Entrevista: É o mecânico que indica a peça

Hans Eckert, presidente da Elring Klinger do Brasil, conta um pouco sobre a história da marca, da atuação junto aos mecânicos e dos planos para o futuro quando o assunto é juntas automotivas, chapas defletoras e tampas plásticas de comando de válvulas

 

10499

 

Revista O Mecânico: A Elring Klinger tem sua matriz na Alemanha e no Brasil mantém instalações em Piracicaba há 15 anos. Como foi trajetória da marca nesse período?
Hans Eckert: Iniciamos a empresa no meu apartamento. Logo em seguida, estávamos em um galpão alugado, onde começamos a produzir juntas de cabeçote, juntas especiais e defletores de calor. Com menos de 6 meses de fabricação, já fomos certificados com o QS-9000 e na reposição fechamos um contrato de fornecimento com a Mahle/Metal-leve. Sempre crescendo mais de 30% ao ano, em 2005 inauguramos nossa sede própria e em 2007 lançamos nossa marca Elring na reposição, seguindo a trajetória de liderança de nossa matriz na Europa com mais de 135 anos.

 

O Mecânico: No Brasil, quais componentes são fabricados e qual a capacidade produtiva da fábrica?
Hans: A Elring Klinger do Brasil produz anualmente 16 milhões de juntas automotivas, 8 milhões de chapas defletoras e 1 milhão de tampas plásticas para comando de válvulas de motor. O volume de produção da empresa deve crescer 60% nos próximos cinco anos.

 

O Mecânico: Qual porcentagem é destinada ao mercado de reposição sob a marca Elring Das Original? Qual a importância desse público para a marca?
Hans: O faturamento da reposição corresponde a 5% do faturamento da empresa aqui no Brasil. Mas temos crescimento previsto de 30% a 40% ao ano, índice bem acima do crescimento da empresa, que está previsto em 15%.

 

O Mecânico: Os produtos Elring Klinger têm bastante força no mercado de OEM, ou seja, direto nas montadoras. Quais montadoras usam seus produtos e quais são os novos projetos? Tem fornecimento para as marcas chinesas, por exemplo?
Hans: A Elring está presente em todas as montadoras espalhadas pelo mundo, sendo que, hoje, 65% dos veículos fabricados no Brasil saem com nossas juntas de cabeçote e demais peças. Também está presente em 16 países com 34 fábricas, só na China temos três fábricas que atendem a todos os clientes locais.

 

O Mecânico: Tecnologia e sustentabilidade são questões primordiais dentro das grandes fábricas. Quais ações da Elring Klinger nesses dois campos aqui no Brasil?
Hans: A Elring Klinger é pioneira em sustentabilidade. Nos anos 90, foi a primeira a eliminar totalmente o amianto, chumbo e o cromo, usar solventes biodegradáveis entre outras iniciativas. Temos vários prêmios ambientais, com destaque ao bicampeonato do prêmio Ford Ambiental. Todos nossos produtos e processos são ambientalmente amigáveis e desenvolvemos constantes pesquisas para continuar a inovar em sustentabilidade. Além disso, também apoiamos muitas ações sociais e de artes e cultura, como projetos regionais com incentivo da Lei Rouanet, beneficiando a empresa com apuração de impostos de renda.

 

O Mecânico: Os produtos da marca são aplicados diretamente nas montadoras de veículos leves e pesados, o que demanda muito desenvolvimento e tecnologia. A peça que vai para reposição segue o mesmo processo de qualidade e garantia?
Hans: Sim, exatamente o mesmo produto, com matéria-prima e processos idênticos. Não temos linhas “paralelas” de produtos, ou seja, não existe uma segunda linha. Mantemos o mesmo padrão de qualidade para todas as peças fabricadas.

 

O Mecânico: A Elring Klinger tem boa participação no mercado de veículos pesados, quais produtos exatamente são destinados para esses modelos? Dá para estabelecer uma porcentagem entre leves e pesados?
Hans: A participação de 65% nos motores montados no Brasil é válida tanto para leves quanto pesados.

 

O Mecânico: Em relação às novas tecnologias, como por exemplo, juntas para os motores Euro V, a Elring já está preparada para atender essa nova lei tanto na montadora quanto na reposição?
Hans: A Elring é uma das duas empresas no mundo que possuem juntas que conseguem vedar os motores Euro V, porém, já está há mais de 2 anos desenvolvendo produtos para o Euro VI, que chega ao Brasil após 2014. Como sempre, os produtos da reposição atendem exatamente os mesmos critérios dos produtos das montadoras.

 

O Mecânico: Em sua opinião, o mecânico é um formador de opinião?
Hans: Sim. No caso das juntas e vedações em geral, quem toma a decisão sobre qual marca será montada é o mecânico, é ele quem indica a peça, sendo o responsável pela escolha da marca da peça que será aplicada no carro do seu cliente. Então, ninguém melhor do que ele para eleger quais são as melhores e as mais usadas na sua oficina.

 

O Mecânico: Quais as ações que a marca tem preparado para se aproximar do mecânico independente?
Hans: Temos várias ações: Projeto Atualizar O Mecânico (ciclo de palestras promovido pela Revista O Mecânico nas feiras do setor), Educação continuada (Sindirepa), Maxxi Training (Grupo DPK), Convênio Senai, assistência técnica direto da fábrica ao aplicador (0800 774 7464), entre outras ações por todos os cantos de nosso País.

 

O Mecânico: Qual é a maior carência dos aplicadores? Como a Elring pode ajudar nesse sentido?
Hans: A maior carência é a falta de informação sobre os novos veículos. Como participamos de praticamente 100% dos desenvolvimentos mundiais de motores, temos muita informação para compartilhar com os aplicadores e buscamos passar estas informações através dos programas citados anteriormente, bem como pelos nossos informativos técnicos INFOTEC que são distribuídos a todos no nosso mailing.

 

O Mecânico: É fato que a Elring Klinger participa de todas as feiras regionais e eventos do setor. Qual a importância dessa ação?
Hans: Nestas feiras temos a oportunidade de conversar com muitos aplicadores em um curto espaço de tempo, seja nas palestras do Projeto Atualizar O Mecânico ou diretamente em nosso estande. É muito difícil reunir todo este público fora das feiras, com eventos isolados.

 

O Mecânico: O que a marca tem preparado para o Brasil nos próximos anos? E para o mercado de reposição?
Hans: A Elring está sempre inovando e investindo muito em novas tecnologias. Além dos tradicionais produtos, já temos uma divisão dedicada à eletrificação, fabricando células de combustível, regeneradores de energia “Kers”, conjuntos de contadores especiais para carros híbridos e elétricos e, recentemente, após a aquisição da HUG-AG, também temos disponíveis kits de atualização para motores eletrônicos de Euro III para Euro IV, sendo a única empresa a fornecer a solução completa com catalisador, filtro de particulado, regenerador e todo o sistema eletrônico. Nosso objetivo é sempre superar as expectativas de nossos clientes com programas de investimentos direcionados para atender toda e qualquer necessidade do mercado, seja aumentando a capacidade produtiva, qualificação de mão de obra ou no desenvolvimento de novos produtos e serviços, oferecendo soluções com tecnologia adequada às aplicações.

Inspeção dos componentes da injeção do Palio Economy

10523

 

Acompanhe o procedimento de inspeção com scanner da injeção eletrônica do Fiat Palio Fire Economy Flex, modelo 2009/2010

Fernando Lalli

Alexandre Villela

 

Para o mecânico que está sempre preocupado em se atualizar, não é necessário reforçar a importância da manutenção preventiva para a vida útil do veículo e a segurança dos ocupantes. Mas é papel do profissional da reparação colocar na cabeça do cliente que a troca de peças no período recomendado e a inspeção periódica dos sistemas são necessárias, mesmo se não houver suspeita de defeitos.

 

Entre os sistemas, a injeção eletrônica deve passar por uma verificação a cada 10 ou 20 mil km rodados. A manutenção preventiva do sistema compreende, entre outras operações, a inspeção do sistema através do scanner de diagnóstico, que apontará o comportamento e as possíveis falhas dos sensores e atuadores do sistema. Nesta reportagem, fizemos o escaneamento em um Fiat Palio Fire Economy, ano 2009/2010, equipado com ar condicionado, direção hidráulica e alimentação flex, com sistema de injeção IAW 4DFPH.

 

“Dentro dos procedimentos de manutenção preventiva, além da troca do óleo e do filtro dentro dos períodos recomendados pelo fabricante, é muito importante realizar periodicamente uma revisão dos sistemas de alimentação e ignição do motor”, lembra o engenheiro Fernando Landulfo, instrutor de mecânica automobilística no SENAI. “Estes sistemas estão ligados diretamente à economia de combustível, dirigibilidade do veículo e emissão de poluentes”, explica.

