Entrevista: O cliente confia no mecânico

Batemos um papo com Eduardo Grassiotto, diretor de pós-vendas da Citroën, que falou sobre a aproximação da marca com os mecânicos independentes e sobre a preocupação que o pós-vendas tem com a satisfação do cliente na reparação, tanto dentro da rede de concessionárias quanto nas oficinas

 

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Revista O Mecânico: O seu negócio é pós-vendas, qual é o foco da sua gestão para a Citroën?
Eduardo Grassiotto: Na realidade vou tentar resumir, diria que é excelência na qualidade do nosso atendimento e na manutenção e reparação dos veículos que chegam nas nossas concessionárias. Desde a venda do carro zero Km até a reparação temos a preocupação de correr atrás da satisfação do cliente. Eu, pessoalmente, confio muito que esse é o foco máximo que devemos ter.

 

O Mecânico: Qual o tamanho da rede Citroën no Brasil? Todas as concessionárias oferecem serviços de oficina?
Eduardo: Hoje temos um total de 161 concessionárias, sendo que 19 delas são apenas show room e as outras oferecem serviços de oficina.

 

O Mecânico: A marca exige que as oficinas sigam um padrão de atendimento na hora da revisão ou reparo, como funciona? Quais benefícios oferecem aos clientes?
Eduardo: Sim, seguimos um padrão de atendimento entre as concessionárias da rede, desde o momento em que se recebemos a ligação para o agendamento do serviço até o momento posterior da entrega do carro, tudo isso é normatizado. Cada país tem a sua autonomia, mas o nível de dispersão é bem pequeno. Existem, por exemplo, padrões para tratamento de dejetos e para procedimentos de reparação que são particulares para cada país e para cada região. Mas desde a implementação da concessionária até o seu funcionamento pleno existem normas a serem seguidas, e dentro disso incluímos as normas ambientais. Os pontos mais novos já começam a operar dentro desses padrões, já concessionárias mais antigas foram se adaptando. Hoje, todas atendem à legislação ambiental do local onde opera.

 

O Mecânico: Que tipo de certificação as oficinas da marca tem?
Eduardo: Temos uma certificação interna da marca e dentro dessa certificação tem as preconizações que os concessionários devem seguir. Geralmente, essas normas seguem as “ISO”.

 

O Mecânico: Quantos mecânicos trabalham na rede Citroën? O que é preciso para se tornar um deles e como é seu treinamento?
Eduardo: Hoje temos 530 pessoas que operam com mecânica, e nós chamamos de produtivos. É exigido que esses profissionais tenham segundo grau completo (ensino médio). Depois, eles são classificados em níveis A, B, C e D, de acordo com o seu conhecimento e habilidades. Acima desses níveis está o “Technicien Expert” (Técnico Expert). O treinamento é feito da seguinte maneira: a Citroën tem uma carga de informação online, que aborda os níveis mais básicos e os produtivos podem fazer pelo computador. Depois, eles são trazidos para os centros de treinamentos presenciais, onde têm cursos de especialização. Então, eles passam por provas para passar para um nível mais elevado, e por aí vai… Até se tornar um Técnico Expert. Temos uma longa parceria com o SENAI de mais de 15 anos e lá fazemos muitos dos treinamentos presenciais com os mecânicos da rede. Nosso ponto fixo, onde trazemos toda a rede, é o SENAI-Ipiranga, localizado em São Paulo, mas dependendo da necessidade podemos evoluir para outros pontos.

 

O Mecânico: Eles recebem um treinamento específico a cada veículo lançado?
Eduardo: SSim, eles recebem um treinamento específico não só para carro lançado, mas para cada tecnologia nova que colocamos no mercado. Dentro da grade de informação o mecânico vai ter uma formação específica do modelo e depois para cada sistema, cada tecnologia desse modelo. É um braço tecnológico e um braço de produto.

 

O Mecânico: Os carros franceses, até por serem mais novos no mercado, eram considerados um mistério para o mecânico. Hoje esse quadro mudou? Você atribui essa mudança a quê?
Eduardo: O que acontece é que Citroën historicamente trouxe carros com tecnologia embarcada elevada para o nosso mercado e o mercado acabou migrando nessa direção. Hoje todos embarcaram mais tecnologia nos seus modelos e essa distância tecnológica diminuiu. E hoje existe um diferencial dentro da tecnologia, ou seja, os modelos da Citroën do Brasil interagem entre os sistemas através dos módulos eletrônicos. Por exemplo, o módulo de conforto do carro, que controla a parte interna, conversa com o motor, que conversa com os itens de suspensão, e isso permite ajustes mais precisos em relação a vários sistemas do carro. Esse diferencial de produto está mais próximo no lado da reparação também.

 

O Mecânico: Em sua opinião, hoje qual é a relação dos mecânicos independentes com os modelos da marca?
Eduardo: No passado, existia muita dúvida e pouco conhecimento técnico. Um carro que não estava tão presente, vendia menos que hoje. Essa presença dos carros na rua permite acesso de informação para a reparação. Conforme esse acesso, eles recebem um conhecimento maior, tem uma visão bem mais próxima do que é o produto realmente.

 

O Mecânico: Estamos vendo uma aproximação da marca Citroën com os mecânicos independentes. Por que a marca adotou essa postura?
Eduardo: É verdade. Isso acontece, porque a nossa preocupação final é com a satisfação do consumidor. Queremos que ele entre numa concessionária e seja bem atendido, que a revisão seja eficaz e a reparação seja correta da primeira vez. Mas o volume de carros que já temos no país cresceu muito e se não fossem os independentes não teríamos capacidade de atender todos os nossos clientes. Logo, na oficina independente, o cliente tem que ter a mesma satisfação, tem que ter custo mínimo no preço das peças e um serviço de qualidade. A função é garantir a satisfação do cliente da mesma forma.

 

O Mecânico: Quais são as ações voltadas para os reparadores independentes, como incentivo à venda de peças originais? Qual a vantagem de usar peças originais?
Eduardo: O marketing voltado para o independente não aborda varejo, é institucional. Mostramos que usar peças originais vale a pena e que os preços são competitivos. Antes existia a noção de que peça de carro importado era cara, porque não existia volume que sustentasse esse negócio. Com o volume que temos hoje, os preços são competitivos. O índice de reparabilidade diz muito a respeito da manutenção e do preço de peça e temos um ótimo indice, segundo o CESVI. Faz parte da política da marca ter bons preços para garantir a satisfação do cliente. Isso assegura que o reparador migre para a aplicação de peças originais e tenha mais qualidade no seu serviço. É nossa preocupação e trabalhamos forte nesse sentido.

 

O Mecânico: Seguindo essa linha, existe a disseminação de informações técnicas da marca para os independentes?
Eduardo: O foco principal é parceria com o SENAI, e tudo o que é colocado nessa parceria é aberto ao público. Não podemos oferecer cursos para os independentes, pois o modulo da Citroën no SENAI é pequeno, com capacidade para 1.500 pessoas por semestre, mas a necessidade da rede é grande e a absorção do módulo pela rede está tomada. Porém, a partir do momento em que estamos no SENAI, nossas informações estão disponíveis para o público e quem opera essas informações é a escola. O SENAI tem competência de fornecer para o público a tecnologia da Citroën, ou seja, informações de todos os veículos, os motores, os componentes, as ferramentas e as apostilas que estão na escola podem ser utilizados para outros mecânicos na escola.

