Troca de junta do motor Fire 1.4 flex

Motor Fire 1.4

Confira a substituição e as dicas de desmontagem e montagem da junta que une o bloco e o cabeçote do motor
1.4 8V Flex, um dos mais reconhecidos conjuntos da Fiat

Victor Marcondes

Cada vez mais os motores desenvolvidos pela indústria surpreendem pela alta tecnologia empregada em seus sistemas. Nos últimos anos, o que se tem visto são montadoras procurando deixá-los muito mais leves, econômicos e menos poluentes. Para os fornecedores, isso implica em aumentar investimentos na qualidade dos produtos oferecidos.

E um dos itens importantes para unir, ao mesmo tempo, tantas exigências das fabricantes são as juntas de cabeçote. Peça essencial para a correta estanqueidade do propulsor, “a junta é o coração do sistema de vedação, da integração entre o bloco e o cabeçote”, define Pedro Bighetti, coordenador técnico da ElringKlinger.

As juntas lançadas pela marca sofreram muitas evoluções para se adequar às modernizações implantadas nos motores atuais. “As tensões internas aumentaram, isso fez a empresa ampliar a qualidade dos materiais utilizados, para que elas pudessem suportar as novas pressões e temperaturas e ainda garantir a melhor vedação”, afirma Luiz Henrique Reis, engenheiro mecânico e assistente técnico da ElringKlinger.

Pode demorar, mas em algum momento, inevitavelmente, o motorista que deseja manter um conjunto com quilometragem alta terá que realizar a retífica. E é na hora da abertura do motor que o mecânico deve conhecer bem os procedimentos e as recomendações da montadora. “Um exemplo é o aperto exato dos parafusos, principalmente na montagem das juntas metálicas, onde requer, além do torque e de uma segunda fase feita em torque ângular”, destaca Pedro.

De acordo com o técnico, não é preciso fazer a troca das juntas com a finalidade de prevenção, mas substituí-la sempre que o motor for aberto. “Também é imprescindível a troca dos parafusos de cabeçote, uma vez que eles trabalham dentro de uma zona plástica de deformação, fazendo com que a parte roscada estique e perca as características mecânicas de vedação”.

Segundo ele, um dos sintomas que sugere que a junta pode estar alterada é a mistura interna da água com o óleo. Caso haja a necessidade de fazer a troca, é necessário utilizar os seguintes equipamentos de proteção: óculos, luvas e sapatos especiais. Nesta matéria realizamos o procedimento de montagem com uma junta metálica de multicamadas num motor Fiat Fire 1.4 8v flex. A reportagem também contou com o apoio técnico do instrutor de automobilística do SENAI-Ipiranga, Cláudio Matarasso.

Atenção: é obrigatório que o motor esteja em temperatura ambiente toda vez que for submetido a uma abertura.

Procedimento dedesmontagem

1) Com as ferramentas adequadas, retire o coletor de escapamento e depois solte o coletor de admissão. Sempre inicie o processo de desmontagem soltando os parafusos de fora para dentro.

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Obs: Cuidado para não puxar as velas pelo cabo na hora de remover o coletor de admissão. Solte antes os conectores do chicote elétrico com os injetores e os cabos de velas para não danificar o sistema. Depois de desconectar toda a fiação, o sistema pode ser retirado. Lembre-se de trocar os anéis de vedação do coletor de admissão por novos sempre que este for removido.

2) Nesta etapa, o reparador deverá remover as tampas superior e inferior da correia dentada. Inicie o procedimento retirando a correia do alternador e a polia. Para remover os parafusos da tampa utilize uma chave 10 mm. Solte o conector de rotação e desencaixe os fios que ficam dentro das canaletas do plástico. (2a)

Motor Fire 1.4 Motor Fire 1.4 Motor Fire 1.4

Obs: Na montagem, lembre-se de respeitar a ordem em que retirou a fiação.

3) Para continuar a remoção do chicote elétrico, atente-se à trava plástica de fixação do componente. Solte a trava com o auxílio de uma chave de fenda com cuidado para não danificá-la.

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4) Passe para a retirada da bobina, soltando as porcas e parafusos localizados na lateral da peça.

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Obs: Troque o anel de vedação da bobina sempre que ela for removida.

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5) Utilize uma chave 8 mm para remover o parafuso que liga o chicote elétrico no alternador.

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6) Nesta fase vamos realizar a remoção da correia dentada. Com uma chave 13 mm, solte a porca para aliviar o tensionador, permitindo a retirada da correia. Em seguida, remova o tensionador. (6a)

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7) Vamos partir para a retirada da tampa de válvulas. Primeiramente, não se esqueça de desconectar o sensor de fase para não danificá-lo. Os parafusos da tampa devem ser removidos das extremidades para o centro sempre em sequência de “X” (7a). Destaque a tampa lateralmente e remova-a para cima. Pronto! Substitua a borracha de vedação da tampa.

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Obs: Repare no adesivo à base de silicone que fica nas extremidades do cabeçote com as capas dos mancais do comando de válvulas. Isto é muito importante, pois serve para vedar a região de contato entre as peças e evitar ao máximo o vazamento de óleo.

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8) Para remover os parafusos do cabeçote, utilize uma chave soquete com cabo de força, desapertando das extremidades para o centro, sempre em sequência de “X”, para evitar o empenamento.

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Obs: Os parafusos trabalham dentro de uma zona plástica de deformação, principalmente nos motores mais modernos, pois são fixados com torque e torque angular. Toda vez que forem retirados devem ser substituídos por novos, conforme recomenda o manual do fabricante.


9) Depois de retirado o cabeçote, verifique se existe empenamento nos componentes, lembrando que o máximo de desnivelamento permitido é de até 0,10 mm. Com o auxílio de uma régua, faça o procedimento na diagonal, na longitudinal e entre os cilindros. Antes, limpe bem a área para que os resíduos da junta velha não interfiram da medição e nem no conjunto.

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Procedimento de montagem

1) Na substituição pela nova junta, atente-se aos pinos guias e aos indicadores de montagem para não inverter a posição de aplicação. A instalação incorreta do item pode interromper a lubrificação para o cabeçote e gerar danos na árvore de comando de válvulas.

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Obs: Para auxiliar o mecânico, a própria peça tem indicadores de como fazer a montagem certa, a fim de evitar erros. Não utilize tintas ou colas na hora da instalação

2) Na montagem do cabeçote, posicione os pistões abaixo da linha da superfície do bloco para evitar o empenamento das válvulas. Também evite muita movimentação para que não seja descartado o princípio de vedação da junta. Lembre-se de aplicar os novos parafusos, avalie as roscas que devem estar limpas e sem obstrução. É recomendado que uma camada fina de óleo lubrificante seja aplicada na parte roscada dos parafusos antes do aperto. Não exagere na quantidade de óleo para evitar calço hidráulico.

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3) Encoste os parafusos nos orifícios, mas ainda sem aplicar o torque específico. Inicie o processo do centro para os cantos, seguindo a sequência de “X”, para evitar deformidades.

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Obs: Com a ajuda de um torquímetro, passe para o aperto dos parafusos do cabeçote. Na primeira etapa de instalação, recomenda-se o aperto de 20 Nm. Na segunda fase o torque será equivalente a 30 Nm. Já a terceira e quarta etapas consistem em realizar um aperto de torque angular de 90º em cada parafuso.

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4) Agora passe para a aplicação da tampa de válvulas. Importante: substitua a junta de vedação da tampa por uma nova. Atente-se para a sequência de aperto que deve iniciar do centro para as extremidades com o torque de 10 Nm.

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Obs: Não se esqueça de colocar a trava química entre o mancal do comando de válvulas e o cabeçote.
5) Instale o tensionador da correia dentada sem aplicar o torque final. Posicione as árvores do comando de válvulas e do virabrequim no ponto adequado e instale a correia dentada. Gire duas vezes o motor pela árvore de manivelas e ajuste o tensionador, fazendo com que os rasgos de indicação se coincidam. O torque de aperto final no tensionador é de 20 Nm.

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6) Comece a instalação do coletor de admissão, já com as novas borrachas de vedação trocadas. O sistema conta com alguns prisioneiros que servem como guia para aplicação. Encoste os parafusos e porcas de forma uniforme e respeite a ordem do centro para a as extremidades em sequência de “X”. O torque específico é de 20 Nm. (6a)

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7) Nesta fase, faça a instalação da bobina e do chicote elétrico. Troque o anel de vedação da bobina. Fixe o transformador com as duas porcas e o parafuso na lateral, aplique torque máximo de 10 Nm. Em seguida, instale os respectivos cabos nos seus devidos lugares e certifique-se que todos estão corretamente conectados, para não ocasionar falha de ignição.

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8) Agora realize a passagem da fiação na tampa de proteção dianteira da correia dentada. Primeiro conecte o interruptor de pressão do óleo e passe os condutores nas canaletas localizadas internamente no plástico, tanto na parte inferior quanto na superior. As tampas utilizam parafusos M6 de 10 mm.

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9) Atente-se para o encaixe da trava ao conectar o sensor de rotação. Na parte superior instale o sensor de fase, componente responsável pelo sincronismo da injeção de combustível e ignição do motor. Fixe o chicote e feche a trava de segurança.

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10) Na montagem da polia da correia do alternador, instale o componente seguindo o furo e os pinos que servem de guias. É importante que haja distância entre o sensor de rotação e a roda fônica, que deve compreender de 0,5 a 1,5 mm. Aperte os parafusos da engrenagem com o torque adequado. Por fim, instale a correia do alternador e realize o procedimento de tensionamento do componente. (10a)

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Falta peça ou informação?

No começo do ano, casos sobre escassez de componentes automotivos no mercado foram alardeados pela mídia. Representantes da indústria falam a respeito dos problemas e mecânicos dão dicas para enfrentar a situação

Victor Marcondes

 

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Em fevereiro, o setor de reposição foi alvo de denúncias feitas por meios de comunicação sobre um possível apagão de peças que estaria aterrorizando a reposição. As matérias atribuíam a situação a um gargalo na produção, em razão do ótimo desempenho da indústria em 2010, que lançou nas ruas do Brasil mais de 3,5 milhões de carros. As declarações mexeram com o mercado, que teve de se posicionar e dar esclarecimentos. Afinal, tem ou não tem componentes disponíveis no aftermarket?