 

10552

 

Sensores e atuadores

 

É importante conhecer a localização de todos os sensores e atuadores presentes no sistema do motor. No caso do Fire, este são os componentes que fazem parte do sistema de injeção e ignição do motor:

 

10549

 

Sistemas integrados

 

O scanner é uma ferramenta imprescindível para a realização de um diagnóstico rápido de problemas na alimentação do motor. No entanto, o mecânico não pode desprezar outros sistemas existentes como o sistema secundário de ignição, “grande causador de problemas, principalmente, no que diz respeito à dirigibilidade e emissão de poluentes”, afirma Landulfo. A pressão e vazão do combustível que alimenta o motor também devem ser obrigatoriamente verificadas. “De nada adianta o sistema eletrônico estar funcionando corretamente se a pressão e a vazão do combustível não forem aquelas recomendadas pelo fabricante”, alerta Landulfo. Assim como o filtro de ar e o filtro de combustível, cujos funcionamentos são primordiais e não podem ser ignorados.

 

Um fator essencial, que por vezes é desprezado, é a tensão da bateria. Sistemas eletrônicos e elétricos dependem de uma bateria bem carregada. “De nada adianta o sistema estar funcionando bem se ele não está corretamente alimentado”. Tendo sido verificados todos os pré-requisitos, é hora de conectar o scanner ao veículo e iniciar a verificação do sistema eletrônico.

 

Conexão e funcionamento do scanner

 

Conecte o scanner na tomada de diagnóstico correspondente. Se você não sabe onde a tomada está localizada, veja se o modelo de scanner que está utilizando indica na telas onde o cabo de diagnóstico deve ser conectado. Faça o setup do aparelho em relação ao veículo para que o scanner aponte onde está a tomada de diagnóstico.

 

10567

 

10575

 

Feita a conexão do cabo ao veículo, vira-se a chave de ignição. Em seguida, avança-se para a tela de seleção do sistema a ser diagnosticado. Neste caso, escolhemos o sistema de gerenciamento eletrônico do motor. Após a seleção do sistema que será verificado, indique as atividades a serem executadas. Estão disponíveis cinco opções de atividades: Identificação, Memória de Avarias, Apagar Memória de Avarias, Leitura de Valores Reais e Teste de Atuadores.

 

10501

 

A opção “Identificação” se refere à identificação interna da unidade de comando. Já a opção “Apagar a Memória de Avarias” corresponde ao “zeramento” dos códigos de falha gerados pela rotina de autodiagnóstico do sistema, que identifica e classifica determinados defeitos de acordo com a programação original e dos sintomas apresentados pelo veículo. Esta opção deve ser utilizada somente após a correção dos defeitos que provocaram os códigos de falha.

 

Já a “Leitura de Valores Reais” permite a visualização dos parâmetros de funcionamento do motor, tais como leitura de sensores e comportamento dos atuadores. “A Leitura de Valores Reais dos parâmetros de funcionamento do motor é, provavelmente, a informação mais importante que se pode obter de um scanner. Temos as informações em tempo real dos valores dos sensores lidos pela unidade de comando, assim como os parâmetros de funcionamento de comando para os atuadores”, explica Landulfo.

 

Por fim, o “Teste de Atuadores” permite ligar e desligar determinados atuadores do veículo pré-determinados pela unidade de comando.

 

Com relação aos códigos de falha, Landulfo explica que é importante notar que existem aqueles que estão ocorrendo no momento do escaneamento do sistema. São os chamados “defeitos presentes”. No entanto, também podem ser encontrados aqueles que ocorreram momentaneamente, mas que não estão ocorrendo no momento do escaneamento: são os chamados “defeitos não presentes”. No entanto, ambos devem ser investigados antes de se apagar a memória de avarias.

 

“Os chamados códigos ‘indiretos’ também devem ser levados em consideração”, lembra Landulfo. Códigos “indiretos” são aqueles que apontam o funcionamento incorreto de um componente, que na verdade está apenas respondendo a um estímulo gerado por outra peça ou sistema. Um exemplo típico é a sonda lambda.

 

“Sempre que existe uma dosagem excessiva ou insuficiente de combustível, por problemas nos injetores, bomba ou regulador de pressão, ou mesmo, um problema de ignição, a leitura da sonda foge dos parâmetros normais”, observa Landulfo. “A unidade de comando, após aplicar todas as correções programadas, não obtendo a leitura ‘esperada’, pode considerar a leitura defeituosa”.

 

Dados do scanner

 

Cada modelo de scanner possui uma configuração diferente, sendo que muitos equipamentos permitem uma leitura simultânea de infinitos valores. O equipamento que utilizamos nesta reportagem permite a visualização simultânea de apenas oito parâmetros por tela. Para facilitar a compreensão, Landulfo fez uma seleção prévia de alguns valores que são considerados muito importantes na execução de um diagnóstico do sistema de injeção eletrônica. São eles:

 

10572

 

10516

 

• Tensão de alimentação da unidade de comando
• Temperatura do líquido de arrefecimento
• Rotação do motor
• Temperatura do ar aspirado
• Pressão do coletor de admissão
• Ângulo de abertura da borboleta de aceleração
• Massa de ar efetivamente admitida
• Tempo de injeção

 

Landulfo ressalta que, no caso específico deste sistema de injeção eletrônica do motor Fire, a massa de ar admitida é um valor calculado, e não medido. O instrutor ainda fala sobre a importância dos parâmetros para os valores medidos. “Com relação aos parâmetros de funcionamento, deve-se comparar sempre que possível aos limites fornecidos pelo fabricante. Via de regra, essas informações constam no manual de reparo de veículo. Uma outra possibilidade, caso os parâmetros de funcionamento não sejam disponibilizados pelo fabricante, é o mecânico formar seu próprio banco de dados, escaneando e anotando esses parâmetros de veículos ‘normais’ em várias condições de funcionamento”, sugere o técnico.

 

Landulfo explica que, se não houver limites para comparação, deve ser usado o bom senso na hora da análise. Por exemplo, um motor que já se encontra aquecido e em funcionamento há algum tempo não deve apresentar uma temperatura de líquido de arrefecimento negativa. Esse acontecimento é o que ele chama de “sinal fantasma”, que é um valor fora da realidade de funcionamento correto, mas que a unidade de comando avalia que é condizente com a realidade, ou seja, está dentro da faixa programada pelo fabricante.

 

10579

 

Em relação ao “Teste de Atuadores”, a função permite o acionamento de alguns atuadores por meio do scanner como, por exemplo, a bomba de injeção de combustível, a luz de advertência do painel, eletroventiladores, bicos injetores e uma série de outros previstos na programação da unidade de comando. “Dica: se durante o acionamento via scanner um atuador não operar, verifique em primeiro lugar o componente. Em seguida, verifique o chicote elétrico, pois o sinal de comando pode estar saindo da unidade de comando e não chegando ao atuador”, avisa Landulfo.

 

Colaboração técnica: SENAI – Vila Leopoldina

Reparo da bomba de gasolina

10518

 

Como efetuar a manutenção da bomba de combustível com a troca apenas do kit de reparo, uma opção mais barata, sem deixar de ser original e que garante um sistema de alimentação em ordem

Carolina Vilanova

 

Um dos componentes vitais do sistema de alimentação de um veículo, a bomba de combustível tem a responsabilidade de enviar combustível sob pressão e vazão suficientes do tanque para a linha de alimentação do motor, atuando em conjunto com outros componentes do sistema de injeção. Se apresentar problema e parar de funcionar… É dor de cabeça na certa para o seu cliente, pois o veículo vai ficar sem combustível e, consequentemente, não vai operar.

 

A maioria dos automóveis utiliza o módulo de bomba de combustível na parte interna do tanque, que conta com um reservatório de plástico para alojar a bomba, o filtro principal, o pré-filtro e o medidor de nível de combustível, que geralmente são substituídos em conjunto, ou seja, já são vendidos em forma de kits. Ao realizar a manutenção, o aplicador tem a opção de comprar somente a bomba de combustível ou os kits de bomba completos. Então a primeira dica para o técnico é comprar a aplicação correta para o veículo que está sendo reparado.

 

Dentro do módulo da bomba são encontrados os seguintes componentes: motor elétrico, tubo corrugado e o pré-filtro. Tem ainda um medidor de nível de combustível e o regulador de pressão para controlar o sistema. Todos esses itens são interligados entre si e precisam estar sempre em ordem para que todo o conjunto tenha o desempenho desejado.