 

O Mecânico: A Peugeot, que é uma marca do grupo PSA, investiu numa ferramenta de internet que o reparador pode utilizar para compra de peças e aquisição de informações técnicas. A Citroën pensa em fazer algo parecido?
Eduardo: Por enquanto não temos essa ferramenta, mas é claro que preconizamos um estudo sobre isso. Não existe um caso específico, mas o que a Citroën desenvolve muito fortemente é a prospecção desses independentes para poder desenvolver o fornecimento de peças para eles. Hoje, em São Paulo, temos algumas lojas especializadas em venda de peças originais e prestação de suporte para esse público. Além disso, os nossos concessionários estão se especializando cada vez mais para prestar os suportes para suprir essa necessidade.

 

O Mecânico: Em sua opinião, o mecânico influi na escolha da peça na hora do reparo? Ele é um formador de opinião?
Eduardo: Sem a menor dúvida. O mecânico é uma pessoa de confiança do consumidor. A partir do momento em que o cliente leva seu carro no mecânico está confiando nele e vai seguir as suas orientações em relação à compra de uma peça e fazer os reparos necessários. O mecânico é uma voz ativa, um formador de opinião.

Vendas de veículos leves no Brasil cai 21% em 2015

A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) divulgou, que os dados do acumulado do licenciamento de autoveículos nacionais e importados (leves e comerciais leves) mostram queda de 21% nos sete primeiros meses de 2015, comparando com o mesmo período de 2014. Até o momento, foram vendidos 1,54 milhão de veículos, contra 1,95 milhão no ano passado.

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No mês de julho de 2015, foram vendidas 227,6 mil unidades, uma queda de 22,8% em relação ao mesmo mês de 2014, quando foram comercializadas 294,7 mil autoveículos. Com relação a junho/2015, os números são um pouco mais otimistas: as vendas aumentaram 7,1%.

As exportações sofreram uma queda de 40,7% em julho, onde 28,2 mil veículos saíram do Brasil, contra 47,7 mil em junho. Porém, se comparados os sete primeiros meses de 2015 com o mesmo período de 2014, houve um crescimento de 10,7%.

Veículos Pesados
No caso dos caminhões, as vendas encerraram julho com um aumento de 4,4% (6,3 mil veículos comercializados) comparando com o mês passado (6,08 mil). Em relação ao mesmo mês de 2014 houve queda de 48,2 % e se somarmos os sete primeiros meses de 2015, frente ao mesmo período de 2014 a queda é de 43,2% de caminhões vendidos em todo país.

A exportações de caminhões caíram 10,4%, no comparativo de julho e junho: sendo 1,7 mil caminhões exportados neste mês, contra 1,9 mil no mês passado.  O comparativo com o mesmo período de 2014 mostra uma ascensão de 31,7% e nos primeiros sete meses de 2015, houve aumento de 12,2% com relação ao período de janeiro a julho de 2014.

As vendas de ônibus no mês de julho de 2015, onde 1,43mil veículos foram vendidos, caíram 1% desde junho, que teve comercialização de 1,44 mil. No comparativo com julho do ano passado a queda é de 34,6%: foram licenciados 2,18 mil veículos. Ao analisar os primeiros sete meses do ano, em 2015 foram 11,09mil vendas, contra 15,55 mil em 2015, queda de 28,6%.

As exportações cresceram 10,5% entre julho e junho este ano: foram 717 ônibus exportados neste, contra 649 no passado. Comparando com o mesmo mês do ano passado, quando 622 veículos saíram do país, houve crescimento de 15,3%. Entre janeiro e julho de 2015 exportamos 1,96 mil ônibus, uma queda de 13,3 % frente ao mesmo período de 2014, quando os números foram de 3,83 mil.

TMD Friction lança na reposição 58 pastilhas Cobreq para motos

A TMD Friction do Brasil disponibilizou, para o mercado de reposição, novas pastilhas de freio Cobreq das motocicletas BMW, Kawasaki, Suzuki, Triumph e MV Augusta, totalizando 58 aplicações. Estas pastilhas são produzidas com a mesma tecnologia empregada nos caminhões patrocinados pela TMD na Fórmula Truck, Rali dos Sertões e até nos caças Mirage da FAB.

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Confira os lançamentos:
Referência Cobreq N-1808: pastilhas dianteiras para BMW K 1200 LT ABS, K 1200 R, K 1200 R Sport, K 1300 R, K 300 R Dynamic, K 1600 GT e GTL, R 850 R, R 1100 S ABS, R 1150 R e R Rockster, R 1150 RS, R 1150 RT ABS, R 1200 C Classic, R 1200 C Independent, R 1200 C Montauk, R 1200 CL e R 1200 R.

Referência Cobreq N-1809: pastilhas dianteiras para BMW  K 1200 S, K 1200 RS, K 1300 GT, K 1300 S, R 850 RT ABS, R 1100 S, R 1150 GS,  R 1150 GS Adventurer, R 1200 GS, R 1200 GS Tripple Black, R1200 RT, R 1200 S e R 1200 ST.

Referência Cobreq N-1812: pastilhas dianteiras para Kawasaki – Z800, Z800, Z1000 e ZX 9R 900 Ninja; Suzuki -B-King 1340; e Triumph 675 Daytona, 675 Street Triple R, Speed 1050 Speed Triple, 1050 Tiger e 1050 Tiger SE.

Já para a MV Augusta, lançamento é de pastilhas traseira para os modelos Brutale S 750, Brutale 1090 R, Brutale 1090 RR, Brutale 900 R, Brutale 920, Brutale 989 R, Brutale Corse 1090, Brutale R RS 910, F3 675, F3 800, F4 1000 R, F1000 R Corsa Corta, F1000 RR Corsa Corta, F4 1078 CC RR e F4 750 SPR F4S.

Seminário da Reposição Automotiva será realizado em 18/08

Promovido pelo Grupo de Manutenção Automotiva (GMA), o Seminário da Reposição Automotiva está na 21ª edição e terá a organização do Grupo Photon. O evento será realizado no dia 18 /08, no Teatro Ruth Cardoso, na FIESP, à Av. Paulista, 1.313, em São Paulo/SP, apresentará temas relevantes para o setor, reunindo vários elos da cadeia.

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O vídeo da cerimônia de abertura contará com mensagens dos representantes das entidades da reposição, entre eles, Antonio Fiola, presidente do Sindirepa Nacional e Sindirepa/SP (Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos); Paulo Butori, presidente do Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores); Renato Giannini, presidente da Andap/Sicap (Associação Nacional dos Distribuidores de Autopeças/Sindicato do Comércio Atacadista Importador, Exportador e Distribuidor de Peças e Rolamentos, Acessórios e Componentes para Indústria e para Veículos no Estado de São Paulo); Francisco de La Tôrre, presidente do Sincopeças-SP (Sindicato do Comércio Varejista de Peças e Acessórios para Veículos) e Elias Mufarej (coordenador do GMA e conselheiro do Sindipeças para o mercado de reposição).

Confira a programação:
Mercado – Stephan Keese, consultor da Roland Berger apresentará um diagnóstico do mercado de reposição automotivo brasileiro, tendo como base estudo do aftermaket.

Informações técnicas – Heloísa Monzani, diretora da TecAllinace no Brasil, apresentará as funcionalidades do catálogo eletrônico de peças TecDoc, o mais completo da Europa que agora tem a versão para o Brasil e é o modelo padrão adotado pelo Sindirepa Nacional.

eSocial – Lenadro de Paula Souza, advogado do departamento jurídico da FIESP, falará sobre a complexidade do eSocial e o impacto tributário para as empresas. O sistema unificado de catálogo eletrônico de autopeças TecDoc será o tema ministrado por Heloísa Monzani, diretora geral da TecAlliance. As considerações do primeiro bloco de palestras serão feitas por Edson Brasil, vice-presidente de vendas e marketing da Arteb e conselheiro do Sindipeças.