 

A suposta falta está sendo averiguada através de um estudo realizado pelo Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores) com as devidas empresas. “Estamos apurando junto aos fabricantes de autopeças associados, pois até o momento nada foi identificado. Aliás, a indústria programou investimentos para aumentar a capacidade de desenvolvimento”, argumenta Antonio Carlos Bento, coordenador do GMA (Grupo de Manutenção Automotiva).

 

De acordo com ele, o que existe é a falta de peças externas fornecidas pela montadora e, portanto, “não há motivo para preocupação”. Peças cativas, principalmente de funilaria, são as maiores responsáveis por esta sensação de carência, também segundo a assessoria de imprensa do GMA. “Estes itens sempre enfrentaram dificuldade na comercialização porque apenas a montadora tem o direito de fornecê-las. Isso diminui os canais de compra para o reparador independente”, analisa.

 

Uma reportagem publicada num grande jornal que circula no estado de São Paulo reforça isso. Na publicação são divulgadas pessoas com problemas em conseguir peças de funilaria para seus carros. E os itens mecânicos não estão fora de risco.

 

Silvio Rivarolla, dono da Evolution Auto Center, relata que há dificuldade em adquirir componentes internos de motor, como jogo de bronzinas, anéis e alguns itens do sistema de suspensão. “Existem peças que antes chegavam em uma semana e agora demoram mais de trinta dias. Estou com um Honda Civic aguardando há mais de um mês e sem previsão de quando vai ficar pronto”, desabafa.

 

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Técnicos sentem carência de componentes mecânicos, principalmente, para carros importados

 

Outro exemplo é dado pelo técnico da AMB (Automotivo Multimarcas Brasil) e instrutor do SENAI, Jerônimo Bastos. Ele afirma que está com um Chery Cielo 2010 com defeitos na parte elétrica e suspensão. “O cliente levou o veículo à concessionária várias vezes, mas recebeu a informação que teria de aguardar pela chegada das peças vindas da China, já que não existe montadora da marca no País” diz.

 

Jerônimo garante que o problema não acontece apenas com os veículos importados. “Estava com um Chevrolet Vectra 2008 precisando do sistema hidráulico de acionamento da embreagem. As concessionárias da região diziam que o componente estava em falta e tive que esperar mais de oito dias para recebê-lo”, indigna-se.

 

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Falta de peça implica na demora da manutenção e quem sofre é o cliente importados

 

“Neste momento não há muito que fazer. Tem cliente que aciona o Procon, mas a culpa não é do reparador que está aguardando a peça para fazer a reparação”, alerta Bento do GMA. Jerônimo diz que para facilitar a vida do motorista, em alguns casos, permite o cliente rodar com o carro até que a peça chegue. “Mas existem outras situações que é impossível o motorista levar o veículo. Fico com ele para a própria segurança do proprietário.”

 

Pronta entrega

 

Por outro lado, centros automotivos como a Mecânica do Gato sequer perceberam algo de diferente no mercado. “Dependendo da compra e da disponibilidade da concessionária ou distribuidor a espera pode ser em média de 2 a 3 dias úteis, não passa disso. Boa parte das vezes é pronta entrega”, diz César Samos, dono da empresa.

 

Os mais incrédulos poderiam afirmar que não passa de pura sorte, vista as circunstâncias relatadas. Mas César revela o seu segredo para atender a clientela com tamanha agilidade. “Antes de comprar a peça fazemos uma pesquisa. A gente possui uma relação com mais de 540 empresas, entre distribuidores e concessionárias. Cotamos no mínimo duas concessionárias e três distribuidores para localizar o item e o melhor preço”, conta. E reforça: “Eu percebo que a área que mais sofre com esta falta é a de funilaria”.

 

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Para buscar peças, Anderson troca informações com parceiros e usa a internet como apoio

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O centro automotivo Peghasus Powered Motors possui um setor específico para cuidar da administração e logística das peças. O mecânico Anderson Mendes da Silva, responsável pelo setor de compra e venda da oficina, fica o dia inteiro numa sala em contato com distribuidores e concessionários de todo o Brasil. “De 100% dos casos apenas 2% tem que encomendar, o restante é tudo entregue no momento. Carro aqui não para mais do que um dia, a não ser nos casos em que tem que fazer o motor”, afirma.

 

A reparadora é integrante do GOE (Grupo de Oficinas Especializadas) e Anderson diz que a entidade se ajuda muito na troca de informações sobre como ou onde conseguir itens diversos. “Se procurar somente na cidade de São Paulo os obstáculos para encontrar determinados produtos são maiores. As vezes a peça está na cidade ao lado, por exemplo, em Itu. Mando o motoboy e em menos de 4 horas ele retorna com a peça”, esclarece. “A própria internet é uma ferramenta muito valiosa na hora de pesquisar”, conclui.

 

Além dos famosos sistemas de comunicação via web e sites de busca, Anderson recomenda o portal www.pecas-on-line.com.br. Ele explica que lá o reparador pode fazer cotação por descrição de peça ou através do código. “Esta é um das formas para amenizar o problema que outros mecânicos possam estar vivenciando”.

 

O idealizador do site, Carlos Jorge Freire Antunes, diz que desenvolveu o projeto há dez anos, após avaliar como a distribuição de peças no País não estava de acordo com o crescimento e demanda do setor automobilístico. “O Brasil possui uma frota nacional espalhada em mais de 5 mil municípios, sendo que apenas 10% deles tem concessionários.”

 

A salvação destas localidades provavelmente é o mercado de reposição, de acordo com Antonio do GMA. Para ele, o mercado tem capacidade para atender todos os municípios. “No caso de peças de pouco giro em cidades distantes, o prazo para o recebimento é de 48 horas. Para atender à demanda, de forma rápida e ágil, o setor da reposição automotiva conta com canais de distribuição espalhados por todo o País”, completa.

 

O mercado de reposição ainda caminha no desenvolvimento de pesquisas concretas sobre o que realmente pode estar havendo com relação a suposta escassez de peças. Uma indústria que o faturamento anual é de R$ 80 bilhões, sendo R$ 10 bi oriundos do balcão, o que se pode concluir é que se esse gargalo na produção existe, ele ainda não alcançou o seu “boom”. Entretanto, para o mecânico que prefere sair na frente, e se prevenir, nada custa tentar ir um pouco mais além na busca, quando aquele amigo da loja do bairro ao lado não tem o componente.

 

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O setor de autopeças faturou R$ 80 bilhões em 2010, sendo R$10 bi somente do balcão

Informação e aprimoramento caminham juntos

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Muito tem se falado em especialização profissional, principalmente nestes tempos em que a escassez de mão de obra vem crescendo em toda a indústria nacional. A dificuldade de encontrar técnicos capacitados em determinadas áreas sempre foi evidente, mas com o crescimento da economia brasileira as proporções aumentaram.

 

O setor automotivo em particular é um dos que mais sofre com isso. A reparação independente reclama que não consegue encontrar mecânicos com diferencial e acredita que os poucos bons profissionais ainda em atuação estão dentro das montadoras. O motivo, para eles, são a segurança e o plano de carreira que estas empresas oferecem, além, é claro, da elevação na produção de automóveis.

 

O que faz muito sentido, pois segundo a Anfavea (Agência Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) a estimativa é que 3,68 milhões de veículos sejam vendidos em 2011. Isto significa que mais mecânicos deverão entrar para a linha de montagem e, apesar disso não agradar as oficinas de rua, os reparadores deverão se preparar angariando mais conhecimento e informações.

 

Este perfil antenado e atualizado faz parte dos mecânicos que são clientes da distribuidora Acessórios 3 Vias. “Em minha opinião, o profissional de hoje em dia está preocupado em se atualizar e focar a sua carreira em um segmento da reparação. Isso deve ser feito com a ajuda de cursos e palestras, além de muita leitura técnica”, diz José Reis, dono da Acessórios 3 Vias.

 

A empresa iniciou as atividades em 1974, com uma pequena loja de equipamentos para caminhões. O empreendimento, que começou com o apoio e união da família, era localizado entre os municípios paulistanos de Aguaí e Mogi Guaçu. Com o crescimento natural do esforço surgiu a oportunidade de montar uma loja na região de Campinas/SP, em frente ao Km 105 da Rodovia Anhanguera.

 

“Hoje temos um estoque com aproximadamente 25 mil peças e atendemos tanto a linha leve quanto a pesada”, afirma José. Atualmente a 3 Vias conta com uma logística bastante capacitada e consegue atender todo o Brasil no fornecimento de peças.

 

Integrante há três anos da Rede Oficial de Distribuidores da Revista O Mecânico (ROD), José afirma que muitos mecânicos vão atrás dos exemplares mensais que recebe na loja. “Muitos profissionais chegam aqui com um monte de dúvidas sobre peças e aplicação. O conteúdo fornecido em cada edição ajuda a solucionar as questões destes profissionais e, consequentemente, contribui para o aprimoramento do setor de forma geral.” (VM)

 

Acessórios 3 Vias
Rua Batista Raffi, Nº 53/35
Campinas – São Paulo
Fone: (19) 3782-6060 ou 3782-6067
www.acessoriosparacaminhoes.com.br

Entrevista: Saber aplicar é essencial

O gerente de desenvolvimento de Novos Produtos da Henkel, Wander Machado, fala da importância do treinamento dos mecânicos na aplicação de produtos químicos como junta líquida e outros adesivos de alta performance

 

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Revista O Mecânico: A Henkel tem representação em todo o mundo com várias marcas e tecnologias. Quais os segmentos de negócios da empresa?
Wander Machado: A Henkel opera em todo mundo com marcas e tecnologias em três áreas de negócios: Detergentes e Cuidados Domésticos, Cosméticos, Higiene Pessoal e Tecnologias em Adesivos. Fundada em 1876, mantém posições de destaque no mercado global, tanto nos negócios ao consumidor quanto nos negócios industriais, com marcas como Persil, Schwarzkopf e Loctite. A Henkel emprega aproximadamente 48 mil pessoas e obteve um faturamento de 15,1 bilhões de euros e lucro operacional ajustado de 1,9 bilhão de euros no ano fiscal de 2010. No Brasil, em 2010, teve um faturamento total líquido de R$ 769 milhões. Com relação às áreas de negócio industriais são adesivos, selantes e tratamento de superfícies. As áreas de atuação são no segmento automotivo, como: montadoras, considerados OEM (Original Equipment Manufacturers), aplicando como fornecedora de Soluções e Tecnologias e nos serviços de pós-vendas ligados ao setor de Manutenção Automotiva.