 

De acordo com Fabio Betarello, coordenador de Trade Marketing da Divisão Automotive Aftermarket da Bosch, uma bomba avariada pode acarretar, em primeiro lugar, na perda de pressão da linha de combustível, gerando perda de potência, da mesma forma que o pré-filtro entupido vai obstruir a passagem do combustível para a linha de alimentação, causando o mesmo problema. “Outros sintomas que o mecânico deve estar atento são a demora na partida e a dirigibilidade ruim. Se a bomba estiver queimada, o motor do carro não funciona”, complementa.

 

Quando chega um carro com esses sintomas na oficina, ele indica que o mecânico faça a medição da pressão com o uso do manômetro, que mede pressão, e de um rotâmetro, que mede a vazão de combustível. “Toda bomba tem sua medida de pressão e vazão para cada aplicação. Se tiver fora do padrão, tem que trocar a bomba”, explica.

 

Outros itens que podem comprometer o funcionamento da bomba são o pré-filtro, o filtro, mangueiras e parte elétrica. “Sempre que mexer na bomba, o pré-filtro deve ser substituído, caso contrário, as impurezas passam para a linha do mesmo jeito. Também é aconselhável fazer uma limpeza no tanque”, orienta.

 

10545

 

Da mesma maneira, se o filtro de combustível estiver prejudicado, danifica a bomba, porque está no meio da linha de alimentação e restringe a passagem, forçando a bomba para gerar uma pressão maior do que a necessária, assim sendo, reduz o seu tempo de vida útil. “Atenção também ao regulador de pressão que pode dar defeito: ao trocar a bomba, ele deve ser sempre verificado com a medição correta, caso contrário o trabalho será em vão. O técnico pode usar um vacuômetro para a medição”, comenta.

 

O regulador de pressão pode perder a pressão da mola ou romper a membrana interna. Em ambos os casos, a pressão de combustível fica abaixo da especificação, e o mecânico pode entender, por engano, que o problema está na bomba, substituindo o componente errado, enquanto o defeito está no regulador de pressão, que permanece no veículo, que continuará apresentando falhas de funcionamento.

 

10510

 

Mangueiras danificadas também podem prejudicar o funcionamento da bomba através de alguma restrrição ou interrupção da passagem de combustível. É importante lembra que deixar o nível de combustível do tanque baixo pode acarretar superaquecimento da bomba, pois como está submersa, o próprio combustível é o seu refrigerante e lubrificante. Nesse caso, aumentar a temperatura da bomba, com um tanque que está frequentemente com pouco combustível, reduz sua vida útil.

 

Troca do Kit

 

Veículos equipados com a bomba de combustível do tipo modular têm uma vantagem na hora da manutenção corretiva do componente, pois permitem a troca apenas dos itens internos do módulo, também conhecido como caneco. Foi a solução que as principais fabricantes do sistema encontraram para diminuir o custo da peça e evitar desperdício.

 

“Assim, a Bosch colocou no mercado de reposição dois kits universais para aplicação nos módulos Bosch de bomba de combustível, sem a necessidade de adaptação e com preço mais competitivo. O técnico compra o kit e só tem o trabalho de instalar, sem colocar em risco outros componentes do conjunto”, afirma.

 

Para aplicação em carros bicombustíveis, a solução de kit de bomba tem o código F 000 TE1 59A e não requer nenhuma adaptação. O conjunto conta com o pré-filtro adequado para o módulo Bosch, o tubo corrugado e a bomba de combustível propriamente dita, abraçadeira e borracha de vedação. “Este kit já apresenta os terminais finos para instalação do modulo Bosch, sem que o técnico precise danificar os fios para fazer instalação. Caso o módulo original do veículo seja de outra marca, a solução é o kit F000 TE0 120, já conhecido no mercado”, explica.

 

10533

 

Para motores a gasolina, a empresa acaba de lançar um novo kit de bomba universal sob o código F 000 TE1 64W, que também não precisa de adaptação e conta com os componentes necessários para a troca. Caso o módulo original seja de outra marca, a solução é o kit F000 TE0 103.

 

Procedimento

 

Vamos fazer a troca do kit de combustível no módulo da Bosch para veículos a gasolina. Fizemos a troca num Ford Ka 2006, mas como essa bomba é universal, o procedimento é o mesmo para qualquer veículo. Use sempre os equipamentos de proteção e as ferramentas adequadas para o serviço.

 
1) Para tirar a bomba de combustível do carro, tire os conectores de alimentação da bomba, o aterramento e as duas mangueiras de combustível. Depois, retire o componente de dentro do tanque de gasolina. (1a)

 

10582

 

10531

 

2) Com o conjunto na bancada, vamos partir para a remoção dos componentes que serão substituídos pelos que vieram no kit. Vamos tirar a parte inferior do caneco. Com a ajuda de uma chave de fenda, retire as travas.

 

10581

 

3) Na sequência, o técnico deve desencaixar o pré-filtro e a peneira. (3a)

 

10515

 

10561

 

4) Utilize um alicate para soltar a travinha que tem dentro do caneco.

 

10560

 

5) Com o auxílio de uma chave de fenda, solte as travas para remover os conectores.

 

10553

 

6) O próximo passo é utilizar um estilete para cortar a mangueira de alimentação e removê-la.

 

10562

 

7) Em seguida, solte o conector interno e desconecte a parte de cima do caneco da parte de baixo. Remova a bomba pela parte de baixo.

 

10543

 

Instalação

 

1) A colocação dos componentes é a operação inversa da desmontagem. Coloque a bomba, instale os conectores e monte o caneco novamente.

 

10506

 

2) Encaixe a borracha de vedação que vem disponibilizada no kit. Encaixe o pré-filtro novo, com a borracha de vedação. Coloque a tampa e feche a peça. (2a)

 

10556

 

10530

 

3) Ao colocar a mangueira, note que faz uma curva por fora do caneco. Use uma ferramenta para empurrar a mangueira no seu alojamento até encaixar.

 

4) Veja se não há impurezas no tanque antes de colocar a bomba nova.

 

Obs: É muito importante frisar que os fabricantes alertam que não existe reparo da bomba de combustível propriamente dita, apesar de que no mercado paralelo é vendida a peça recondicionada. Essa regra deve ser cumprida, afinal, a estrutura da bomba é selada e, se for aberta, perde a garantia de funcionar perfeitamente, ou seja, uma vez diagnosticado o problema, a bomba deverá ser substituída por uma peça nova que vem no kit de reparo.

 

10569

 

Mais informações: Bosch (19) 2103-2289

Retenção de partículas

10559

 

Nessa matéria especial, mostramos os conceitos, as dicas de revisão e a substituição dos filtros ar e de combustível do Renault Sandero 1.6l, itens de extrema importância para a saúde do seu motor

Victor Marcondes

 

Impurezas presentes na atmosfera como poeira (silício), pólen, fuligem e partículas de sujeiras, em médio e longo prazo, podem causar danos ao motor, além de pouco a pouco diminuir o seu desempenho. Da mesma maneira, o filtro do combustível se tornou essencial para a vida útil do veículo por conta do grande número de combustíveis adulterados vendidos no Brasil. É para proteger o motor do carro do seu cliente que esses dois componentes importantes exigem a sua atenção.

 

Os períodos de troca dos filtros de ar e combustível são definidos pelo fabricante do veículo e constam no manual do proprietário, de acordo com João Bezerra de Lucena Filho, auxiliar técnico comercial da Tecfil, que nos ajudou nessa matéria que traz a troca dos dois filtros no Renault Sandero 1.6l.

 

O filtro do ar foi desenvolvido para reter esses contaminantes antes do ar aspirado participar da combustão. O componente é dotado de um elemento confeccionado em material sintético e natural, como papel microporoso, espumas, envolvido em borracha para a vedação e alguns com estrutura de tela metálica e também carcaça rígida.

 

Destacada a sua importância, a manutenção deste componente jamais pode passar despercebida numa revisão geral. “O filtro do ar, quando saturado, pode aumentar o consumo, assim como a temperatura do sistema de arrefecimento e causar perda de potência e até gerar fumaça negra no escapamento”, explica o técnico. “Se existirem outros tipos de sintomas, além desses, deve-se consultar o manual do fabricante”, diz.

 

Segundo ele, é necessário ficar atento às condições de uso do veículo, ou seja, se é utilizado na cidade ou em estradas de terra, o que altera o prazo de troca. “O manual do fabricante recomenda a troca a cada 15 mil quilômetros. No entanto, a substituição está muito atrelada ao ambiente e frequência de utilização do veículo. Por exemplo, se o carro for usado numa zona rural, é preciso ter mais cuidado com o componente, já que ele vai saturar com mais facilidade”.

