisa desviar seu olhar para ler os mostradores, e ainda ganha o bônus de ter a sensação da direção parecida com um kart – o que só é possível com o acerto do conjunto de suspensão que, apesar de firme nas curvas, enfrenta muito bem as ruas de piso mais irregular.
Na dianteira, a suspensão é independente do tipo pseudo-McPherson com molas helicoidais, amortecedores hidráulicos telescópicos pressurizados à gás e barra estabilizadora. Já a suspensão traseira é composta por travessa deformável com molas helicoidais, amortecedores hidráulicos telescópicos pressurizados à gás e barra estabilizadora.
Os freios possuem ABS complementado pelo sistema de distribuição eletrônica de frenagem (REF). As versões com motor 1.5 possuem, na dianteira, discos sólidos (266 mm x 13 mm). Na traseira, tanto as versões 1.5 quanto as 1.6 possuem freio a tambor de 8”.
No conjunto de equipamentos de série do 208 Active Pack, a Peugeot incluiu central multimídia touchscreen com sistema de navegação GPS, faróis dianteiros de neblina, rodas de 15 polegadas em liga leve, retrovisores externos com ajuste elétrico e volante multifuncional com revestimento em couro.
O modelo ainda traz ar-condicionado, computador de bordo, direção elétrica progressiva, airbag duplo, vidros dianteiros e travas elétricas e lanternas com luzes em LED, entre outros. A central multimídia integrada, que também está presente nas versões Allure e Griffe, reúne GPS, rádio, gerenciamento de entradas USB e Bluetooth. A Peugeot explica que a tecnologia do GPS permite que, caso o sinal do satélite se perca, a central continua guiando o caminho pelo mapa de acordo com os dados de movimentação (aceleração, freio e esterço) coletados através do sinal do ABS.
Aliado ao pacote de equipamentos de estética e conforto que equipa o 208 Active Pack de série, o conjunto oferecido ao preço inicial de R$ 46.890,00 está pareado em custo/benefício com os principais nomes da categoria. Mas, apesar de ainda não ter emplacado entre os veículos mais vendidos de sua categoria, qualquer discussão sobre qual é o melhor hatch brasileiro nessa faixa de preço está definitivamente incompleta se não considerar as versões com motor 1.5 do modelo da marca francesa.