 

O Mecânico: O que a empresa oferece especificamente para o segmento automotivo?
Wander: A Henkel oferece um portfólio extenso voltado para o setor produtivo e para o pós-venda, principalmente, nas áreas em que atua: mecânica e funilaria. A grande atuação está em produtos para vedação, como o Loctite 518 e Loctite 5920 – Silicone Copper, produtos para travamento, como Loctite 243 e 263, novos no mercado e produtos poliuretanos para o mercado de reposição de para-brisas, como o Terostat 8596 da marca Teroson.

 

O Mecânico: Como é a estrutura da empresa no Brasil, as marcas que representa?
Wander: A Henkel atua em todo território brasileiro, com distribuidores, representantes e uma equipe de vendedores externos altamente capacitados. Nesta área as marcas mais fortes são Loctite e Teroson. No Brasil, temos vendedores situados em todas as áreas do país trabalhando conjuntamente com a nossa rede de distribuição, que nos apóia em todas as ações estratégicas.

 

O Mecânico: Onde a Henkel mantém a sua fábrica? Qual é a capacidade produtiva?
Wander: A Henkel mantém fábricas em Itapevi, Diadema, Jundiaí e Manaus. A capacidade produtiva está na competência de atender a uma gama de clientes bastante exigentes, com um padrão de satisfação acima do mercado. Os produtos de marca Loctite e Teroson são produzidos nas fábricas de Itapevi e Diadema.

 

O Mecânico: Quais são os lançamentos e as novidades do Grupo para o ano de 2011? Em sua opinião será um ano bom para o segmento automotivo, por quê?
Wander: A Henkel traz na Automec uma nova geração de travas químicas indicadas para os engenheiros das montadoras utilizarem em seus projetos, bem como para os mecânicos de todo o Brasil. O ano de 2011 tem uma tendência positiva pelo crescimento substancial da frota de veículos em 2010, devido às altas nas vendas das principais montadoras já estabelecias no país, bem como, dos investimentos e outros “players” que estão se firmando como alternativas no mercado brasileiro.

 

O Mecânico: Qual é a importância do mercado de reparação para a empresa, como é o relacionamento com os mecânicos?
Wander: A importância de reparação é grande para a Henkel, porque a estratégia sempre foi ampliar as soluções oferecidas nas plantas automotivas e também para o setor de pós-venda (concessionárias, oficinas mecânicas e centros de reparações automotivos). Trabalhamos sempre com o objetivo de atender a cadeia desde a concepção do projeto até o pós-venda. Desta forma, conseguimos atuar em conjunto com as grandes montadoras do país e estabelecer um trabalho de parceria para informar sempre as redes de concessionárias sobre tudo que estamos trabalhando no setor produtivo e que poderia ser utilizado também no pós venda.

 

O Mecânico: A marca Loctite tem presença forte nas competições de automobilismo, qual é a importância desse marketing?
Wander: Com a presença da marca Loctite nas competições de automobilismo, a Henkel testa na prática tudo o que oferece em soluções automotivas. Nada melhor do que expor aplicações em ambientes em que os carros estão dentro de uma competitividade acima dos padrões normais do que os usuários vivem. A Henkel renovou o patrocínio do Nonô Figueiredo, e sua equipe, a Full Time Sports, para a temporada 2011 da Stock Car. Este será o décimo ano consecutivo que a empresa estará presente no evento, com o patrocínio do piloto. Além disso, a Henkel também participou do Rally Dakar 2011, na Argentina e no Chile, e pelo sexto ano consecutivo foi a fornecedora oficial do evento. Em todos estes eventos, a Henkel tem a oportunidade de utilizar de forma efetiva as suas soluções, e em muitas vezes, lançar novos produtos e serviços.

 

O Mecânico: A Henkel mantém atividades exclusivas e treinamentos com os mecânicos e o mercado de reparação?
Wander: A Henkel oferece eventos, feiras e treinamentos periódicos em todo mundo. Temos um calendário anual em que focamos todos os módulos de treinamento como: Marca Loctite (Módulos: vedação, travamento, adesão, fixação e lubrificação) e a marca Teroson (Módulo com soluções para funilaria). Hoje, a Henkel oferece também um novo sistema de treinamento on-line chamado “Loctite University”, por meio do qual o usuário pode, em qualquer lugar e momento, fazer pequenos treinamentos de 15 a 20 minutos e sair com um certificado de conclusão.

 

O Mecânico: Quais são os produtos mais usados por eles? Necessitam de treinamento para aplicação?
Wander: Os produtos mais utilizados pelos mecânicos são os voltados para motores, como os de marca Loctite. Para realizar a aplicação, é imprescindível ter participado de um treinamento, porque o usuário precisa saber como aplicar o produto de forma correta e segura. Estes produtos são utilizados para fazer a reparação, muitas vezes de partes estratégicas, como em motores, vedação e proteção contra corrosão de partes da carcaça do veículo quando submetido à funilaria, e substituição de parabrisas (vidro) – que é considerado pelos “experts” como parte estrutural do veículo. Daí a necessidade de adesivos de alta performance e credibilidade para a adesão na hora da substituição numa eventual reparação e/ou troca do parabrisa, por se tratar de um item de segurança.

 

O Mecânico: Hoje a tecnologia de junta líquida para motores e câmbios é uma realidade. A Henkel também tem produto para esse mercado, existem campanhas para expandir o uso entre os mecânicos?
Wander: A Henkel foi uma das pioneiras neste tipo de inovação, por meio da marca Loctite com produtos anaeróbicos (que curam na ausência do ar) como, por exemplo, Loctite 515 e obviamente, com soluções de silicones especiais para vedação, como Loctite 5920 – Silicone Copper e Loctite 598 black.

 

O Mecânico: Como funciona o Programa Pró-ativa da Henkel, quais os resultados obtidos até agora?
Wander: O programa é um sistema oferecido a frotistas, e tem como objetivo principal reduzir gastos desnecessários com manutenções tradicionais, oferecendo uma consultoria e levantamento de aplicações através de soluções químicas que visam substituir, quando possível, alguns métodos e, ou processos antigos por soluções inovadoras. Estes métodos ajudam a reduzir gastos, desperdícios e hora-homem em aplicações mecânicas.

 

Normalmente a redução de custos tem um percentual muito atrativo para a empresa que aplicamos este tipo de trabalho. Temos obtidos resultados fantásticos com o decorrer desta atuação. Existem relatos de redução entre 20 a 30% no final. Obviamente, que em toda empresa existirá uma especificidade, o que normalmente será tratado dentro desta consultoria e acompanhamento de toda a equipe.

 

O Mecânico: A Henkel costuma participar de feiras como a Automec. Fale um pouco sobre essa participação…
Wander: A Henkel geralmente participa de, pelo menos, uma grande feira no mercado de pós-venda durante o ano. Este ano, traz à AUTOMEC sua nova geração de anaeróbicos Loctite, focada no segmento industrial. O anaeróbico Loctite 243 proporciona alta performance em vários tipos de metais, mesmo sem uso do ativador em substratos ativos (ferro, aço e ligas de cobre) e outros substratos menos ativos como aço inox, alumínio, galvanizado, etc. A trava química anaeróbica Loctite 263 também oferece alto desempenho em vários tipos de materiais e maior resistência ao desgaste pelo calor. Possui ainda maior resistência de quebra em porcas e parafusos M10 em aço inoxidável, após 72 horas de cura.

Saiba como funcionam os relés de um carro

Confira a importância e como funcionam os relés de um carro, quais cuidados o mecânico deve tomar com a identificação e a substituição dessas peças fundamentais para o sistema elétrico do veículo

Fernando Lalli

 

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Você sabe para que serve e como funciona um relé? Não se trata apenas de um plugue retangular que opera funções de “liga/desliga” da parte elétrica, fazendo “cliques” enquanto trabalha, essa peça pode ser bem mais complexa por isso. Não é exagero chamar os relés de pequenos maestros da parte elétrica do automóvel, afinal esses dispositivos regem todas as funções que envolvem algum tipo de condução de eletricidade, desde o acionamento do motor de partida até a temporização da luz interna do veículo.

 

Basicamente, os relés têm a função de fazer o serviço pesado dos interruptores e chaves pelos quais são acionados, que não aguentariam a corrente elétrica necessária para as operações caso estivessem sozinhos. O engenheiro Yuri Rodrigues, responsável pelo setor de importação e exportação da Dani Condutores Elétricos, explica a importância dos relés citando o exemplo do contato de uma buzina no volante, “que é muito pequeno e nunca suportaria a amperagem necessária para fazê-la soar”, detalha. Por isso, o contato apenas liga o relé, que faz todo o serviço.

 

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Conceito

 

O funcionamento da grande maioria dos relés à venda no Brasil obedece ao mesmo princípio: o contato é acionado pelo campo eletromagnético gerado numa bobina comandada por um transistor ou circuitos integrados programados para atuar nos momentos desejados para a função predeterminada.

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Relé eletromagnético é o mais comum no mercado

 

A média de duração de um relé eletromagnético comum é de 1 milhão de acionamentos, não importando o tempo de uso. Em algumas aplicações mais simples, ainda são usados relés termoelétricos, onde a eletricidade passa por uma resistência fixada em uma lâmina bimetalica, gera o calor que flexiona a placa e cria o contato.