Programa Carro 100% / Caminhão 100% / Moto 100% –  a segunda parte do evento, Emerson Mello, coordenado do mercado de reposiçãodo Sindipeças, falará sobre o programa de estímulo à manutenção preventiva Carro 100%/Caminhão 100%/Moto 100%. Em seguida, Antonio Fiola apresentará os desafios para implantação de um sistema de garantia de autopeças.

Garantia – Antonio Fiola, presidente do Sindirepa Nacional e Sindirepa-SP destaca os desafios para implantação de um sistema de garantia para autopeças.

Painel – O painel de debates terá a participação de Antonio Fiola (Sindirepa Nacionnal e Sindirepa-SP) Odair de Moraes Junior, do escritório Moraes Junior Advogados; Alfredo Bastos (MTE-Thomson) Schaeffler); Antonio Carlos de Paula (Pellegrino), Ricardo Carnevalle (Josecar), Eduardo de Oliveira Neves (Centro Automotivo Nipo Brasileiro). Fiola será o mediador.

Encerramento – Ao final da programação, Carlos Alberto Júlio, colunista da rádio CBN, apresentará o último tema do encontro. Depois será realizado sorteio de brindes.

O evento está programado para iniciar as 13h30 e terminar as 19h20, após realização de sorteios de brindes.

Bosch explica os malefícios dos poluentes emitidos pelos veículos

A manutenção preventiva ajuda a reduzir os indicadores de poluentes emitidos no ar. É necessário que o mecânico oriente os motoristas sobre a importância de realizar a análise dos gases de escape com regularidade para contribuir tanto com o bom estado do veículo quanto com a preservação do meio ambiente e, consequentemente, com a melhora da qualidade de vida nos grandes centros urbanos.

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De acordo com Daniel Lovizaro, gerente de Assistência, Serviços e Treina mento Técnico Automotivo da divisão Automotive Aftermarket da Robert Bosch América Latina, um motor que esteja funcionando conforme as especificações do fabricante, não deve emitir nenhuma fumaça visível pelo sistema de escape, exceto vapor d’água. Tais problemas podem ser preliminarmente diagnosticados, apenas observando a cor da fumaça emitida pelo escapamento – branca, azul ou preta.

Dependendo do tipo de motor (ciclo diesel ou ciclo Otto), essas fumaças contém elementos tóxicos, como o Monóxido de Carbono (CO), Óxidos de Nitrogênio (NOx), Óxidos de Enxofre (SOx) e Hidrocarbonetos (HC), que prejudicam o meio ambiente, causando o efeito estufa, ocorrência de chuva ácida e também danos na camada de Ozônio (O3), além de alterarem o processo de fotossíntese das plantas.

A emissão destes poluentes também é prejudicial para a saúde da população, especialmente por conta de problemas respiratórios, irritação das mucosas (olhos, nariz, boca etc) e podendo ainda agravar doenças do coração.

Além da poluição atmosférica, o meio ambiente também sofre impactos gerados por vazamentos de fluidos dos veículos e descartes incorretos de resíduos sólidos. Para exemplificar, Lovizaro ressalta que o óleo lubrificante pode inutilizar totalmente o solo para a agricultura, matar a vegetação, além de causar poluição hídrica superficial, que atinge os lençóis freáticos e aquíferos.

“Um litro de óleo lubrificante contamina um milhão de litros de água, destruindo o oxigênio e depositando seus constituintes tóxicos nesse volume”, diz. Dentre as principais causas de gotejamento de lubrificante, combustível, água e outros líquidos estão: falha das juntas, colas químicas, anéis de vedação ou retentores. “Atenção a estes pontos é necessária para evitar danos ambientais e também problemas mecânicos”, afirma Lovizaro.

É importante observar as falhas que os veículos possam apresentar e buscar a solução em oficinas especializadas para garantir qualidade na manutenção e, se necessário, o descarte adequado dos componentes que não estiverem mais aptos para uso. “A manutenção preventiva do veículo faz toda a diferença no seu pleno funcionamento e na preservação do meio ambiente. Além disso, um carro em boas condições garante mais segurança no trânsito e mais economia para o proprietário”, destaca o gerente de Assistência, Serviços e Treinamento Técnico Automotivo da divisão Automotive Aftermarket da Robert Bosch América Latina.

Troca de amortecedores do Ford Fiesta

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Confira o procedimento de manutenção preventiva dos amortecedores traseiros e dianteiros do Ford Fiesta 1.0, ano 2011

Fernando Lalli

 

Que o amortecedor é a peça-chave da suspensão do veículo, todo mecânico está cansado de saber. É o item que controla a ação da mola na absorção dos impactos e, mantém os pneus em constante contato com o solo. Um amortecedor mais firme ou mais macio vai influenciar diretamente no conforto e na segurança dos ocupantes. O comportamento e a dirigibilidade do veículo dependem diretamente da calibração do componente, da manutenção e, mais ainda, da qualidade da peça e sua aplicação correta. Não à toa, o Inmetro determina a certificação obrigatória para todos os amortecedores que serão fabricados a partir de janeiro de 2013.

 

Um amortecedor ruim ou desgastado deforma a banda de rodagem do pneu, compromete o funcionamento e a vida útil de todo o sistema de suspensão do veículo. “Quando o amortecedor se desgasta, começa a sobrecarregar o coxim, o batente, a bandeja e suas buchas, enfim, todo o conjunto de peças da suspensão”, alerta o coordenador de treinamento da Monroe, Juliano Caretta.
Consciente desse risco, o proprietário do Ford Fiesta 1.0 ano 2011, utilizado nesta reportagem, foi fazer a manutenção preventiva dos amortecedores do seu veículo: uma atitude que deve ser incentivada pelos mecânicos. “Como o desgaste do amortecedor é gradual e a longo prazo, o motorista acaba se acostumando com a mudança de comportamento do carro, fazendo com que a manutenção preventiva se torne ainda mais importante”, atenta Juliano.

 

O técnico da Monroe conta que, para se ter uma idéia do trabalho pelo qual é responsável, o amortecedor se movimenta, em média, 2.600 vezes por quilometro, controlando o trabalho da suspensão do veículo. A vida útil normal vai depender exclusivamente da forma como o motorista utiliza o carro, e também das condições de ruas e estradas por onde ele anda. A recomendação é que a substituição dos amortecedores seja realizada próxima aos 40 mil km, mas é recomendável que sejam examinados periodicamente a cada 10 mil km ou quando percebido qualquer problema na suspensão.

 

Na substituição, é muito importante que as especificações da peça sejam seguidas à risca como estão no catálogo de aplicação do fabricante. Lembre-se que a troca de amortecedores também implica obrigatoriamente na avaliação dos batentes, coxins e guarda pós. Como são peças que trabalham em conjunto com os amortecedores, o recomendável é que também sejam substituídas.

 

Para executar os procedimentos de troca, Juliano atenta para os EPIs básicos que devem ser usados: luva, óculos de proteção e botas com biqueira de aço. Além disso, é necessário proteger o carro do cliente contra riscos e pancadas com o uso de uma capa protetora de pára-lama.