 

Um filtro avariado também pode afetar a relação estequiométrica do motor, de acordo com o João. “O filtro de ar está ligado diretamente à queima de combustível. Existe uma quantidade exata de ar que entra para uma determinada quantidade de combustível que será queimada. Sendo assim, o componente está relacionado totalmente ao desempenho do motor”, analisa.
Outro fator que deve ser levado em consideração é que o elemento filtrante não pode ser limpo de forma alguma, para não aumentar o diâmetro dos seus poros e, consequentemente, perder a sua função. Os elementos de papel também não podem ser lavados ou batidos, já que esse procedimento acaba forçando a entrada de partículas pelos poros.

 

10532

 

De acordo com a Tecfil, o filtro destinado para o Renault Sandero tem na sua composição poliuretano, que é um tipo de vedação. Já na parte interna possui uma tela de aço, que aumenta a resistência mecânica do filtro, devido à admissão de ar do motor e, por fim, o papel derivado da celulose, resinado, indicado para a filtragem do ar externo.

 

Entre as novas tecnologias disponíveis no mercado, João aponta o filtro do ar redondo, plano, trapezoidal e radial. Segundo ele, cada veículo tem o seu modelo e deve ser sempre consultado no catálogo. “Cada filtro é muito específico para o veículo para o qual foi desenvolvido, então o mecânico jamais conseguirá aplicar um tipo diferente do fabricado para aquele automóvel.”

 

Para realizar a troca do filtro, não se esqueça de utilizar os devidos equipamentos de proteção (EPIs), como luvas e óculos.

 

Troca do filtro de ar

 

1) Utilize uma chave philips para soltar os parafusos que prendem a carcaça de proteção do filtro de ar.

 

10522

 

2) Libere as presilhas que prendem a carcaça de segurança e proteção do filtro. E remova o elemento filtrante usado.

 

10524

 

Obs: O filtro para este modelo é redondo, porém o local onde é aplicado está no formato oval. Neste caso, o mecânico que colocou não teve cuidado e acabou forçando o componente, danificando a área de vedação. O filtro antigo também não tinha tela de proteção, gerando uma deformação no papel. “Isso com certeza abriu passagem para contaminantes que foram succionados para a parte interna do motor”, afirma o técnico.

 

10509

 

3) Faça a limpeza da carcaça com ar comprimido ou um pano limpo. Antes disso, tampe a parte da admissão com um pano para impedir a entrada de contaminantes no motor.

 

10537

 

4) Retire o pano que protege a admissão e aplique o novo filtro. Certifique-se que o filtro está bem assentado no local.

 

10558

 

5) Feche a carcaça do filtro com atenção para não amassar a área de vedação do filtro. Trave a tampa com as presilhas e aperte os parafusos com a ferramenta adequada.

 

10550

 

Filtro do combustível

 

O filtro de combustível ajuda a proteger os componentes da injeção eletrônica do motor ou do carburador, quando se trata de carros mais antigos. Partículas de sujeira, geralmente, localizadas no próprio tanque de combustível, ou no armazenamento do posto de abastecimento, são prejudiciais e causam avarias sérias ao conjunto.

 

Por isso, a manutenção preventiva e a troca do filtro no prazo determinado pela montadora contribuem para que o veículo trafegue com melhor rendimento, conforto e segurança.

 

“Um combustível com excesso de solventes na sua composição acaba danificando o papel do filtro, que tem a função de enviar o combustível o mais limpo possível para o propulsor. Problemas de saturação do filtro podem gerar até a queima da bomba de combustível.”, afirma João. “Por conta disso, é necessário que o motorista utilize gasolina ou álcool de boa procedência, para não atrapalhar o desempenho do carro”, conclui.

 

10536

 

O técnico recomenda consultar o manual de fabricação do veículo para saber o período de substituição do filtro. “Mas, em geral, varia entre 10 e 15 mil quilômetros”, diz. Segundo ele, o filtro de combustível quando não é trocado no prazo correto pode ocasionar diversos danos. “Desde o entupimento dos bicos injetores até perda de potência, situação em que o carro não desenvolve, e acaba gerando ‘trancos’, como se não tivesse uma queima eficiente.”

 

“Também pode surgir um odor muito forte de combustível, o que sugere problemas na parte de injeção ou no próprio filtro que já está danificado”, explica.

 

10548

 

Atualmente, o mercado conta com tecnologias de ponta no ramo de filtros do combustível. “Hoje temos a linha “GI” para veículos flex que atende quase todos os tipos de veículos leves. Para a linha pesada existe a nova linha conhecida como refil, que também dispensa o uso da carcaça e diminui o lançamento de resíduos no meio ambiente.” Para realizar o procedimento, recomenda-se utilizar os equipamentos de proteção (EPIs), como óculos e luvas.

 

Substituição

 

1) Solte o filtro da presilha de borracha que sustenta o componente embaixo do carro. Observe a seta de fluxo de combustível do filtro para aplicar o novo de forma correta

 

10568

 

Obs: Tome cuidado com o combustível que resta no filtro, para que não espirre nos olhos. Por isso a importância de se utilizar óculos de proteção.

 

2) Retire um dos engates e aguarde até que todo o combustível tenha escorrido pelo filtro.

 

10517

 

3) Agora faça a remoção do outro engate e também espere o restante do combustível sair.

 

10529

 

Obs: Neste caso, não é necessário a utilização de ferramentas, já que os tubos possuem engates rápido.

 

Obs: Em alguns casos, existem filtros com o engate branco no próprio filtro. “Na hora de aplicar, há mecânicos que enfiam uma chave de fenda na parte onde fica alocado o filtro, forçando a abertura. Não se pode fazer isso nem em filtros com engate, nem nos de engate rápido”, explica o técnico.

 

10520

 

4) Na instalação, atente-se para a seta de fluxo do filtro para aplicá-lo da forma certa. Force os engates de ambos os lados até ouvir o barulho de fixação.

 

10514

 

5) Em seguida, acomode o filtro novamente na presilha de sustentação para instalar a peça de maneira adequada.

 

10507

 

6) Para evitar problemas na bomba, gire a chave somente para acender a luz do painel do carro cinco vezes, a fim do combustível circular na bomba.

 

10503

 

7) Por fim, dê partida no carro e deixe funcionando por alguns segundos. Observe o painel para verificar se as luzes não indicam alguma anormalidade. Pronto, o motorista do carro já pode rodar com segurança e tranquilidade.

 

Para o carro, os filtros têm a mesma importância que os órgãos funcionais para o nosso corpo, segundo João. “Um cuida da alimentação, o outro da respiração e até da lubrificação. Então, se faltar ar dentro do motor, o veículo terá uma queima ineficiente. Caso falte combustível de qualidade, o carro perderá potência e o motor não vai se desenvolver como deve. O mesmo se aplica ao sistema de lubrificação e resfriamento, que necessita de óleo e filtro de qualidade”, finaliza.

 

Mais Informações: Tecfil (11) 2145-5876

Cada um é responsável pelo seu lixo

10344

Conheça a lei que prevê o descarte correto para resíduos sólidos perigosos, muitos produzidos em oficina, que agora devem ter destino correto ou podem te trazer um belo prejuízo

Carolina Vilanova

Arquivo

 

10382

Agora é lei: temos que pensar ecologicamente em relação ao lixo que produzimos, tanto no trabalho quanto em nossas casas. De acordo com a lei 12305, regulamentada em dezembro de 2010 e que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), estados e municípios brasileiros têm até agosto de 2012 para entregar ao Ministério do Meio Ambiente um plano que dê destino correto ao lixo sólido, com o objetivo de acabar com os lixões no nosso país.

Informações da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) registrou que o brasileiro está produzindo cada vez mais lixo. Em média, cada um de nós produziu um quilo e 223 gramas de lixo por dia, o que gerou num total de 62 milhões de toneladas de lixo em 2011, 1,8% a mais do que em 2010. Sendo que, cerca de 42% desse lixo coletado não teve destinação adequada. Uma situação alarmante.

O parágrafo primeiro da lei determina: “Estão sujeitas à observância desta Lei as pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, responsáveis, direta ou indiretamente, pela geração de resíduos sólidos e as que desenvolvem ações relacionadas à gestão integrada ou ao gerenciamento de resíduos sólidos”.

Ou seja, se lei vai atingir todos os setores da sociedade, as oficinas mecânicas, estabelecimentos que geram resíduos sólidos e perigosos, devem estar preparadas para quando essa lei chegar, ou os prejuízos para o proprietário podem ser grandes. José Palacio, auditor do IQA, fala sobre alguns itens que devem ser melhorados na oficina para evitar possíveis dores de cabeça e de quebra preservar o meio ambiente.