 

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Relé termoelétrico ainda é utilizada em aplicações mais simples

 

Uma nova tecnologia chamada Power Mosfet está substituindo os relés eletromagnéticos aos poucos, por meio de circuito de silício ao invés do conjunto “bobina e contatos”. Mas, de acordo com Yuri, ainda levará cerca de cinco ou seis anos para que fiquem baratos o suficiente, viabilizando sua utilização em todos os veículos.

 

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Relé com tecnologia Power Mosfet dura 60 vezes mais, mas ainda é caro

 

“O Power Mosfet ainda é quase cinco vezes mais caro que o eletromagnético, mas é muito mais eficiente: dura quase 60 vezes”, garante Yuri. “O curioso é que, apesar de ser chamado de relé, essa é uma peça completamente diferente”, observa. Atualmente, os Power Mosfet são mais comuns em veículos pesados, já que seu maior custo é compensado pela durabilidade e confiabilidade que proporcionam.

 

Cuidado com a falta de padronização

 

Apesar de utilizarem o mesmo princípio básico, existem diversos tipos de relés: temporizadores, direcionais, auxiliares, específicos para injeção, ar condicionado e aplicações especiais (até o aviso de “parada solicitada” dos ônibus possui um relé), entre outros.

 

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O engenheiro da Dani conta que alguns veículos podem chegar a ter 30 relés, dependendo do número de componentes e opcionais elétricos que são equipados. Injeção eletrônica, ar condicionado, vidros e retrovisores elétricos, airbags, ABS, EBD, sensor de estacionamento, enfim, todos esses equipamentos que fazem parte do sistema elétrico têm um relé comandando suas ações.

 

Para saber como identificar cada tipo desse componente, o mecânico deve começar pelos pinos, também chamados de terminais. Todo pino é correspondente a uma ação e sua nomenclatura define o uso do relé. Mas a tarefa de decodificá-los, levando em conta os diferentes padrões e numerações adotados por cada montadora, gera muitas dúvidas.

 

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A nomenclatura mais comum no Brasil é a DIN, alemã, popularizada pela Volkswagen e General Motors desde a década de 70, mas a chegada de diversas novas montadoras nos últimos anos trouxe nomenclaturas de outros países e até mesmo os fabricantes de peças de reposição tem dificuldade em acompanhar cada padrão.

 

“Temos que estudar bastante os diversos padrões que existem no mercado porque mesmo nós, fabricantes, chegamos a nos confundir com a diversidade”, surpreende Yuri. “Nós passamos ao mecânico todas as informações em forma de boletins, mandamos explicações junto com o catálogo, enfim, fazemos de tudo para que o mecânico não erre”, afirma.

 

Dicas para substituição de relés

 

Se até os fabricantes de peças de reposição têm que correr atrás de informações corretas para não confundir o cliente, outros tentam fazer o que acreditam ser a “manutenção” do relé quando o componente apresenta defeito. Ainda há casos de mecânicos que lixam os contatos supondo que esta seja a solução do problema. Porém, os contatos são de cobre e prata e, para evitar que eles colem, recebem nas pontas mais uma camada de prata. Quando essa camada é lixada, o cobre derrete com o calor da alta amperagem, grudando os contatos e acionando o relé ininterruptamente. Agora, imagine que isso aconteça no relé do motor de partida, e ele seja acionado e não desligue. Já imaginou o estrago? Pois é, e tudo por causa de uma peça que não custa mais do que R$ 40,00… Por isso, é sempre bom avaliar o tipo de economia que se faz, porque uma falha dessas na reparação pode sair muito cara.

 

Yuri afirma que não existe manutenção para essa peça que não seja a sua substituição por outra nova, mas na hora da aplicação, não deve ser simplesmente desconectada sem observar alguns detalhes. Fizemos o procedimento num Hyundai Tucson 2009 para demonstrar os cuidados que o mecânico deve ter ao substituir um relé em um carro que, além de ser importado, conta com diversos tipos de sistemas elétricos.

 

1) Antes de mexer na parte elétrica, desligue a bateria. Alguns sistemas ficam monitorando o veículo mesmo quando desligado, e retirar uma peça pode causar uma saída repentina de eletricidade – o chamado surto elétrico. Isso pode queimar o módulo.

 

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2) Fique atento à posição e polarização dos pinos, quando indicada. Em um relé de terminais simétricos, trocar o lado negativo pelo positivo, por exemplo pode danificar seriamente o carro.

 

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3) É importante conferir a numeração de cada relé com relação ao seu equivalente no mercado de reposição. De acordo com Yuri, algumas montadoras omitem o código dos terminais na peça original, o que dificulta para o mecânico procurar peças que não sejam de fábrica. Consulte os catálogos das fabricantes de relés para saber se há uma peça equivalente no mercado de reposição ou se o relé original é a única opção. Use sempre o código original da peça para consultar o catalogo dos fornecedores.

 

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4) Verifique se o manual do fabricante ou o próprio carro possui um diagrama explicativo da caixa de relés para saber como instalar e qual é o relé correto. No caso da Tucson, a própria tampa da caixa traz em seu verso um desenho explicativo da posição de cada relé.

 

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Nomenclaturas da Norma DIN
O DIN (“Deutsches Institut für Normung” ou “Instituto Alemão de Normatização”) é o órgão de metrologia e qualidade que atua na Alemanha, equivalente ao nosso Inmetro. Sua nomenclatura para terminais de relés foi popularizada no Brasil e, apesar de não ser o padrão adotado pela maioria das fábricas, segue como referência.
C Saída para lâmpada piloto
K1 Saída para lâmpada piloto 1
K2 Saída para lâmpada piloto 2
T Entrada positiva do esguicho do limpador
I Entrada da chave temporizada do limpador
L Entrada da chave de seta esquerda
R Entrada da chave de seta direita
LL Saída para lâmpada do “cavalo” esquerda
RR Saída para lâmpada do “cavalo” direita
1 Bobina de ignição
1a Platinado
4 Bobina de ignição alta tensão
15 + 12V (+24V) após chave de ignição
30 + 12V (+24V) direto da bateria
30a Chave seletora série / paralelo (12V / 24V)
31 Terminal negativo da bateria
31b Negativo via chave ou relé
31c Entrada negativa do esguicho
49 Entrada + 12V (+24V) do relé de pisca
50 Motor de partida
51 Alternador
53 + Motor do limpador do para-brisa
53a Automático de parada do limpador
53c Entrada positiva do esguicho
53e Esguicho
53m Saída para motor do limpador
53s Retorno do motor do limpador
54 Luz de freio
S (Para temporizadores) Saída para o interruptor
54L Saída para lâmpadas da carreta esquerda
54R Saída para lâmpadas da carreta direita
54g Válvula de retardo do freio
55 Lâmpada de neblina
56 Positivo para faróis alto e baixo
56a Farol alto
56b Farol baixo
57 Lâmpada de posição lateral
57a Lâmpada de estacionamento
57L Lâmpada de estacionamento esquerda
57R Lâmpada de estacionamento direita
58 Lâmpada de posição traseira / licença
58d Lâmpadas de iluminação do painel (dimmer)
58L Lâmpada de posição esquerda
58R Lâmpada de posição direita
71a Buzina
72 Chave do alarme
75 Acendedor de cigarros / rádio
81 Chave seletora NF entrada (normal fechada)
81a Chave seletora contato NF (normal fechada)
85 Lado negativo da bobina do relé
86 Lado positivo da bobina do relé
87 Terminal NA (normalmente aberto) do relé
87a Terminal NF (normalmente fechado) do relé
87b 2º terminal NA (normalmente aberto) do relé
49a Saída para lâmpada do relé de pisca
S Ligar na saída W do interruptor
W Entrada negativa do sensor de nível d’água

Como trocar a válvula termostática do Celta 2007

Saiba Como trocar a válvula termostática do Celta 2007, além de algumas dicas que valem para a manutenção do sistema de arrefecimento

Fernando Lalli

 

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Já se foi o tempo em que a manutenção do sistema de arrefecimento se baseava apenas em verificar vazamentos no radiador, mangueiras, braçadeiras e completar o nível da água. Hoje, esse item do veículo teve o nível de importância elevado pois está diretamente relacionado ao consumo de combustível, emissão de poluentes e durabilidade do motor. Por isso, sua manutenção deve ser criteriosa, sem a adoção de antigos vícios, nem mesmo a água comum mais pura pode ser utilizada no sistema.

 

A manutenção deste sistema muitas vezes é negligenciada pelos proprietários, mesmo com a orientação dos mecânicos de que o sistema ajuda a preservar a saúde do motor. De acordo com o analista de qualidade da VDO, empresa do Grupo Continental, Werner Henrichs, cerca de 82% de toda a frota brasileira necessita de algum tipo de reparação no arrefecimento, seja preventiva ou corretiva. Por esse motivo, é bom o mecânico prestar atenção nos detalhes desse sistema, pois a solução ou diagnóstico de algum problema não podem ser ignorados. A VDO recomenda que a revisão preventiva seja feita a cada 30 mil km para todos os carros. Cabe ao mecânico se conscientizar e educar seu cliente a não desconsiderar esse prazo.

 

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A peça-chave do sistema de arrefecimento é a válvula termostática. O dispositivo tem a função de controlar a temperatura do motor, regulando a passagem do líquido de arrefecimento que resfria o conjunto. Uma válvula termostática com problemas pode prejudicar a vida útil do motor. Se essa peça travar fechada, o líquido de arrefecimento não circulará, mas caso trave aberta vai fazer com que o motor trabalhe constantemente frio, comprometendo o conjunto, aumentando o consumo e a emissão de poluentes. “Com o motor mais frio, mais combustível é injetado. Há também uma dilatação necessária para os pistões, anéis e camisas, e essa dilatação não ocorrerá corretamente com o carro trabalhando frio”, explica Werner. “Por isso, é importante que o motor trabalhe quente, desde que com a sua temperatura controlada pela válvula”, completa.