 

Substituição dos amortecedores traseiros

 

1) Remova a roda, deixando como referência a porca no prisioneiro mais próximo ao bico de enchimento. Faça isso para que, na recolocação, seja preservada a posição da roda balanceada e alinhada.

 

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2) Levante o carro para ter acesso às fixações inferior e superior. Não é necessário abrir o porta-malas para acessar a fixação superior do amortecedor, já que ela é do tipo “top mount”, que pode ser desconectada por baixo, apenas desaparafusar as duas porcas 13 mm.

 

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3) Utilize uma chave 15 mm para tirar o parafuso da fixação inferior, mas não o remova completamente. Em seguida, com o carro ainda no alto, apenas afrouxe as porcas da fixação superior. (3a)

 

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4) Para evitar que o eixo fique solto, pouco antes de terminar a retirada do parafuso inferior e das porcas superiores, abaixe o carro até a altura necessária para apoiar o eixo com um cavalete, evitando uma sobrecarga nos componentes.

 

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Obs: A suspensão traseira do Fiesta é do tipo semi-independente. Por isso, não desmonte os dois amortecedores traseiros ao mesmo tempo. Caso isso aconteça, o eixo pode ficar suspenso e as molas podem perder sua posição original.

 

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5) Com o eixo apoiado, remova as porcas 13 mm da fixação superior e o parafuso inferior. O amortecedor já estará solto, mas, se necessário, abaixe sua haste para que a remoção fique mais fácil.

 

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6) Na bancada, prenda o amortecedor na morsa e utilize uma chave 13 mm para soltar a porca da haste, que prende o conjunto. Não se esqueça de segurar a haste com uma ferramenta especial, para evitar que ela gire e cause qualquer dano nas válvulas internas. Isso é importante para preservar o amortecedor em uso, caso o mecânico não vá substituí-lo no procedimento.

 

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7) Ao retirar a porca, remova o conjunto de coxim, batente e coifa (ou guarda pó). Em seguida, inutilize o amortecedor para evitar que a peça estimule a ação de recondicionadores.

 

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Obs: Caso o batente seja reaproveitado, mesmo que não pareça velho, há o perigo de pequenos pedaços esfarelarem e caírem no retentor do amortecedor, prejudicando a peça. Por isso, o recomendável é substituir o batente.

 

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8) Com o amortecedor novo em mãos, faça o movimento de sangria ou escorvamento. Para isso, tire a fita que segura a haste e estenda-a até o final do curso. Depois, vire a peça de cabeça pra baixo e feche a haste apoiando-a na bancada. (8a) Repita o movimento três ou quatro vezes. O procedimento é importantíssimo para eliminar o ar ou o gás que esteja no tubo de pressão, para que fique cheio apenas com óleo e trabalhe com a calibração correta, aumentando sua eficiência.

 

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9) Monte o novo conjunto de coxim, batente e coifa, e coloque sobre o amortecedor, apertando a porca de 13 mm. Segure a haste novamente para evitar danos às válvulas internas. Para facilitar a montagem no carro, posicione o coxim de forma cruzada em relação ao parafuso inferior.

 

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10) No reaperto do parafuso inferior, evite utilizar a chave catraca. Isso evita que se dê um torque maior do que o necessário e danifique o parafuso e também a ferramenta. O restante da montagem segue a ordem inversa da desmontagem.

 

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A vez dos dianteiros

 

1) Após remover a roda, retire o flexível de freio do suporte do amortecedor, no qual está preso por duas fixações.

 

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2) Com uma chave 18 mm, solte o parafuso inferior que prende o amortecedor na manga de eixo.

 

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3) Levante o carro para acessar a fenda por trás da manga de eixo. Utilize uma ferramenta para abrir essa fenda e aumentar o diâmetro do local que segura o amortecedor para facilitar sua retirada. Deixe a ferramenta no lugar para manter a fenda aberta.

 

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4) Abaixe um pouco o carro para forçar com as mãos a manga de eixo para baixo, assim fazendo com que o amortecedor se solte dela.

 

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Obs: Não utilize martelos ou alavancas nesse movimento. Pancadas podem danificar a junta homocinética e até mesmo o eixo motriz. A ferramenta que está abrindo a fenda tem justamente a função de diminuir o esforço da retirada do amortecedor.

 

5) Abaixe o carro um pouco mais para ter acesso à fixação superior do amortecedor. Apoie a manga de eixo em um cavalete, evitando que a bandeja fique suspensa e cause danos aos flexíveis do freio. Então, abra o capô e comece a soltar a fixação superior. Para isso, basta soltar as três porcas 13 mm que seguram os prisioneiros do coxim. Vá soltando as porcas aos poucos, alternando o desaperto.

 

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6) Ao perceber que a coluna do amortecedor está soltando, segure-a com uma das mãos enquanto termina de desrosquear as porcas com a outra. Ao fim, retire a coluna.

 

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7) Com o amortecedor na bancada, alivie o aperto da fixação superior do conjunto antes de posicionar o compressor de mola. Não desrosqueie a porca até o final, porque a mola pode se soltar e causar um acidente.

 

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8) Em seguida, posicione as garras do compressor de mola a 180º uma da outra, pegando o máximo de elos possível. Após comprimir a mola, verifique se o coxim está girando livre. Se estiver, a fixação superior pode ser removida por completo sem que a mola proporcione qualquer risco.

 

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9) Tire o coxim soltando primeiro a parte de baixo do guarda pó. O conjunto sai por inteiro. Depois, retire o batente.

 

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10) Retire a mola sem descomprimi-la. Não se esqueça do calço inferior da mola, que evita o contato da espiral com o prato de mola, reduzindo o ruído. O recomendável é que o calço seja trocado, assim como o coxim, o guarda pó e o batente. (10a)

 

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11) Monte o kit de coxim e guarda pó começando pela arruela, que deve ser posicionada por dentro do guarda pó com os dentes pra fora. Depois, fixe o rolamento do coxim aos dentes da arruela, e o topo do coxim ao rolamento, fechando tudo com as mãos. (11a)

 

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12) Após colocar o calço inferior novo no prato de mola, posicione de volta a mola, ainda comprimida, prestando atenção ao encosto correto no prato.

 

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13) Depois da mola, coloque o batente e o kit coxim/guarda pó e parafuse-os na haste do amortecedor. Ao final do aperto, dê um ligeiro torque, não muito forte, para evitar que, com o uso do carro, a rosca possa se quebrar devido a aperto excessivo.

 

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Obs: Fique atento à posição do coxim antes de liberar a mola. Ele possui uma seta de indicação que deve apontar para a dianteira do veículo e uma nervura que deve ficar direcionada à traseira. A colocação errada do coxim pode causar problemas na geometria do carro (câmber e cáster) e também provocar ruídos no esterçamento do volante.

 

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14) Com o coxim corretamente posicionado e guarda pó encaixado, libere a compressão da mola. Assim, a coluna do amortecedor estará pronta para ser reinstalada no carro.

 

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Conceito do sistema e manutenção dos injetores do Fiat Bravo

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Confira a análise completa da injeção eletrônica do motor E-TorQ 1.8, que equipa o hatch médio da montadora italiana, conferindo os sensores e o procedimento de teste com scanner
 

Fernando Lalli

 

O primeiro carro equipado com injeção eletrônica de combustível no Brasil foi o Volkswagen Gol GTi, lançado no já longínquo ano de 1989. Sim, faz 21 anos que esse sistema está presente no nosso mercado, mas, mesmo assim, muita gente do setor ainda o trata como novidade, quando, na verdade, deveria ser algo familiar a todos os profissionais da reparação.