Ele explica que os principais objetivos da lei são a proteção da saúde pública e da qualidade ambiental; a redução da geração de lixo e a reciclagem e tratamento de resíduos sólidos, bem como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos. “É uma ação de longo prazo, que prevê o fim dos lixões e aterros sem tratamento. O programa tem duração de no mínimo 20 anos com revisões de quatro em quatro anos”.

Os geradores de resíduos são co-responsáveis até a destinação final do resíduo. Ao contratar uma empresa de coleta, ela deve ser licenciada, de confiança, e emitir certificado de retirada. “Para controle, a oficina deverá ainda identificar quais são os resíduos perigosos e quantificá-los antes de entregar a uma coletadora para destinação final”, afirma Palacio.

10319

O que vai mudar na sua oficina

Depois de entrar em vigor, muitas coisas devem mudar dentro das oficinas, começando pela consciência dos empresários e de seus funcionários. “Cada vez mais, o mecânico deve deixar de ser dono de oficina e passar a assumir o papel de empresário, utilizando sistemas de gerenciamento de gestão da qualidade para absorver todas as mudanças e exigências que já vieram e as que estão por vir”, acredita Palacio.

Adequar as suas instalações às exigências das portarias e resoluções, como, por exemplo, introduzir recipientes de descarte para coleta seletiva, se tornou uma obrigatoriedade. Também deve ser feita a instalação de caixa separadora de água/óleo e a adoção de um processo de contenção para resíduos perigosos líquidos, como óleo, solventes e fluidos. “Não se pode deixar um tambor de óleo num piso comum, por exemplo, o piso deve ser impermeabilizado para evitar contato com o solo em caso de vazamento”, alerta o auditor.

10296

10302

Além disso, a oficina deve se preocupar com o descarte corretamente ecológico dos seguintes itens: panos, papelão, vasilhames, graxas, vidros, pneus, produtos eletroeletrônicos, baterias, lâmpadas, fluidos de freios, líquido de arrefecimento e de peças usadas. “Se isso não for feito, o estabelecimento está sujeito à multa, cujos valores variam para cada caso”.

10302

As leis estão chegando, cada vez mais fortes, portanto as oficinas devem se preparar para não serem pegas de surpresas. Portanto, a fim de atender a esta e outras leis que virão sobre preocupação com o meio ambiente e descarte de resíduos, o IQA está fazendo alterações nos requisitos de auditoria das certificações, incluindo itens até então não existentes, como a adequação as exigências de descartes de resíduos sólidos perigosos classe 1.
As alterações de requisitos influenciam principalmente o Selo Verde (certificação ambiental para empresas de reparação automotiva do IQA), pois um de seus principais objetivos é apoiar as empresas no atendimento à legislação, evitando multas e problemas com fiscalização. “Em geral, a nova medida está aí para padronizar os serviços na oficina, priorizando a saúde da população e a preservação do meio ambiente. Somos todos responsáveis, então, cada um tem que fazer a sua parte”, finaliza Palacio.

10322

10379

Mecânicos de olho na capacitação

10347

 

Se a Automec não foi tão boa para os expositores, os mecânicos que visitaram a feira puderam aproveitar e crescer profissionalmente nas palestras do projeto Atualizar, promovido pela Revista O Mecânico


Carolina Vilanova
Fernanda Lalli
Oswaldo Corneti
Paula Scaquetti

 

Acima das expectativas. Essa foi o resultado do ciclo de palestras do Projeto Atualizar, realizado dentro da terceira edição da Automec Pesados & Comerciais, no espaço da Revista O Mecânico. Essa foi a conclusão dos próprios mecânicos que participaram das apresentações. Desde o primeiro dia de feira, eram muitos os interessados em se atualizar e crescer profissionalmente e mesmo os que vieram de longe aprovaram a programação.

 

10278

 

O mecânico com 14 anos de experiência, Adeguimar Fernandes Lima, da Climatech Auto Center, veio de Campo Grande/MS acompanhar a Automec e participou das três palestras promovidas. “Todas foram boas, sem exceção”, elogia. Ele ressaltou a importância de se manter atualizado em um mercado competitivo e que vem mudando muito com relação às tecnologias, mas lamenta a dificuldade de encontrar informação técnica no estado onde mora. “Sofro muito, porque lá não tem palestras. Por isso, não posso perder as edições da Automec”. É a segunda vez que Adeguimar participa do Atualizar e pretende não perder nenhuma edição do projeto daqui para frente.

 

Já os irmãos Rondinelli Luiz Felipe e Robert Ferreira Felipe, que atuam juntos no ramo de reparação de veículos pesados em São Paulo, são participantes cativos do projeto. Os mecânicos assistiram à palestra da Gates sobre características e instalação de correias. “A palestra foi muito boa, pudemos tirar várias dúvidas. Os mecânicos que não estão aqui estão perdendo”, avisa Rondinelli, que credita boa parte de seu sucesso ao estímulo à atualização do setor que a Revista O Mecânico promove. “Quando o mecânico se atualiza, vai saber fazer a aplicação certa, vai saber reduzir custo, tudo isso você tem que pensar para o cliente. Por estas e outras palestras que eu tive no Atualizar, eu me sinto mais preparado para atender. O trabalho fica, vamos dizer, mais técnico, isso graças ao Atualizar”, conta.

 

10335

 

Direto de Concórdia/SC, o instrutor de mecânica, Eloir Pramio, que trabalha na Fundação Adolpho Bósio de Educação no Transporte (Fabet), veio à São Paulo só para a Automec. “Com a palestra dá pra tirar várias dúvidas do dia a dia”, afirma. Sobre a necessidade do mecânico se atualizar, ele diz: “É preciso se atualizar muito, o mercado está evoluindo muito e está até difícil de acompanhar. Não podemos nos deixar levar pela cultura de deixar tudo pra última hora. Tem que dividir o tempo em 50% trabalho e 50% treinamento, não tem outra forma. Nós, mecânicos, estamos atrasados”.

 

10374

 

O projeto contou mais uma vez com o apoio de três empresas renomadas do segmento: Elring Klinger, Gates e Tecfil, que levaram seus técnicos para fornecer dicas e informações valiosas, voltadas exclusivamente para mecânicos e outros profissionais da reparação.

 

A estrutura do projeto é montada no espaço da Revista O Mecânico dentro do Pavilhão do Anhembi, em São Paulo, e acomoda dois auditórios, com capacidade para 25 participantes cada um. Foram ministradas palestras gratuitas, simultaneamente, durante todo o dia, com duração média de 30 minutos cada. Todos os participantes ganharam certificados e um ano de assinatura grátis da Revista O Mecânico, além de concorrerem a prêmios e brindes.

 

10281

 

Elring Das Original

 

Evolução das juntas automotivas

 

10366

 

O palestrante Matheus Michelon, assistente técnico da Elring Klinger, iniciou a apresentação dando um panorama sobre produtos fabricados pela marca e sobre o institucional da empresa. Na sequência, entrou no assunto mais técnico sobre o desenvolvimento das juntas de cabeçote, reforçando a evolução dos motores e das juntas, que mudaram radicalmente nos últimos anos para acompanhar esta evolução.

 

De acordo com Matheus, a tecnologia das juntas atuais foi modernizada para atender o mercado de forma adequada. “Os motores estão ficando cada vez mais leves, econômicos e menos poluentes. Com isso, as tensões internas aumentam, necessitando de materiais de qualidade que suportem as novas tensões de pressão e temperatura para melhor vedação”, explica.

 

Foram abordados os diferentes minérios que compõem as juntas lançadas pela Elring. “Para os propulsores mais antigos utilizamos a conhecida junta soft. Em veículos bicombustíveis aplicamos juntas de material metálico com multicamadas. Já os motores diesel da linha eletrônica contam com componentes feitos de metal borracha. São juntas metálicas com vedação de borracha nas passagens de água e óleo”, detalha. A espessura das juntas de veículos da linha pesada foi outro tópico discutido.

 

Outro assunto em questão foi o novo sistema de injeção de uréia (Arla 32), sobre o seu funcionamento, o motivo de sua adoção e sua importância na redução de emissão de poluentes para veículos da linha pesada.

 

10333

 

O técnico reforçou durante a palestra a importância da troca do parafuso de cabeçote ao abrir o conjunto. “A junta não trabalha sozinha, precisa da força aplicada pelo parafuso de cabeçote. Por isso é preciso o aperto exato no parafuso para se atingir a vedação certa do motor”, observa.

 

Garantir segurança e confiança para o mecânico que compra os produtos da marca foi o foco da palestra. “Queremos mostrar que as juntas Elring possuem a mesma qualidade que as juntas fornecidas pelas montadoras e implantadas nos veículos comercializados no mercado”, finaliza.
www.elringklinger.com.br

 

 
Tecfil

 

Filtros Automotivos

 

10364

 

Nas apresentações da TecFil, o palestrante João Bezerra de Lucena Filho, técnico da empresa, teve a preocupação de levar informações de forma clara para que o mecânico possa realizar boas aplicações quando o assunto é filtro automotivo.