 

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Werner também frisa que a maioria dos problemas do sistema é causada pelo líquido de arrefecimento: quando o fluído não é trocado ou é completado com outro fluído fora das especificações recomendadas para aquele modelo, não desempenhará sua função corretamente. Bem como o uso de água comum no sistema, que gera acúmulo de sujeira e, se vier do saneamento básico, conterá cloro, que agride diretamente o alumínio, material principal de muitos dos blocos de motor atuais. O correto é utilizar água desmineralizada ou o fluído indicado pelo fabricante no manual do veículo.

 

Werner fez o procedimento de troca da válvula no Chevrolet Celta ano 2007, equipado com o motor 1.0 litro VHC (Very High Compression, ou seja, de alta compressão), e 103 mil km rodados. O profissional alerta que é necessário o uso de luvas e óculos de proteção para executar o procedimento, além da atenção com os detalhes de desmontagem e montagem, que envolvem dispositivos primordiais do motor.

 

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Procedimentos de desmontagem

 

1) Com o carro no elevador, comece com a remoção do líquido de arrefecimento do sistema, desconectando a mangueira inferior do radiador.

 

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2) Depois, desconecte a caixa do filtro de ar, juntamente com seus componentes, para dar acesso ao conjunto.

 

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3) Em seguida, retire a correia do alternador, direção hidráulica e do ar condicionado, se o veículo possuir. Não é necessário removê-las completamente. Aproveite para observar se as correias estão em bom estado ou também precisam ser substituídas.

 

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4) Remova a polia inferior para facilitar o acesso à capa plástica posterior. (4a) Em seguida, solte a capa plástica anterior.

 

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    4a

 

5) Antes de subir o carro, remova a roda dianteira direita para alcançar melhor as peças. Feito isso, eleve o carro e desparafuse a parte inferior da proteção plástica anterior.

 

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6) Na sequência, retire o tensionador da correia dentada. O parafuso torx do tensionador pode ser uma dor de cabeça caso a manutenção anterior tenha utilizado trava-rosca o que é uma prática errada. Pela força que é aplicada para soltá-lo, o parafuso tende a espanar, por isso ele sempre deve ser substituído depois de removido. (6a)

 

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    6a

 

7) Para conseguir a retirada da capa plástica posterior, é necessária a remoção da polia do virabrequim.

 

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8) Abaixar o carro e verificar a correia dentada. Tanto a correia dentada quanto o tensor devem ser substituídos juntos a cada 2 anos ou após 60 mil km rodados. Se a correia estiver dentro da vida útil, apenas marque seu sentido de rotação e remova-a. Também é necessário retirar a polia superior da correia dentada. (8a)

 

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    8
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    8a

 

9) Desparafuse e remova a capa plástica posterior, tomando cuidado com o cabo do sensor de rotação, que é preso nela.

 

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OBS: A capa plástica deste Celta estava com muitas impurezas – nesta situação, é necessário que a peça seja limpa antes de ser montada novamente.

 

10) Utilizando uma chave de fenda, desconecte a mangueira do radiador que está presa à carcaça da válvula termostática, com cautela para não danificar a borracha. (10a) Em seguida, desparafuse a própria carcaça, finalmente dando acesso à válvula.

 

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    10a

 

Análise das peças e do sistema

 

1) As impurezas encontradas dentro do sistema de arrefecimento são indícios do uso de água de torneira. Mesmo a água de torneira mais limpa possui impurezas que, devido às mudanças de temperatura, acabam se soltando e acumulando nas paredes, como nas velas de filtros cerâmicos de água. De acordo com Werner, o alto nível de ferrugem, proveniente do bloco, significa que não foi utilizado qualquer aditivo para a proteção interna das peças do motor.

 

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2) Para testar uma válvula termostática, ela deve ser mergulhada em água em processo de aquecimento, e o mecânico tem que observar (com termômetro ou multímetro no modo temperatura) em qual temperatura é acionada. Caso não abra ou seja acionada em temperatura muito elevada, a peça está com defeito e deve ser substituída.

 

3) A VDO disponibiliza para o Celta um kit de reparo com duas abraçadeiras para as mangueiras (que devem ser trocadas), válvula, mola e anel de vedação. A válvula em si pode ser instalada na mesma carcaça. Antes da troca, a carcaça deve ser observada quanto à corrosão, deformações ou trincas. Caso apresente um desses defeitos, não deve ser utilizada. (3a) A substituição apenas da válvula é bastante simples, feita através de um pequeno cilindro que vem com o próprio kit de reparo. Basta apoiar a carcaça na bancada, pressionar a mola com o cilindro e girar para soltar a presilha, e então remover o miolo e trocar pelas peças novas. Não esqueça de substituir o anel de vedação pelo novo.

 

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    3
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    3a

 

Dicas para a montagem

 

1) Verificar se o alojamento no motor está livre de impurezas e começar o procedimento de montagem. Vale lembrar que o procedimento de montagem é inverso ao da desmontagem, observando apenas alguns detalhes extras.

 

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2) Antes de começar a montagem, faça a sangria para remover o ar do sistema, através da retirada do sensor de temperatura. O procedimento é necessário para a retirada de bolhas de vapor que podem ser interpretadas pelo sistema de outra maneira por ser muito mais quente que a água. Serve também para verificar vazamentos e outros possíveis problemas de instalação da válvula. No momento de reabastecer o sistema, utilize sempre água desmineralizada, aditivo ou o fluído indicado pelo manual do veículo.

 

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3) É muito importante fixar o cabo do sensor de rotação nos encaixes das capas plástica inferior e superior, pois o campo magnético do alternador pode interferir na leitura do sensor de rotação. Se o cabo estiver solto, o carro não dará partida. Para evitar, basta se certificar de que o cabo está bem fixado nas proteções.

 

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4) Observe a posição correta das polias inferior e superior da correia dentada. A polia inferior possui uma seta que deve ser colocada apontando para baixo, de acordo com a outra marca que está na bomba de óleo. (4a) A polia superior também possui uma seta, que deve ser colocada para cima, coincidindo com a marca na capa plástica posterior.

 

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    4a

 

5) No tensor da correia dentada, há um pequeno ponteiro que deve coincidir com as marcações indicadas. (5a) O ajuste deve ser feito com uma chave allen 6 mm no momento de se aplicar o torque. O valor do torque recomendado deve ser consultado na tabela do fabricante. Antes, deve ser observado que a alça inferior do tensor esteja encaixada adequadamente na fenda indicada na bomba de óleo.

 

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    5a

Como trocar a correia de acessórios do Peugeot 3008

Saiba como trocar a correia de acessórios do Peugeot 3008

Carolina Vilanova

 

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Conhecer a mecânica de um carro que acaba de chegar é um trunfo a mais na manga para os mecânicos competentes de plantão. Ainda mais quando o assunto em questão é um carro importado, com alto nível de tecnologia embarcada, inclusive um novo e moderno motor turbo. É por isso que nessa edição trouxemos uma novidade exclusiva: a reparação correta dos periféricos do motor do Peugeot 3008, uma tecnologia inovadora que preza pela economia e aproveitamento do combustível, desempenho e mínima emissão de poluentes.

 

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Estamos falando do motor 1.6 l THP (Turbo High Pression), que carrega a nomenclatura EP6CDT para designação da Peugeot e teve o desenvolvimento conjunto com a BMW dentro do conceito de downsizing. Entre suas características estão o bloco de alumínio, cabeçote composto de 16 válvulas e comando de admissão variavel, balancins roletados, tuchos hidráulicos, bobina de ignição integrada individual, acionamento da distribuição por corrente e injeção eletronica de gasolina direta. São 156 cavalos de potência que garantem ótimo desempenho e torque, além de economia de combustível.

 

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De acordo Levi Condutta, instrutor técnico do SENAI-Ipiranga, uma das inovações tecnológicas desse motor é o controle ou pilotagem de alguns componentes perifíéricos do motor, como alternador, compressor do ar condicionado, bomba de óleo, turbocompressor do ar de admissão, válvula termostática, bomba d’água e comando de válvulas de admissão.

 

Tudo que é diferente gera curiosidade e requer atualização do mecânico, como a pilotagem de alguns itens. “Dizemos que a pilotagem significa modular o funcionamento de um componente, ou seja, prover fase de funcionamento distintas dentro de uma faixa mínima e máxima de trabalho. Assim sendo, percebemos que o componente está diretamente ligado a uma gestão eletroeletrônica gerenciada. Isso permite concluir o conceito inovador, ou seja, a pilotagem de um componente promove a economia da energia de trabalho do motor”, explica o técnico.

 

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Nessa matéria vamos acompanhar a substituição da correia de acessórios e a inspeção dos seus componentes, mostrando os cuidados e detalhes da reparação.

 

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1- Rolete tensor
2- Alternador
3- Correia de acessórios
4- Compressor do ar condicionado
5- Polia do motor com damper
6- Parafuso de fixação
7- Dispositivo de pilotagem da Bomba d’água
8- Polia da bomba d’água

 

Componentes que envolvem a correia de acessórios

 

Detalhes de cada componente
1- Rolete tensor: tem a função de manter esticada a correia e na reparação, em caso de quebra, deve ser substituído por inteiro
2- Alternador: utiliza uma tecnologia específica de catraca ou fricção na polia de acionamento e uma pilotagem eletroeletrônica
3- Correia de acessórios: material novo usado dos dois lados para transferência de movimento
4- Compressor do ar condicionado: uma tecnologia específica, que não possui embreagem de acoplamento e sim uma ligação direta e pilotada que traz grande economia de energia de trabalho do motor
5 e 6- Polia de acessórios: conta com um cubo amortecido chamado de “damper” e um parafuso central, que não pode ser removido, somente os três parafusos que estão ao redor podem dever ser retirados
7- Dispositivo de pilotagem da bomba d’água: é pilotado pelo calculador do motor, ativado com 12 volts, acança e faz o desligamento da polia
8- Polia da bomba d’água: revestida externamente com material idêntico ao da correia de acessórios

 

Sequência para desmontar

 

Antes de iniciar, tome os devidos cuidados para não prejudicar a sua saúde, como usar óculos, proteger as mãos e mantê-las limpas, assim como o veículo, isento de gordura ou qualquer elemento que possa corroer a correia ou fazer com que perda aderência, para não patinar a transferência. Não coloque grafite ou óleo, mantenha a correia seca e limpa, pois depende do atrito para funcionar. Se necessário utilize apenas sabão neutro.