 

Desde então, o sistema vem sendo aperfeiçoado para melhorar o desempenho e aumentar a eficiência dos motores, além de reduzir o consumo de combustível e atender aos controles de emissão de poluentes cada vez mais rígidos. É visto como um mistério por muitas oficinas independentes, muito por falta de investimento em treinamento e equipamentos e, ao mesmo tempo, encarado como um nicho de mercado por muitos outros profissionais, que tratam de se especializar.

 

Para ajudar os reparadores a entender um pouco melhor sobre esse mistério tecnológico dos veículos modernos, mostramos nesta edição o conceito e os procedimentos de teste do sistema de injeção eletrônica do novo motor E-TorQ 1.8 do Fiat Bravo Dualogic, desenvolvido pela Magneti Marelli em parceria com a montadora italiana.

 

De acordo com o gerente comercial e engenheiro da Magneti Marelli, Eduardo Campos, muitos mecânicos executam procedimentos desnecessários na hora da manutenção do sistema de injeção, que podem danificar o motor e piorar o “quadro clínico” do carro.

 

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Orientações para o mecânico

 

Para reparar o sistema sem “achismos”, é necessário antes de tudo fazer um diagnóstico com scanner para identificar os reais problemas. No caso do Bravo, o conector do scanner fica na região do painel de fusíveis abaixo do volante, à esquerda do motorista. A verificação de falhas no sistema deve ser feita no mínimo a cada 30 mil km.

 

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No procedimento foi utilizado um software do próprio fabricante do sistema através de um laptop, mas, o mecânico pode utilizar um scanner atualizado. Ao fazer o diagnóstico, se identificar falhas em componentes específicos do sistema, o técnico deve fazer a troca da peça, inclusive do injetor.

 

“Uma prática comum nas oficinas é a limpeza dos bicos injetores, que também pode prejudicar o funcionamento do motor caso o serviço seja feito sem ser realmente necessário”, alerta Eduardo.

 

Ele conta que, com o uso do veículo, na região externa dos injetores vão se formando depósitos de sujeira pelo acúmulo de poeira, terra e umidade que, quando seca, forma uma “mini cerâmica”. “Quando o injetor é desconectado do motor, o anel de vedação pode se romper por causa dessa cerâmica e causar uma entrada de ar falsa no coletor”, adverte.

 

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Mesmo se o anel estiver em perfeitas condições depois da remoção, se a ponta do injetor não estiver bem limpa, a sujeira pode entrar no motor na hora da montagem. “Essa sujeira pode danificar anéis ou até mesmo riscar o cilindro”, alerta Eduardo. Caso o injetor seja desconectado da galeria de combustível, pode também cortar o anel de vedação dessa extremidade, assim podendo causar vazamentos ou mesmo o entupimento do bico pela entrada de impurezas.

 

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Se depois de uma análise bem feita com scanner for constatado que há alguma diferença de vazão dos bicos injetores por entupimento ou qualquer outro tipo de anomalia, aí sim deve ser feita a limpeza de bico. “Em carros com consumo elevado de óleo, pode se formar um depósito na ponta do bico injetor, uma espécie de ‘goma’, e isso pode realmente diminuir a vazão, mas essa seria uma anomalia do motor.”, pondera Eduardo. “De nada adianta limpar o bico sem consertar o motor e eliminar o problema de origem”, completa.

 

Para evitar procedimentos desnecessários, o mecânico deve sempre orientar o seu cliente a não abastecer o carro com combustível de qualidade duvidosa, que pode conter impurezas e causar depósitos no motor, entupir filtros e prejudicar todo o sistema de injeção.

 

Procedimento de desmontagem da galeria de combustível

 

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Caso seja realmente necessário partir para a reparação dos componentes, siga as instruções e trabalhe em um ambiente limpo.

 

1) Comece pela remoção do filtro de ar. Primeiro, solte a abraçaceira à direita. Depois, desconecte a mangueira do blow-by (1A), à esquerda do filtro.

 

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2) Desencaixe a tomada de ar, também à esquerda. O filtro de ar poderá ser removido puxando a peça inteira para cima, tomando cuidado para não danificar os três coxins pelos quais a peça fica presa. (2A)

 

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3) Sem o filtro, vá para a galeria de combustível. Para começar sua remoção, desengate a válvula de partida a frio nos dois pontos de fixação com a ajuda de uma chave de fenda.

 

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4) Em seguida, remova a válvula do cânister, que também está fixada na galeria, apertando a trava e puxando o componente para cima.

 

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5) Depois, remova os dois parafusos de fixação da galeria com chave torx T 30.

 

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6) Para retirar a mangueira de combustível, pegue um pano que não solte fiapos para conter possíveis vazamentos que possam ocorrer nesse momento, pois pode haver combustível sob pressão e causar algum acidente.

 

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7) Desconecte a galeria de combustível do bloco, tomando muito cuidado para não danificar os bicos injetores e seus anéis de vedação, muito menos deixar que a sujeira acumulada na região do coletor e da galeria não vá para dentro do motor. Os conectores do chicote ligados aos injetores devem ser tirados com a mão, apertando a trava.

 

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8) Apesar da baixa rodagem, o Bravo da reportagem continha sujeira na ponta do bico injetor devido ao acúmulo de impurezas do ambiente. Para evitar que ela entre no motor e cause problemas, limpe-a com um pano utilizando um pouco de gasolina, que pode ser a que estiver acumulada dentro da própria galeria. Também não se esqueça de limpar o lado do coletor, que é onde está o maior acúmulo de sujeira. O procedimento de montagem é o inverso da desmontagem.

 

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Mais informações: Magneti Marelli (11) 2144-1916

Cuidado com a bomba de combustível

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Agora certificados pelo Inmetro, esses componentes que fazem parte do sistema de alimentação merecem muita atenção na hora da compra, devido à importância que têm no funcionamento geral do motor do veículo e à influência até mesmo na inspeção ambiental

Carolina Vilanova

Divulgação/ Arquivo

 

Toda atenção é pouca na hora de escolher uma peça para aplicar no veículo do seu cliente, e isso todo bom mecânico sabe. A novidade é que a cada dia mais partes estão entrando na lista dos produtos obrigatoriamente certificados pelo Inmetro, o que é um sinal claro de mais qualidade nos serviços prestados dentro de uma oficina de reparação. Todo bom mecânico sabe também que nem sempre comprando a peça mais barata ele estará sendo beneficiado.

 

“As oficinas mecânicas muitas vezes acabam seguindo as informações do mercado na aquisição de peças, porém, não estão embasadas em questões técnicas, correndo o risco de aplicar um produto de má qualidade só porque o mercado está usando mais uma determinada marca”, alerta José Palacio, auditor do IQA (Instituto da Qualidade Automotiva), que nos ajudou a elaborar essa reportagem.

 

Por isso, mais um item passa a ter certificação compulsória do Inmetro: a bomba de combustível, um item de extrema importância para o funcionamento do motor do carro. Assim, a Portaria 301 do Inmetro, de 21 de julho de 2011, determina que a partir de janeiro de 2013 é proibida a fabricação e a importação dessa autopeça sem que esteja devidamente certificada. Sendo que seis meses depois dessa data, não pode ser mais distribuída e se a loja tem a peça em estoque, pode vender somente até janeiro de 2015.