 

Os produtos em foco foram os filtros ecológicos, uma tecnologia em ascensão, do tipo refil, especialmente para veículos pesados, que atendem às novas normas da ISO 14001, tanto para óleo lubrificante quanto para combustível.

 

“A grande vantagem dos filtros refil é o atendimento dos novos padrões ecológicos, pois são confeccionados com matéria prima plástica, sendo desnecessário trocar todo conjunto que é em aço. Neste caso, somente o refil, ou seja, menos descarte na natureza”, afirma o técnico. Vale lembrar que o caminhão já vem com esse sistema de carcaça em aço embutida no bloco do motor e não pode ser aplicado em veículos que não tenham o filtro ecológico originalmente. Não é recomendado fazer adaptações.

 

Foi falado também sobre os filtros convencionais, salientando a forma correta de utilização, o que é certo e o que não é certo fazer, quais são os mitos e as verdades. “As dúvidas maiores são com relação à aplicação, apesar de ser aparentemente simples, o técnico necessita seguir alguns procedimentos”, comenta.

 

A dica na hora de aplicar é ter certeza de qual é o modelo do caminhão, ano e motor. “Sempre consultar o catálogo de aplicação, pois as maiores reclamações de devolução de filtros são aplicações erradas. Assim, o mecânico pode oferecer um serviço de qualidade para o cliente”, complementa. – www.tecfil.com.br

 

Gates do Brasil

Correias Automotivas

 

10318

 

As palestras enfocam a grandeza da marca no mundo inteiro, com destaque para os diferenciais de seus produtos para a linha pesada. O conteúdo abordou alguns detalhes como a construção de correias e tensionadores, os principais problemas na instalação e os cuidados que os mecânicos devem tomar na aplicação, com ênfase para as correias Micro V (correias de acessórios).

 

“Fornecemos com exclusividade uma ferramenta de medição de desgaste das correias Micro V para os participantes das palestras, que serve para inspecionar e diagnosticar o produto com eficiência”, contou o palestrante e técnico, Gilmar Mattos.

 

Ele afirmou que a maior dúvida dos mecânicos está ligada a aplicação das correias, nesse caso, a Micro V, por isso alertou os participantes que a melhor forma de evitar quebras é inspecionar e diagnosticar as falhas corretamente, fazendo a troca pelo produto certo e no prazo determinado.

 

10357

 

A marca abordou ainda os diferenciais que a linha de tensionadores apresenta: dentro de sua construção, os itens braço de pivô, rolamentos duplos, sistema de amortecimento e guarda-pó são exclusivos e fazem com que os produtos da linha tenham durabilidade igual ou maior que os originais.

 

A Gates faz a seguinte orientação: “todas as vezes em que o técnico trocar a correia, é obrigatória a inspeção do tensionador e polias, pois o prazo de troca da correia é em media 50 mil km e o tensionador com 80 mil km, então a correia nova pode desalinhar quando utilizada num tensionador desgastado, e sua vida útil é reduzida, causando um prejuízo maior no veículo.

 

Os novos catálogos de produtos foram entregues aos participantes das palestras, com novo visual e conteúdo 100% renovado, além disso, o palestrante enfocou o catálogo eletrônico, disponível na internet.
www.gatesbrasil.com.br

Automec Pesados: afinal, foi boa ou não?

10313

 

As opiniões estavam divididas, alguns expositores aprovaram a feira, a maioria nem tanto. Mas de uma coisa podemos ter certeza: não faltaram novidades para o público, que estava seleto e bastante interessado em conhecer as tecnologias que vêm por aí

 

Carolina Vilanova

Fernando Lalli

Oswaldo Corneti

Paula Scaquetti

 

Não tem como evitar, em todo evento de grande porte, sempre que encontramos um conhecido no corredor a pergunta é sempre a mesma: a feira está sendo boa para você? Bom, se considerarmos a terceira edição da Automec Pesados & Comerciais, as respostas se divergiram. Haviam expositores empolgados com novos relacionamentos e muitos outros emburrados por terem gastado dinheiro desnecessário para montar a estrutura da feira.

 

Mas de uma coisa tivemos a certeza: os corredores do Anhembi estavam lotados de novidades em produtos e tecnologias. E isso enche os olhos do público, é exatamente o que ele quer. Assim foi a Automec Pesados 2012 (Feira Internacional de Peças, Equipamentos e Serviços para Veículos Pesados & Comerciais), realizada entre os dias 10 e 14 de abril, no Pavilhão do Anhembi, em São Paulo/SP.

 

Também não podemos negar que, tirando o primeiro dia, o pavilhão ficou mais lotado do que vazio. Haviam 542 empresas expositoras e cerca de 30 mil pessoas circularam pelos corredores, entre empresários, compradores da indústria automobilística, distribuidores de autopeças e acessórios, frotistas, mecânicos e outros profissionais do setor. Gente que buscava informação e negócios.

 

Um ponto bastante negativo do evento, mais uma vez, foi a quantidade exorbitante de expositores chineses: mais de 230 estandes, ou seja, quase metade da feira. Eles tinham espaços humildes, não ostentavam a grandeza das grandes marcas nacionais situadas no corredor principal, mas vieram na contra-mão do que o Ministro da Fazenda, Guido Mantega, discursou na abertura oficial, mostrando incentivo à indústria nacional.

 

“O governo está tomando medidas por meio do pacote Inovar-Auto para garantir a expansão da economia brasileira, para que a indústria nacional seja mais forte com produtos de qualidade para enfrentar o mercado competitivo”, disse ele, reafirmando o comprometimento do governo com a evolução do setor de veículos pesados e o incentivo aos empresários nacionais. Será que o levaram para percorrer o pavilhão dos chineses durante a sua visita oficial à feira? Hummmm….

 

Em geral, a indústria nacional de autopeças apesar de animada está cautelosa, tirando os investimentos em desenvolvimento em novas tecnologias e capacidade produtiva, todo budget está sendo vigiado de perto pelo financeiro. Mas os números são bons, de acordo com o Sindirepa-SP (Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado de São Paulo), fabricantes de autopeças, distribuidores, varejo e reparação de veículos movimentaram o equivalente a R$ 73,8 bilhões em 2011.

 

O setor de reparação cresceu 55% nos últimos sete anos, por isso a cadeia de autopeças para pesados está otimista com o cenário deste ano. Esse resultado, somado às boas perspectivas para 2012, deve estimular investimentos na ordem de 2,5 bilhões de dólares no setor, de acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores – (SINDIPEÇAS). Agora é arregaçar as mangas e esperar com a oficina de portas abertas pelas reparações que vêm por aí, sempre atualizados e oferecendo um atendimento de primeira para o seu cliente.

 

10350

 

Aconteceu nos corredores:

 

Muitas, mas muitas novidades estavam esperando pelos mecânicos em cada um dos estandes montados na Automec Pesados & Comerciais. Em destaque, estavam os avanços tecnológicos na fabricação de peças, acessórios, equipamentos e serviços para veículos pesados e comerciais. Produtos que já estão na reposição, outros que estão por vir, até os que nunca estarão, chamando apenas a atenção do público para uma determinada tecnologia já existente nos dias de hoje. Em geral, o público gostou.

 

O mecânico Agnaldo Silva, da oficina Ideal Bombas, veio de Perdões/MG, para acompanhar a feira. “É a quinta feira do setor que eu venho. Antes, participei da Fenatran, em outubro do ano passado. Estamos vendo muita coisa boa. Estamos fazendo contato com fornecedores novos, conhecendo produtos novos, então está sendo muito bom”, disse. Sobre a invasão dos chineses ele afirma que ainda não trabalha com esse tipo de produto porque não conhece. “Não conheço ainda quem use, mas se for bom, que seja bem vindo”, complementa.

 

10384

 

Direto de Monsenhor Paulo, também em Minas, Fábio Xavier Feliciano, da Oficina Nossa Senhora Aparecida, gostou da feira. “É a primeira vez que venho na Automec e estou adorando”. Ele se espantou com o espaço que os chineses ocuparam no Pavilhão do Anhembi: “Se continuar assim, eles vão tomar conta de tudo!”, desabafou.

 

“A feira é muito importante tanto para o mecânico quanto para o pessoal que é o responsável pela compra de material, como caminhões e instrumentos. A feira deveria ser mais divulgada no Brasil todo”, acredita o chefe de manutenção do Batalhão de Engenharia do Exército de Cachoeira do Sul/RS, Luiz Paczek, que cuida da reparação de de viaturas e caminhões, com 25 anos de experiência.