 

1) O primeiro passo, ainda antes de desmontar a correia, é checar as condições do damper por meio de um teste de rodagem. Faça um risco na polia e dê uma volta com o carro. Depois, verifique a marcação, se estiver desalinhada, troque a peça.

 

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2) Com uma chave de fenda e um soquete de 30 mm comece o serviço. Coloque a chave soquete no rolete tensor e encoste a chave de fenda no pino trava. Alivie a tensão da correia até o alinhamento dos furos do suporte e do pino de bloqueio, solte suavemente o soquete e verifique o bloqueio do suporte. Nessa condição a correia está parcialmente solta, ou seja, continua presa pelo rolete de acionamento da polia da bomba d’água. (2a)

 

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3) Em seguida, alivie o rolete que aciona a bomba, para isso puxe a fita de manutenção para desencostar o rolete e trave o orifício da fita na lingueta do suporte. O recuo do rolete de contato entre as polias é feito por uma mola interna do dispositivo. (3a)

 

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4) O próximo passo é remover a correia com muito cuidado.

 

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Desmontagem dos componentes

 

Depois de tirar a correia de acessórios, o técnico deve fazer uma criteriosa análise em todos os componentes envolvidos no sistema, principalmente nas polias, verificando a região em contato com a correia. Fizemos os procedimentos com o motor no cavalete para facilitar a visualização.

 

1) Para retirar a polia do motor, faça o bloqueio do volante e solte os três parafusos externos de fixação, lembrando de não mexer no parafuso central. Retire a polia, verifique se há desgaste, empenamento ou alguma avaria.

 

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2) Na sequência, o dispositivo de pilotagem da bomba d’água está bloqueado e deve ser removido para inspeção. Remova os três parafusos de fixação e observe o estado do rolete, o rolamento e o aspecto externo do componente. Caso tenha avarias, troque a peça, pois não tem reparo.

 

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3) Na manutenção, puxe a trava para fora para desmontar a correia de acessórios e mantenha o dispositivo destravado. Desligue a bomba para facilitar a remoção da correia de acessórios.

 

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4) É importante frisar que a entrada do movimento provém das costas da correia em contato com a polia do motor. A entrada do movimento aciona o rolete ligado ao dispositivo, a transferência do movimento chega até a polia da bomba, acionada por conta do revestimento da polia. Então, o calculador do motor (módulo) faz a alimentação do motor elétrico. Com os 12V alimentados, vai fazer o avanço, desligando a bomba d’água. O tempo em que a bomba não é acionada ajuda a reduzir a energia de trabalho do motor, o que, consequentemente, está aliado à economia de combustível.

 

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Bomba d’água, polia do motor e alternador

 

1) Passe a ferramenta universal de couro para remoção de filtro de óleo, isenta de óleo e gorduras, em volta da polia. Desaperte os parafusos e retire a peça. Faça uma inspeção minuciosa. Este componente está diretamente ligado à correia, ou seja, qualquer falha na correia ou no revestimento da polia, pode causar danos mais profundos, por isso, recomenda-se a troca em conjunto.

 

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2) Fique atento aos retentores de vedação da polia, junta de vedação da tampa de válvulas e retentor da polia do virabrequim, pois qualquer vazamento de óleo ou de líquido de arrefecimento pode avariar as polias e provocar falta de atrito.

 

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3) A bomba d’água tem desgaste comum e devemos movimentar o eixo para ver se tem retenção, verificando também quanto a vazamento do fluido de arrefecimento, que pode criar oleosidades nas polias.

 

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4) Na parte inferior da bomba existe um reservatório que evita, no caso de vazamento da bomba, que o líquido venha a engordurar a correia. Se esse reservatório tiver acúmulo de líquido de arrefecimento, será preciso trocar a bomba. (4a)

 

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5) Dando continuidade à inspeção, observe o rolete do tensor. O parafuso de fixação é blindado e não deve ser desmontado. Qualquer avaria demanda a troca da peça.

 

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6) Agora vamos remover o alternador, que tem uma tecnologia inovadora: uma catraca ou fricção que acopla no sentido horário o induzido do alternador, ganhando movimento. Normalmente, se desacelerar cai a rotação do alternador e a catraca desacopla o sentido anti-horário, permitindo que o induzido continue em maior rotação, aproveitando energia cinética.

 

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7) Observe a conformidade de funcionamento do conjunto, caso encontre avarias, troque o alternador, que é blindado e não aceita reparação.

 

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8) O compressor do ar é o próximo item a ser inspecionado. Também é ligado a economia de energia do motor, e funciona sem embreagem de acoplamento, ou seja, sua estratégia é feita por uma pilotagem. Inspecione o aspecto e a movimentação livre da polia.

 

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Montagem do sistema

 

1) Comece reinstalando os componentes que fazem parte do sistema e depois faça a instalação da correia. (1a)

 

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2) Coloque a correia, examinando o perfeito encaixe. Destrave o rolete de acionamento, soltando a lingüeta e encaixe bem o manípulo da fita no seu alojamento. Faça o tensionamento da correia na seqüência, da seguinte maneira: puxe com a chave soque e escute o desencaixe automático do pino por sua mola e o tensionamento é reestabelecido. (2a).

 

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Artigo – Carro elétrico: o jovem centenário está de volta

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Por Fernando Landulfo

Lançado oficialmente no final do ano passado, o Chevrolet Volt utiliza tração elétrica, alimentada por uma bateria, que pode ser recarregada em uma tomada comum. A primeira vista, sua autonomia média de modestos 60 quilômetros não impressiona. No entanto, um pequeno e eficiente motor de combustão interna, cuja única função é impulsionar um gerador, estende a autonomia em até 500 respeitáveis quilômetros adicionais, a um custo muito, mas muito tentador mesmo. O veículo é classificado como híbrido do tipo plug-in. No entanto, como apenas o motor elétrico está ligado às rodas, a General Motors considera o Volt um autêntico veículo elétrico.

 

Agora, muito se engana quem pensa que os veículos elétricos são uma novidade, criada pela necessidade de conservação do meio ambiente e/ou economia de combustível. No final do século XIX e início do século XX, os carros elétricos competiam de igual para igual com os de tração por combustão. Analistas da época afirmavam todos os tipos iriam coexistir. E não era por menos. A tração elétrica gozava de uma enorme simpatia do público e da comunidade científica.

 

A respeitada revista Scientific American, de 1899, defendia fervorosamente os veículos elétricos, alegando que a eletricidade eliminava dispositivos complicados, associados aos motores de combustão, evitando assim ruídos, vibrações e os calores associados aos mesmos. Inventores renomados, como Thomas Edison, promoviam esses veículos ou tomavam parte no seu desenvolvimento. Além disso, muitos usuários preferiam utilizar os carros elétricos para evitar a utilização da incômoda e perigosa manivela de partida do motor, e de manipular um complicado sistema de troca de marchas.

 

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Painel da Fiat: velocímetro e consumo de energia são informados ao motorista

 

Em 1900, cerca de 28% dos carros produzidos nos Estados Unidos eram elétricos. E mais! No Salão do Automóvel de Nova Iorque daquele mesmo ano a quantidade de carros de tração elétrica exposta superava a dos equipados com motores de combustão interna ou a vapor.

 

No entanto, no final dos anos 20, o carro elétrico era um produto comercialmente morto. Em 1905, os veículos a gasolina começaram a tomar a dianteira, no quesito popularidade. E as razões eram bem simples: eram mais baratos, apresentavam maior autonomia e um custo operacional bem mais baixo. Isso, sem falar na descoberta de grandes campos de petróleo, que fez os custos operacionais cair ainda mais. Entre 1906 e 1910 tornou-se evidente que o carro elétrico tinha um desempenho inferior.

 

Além disso, naquela época, não havia qualquer preocupação com a poluição do ar, ou o déficit da balança comercial gerado pelas importações de petróleo. Logo, não havia razão em se gastar tempo e dinheiro com o desenvolvimento de uma tecnologia que, naquele momento, se mostrava inferior. Para piorar ainda mais a situação, o surgimento do motor de arranque elétrico em 1912 tornou os motores de combustão interna ainda mais atraentes.

 

O carro elétrico ficou meio que “engavetado” até meados doa anos 60, quando a poluição produzida pelos veículos automotores, em áreas urbanas, tornou-se uma preocupação para os governantes. Os projetos que surgiram no final da década visavam aumentar a autonomia e velocidade máxima. Grandes fabricantes, como a Ford, General Motors e Renault chegaram a produzir alguns protótipos. No entanto, como as velocidades de cruzeiro e autonomias deixavam muito a desejar, os projetos acabaram fracassando.

 

A vez do meio ambiente

 

A crise do petróleo dos anos 70 e a preocupação com a preservação do meio ambiente deram novas esperanças para os carros elétricos. Mas as motivações para o desenvolvimento do programa, agora, eram políticas e econômicas. As questões ambientais apenas consideravam o uso de carros elétricos para a melhoria da qualidade do ar. Apesar das iniciativas governamentais, os consumidores continuavam não vendo razões para comprar carros elétricos lentos e de baixa autonomia.

 

Nas décadas de 80 e 90, após um período de pouco desenvolvimento, o entusiasmo pelo carro elétrico ressurgiu. Os veículos começaram a ter um progresso marcante, ganhando apoio de governantes, ambientalistas e fabricantes. No final dos anos 90, tendo a consciência ambiental como um dos tratores, tem-se a introdução dos veículos híbridos. No Brasil, destaca o trabalho desenvolvido pela Gurgel na década de 80, com o veículo Carajás, que chegou a fazer parte da frota operacional da Telesp.

 

Como funciona:

 

Várias são as formas de se construir um veículo elétrico. A configuração mais simples é exibida na figura a seguir. O mecanismo opera a partir de um conjunto de baterias, alimentando um conversor eletrônico que, por sua vez, aciona um motor elétrico. Este motor fornece torque às rodas por meio uma transmissão convencional dotada de uma embreagem diferencial.