 

Também pelo fato de existir um elevado número de marcas desse componente, tanto nacionais quanto importadas, foi essencial a criação dessa Portaria, que veio justamente para corrigir as falhas no fornecimento de produtos que não são reconhecidos, mas que algumas oficinas teimam utilizar. “A preocupação do IQA em passar informações para a oficina e para o consumidor é mostrar que a Portaria veio em função da necessidade do mercado de se padronizar alguns produtos automotivos, principalmente, ligados a segurança e meio ambiente”, analisa Palacio.

 

Hoje muitos mecânicos ainda buscam peças com preços menores para aumentar a margem de lucro, mas podem ter problemas sérios de reclamação por parte do cliente, e acabar interferindo na fidelidade dessa relação em função da escolha inadequada de peças aplicadas. “Por isso é importante atentar-se à qualidade dos produtos e aplicar somente os de procedência reconhecida, que a partir de agora, passam pelos ensaios recomendados pelo Inmetro, um certificado de garantia, na verdade”, diz.

 

Mas afinal, o que é uma peça de qualidade reconhecida e o que é um produto de origem duvidosa? Palacio explica que o item reconhecido, ou seja, de boa procedência, é aquele que vem de um fabricante com qualidade e certificado, cuja peça é fabricada atendendo especificações ditas em normas e portarias, e geralmente são homologadas para aplicação diretamente nas montadoras.

 

“O fabricante, principalmente aquele que fornece seu produto às montadoras, tem seu produto avaliado e aprovados por meio de normas e certificados, mas isso não significa que uma peça que não é original da montadora não possa ser de boa qualidade também. No caso das bombas de combustível, por exemplo, se passar nos ensaios do Inmetro e conquistar o certificado, quer dizer que está apta a ser usada sem nenhum problema e com toda a garantia”, afirma o auditor.

 

Já a peça duvidosa é aquela que nem sempre o fabricante utiliza de processos de fabricação com respaldo de uma documentação técnica, muito menos tem o aval de uma montadora. “Não posso dizer que o fabricante que não fornece para montadora tem qualidade reconhecida, mas o que fornece tem obrigação de ter qualidade, com garantia e confiabilidade”.

 

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Por que a bomba?

 

Mas devemos nos perguntar, por que tanta preocupação com a bomba de combustível? Por que exigir uma certificação de um produto aparentemente simples? Fácil, por questões de segurança, afinal, a bomba está instalada dentro do tanque de gasolina, qualquer mau contato ou qualquer problema de fabricação coloca em risco a integridade do veículo e dos ocupantes. Até mesmo porque, se a bomba quebrar, o carro não anda.

 

Os ensaios que são exigidos pelo Inmetro para garantir a qualidade da bomba obedecem aos critérios da Norma ABNT NBR 15754, específica para ciclo Otto. Os ensaios que verificam as principais características que esse produto são: ensaios de variação de temperatura, resistência, desgaste, impacto, combustível, durabilidade, sucção, estanqueidade da válvula de retenção (que mantém o sistema sempre pressurizado), interferência eletromagnética, proteção anti-vazamento e resistência ao desgaste.

 

Assim como outras peças certificadas, a bomba de combustível deve ter gravada no seu corpo o símbolo do Inmetro de forma clara, indelével e não violável, impresso em baixo ou alto relevo contendo, ainda o número de registro.

 

“Em primeiro lugar, a bomba logicamente está determinada para que funcione com combustível de qualidade reconhecida, e o mecânico tem que passar essas informações para o cliente. Além disso, a bomba inadequada traz riscos para outros componentes e para o funcionamento do motor de um modo geral, podendo ainda causar um problema de pane elétrica, por conta da tensão inadequada, pode afetar sensores elétricos do sistema de injeção, entre outros problemas”, cita Palacio.

 

Uma bomba de má qualidade traz ainda outros riscos para a oficina e para o cliente, podendo interferir, inclusive, no resultado final de emissão de poluentes, devido à má qualidade de funcionamento e por falta de pressão exata no sistema como um todo, levando os gases para níveis fora dos recomendados pelo Conama, sujeito a ser reprovado na inspeção ambiental.

 

Ainda o teste de resistência à sobretensão por curto e longo período, somado à sensibilidade à inversão de polaridade, pode causar problemas no sistema elétrico do veículo, pois se tiver variação de polaridade além do especificado, o comando elétrico do veículo pode ser prejudicado.

 

De acordo com a orientação dos fabricantes, não se recomenda o recondicionamento da bomba elétrica, pois há peças hermeticamente lacradas na fabricação que dificilmente consegue-se lacrar novamente. “Porém, de acordo com o regulamento do Inmetro, se a peça recondicionada atender a todas as exigências dos ensaios, pode ser usada”, alerta o auditor.

 
Existe ainda o impacto ambiental na destinação final do produto, que deve ser feita de maneira correta, levando em consideração as muitas resoluções existentes sobre destinação de resíduos sólidos, pois é um produto perigoso que tem que ser neutralizado antes de descartar. Podemos citar a Norma NBR 10004 de 11/2004 que estabelece a classificação dos resíduos e o seu grau de periculosidade. ABLP – Associação Brasileira de Resíduos Sólidos e Limpeza Pública relaciona uma série de resoluções com o tipo de resíduo especifico, cada uma dessa resolução determina o procedimento correto para o descarte.

 

ale lembrar que o IQA, um organismo acreditado pelo Inmetro para certificação desse componente, tem o papel fundamental não apenas na certificação, mas na orientação do mercado e das empresas sobre as adequações necessárias desse processo. Quem quiser mais informações, pode entrar em contato pelo site: www.iqa.org.br.

 

A preocupação do IQA é mostrar para a oficina e o consumidor que essa Portaria veio em função da necessidade do mercado em relação a produtos ligados a segurança e meio ambiente. “Alertar o mecânico para a questão da bomba de gasolina certificada é assegurar que o cliente final vai ficar satisfeito com o resultado final”, complementa Palácio.

Artigo – O monstro se esconde atrás de cada curva

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Por Fernando Landulfo

Ecovias/ Divulgação

 

Basta chegar o período das férias escolares ou um feriado prolongado que o fenômeno se repete: acidentes e mais acidentes nas estradas brasileiras. Não interessa a região. Tanto faz se a rodovia é estatal ou privatizada, se o Código Nacional de Trânsito é um dos mais rígidos do mundo e se os veículos atuais estão equipados com os mais modernos sistemas de segurança. “O monstro se esconde atrás de cada curva”.

 

E nossas estatísticas continuam a horrorizar os especialistas, tanto aqui quanto “lá fora”. Não acredita? Ora, basta acompanhar os números oficiais. É claro que os esforços empreendidos pelas autoridades provocam uma redução dessa carnificina a cada ano. Mas ainda nos encontramos muito longe de um número que possa ser chamado de ideal.

 

As consequências mais cruéis desses acidentes todo mundo conhece: famílias desfeitas ou desmembradas, jovens mutilados, talentos perdidos e pais de família inutilizados. Ou seja: vidas desperdiçadas.

 

No entanto, existe um outro tipo de reflexo que, apesar de não chocar tanto é igualmente preocupante, pois prejudica gravemente toda a população: o econômico. Enormes gastos com indenizações, pensões e tratamentos consomem milhões de reais que poderiam ser utilizados para melhorar a condição de vida de inúmeros brasileiros. Além disso, muitas famílias são lançadas à condição de “quase miséria”, porque seu provedor não pode mais trabalhar devido a um acidente.

 

Mas por que esses acidentes ocorrem?