 

10289

 

A Automec Pesados tem organização da Reed Exhibitions Alcântara Machado e apoio das principais entidades do setor: SINDIPEÇAS (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores), SINDIREPA/SP (Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Associados do Estado de São Paulo), ANDAP (Associação Nacional dos Distribuidores de Autopeças), SICAP (Sindicato do Comércio Atacadista de Peças e Acessórios para Veículos de São Paulo) e SINCOPEÇAS (Sindicato do Comércio Varejista de Peças e Acessórios para Veículos no Estado de São Paulo) e SAE BRASIL.

Investindo em treinamento de independentes

Durante a Automec Pesados, o diretor geral da BorgWarner no Brasil, Arnaldo Iezzi Jr., e o diretor de Aftermarket, David Patrício, falaram sobre as novidades da marca em turbos para veículos comerciais e leves, de novos produtos, da expansão dos remanufaturados e da nova fase da empresa que está investindo num novo complexo fabril

 

10332

 

Revista O Mecânico: A BorgWarner é reconhecida no Brasil por produzir turbos e embreagens viscosas para veículos comerciais, mas está investindo em turbos para veículos de passeio e novas linhas de componentes…
Arnaldo Iezzi Jr.: Exatamente, estamos nas montadoras com turbos e embreagens viscosas, mas temos planos de crescimento para os próximos anos, e isso inclui a comercialização de turbos para motores menores, seguindo a tendência de downsizing, e novas linhas, como o módulo de resfriamento de gases do EGR, correntes para acionamento da distribuição e o comando de válvulas variável. Todos esses componentes são voltados para redução de emissão de poluentes, que é uma realidade no Brasil e no mundo.

 

O Mecânico: Fale um pouco sobre as novas tecnologias em turbos para veículos leves.
Arnaldo: É uma tendência mundial entre as montadoras o chamado “downsizing”, ou seja, motores de menor cilindrada equipados com turbo, possibilitando gerar a mesma potência de um motor maior com menor consumo de combustível e redução de emissão de poluentes. São motores de 1.0 a 1.2 litros, turboalimentados, com acionamento por corrente e comando de válvulas variável, o que melhora a eficiência do conjunto. As pessoas entendem que turbo é sinônimo de esportividade, mas na verdade é redução de tamanho, sem perder potência, com a redução de emissão de poluentes. Além disso, conseguimos ter de 10 a 15% de economia de consumo de combustível, em média, dependendo da aplicação. Outra tendência é a corrente no lugar da correia dentada, que muitos motores já estão usando. No Brasil, os modelos Peugeot 3008 e 408 já utilizam os turbos da marca.

 

O Mecânico: Em relação aos turbos para veículos pesados, o que tem de mais atual?
Arnaldo: As novidades nesse setor são os turbos de duplo estágio, ou biturbos, como são chamados, desenvolvidos para atender a nova lei de emissão de poluentes vigente no Brasil, o PROCONVE 7, equivalente à Euro 5. Hoje, esses turbos estão entrando no mercado com os novos caminhões e temos que estar preparados para atendê-los na reposição, quando começar a manutenção.

 

O Mecânico: Para atender a essas novas tecnologias e aumentar a capacidade produtiva está sendo construída uma outra fábrica?
Arnaldo: Estamos instalando um novo parque industrial em Itatiba, interior de São Paulo, há cerca de meia hora de Campinas. Todas as instalações serão transferidas para lá até meados de 2013. Fizemos um investimento de 35 milhões de reais na primeira etapa, que inclui aumento da capacidade produtiva de 350 mil turbos e 350 mil embreagens viscosas para 500 mil unidades de cada uma dessas peças. Num segundo momento, a fábrica começará a produzir novos produtos voltados para a linha leve, como turbos para motores pequenos, correntes de acionamento e comando de válvulas variável. A fábrica está sendo instalada num local onde é possível expandir e este é o nosso plano. A planta ainda contará com um moderno Centro de Engenharia.

 

O Mecânico: Qual a importância do mercado de reposição para a BorgWarner?
Arnaldo: Certamente é muito importante. A reposição tem bastante representatividade no faturamento da BorgWarner no Brasil, com a comercialização de turbos e embreagens viscosas para arrefecimento de motores de veículos pesados. Quando começarmos com a nova linha, teremos os produtos na reposição também.

 

O Mecânico: A BorgWarner trabalha com os turbos remanufaturados, o que significa esse modelo de negócio para a empresa?
David Patrício: As peças remanufaturadas têm um conceito ecológico muito forte e isso é importante para nós. É um negócio que já alcança 20% do nosso share de reposição e está cada vez mais forte. Os clientes estão se conscientizando de que o custo-benefício do reman é ótimo. O custo de um turbo remanufaturado está entre 60 e 70% do preço de um novo e a garantia é a mesma. É ambientalmente sustentável.

 

O Mecânico: Em sua opinião, os mecânicos estão familiarizados com os remanufaturados?
David: Muitos ainda não têm informações necessárias para distinguir remanufaturado e recondicionado. Uma peça remanufaturada é aquela que, após ser usada, volta à fábrica para ser reconstruída depois de criteriosa avaliação dos itens que podem ser aproveitados. Para isto são aplicados os mesmos parâmetros de qualidade do produto novo, resultando numa peça mais barata e com a mesma garantia de um produto novo. Os cascos enviados para a fábrica são limpos e suas peças avaliadas. Mancais, anéis e eixo são sucateados sem análise e substituídos por peças novas. Eixos novos são soldados no rotor da turbina e usinados com a medida standard. Os rotores também são substituídos se estiverem danificados. Ainda será sucateada a carcaça central da turbina e do compressor, caso apresentem sinais de superaquecimento, trincas, desgastes ou excesso de depósito de carbono e outras partículas.

 

O Mecânico: Mas muitos mecânicos ainda partem para os recondicionados, qual o perigo de usar essas peças no caminhão?
David: Corre o risco de quebrar e ele vai ter que arcar com os prejuízos. Um turbo recondicionado não mantém a mesma performance de um novo, faz aumentar o consumo de combustível e emissão de fumaça, além de ter vida útil reduzida. Pode ainda danificar outros componentes, como embreagem, pois se o motor não tem potência, o motorista é obrigado a trocar mais marchas. O principal, que o mecânico não pode deixar de lembrar, é que um turbo reman é feito por fábrica, que tem ISO 14000, e dá destino correto às peças descartadas, por exemplo, não as jogam num lixão. Com o reman, o consumidor tem a certeza de adquirir um produto que não polui o meio ambiente. Diferente do recondicionado.

 

O Mecânico: Como é a relação entre a marca e os mecânicos?
David: Estamos investindo no mercado de mecânicos independentes, principalmente, por conta da mudança de normas para a EURO 5. É necessário preparar melhor os mecânicos, por que a tecnologia mudou. A partir de agora, os mecânicos vão começar a falar de catalisador para caminhões e ônibus, que antes era só para carro. É um período de transição, produtos de tecnologia mais alta no mercado. Estamos intensificando treinamento no Brasil e na América latina, individualmente, e por meio da ANRAP. Também começamos um projeto para frotas de ônibus, para divulgar os produtos remanufarurados. Quem quiser participar dos treinamentos, pode ligar para o 0800 7225701 e perguntar quando será realizado em sua região.

 

O Mecânico: A BorgWarner é bastante atuante nas feiras do setor…
David: Acreditamos ser importante participar de feiras, pois é uma oportunidade de mostrar os nossos produtos, expandir a nossa atuação e reforçar a nossa marca. São momentos em que encontramos com os clientes, colegas e amigos. Na Automec Pesados, por exemplo, recebemos clientes do mundo inteiro.

 

O Mecânico: Outra iniciativa da BorgWarner é a participação em competições com os turbos da marca, o que isso traz de benefício para os clientes?
Arnaldo: As competições permitem testar novas tecnologias, podemos verificar como o turbo se comporta em situações extremas, como na Formula Truck. Então, a partir daí, podemos desenvolver os produtos para veículos de série com a maior confiança. Temos também participação atuante na Formula Indy, onde fornecemos um turbo de altíssima tecnologia, com mancais de rolamento de esfera em material cerâmico, rotores de titânio e carcaça de aço inoxidável. Tradicionalmente, participamos também das provas de rally, que são um excelente campo de pesquisa.