 

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Como alternativa, pode-se eliminar a embreagem diferencial, como exibido na figura 2. Neste caso, faz-se necessária a utilização de dois conversores e dois motores elétricos independentes. O efeito da embreagem diferencial é obtido eletronicamente, impondo-se velocidades levemente distintas para cada um dos motores e suas respectivas rodas.

 

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A figura 3 exibe um outro tipo de construção, que utiliza motores ligados diretamente às rodas. Sua grande vantagem sobre os demais é que permite um sistema de tração nas quatro rodas. Além disso, possibilita a construção de ônibus de piso baixo. No entanto, exige o uso de motores especiais de pequena dimensão.

 

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Desempenho esperado:

 

Não há dúvidas de que o carro elétrico, assim como seu irmão movido a motor de combustão interna, deve atender a todos os tipos de tráfego. No entanto, não é possível estabelecer um único padrão que represente simultaneamente todos os diferentes segmentos da população de veículos, assim como as necessidades dos seus usuários. Por isso existem: carros compactos, carros de família, carros de alto luxo, esportivos de alto desempenho, utilitários, caminhões, ônibus, vans, etc. Cada um deles dotado de um conjunto de características.

 

Umas das principais características que definem um veículo é a autonomia. No caso dos automóveis totalmente elétricos, esta característica esta diretamente ligada a capacidade de armazenamento do sistema de baterias. A frenagem regenerativa é outra característica fundamental. Neste caso, deve ser considerado um torque de frenagem suficientemente alto, associado a uma elevada corrente de recarga da bateria. A dirigibilidade do veículo também é muito importante. O veículo deve oferecer um elevado torque de arranque, uma resposta rápida e estável do motor, além de estabilidade e uma frenagem eficiente e controlável. Além disso, por razões de conforto a taxa de variação de potência do motor deve ser bastante limitada.

 

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Ainda não se sabe como será o abastecimento desses veículos quando chegarem ao mercado

 

E o que muda para o mecânico?

 

Bem, sem sombra de dúvidas, o “Guerreiro das Oficinas” terá que aprender a manusear uma tecnologia com a qual não está habituado e, por muitas vezes, nem tem muita zfinidade. Afinal de contas, “se ele gostasse de eletricidade não teria aprendido mecânica”.

 

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Cuidado: o barulho do motor elétrico é tão silencioso que parece que não está ligado

 

No entanto, é preciso lembrar que “tudo na vida muda”. E muitas vezes para melhor! Não foi o que ocorreu com a introdução da eletrônica embarcada nos veículos? Claro que foi! No princípio, houve um pouco de dificuldade até que a tecnologia fosse dominada. Mas depois… As oficinas ficaram cheias de serviço, gerando excelentes resultados. Isso sem falar que o profissional passou a trabalhar mais limpo, com equipamentos de alta tecnologia, foi obrigado a se aprimorar e tantos outros benefícios.

 

Então calma! Não há necessidade de entrar em pânico. Primeiro: porque o carro elétrico, apesar de possuir uma propulsão “diferente”, continua sendo um automóvel, cheio de partes mecânicas. Ou seja: a mecânica geral vai continuar existindo. Segundo: porque o motor de combustão interna ainda vai frequentar as nossas ruas por um bom tempo. Terceiro: porque aprender a trabalhar com esse novo tipo de tecnologia abrirá ainda mais os horizontes do profissional, permitindo ganhos ainda maiores. Quarto: porque no Brasil a tração elétrica está ainda no período inicial, permitindo que os profissionais tenham tempo suficiente para se preparar devidamente. É só mergulhar de cabeça no mundo da eletricidade e correr para ajudar o cliente!

Preparados para aproveitar a Automec

Um guia para tanto o empresário quanto os mecânicos tirarem o maior proveito dessa importante feira do segmento de reposição que traz na vitrine, além de novos produtos, uma infinidade de ações para benefício da oficina e do seu cliente

Carolina Vilanova

 

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Foi-se o tempo em que mulheres gostosas e muito chopp regavam o público em uma feira de negócios, como a Automec, o maior evento de autopeças e serviços da América Latina. Do alto de sua magnitude, foi por muitos anos conhecida como “Alcoolmec”, numa alusão ao tanto de cerveja que era servida aos visitantes, mecânicos desprevenidos e desinteressados numa busca frenética por sacolas e brindes. Ah, sem esquecer da clássica foto com a modelo embrulhada a vácuo, sem deixar esvaziar a caneca com o nome do patrocinador.

 

A transformação aconteceu de forma rápida, depois de altos e baixos da indústria chegou-se a conclusão de que tanto dinheiro investido em estandes “glamourosos” e promoções astronômicas deveria ter mais retorno, ou pelo menos, retorno com mais qualidade. Não apenas vender peças e equipamentos, mas trazer o mecânico para mais perto, um mecânico que também mudara sua atitude, estava mais atento às tendências e convencido de que a atualização o manteria com sucesso no mercado.

 

Hoje a Automec tem outra cara: um portal para o universo da reposição, com muitas, mas muitas atrações para os profissionais da reparação, principalmente, mecânicos, donos de oficinas e estudantes. Vamos mostrar nessa matéria, elaborada em parceria com o IQA (Instituto da Qualidade Automotiva), como se preparar para aproveitar com qualidade tudo o que a feira, marcada de 12 a 16 de abril, tem a oferecer. Um guia para não se perder no pavilhão do Anhembi e acabar dançando no sambódromo.

 

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    São tantos corredores que se o grupo não se organizar, não vai conhecer a feira toda
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É importante a participação dos profissionais nas feiras do setor, cada um com o seu objetivo e um roteiro traçado. “Em primeiro lugar é essencial saber o que você vai fazer na feira: conhecer novas tecnologias, novos equipamentos, buscar aproximação com fabricantes, assistir às palestras, comprar um produto”, analisa José Palacio, Coordenador de Serviços Automotivos do IQA.

 

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Não adianta percorrer os corredores a esmo ou você vai acabar vendo o que não tem tanto interesse e perdendo as coisas importantes. “Para o empresário, são basicamente três pontos a seguir: fazer relacionamentos, prospectar novos negócios e conhecer as novidades e as tendências do mercado. O dono da oficina deve tirar o máximo proveito para alavancar seu negócio”, comenta.

 

Se o foco do empresário é um, o do mecânico é outro. Ele tem que pensar em como conseguir vantagens para a sua carreira, como a busca de bons treinamentos e cursos, além disso, conversar com os técnicos das empresas fabricantes para saber como um equipamento novo funciona, como é o treinamento oferecido, etc. “O mecânico tem que percorrer os estandes para encontrar informações sobre sua área de atuação, para melhorar o seu desenvolvimento profissional. Esse é o perfil do mecânico atualizado e interessado”, alerta Palacio.

 

Até os aspirantes a mecânico podem se beneficiar, conhecer as empresas, entender melhor do que ele gosta e se está convicto da sua aptidão. Para os estudantes, a feira pode até ser uma oportunidade de emprego.

 

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Antes da feira

 

Antes de pegar o rumo do Pavilhão, o empresário deve ter claro que proveito pode tirar da feira como melhoria para a sua empresa, seja novos lançamentos, tecnologias, equipamentos ou ferramentas. Ele tem que saber que seu funcionário também pode sair beneficiado de lá, então, é importante separar um tempo no seu trabalho para isso.

 

“Em primeiro lugar, o que você precisa? O que sua oficina precisa? O que os seus funcionários precisam? É importante usar a feira como uma parte do trabalho do mecânico. O ideal é fazer uma escala ou fechar a oficina meio período para todos irem juntos. Deixar claro para o mecânico que aquilo vai enriquecer o seu currículo e o que é melhor ele procurar”, comenta.

 

Todos nós sabemos que não é fácil parar uma oficina, por isso planeje direitinho seu tempo, de forma não desguarnecer as suas atividades diárias, tirando todo o pessoal e ficando sem ninguém para trabalhar, para atender os clientes.

 

Antecipadamente, através do mapeamento da feira, que você pode fazer seguindo as informações do site www.automecfeira.com.br, e identifique quais são os estandes que devem ser conhecidos. Classifique também as visitas para os funcionários, de acordo com suas necessidades atividades diária, assim ele já vai com uma lição de casa, ou seja, sai com um compromisso.

 

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    Não esqueça de buscar o guia e mapa da feira no estande da Revista O Mecânico

 

“Quando chegar à feira, procure o mapa e o catálogo oficial, que serão oferecidos como parte integrante da edição 204 da Revista O Mecânico, gratuitamente. Faça o mapeamento de onde deseja ir, desenhe um cronograma e oriente seus funcionários sobre suas prioridades. Informe que após o evento da feira será feita uma reunião na oficina para que todos dêem seu parecer sobre o que constatou, assim você fecha o ciclo”, diz. O melhor é agendar para ir nos primeiros dias e se perceber que perdeu alguma coisa, pode voltar para completar a sua jornada antes do término da feira.

 

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    Atualização é ponto importante da Automec. Não perca as palestras e workshops
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Agora que você tem o mapa, o catálogo e o guia dos expositores na Revista, sabe onde está o que procura, se organize e aproveite tudo o que a Automec tem para oferecer, e olha que são muitas coisas! “Não esqueça de passar no estande da Revista O Mecânico para assistir às palestras do Projeto Atualizar O Mecânico. Também vá ao espaço do IQA para obter informações sobre qualidade e gestão da sua oficina, lá você poderá discutir esses tópicos com nossos especialistas”, convida Palácio.

Manutenção da catraca de freio

Conheça o funcionamento, diagnóstico e reparo do ajustador de freio automático, um componente primordial para segurança, aplicado em veículos pesados

 

Carolina Vilanova

 

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Que a manutenção do sistema de freios de um veículo pesado, seja caminhão de carga ou ônibus de passageiros, é primordial para garantir a segurança, todo mundo sabe. E você, como técnico, também sabe que existem procedimentos até diários para manter o conjunto funcionando adequadamente, aumentando a durabilidade dos componentes e, consequentemente, reduzindo o custo de manutenção e o risco de uma quebra repentina que possa causar um acidente.