 

Bem, em raríssimas ocasiões os acidentes são gerados por um único fator. Via de regra, o que ocorre é uma combinação de dois ou mais que interagem entre si. No entanto, é possível resumir em três os principais grupos de fatores que provocam os acidentes em nossas estradas e cidades:

 

a) Ambientais
b) Veiculares
c) Humanos

 

Fatores ambientais: São aqueles relativos ao ambiente onde se trafega. Ou seja: as condições do piso, da sinalização, da iluminação e da fiscalização. Não há sombra de dúvidas que uma estrada mal projetada, esburacada, mal sinalizada, escura e sem fiscalização aumenta consideravelmente o risco de ocorrência de acidentes.

 

A responsabilidade pela redução do risco, devido a esses fatores, é exclusiva dos administradores da rodovia e do estado, que devem fazer os devidos investimentos com as verbas arrecadadas, na forma de pedágios e tributos. Ao estado cabe ainda fiscalizar rigidamente o cumprimento da lei e das normas de trânsito pelos usuários e a atuação dos concessionários.

 

Deve-se ainda acrescentar a lista dos fatores ambientais: o horário (amanhecer, dia, entardecer e noite) e o clima (chuva, neblina, garoa, etc). Esses fatores, por si só, aumentam consideravelmente o risco de ocorrência de acidentes. Não menos perturbador é conduzir o veículo sob garoa fina que “transforma o pavimento em sabão”. Agora, quando esses fatores se combinam com os primeiros: chuva intensa pista com drenagem deficiente (cheia de poças d’água), o risco aumenta radicalmente.

 

Fatores veiculares: São aqueles relativos à conservação do veículo. Apesar do brasileiro ter fama de ser “apaixonado por automóvel”, muitas vezes, ele negligencia a manutenção preventiva e economiza, o que não deve, na corretiva: uso de peças de baixa qualidade, contratação de mão obra não treinada, procedimentos de reparo não recomendados pelo fabricante, adaptações, gambiarras, etc.

 

O mesmo, por incrível que pareça, ainda ocorre com alguns poucos veículos comerciais pesados (carga e passageiros). As explicações para tal prática são as mais variadas (falta de recursos, falta de tempo, alto custo dos reparos, etc.). Como consequência imediata, temos verdadeiras “bombas” rodando pelas cidades e estradas, prontas para estourar a qualquer momento.

 

São veículos que não apresentam a necessária capacidade de frenagem, não têm dirigibilidade em curvas e pisos irregulares, perdem partes mecânicas sobre a pista, têm as rodas soltas, ofuscam a visão dos outros condutores com seus faróis desregulados, não são visíveis à noite devido as suas luzes apagadas, deslizam sobre as pistas molhadas com pneus “carecas” e tantas outras ocorrências que, fatalmente, acabam sendo ajuda para provocar um acidente.

 

A fiscalização alega que faz o que pode, que o efetivo não é suficiente, mas muitos problemas não são evidentes a aqueles que não foram devidamente treinados, ou não podem ser detectados sem a utilização e recursos especiais. Um rígido programa de inspeção veicular, focado em itens de segurança e atrelado ao licenciamento, certamente reduziria sensivelmente esses fatores.

 

Fatores humanos: São aqueles relativos às atitudes dos condutores, proprietários de veículos e frotas, administradores de estradas, agentes de fiscalização, autoridades, profissionais da reparação e público em geral. Por estarem diretamente ligados à maioria dos demais, podem ser considerados os fatores de maior influência na ocorrência dos acidentes, pois não construir, conservar, iluminar e fiscalizar devidamente uma rodovia são consequências de decisões humanas.

 

O mesmo pode ser dito com relação à manutenção dos veículos: são decisões humanas que levam a não execução dos procedimentos de manutenção, ou executá-los de forma indevida. Não se pode controlar o clima, mas é uma decisão humana dirigir sob condições desfavoráveis, ou à noite, sem o devido treinamento ou experiência.

 

Também é uma decisão humana dirigir sob efeito de álcool, com sono (ou obrigar alguém a fazer isso), desrespeitar a sinalização e as normas de trânsito. São também os mais difíceis de controlar, pois dependem do livre arbítrio de cada indivíduo. Mudanças para melhor? Sim, são possíveis, mas apenas a médio e longo prazo, através da única ferramenta capaz de moldar e mudar as atitudes do ser humano: a educação.

 

E o mecânico, onde entra nisso?

 

O “Guerreiro das Oficinas”, apenas exercendo o seu papel de forma responsável, contribui enormemente para a redução dos fatores veiculares. Não basta apenas dizer não as peças pirateadas ou de qualidade duvidosa, aos pedidos de “gambiarra”, a fraude e aos procedimentos não recomendados.

 

Ele também deve buscar o auto-aperfeiçoamento e melhoria técnica das suas instalações. Além disso, o mecânico deve atuar como consultor, mostrando ao seu cliente as vantagens da execução da manutenção preventiva periódica e da corretiva “sem quebra galho”. Mas para isso é preciso ter em mãos dados concretos (números e valores), que permitam ao cliente chegar a uma conclusão.

 

Elaborar seus próprios planos de manutenção preventiva pode ser uma solução bastante interessante. Dá um pouco de trabalho, mas o retorno é, sem dúvida, bastante compensador. Só assim teremos menos monstros nas estradas e nas ruas, e por consequência, menos vidas serão desperdiçadas. Pensem nisso!

 

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Sinal de problema

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Saber interpretar as luzes no painel dos carros ajuda a agilizar o laudo do defeito e auxilia o proprietário a tomar a decisão correta em casos de emergência

Victor Marcondes

Arquivo / Divulgação

 

Uma viagem tranquila de carro com a família e tudo vai muito bem até que, repentinamente, uma luz acende no painel indicando que algo não está certo. Bastante frustrado, o motorista para no acostamento e fica em dúvida sobre o que fazer. Continuar trafegando ou procurar pelo profissional capacitado mais próximo?

 

A segunda opção, com certeza, é a mais recomendada. Mas o condutor também deve saber interpretar os sinais disponíveis. Conhecê-los ajuda a evitar acidentes e a diminuir a gravidade do prejuízo. “As luzes do painel tem a função de alertar sobre algum defeito. Ler o manual do proprietário é muito importante, pois ajuda a tomar a decisão correta quando alguma acende”, explica Melsi Maran, Instrutor do curso de Mecânica Automobilística do SENAI-Ipiranga.

 

Na oficina, o reparador que recebe um veículo com os ícones acesos deve utilizá-los como orientação para iniciar a avaliação do problema. “O sinal é só um indício de que há uma anomalia no sistema. O profissional deve fazer a correta verificação com a ajuda de um scanner para facilitar a solução do problema.”

 

Com o aperfeiçoamento tecnológico, os modelos atuais evoluíram e até mesmo os básicos, hoje, oferecem muito mais dados no painel que outros antigos. De acordo com Melsi, “todos os veículos nacionais devem obrigatoriamente sair de fábrica com no mínimo quatro luzes sinalizadoras”.

 

São elas: lâmpada indicadora de carga, simbolizada por uma bateria, lâmpada de pressão de óleo, representada por uma almotolia de óleo, indicador de temperatura, identificado por um termômetro ou um relógio indicador analógico ou digital e, por último, luz indicadora de freio de estacionamento.

 

Na maioria dos automóveis, as luzes podem ser divididas em dois grupos. “Normalmente, as lâmpadas de cor vermelha indicam situações críticas que necessitam de reparo imediato e as de cor amarela, em geral, advertem sobre algum possível defeito que pode se agravar ao longo do tempo se não for solucionado em breve”, diz Melsi.

 

técnico explica que durante a partida todas as luzes do veículo devem acender por alguns segundos e apagar em seguida. Este é o momento em que é feita a checagem das lâmpadas e de todos os sistemas representados. Caso um dos símbolos continue aceso após a verificação significa que pode haver algum problema com o respectivo sistema. Se alguma lâmpada não acender durante a partida ela precisa ser verificada.
A seguir veja o significado de algumas das principais luzes do painel de vários carros fabricados no Brasil e os possíveis defeitos que podem apresentar quando começam a sinalizá-los. Nesta matéria utilizamos como exemplos os painéis dos modelos Ford Fusion e Ecosport, Fiat Idea e Linea, Peugeot Hoggar e Kia Soul. A reportagem também contou com o auxílio e informações técnicas de Fernando Landulfo, instrutor do SENAI Vila Leopoldina, Julio César e Reginaldo Igaz, instrutores do SENAI Ipiranga.

 

Luz indicadora da carga da bateria e funcionamento do alternador
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Está diretamente ligada ao funcionamento da bateria, alternador, sua correia e circuito de carga. Deve acender forte e estável com a ignição ligada e apagar completamente quando o motor entrar em funcionamento. Nessas condições, indica que a bateria se encontra carregada e sendo carregada pelo alternador. No entanto, não fornece qualquer informação quanto ao desempenho do alternador, que obedece uma curva característica, que só pode ser verificada com a utilização de instrumentos específicos (voltímetro, amperímetro e década resistiva). O acendimento forte e estável, durante o funcionamento do motor, indica que a bateria não está sendo carregada. No entanto, existem algumas situações especiais, onde essa luz pode auxiliar na execução de um pré-diagnóstico, como por exemplo:

 

a) Luz piscando fraca com o motor em marcha lenta: possível falha na ponte retificadora do alternador, que não carrega adequadamente a bateria, em baixas rotações.

 

b) Luz completamente apagada estando a chave de ignição ligada: possível falta de excitação do alternador.

 

Alguns modelos mais sofisticados possuem em seus painéis instrumentos (amperímetro e voltímetro) que complementam essa luz indicadora.

Luz de airbag do motorista e/ou passageiro

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Monitora o funcionamento do airbag. Seu acendimento após o período de verificação pode indicar um defeito no sistema ou deflagração das bolsas.

Luz EPC (Engine Power Control)

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Monitora o funcionamento do acelerador eletrônico que equipa os motores VW EA 111. Seu acendimento indica um possível mal funcionamento nos controles elétricos do pedal do acelerador. Quando acende, pode ser que existam problemas com o interruptor do pedal do freio, interruptor do pedal da embreagem, freios, lâmpada de freio, breaklight, cabos elétricos, chicote elétrico, carga de bateria e corpo de borboleta carbonizado ou com defeito no interior. “Como o acelerador se trata de um atuador, a luz acende quando ele não responde à unidade de comando da forma esperada pelo programa de funcionamento”, explica Landulfo.

 

Obs: Caso a bateria perca carga, a luz EPC também pode acender.

 

Lâmpada indicadora de alta temperatura do líquido de arrefecimento

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Indica o superaquecimento do motor ou sua iminência. Pode ser gerado por um real aumento excessivo de temperatura (falta de líquido de arrefecimento, vazamentos falhas em eletroventiladores, relês e fusíveis) ou problemas em sensores, e/ou fiação elétrica. Em muitos modelos, é substituída ou complementada por um indicador analógico ou digital.

 

Lâmpada de antifurto ou sistema imobilizador

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Indica mau funcionamento no sistema imobilizador, possivelmente provocado por defeitos no chip da chave, na bobina do comutador de ignição, na unidade do imobilizador, no módulo de injeção ou nos cabos elétricos. “O SW de autodiagnóstico do sistema detecta uma falha que se encontra presente. Pode também indicar que o sistema está operando em modo de emergência, por conta de baixa tensão da bateria, ou mesmo uma pane total”, afirma Landulfo.

 

Luz indicadora de pressão de óleo do motor

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Quando acende durante o funcionamento do motor, indica que a pressão do lubrificante encontra-se abaixo do mínimo necessário. No entanto o acendimento também pode ser provocado por uma falha no sensor que a comanda ou da sua fiação elétrica. Nesse caso, uma verificação da pressão, com um manômetro de precisão, deve ser feita. Quedas da pressão de lubrificação podem ser geradas por pane da bomba ou da válvula de alívio do sistema, folgas excessivas nos mancais, lubrificante inadequado, ou motor superaquecido. Muitos modelos possuem em seus painéis de instrumentos indicadores de pressão que complementam a luz de advertência.

 

Luz de anomalia da direção elétrica

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Indica a presença de falhas no sistema geradas por conta de baixa tensão da bateria, falha de sensor e até mesmo do servo motor. A consequência de um problema deste nível pode ser o enrijecimento da direção do carro.

 

Luz de anomalia do câmbio automático

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Indica a presença de falhas no sistema. A causa mais comum para o acendimento da advertência é o aparecimento de defeito nos seguintes componentes: sensor da alavanca seletora, sensor de velocidade e eletroválvulas. Superaquecimento do fluido hidráulico do câmbio ou do motor também podem provocar o acendimento da lâmpada. Nesse caso, a transmissão, via de regra, entra em estado de emergência, travando em uma única marcha, forçando a imobilização do veículo.

 

Luzes ABS e ESP

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Indica a presença de falhas nos sistemas. A causa mais comum para o acendimento da advertência é o aparecimento de defeito nos seguintes componentes: sensor de velocidade, unidade hidráulica e unidade de comando. Neste caso, os sistemas deixam de operar, deixando o veículo com freios convencionais.

 

Lâmpada de iluminação do painel controlada

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Item importante para que o nível de intensidade da luz do painel seja reduzido em estradas escuras. “A recomendação tem no manual do proprietário, mas ninguém lê. O controle de luminosidade tem como finalidade diminuir a intensidade, para que a luz não interfira na visão noturna, garantindo que o motorista enxergue longas distâncias com mais nitidez e segurança”, diz Melsi.

 

Luz indicadora de mal funcionamento do sistema de gerenciamento eletrônico do motor (injeção / ignição):

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Acende com a chave de ignição ligada, devendo apagar alguns segundos após o motor entrar em funcionamento. Se acender durante o funcionamento do motor, indica que as rotinas de auto diagnóstico do sistema detectaram uma falha, que a mesma se encontra presente e que um código numérico foi armazenado em uma memória específica da unidade de comando. Alguns sistemas permitem a leitura dessa memória, através das piscadas sequenciais dessa lâmpada.

 

Luz indicadora do baixo nível de fluido de freio

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Acende quando o nível de fluido de freio no reservatório do cilindro mestre atinge um valor mínimo de segurança.

 

Luz indicadora de freio de estacionamento acionado

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Acende quando o freio de estacionamento é acionado. Em alguns veículos é compartilhada com a luz indicadora de baixo nível de fluido de freio.

 

Entender o que cada sinal disponível no painel significa contribui para o prolongamento da vida útil dos componentes e do próprio veículo. Recomende ao seu cliente que sempre leia o manual do proprietário. Certamente isso vai solucionar muitas dúvidas dele e, consequentemente, aumentar a confiança no seu serviço.

 


Colaboração técnica: SENAI – Ipiranga
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