 

O ajuste da folga que existe entre uma lona de freio e o tambor é um desses passos que devem ser efetuados periodicamente. Isso acontece pois, toda vez em que o sistema de freio é acionado pelo motorista, o eixo S faz movimentar os patins e com isso há um atrito entre o tambor e a lona, o que provoca desgaste na lona.

 

Esse trabalho é feito pelo ajustador de freio, conhecido no mercado como catraca de freio, que pode ser encontrado nas versões manual e automática. “O ajustador de freio é um componente que vem de série em ônibus urbanos, obrigatoriamente, e em caminhões pesados, equipados com tambor nas rodas traseiras e eixos S Came, explica Valdemir Lodo, do departamento de Aplicação e Vendas da Haldex.

 

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A marca disponibiliza ajustadores com vários ângulos de braços que permitem a utilização em todo veículo com sistema de freios com eixo S Came.”Temos uma infinidade de entalhados para várias aplicações. No Brasil, fabricamos três tamanhos de entalhados, de dez dentes usados no Scania e no Volvo, o da Mercedes-Benz, e o de 28 dentes, que é o padrão para semi-reboque e outros veículos nacionais”, comenta.

 

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Procedimento de ajuste e revisão

 

O funcionamento e ajuste das catracas mecânica e automática têm diferenças entre si. O ajuste manual é feito pelo próprio técnico, numa vala adequada e com os componentes frios, a cada dois ou três dias, dependendo da utilização do caminhão. Para ajustar manualmente, o técnico vai utilizar uma chave e, com o eixo do veículo levantado, vai girar a roda, travá-la e soltar de três a quatro dentes (1/4 de volta). Já o ajuste automático é feito todas as vezes em que o motorista pisa no freio, o ideal é que esse ajuste seja feito bem lentamente.

 

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O ajustador mecânico não tem reparo, se tiver algum problema deve ser substituído por uma peça nova. No entanto, a catraca automática pode ser reparada caso apresente falhas de funcionamento, o que está diretamente ligado com a quilometragem do veículo. “Num veículo urbano, o desgaste de lona é em torno de 20 mil km, pois a aplicação de freios é constante. Num veículo rodoviário, um jogo de lona gira em torno de 100 a 120 mil km, ou seja, o desgaste do conjunto é menor”, explica o técnico.

 

Para fazer a verificação se o ajustador automático está com problema ou não, o técnico tem que usar uma chave de 12 mm, colocar no sextavado do ajustador, encostar as lonas até o tambor e soltar de 3/4 a uma volta, quando vai ocorrer um ruído de catraca. Em seguida, aplique o freio várias vezes, verificando se o eixo “sem fim” do ajustador está voltando. Se estiver se movimentando, significa que está funcionando. Se não estiver, é necessário efetuar a manutenção na bancada.

 

Valdemir explica que os maiores problemas se dão por conta de instalação incorreta, por isso existe uma grande preocupação nesse sentido, com objetivo de treinar os mecânicos. “Nossa maior preocupação é quando ocorre o rompimento do braço, há perda dos calços espaçadores e com isso cria uma folga axial no conjunto do eixo S. Também é muito importante fazer a lubrificação da peça, com muita, mas muita graxa”, complementa.

 

Como fazer o reparo

 

Entre as ferramentas necessárias para a desmontagem do componente, o mecânico vai precisar de chaves em geral, chave de pinos, chave sextavada, bucha espaçadora, dispositivo para teste de mola (balança), relógio comparador, mandril, etc. Utilize apenas os kits originais e equipamentos de proteção. Nessa matéria, o técnico usou as luvas químicas antes de iniciar o procedimento.

 

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Existem vários kits para reparação do ajustador, alguns mais completos e outros parciais. Entre as peças que compõem o kit estão as juntas, anéis o’rings, molas, etc, sempre analisando caso a caso.

 

1) A primeira operação é retirar todos os parafusos, se a chave torx e não servir, use a ferramenta de impacto (1a). Em seguida, remova a unidade de controle e a junta, que deve ser substituída por uma nova (1b).

 

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Obs.: Verifique o desgaste da posição entre a área da unidade de controle com relação a cremalheira ou se há desgaste nos dentes. Se estiver em bom estado, reaproveite a peça.

 

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2) Depois, faça a desmontagem da tampa traseira, com a ajuda de uma chave allen de 10 mm. Não é necessário retirar o rebite. Utilize a allen e uma extensão, desafrouxe a porca e sairá a tampa com a mola e a arruela de calço.

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Obs.: A peça funciona como um fusível, se aplicar muita carga, a arruela se quebra em quatro, por uma questão de segurança. Isso só ocorre com produtos originais.

 

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3) Desmonte a tampa dianteira, para isso, posicione a ferramenta nos furos, que devem estar limpos para o perfeito ajuste da chave. Retire a junta. Para desmontar, aplique força na ferramenta e solte a tampa com o rolamentoa axial.

 

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4) Em seguida, retire o anel o’ring e depois remova o acoplamento unidirecional. Caso esteja com muita graxa seca, saque a peça e dê uma batidinha para sair do alojamento. Essa peça é composta de uma engrenagem, do acoplamento e uma mola interna. (4a)

 

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Para desmontar gire a peça e retire a mola do acoplamento com o polegar, também girando. Essa mola pode romper, então veja se não precisa ser trocada (4b).

 

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5) O próximo passo é remover o eixo “sem fim”, que foi prensado no mancal interno dentro do corpo. Para isso, utilize um pino e uma bucha espaçadora e a morsa como prensa, para desmontagem e montagem. Não use o martelo.

 

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6) Em seguida, retire a coroa. Vamos retirar agora as molas da unidade de controle, então coloque a peça na morsa novamente e com uso do ponteiro retire o tampão e com a chave de fenda, as duas molas, que estão uma dentro da outra.

 

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Inspeção dos componentes

 

Com o ajustador desmontado, é necessário fazer a inspeção dos componentes. Lave cuidadosamente as peças e faça uma análise criteriosa, de acordo com os pontos abaixo, substituindo as que estiverem sem condições.

 

1) Verifique o corpo do ajustador, que pode apresentar desgaste no diâmetro do alojamento da coroa e no diâmetro do eixo “sem fim”. Use o calibrador “passa não passa” para ver se teve desgaste dos dois lados, sempre em cruz.

 

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2) Com a lâmina, vamos continuar a avaliação da carcaça. Coloque o eixo “sem fim” em seu alojamento e verifique se a lâmina passa ou não. Se não passar, está tudo bem e o corpo pode ser reutilizado. Inspecione a coroa em busca de desgaste em diâmetro externo e nos dentes.

 

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3) Faça a checagem visual nos dentes e com o paquímetro meça o diâmetro em dois pontos, em ambos os lados, o valor deve ser maior que 61,87 mm. Avalie o estado do eixo S, não adianta colocar coroa nova se o eixo S estiver danificado.

 

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4) Para ver se há desgaste entre os dentes do acoplamento e do “sem fim”, rode o conjunto e veja se faz barulho de catraca. Se não tiver barulho, troque a peça.

 

5) Observe se os canais de graxa estão limpos e desobstruídos.

 

Procedimentos de montagem

 

1) O primeiro passo é substituir o tampão de graxa pelo bico da engraxadeira para facilitar a hora da lubrificação do veículo, utilize a graxa de molibideno.

 

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2) Observe que na parte interna da coroa há um rebaixo retalhado, que tem que ficar para o lado interno. Antes coloque os anéis de vedação, sempre montando com graxa. Encaixe no carcaça do ajustador.

 

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3) Agora vamos montar o eixo sem fim, encaixe com graxa dentro do corpo, e em seguida, coloque o mancal. Use a ferramenta da desmontagem, do lado oposto para fazer a prensagem do mancal. Tenha certeza de que chegou até o final do alojamento.

 

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4) O próximo passo é girar, com uma chave de boca, o “sem fim” para verificar o assentamento dos dentes do sem fim com os da coroa, movimentando 360º para ambos os lados. Se travar os dentes, retire o conjunto e veja onde é o problema.

 

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5) Depois, coloque a mola no acoplamento direcional com o seu polegar, e a engrenagem. Observe se o acoplamento direcional e a engrenagem estão faceando uma na outra. Coloque o conjunto no ajustador, sem esquecer do anel o’ring.

 

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6) Vamos alojar o rolamento na tampa, sempre utilizando graxa, e depois montar a tampa no conjunto ajustador. O torque aplicado na tampa é de 50 Nm.

 

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7) Com a ajuda do relógio comparador, vamos verificar a folga entre o corpo e o sem fim, que deve ser de 0,15 a 0,60mm.

 

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8) Coloque a tampa traseira, a mola e a arruela de encosto, com o centro esférico do lado do eixo “sem fim”. Rosqueie até o último fio de rosca. Não esqueça de colocar bastante graxa.

 

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9) Monte agora as molas e a cremalheira. Coloque uma mola dentro da outra e, com a ferramenta, pressione dentro do alojamento. A cremalheira tem que alinhar direitinho com o corpo, se precisar movimente o “sem fim”.

 

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10) Vamos instalar agora a unidade de controle. Existe uma unidade de controle para cada tipo de aplicação de ajustador, há folgas diferentes para cada uma, variando para mais ou menos. Veja sempre a aplicação correta, coloque a junta, monte no corpo do ajustador e prenda os parafusos.

 

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11) Por fim, é realizada a calibragem do ajustador, para isso, o técnico necessita da balança. Abra a morsa, encaixe o ajustador na balança, movimente até que encaixe perfeitamente e a base da balança esteja alinhada com o mordente. Movimente até que o relógio chegue até a metade do curso e arme o ajustador, pressionando no sentido de atuação do freio. Pressione o braço do ajustador até o final e movimente a morsa até aliviar o ajustador na marca verde, o que significa que está ajustado. Caso contrário, faça o ajuste com a chave de boca, pressionando a mola ou soltando um pouco a mola. Esse ajuste é feito somente na hora da montagem.

 

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12) Terminada a calibragem, coloque os arrebites e o tampão. Agora está pronto para instalar no caminhão.

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