 

O Mecânico: Qual a durabilidade de um turbo?
David: Depende do uso e da manutenção do motor. As trocas de filtros e óleo feitas no prazo correto ajudam a manter o turbo em ordem. Então, podemos dizer que um turbo dura entre 100 e 300 mil km. A troca preventiva deve ser feita com o bom senso do cliente, prestando atenção no comportamento da maioria de uma frota, por exemplo. Filtro de má qualidade danifica o turbo, pois deixa entrar sujeira, etc. É uma série de fatores que fazem a durabilidade do turbo mais extensa.

Melhores itens de motor, na opinião dos mecânicos

10343

 

Na terceira matéria da série, mostramos as marcas de componentes de motor mais usadas e preferidas dos mecânicos, de acordo com a pesquisa elaborada pelo Instituto OPINION & EVOLUTION

Carolina Vilanova

 

10359

 

O motor é o coração do veículo e para mantê-lo saudável é preciso de uma boa manutenção, assim como acontece com o ser humano. Todos os componentes trabalham em conjunto, ou seja, se o problema em uma das peças não for resolvido no prazo determinado, pode colocar em risco todo seu funcionamento, influir em consumo de combustível, no desempenho e na emissão de poluentes, uma questão muito importante nos dias de hoje.

 

Por isso, utilizar peças de boa qualidade é tão importante na hora da revisão ou de um reparo. Componentes com a durabilidade comprometida podem causar uma baita dor de cabeça para você e para o seu cliente. E levando em consideração a quantidade de marcas existentes no mercado de reposição, ficar atento é imprescindível. Mecânico esperto sabe muito bem do que estamos falando e tem hábito de utilizar peças de boa qualidade, que ele sabe muito bem quais são.

 

Algumas dicas são procurar sempre por peças originais e de fabricantes renomados, que oferecem assistência técnica, garantia e suporte em geral. É importante ficar atento para a obrigatoriedade da certificação do Inmetro, que já é realidade para alguns componentes.

 

A comprovação desse fato é o resultado da pesquisa realizada pela OPINION & EVOLUTION Pesquisas de Mídia e Mercado, contratada pela Revista O Mecânico, na qual os mecânicos elegeram as marcas preferidas e as mais utilizadas na oficina entre os principais componentes de motor: bombas d’água e de óleo, correias sincronizadora e de acessórios, tensor de polias, juntas de motor e óleo lubrificante.

 

As entrevistas presenciais foram realizadas durante a Expomecânico 2011, entre os dias 17 e 18 de setembro, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo/SP. Com relação à metodologia, o instituto adotou a quantitativa, ou seja, feita por meio de entrevistas individuais, dentro de uma amostra de 280 mecânicos. Foram utilizadas respostas únicas, ou seja, questões que exigem uma única resposta; e respostas múltiplas para questões que admitem mais de uma resposta.

 

Assim, a pesquisa revelou os hábitos dos profissionais, os índices de “Top of Mind”, conhecimento espontâneo e marcas mais usadas pelas oficinas entre mais de 30 categorias de produtos da reposição automotiva. Nesta matéria, a terceira da série, vamos saber quais foram as marcas eleitas quando o assunto é componentes de motor.

 

Como objetivo, a pesquisa conseguiu obter informações atualizadas dos profissionais da reparação, com ênfase nos mecânicos, que são os aplicadores dos produtos. De acordo com José Iolando Mallegni Filho, diretor de projetos de mídia do instituto, pesquisas presenciais permitem uma identificação em que o entrevistado se apresenta como ele é, ou seja, suas declarações são mais objetivas e ele se sente mais a vontade para dar a sua verdadeira opinião, oferecendo elogios e críticas construtivas.

 

“No senso comum, quando questionamos se uma pesquisa é confiável, estamos querendo saber se ela não é viesada, comprometida com outros interesses ou mesmo desonesta. O que garante o alto padrão de confiabilidade é a ética adotada pelo Instituto que planeja e executa a pesquisa. Os Institutos profissionais aplicam uma série de controles de qualidade, que evitam, por exemplos, os erros não intencionais e até mesmo fraudes”, complementa.

 

Vamos conhecer os componentes de motor eleitos pelos mecânicos:

Bomba d’água

 

10293

 

10387

 

10305

 

O componente serve para circular o líquido de arrefecimento por dentro das galerias internas do motor e do radiador, permitindo a troca de calor entre o conjunto e o meio ambiente. Seu acionamento é feito por meio da correia de acessórios, correia dentada ou engrenagens, e sempre que é realizado algum tipo de reparo na bomba, todo o sistema deve ser inspecionado.

 

Em geral, o mecânico não encontra grandes dificuldades para adquirir uma bomba d’água, mais um motivo para ficar bastante atento. Apenas modelos muito antigos ou alguns importados justificam uma busca mais apurada. Vale lembrar que a peça, dependendo do modelo, vem com a junta apropriada, que faz parte do kit de reparo.

 

A aplicação exige cuidado, pois em alguns veículos a bomba está instalada em locais de difícil acesso, onde falta espaço para trabalhar. Não se esqueça de utilizar as ferramentas especiais para a troca, evitando a quebra do componente na aplicação.

 

Para entregar um serviço bem feito, se informe previamente quanto ao posicionamento do componente, sincronismo da correia dentada, torques de aperto dos parafusos, seleção e aplicação de aditivo e sangria do sistema de arrefecimento.

 

Fique longe das peças de qualidade duvidosa, pois comprometem a durabilidade e a eficiência do componente, podendo causar vazamento ou superaquecimento. Faça os procedimentos recomendados pelo fabricante, pois a má aplicação provoca vazamentos, superaquecimento do motor, corrosão por falta de aditivo ou aditivo de má qualidade, atropelo de válvulas por erro de sincronismo, baixa durabilidade de componente, etc.

 

Bomba de óleo

 

10286

 

10387 (1)

 

10312

 

Sua função é circular e pressurizar o lubrificante por dentro das galerias internas do motor, garantindo sua lubrificação. Na hora do reparo, é fundamental utilizar peças de boa procedência: originais ou de fabricantes renomados. Peças mais difíceis de adquirir são as de modelos muito antigos ou de alguns importados. Não é recomendado o uso de bombas recondicionadas.

 

Peças de má qualidade provocam baixa durabilidade e ineficiência do componente, o que pode provocar danos sérios como o travamento do motor. Uma aplicação incorreta por parte do técnico pode provocar vazamento e travamento do motor (caso mais grave). Se for utilizado filtro de óleo excessivamente restrito, pode haver desgaste precoce.

 

O acesso em alguns veículos pode ser um pouco complicado por conta da falta de espaço, por isso, se faz necessário o uso de ferramentas especiais. É preciso que o técnico faça a verificação prévia do estado do componente (medir a pressão antes de começar a desmontar). Antes de começar a fazer o serviço, faça sua lição de casa: busque informações sobre posicionamento do componente, torques de aperto dos parafusos, utilização ou não de adesivos nas juntas, sincronismo de correia dentada, etc.

 

Uma dica importante é retirar a bomba da embalagem somente no momento da instalação, evitando assim que entre impurezas ou qualquer outro tipo de material no seu interior. Faça também uma boa limpeza em todo o sistema de lubrificação, começando pelo cárter, passando pelo pescador, respiro e na face do bloco e cavidade onde a bomba é instalada.

 

Óleo lubrificante

 

10279

 

10387 (2)

 

10373

 

É responsável por reduzir o atrito entre peças que fazem contato entre si dentro do motor, proporcionando redução de desgaste, resfriamento, limpeza e proteção de todo o conjunto.

 

O óleo deve ser utilizado na especificação correta do fabricante e ser trocado no prazo determinado pelo manual do proprietário. Isso vai garantir um bom funcionamento de todas as peças internas do motor. São raros os casos de dificuldade para encontrar um tipo determinado de lubrificante, apenas em veículos importados com características muito específicas.

 

A aplicação, em geral, não é difícil, porém, deve ser feita por profissionais qualificados. O acesso em alguns modelos pode ser mais complicado por falta de espaço e de posição. São importantes algumas recomendações: como fazer o armazenamento correto do produto e a seleção do lubrificante correto ao compartimento (especificações). Efetue uma limpeza prévia do local de enchimento e tenha em mãos as informações técnicas necessárias, ou seja, se precisa de substituição de vedadores e torques de aperto dos bujões, etc.

 

A utilização de um óleo lubrificante de má qualidade ou contaminado pode provocar sérios danos às partes internas do motor. Uma aplicação incorreta pode trazer dor de cabeça ao proprietário, com vazamentos e contaminação do lubrificante. O produto incorreto pode levar ao desgaste prematuro, ou mesmo, à destruição do motor.

 

Outro detalhe importante tem a ver com o descarte do óleo usado, que deve ser feito de maneira ecologicamente correta.

 

Correia sincronizadora

 

10358

 

10387 (3)

 

10390

 

Correia sincronizadora ou dentada, como é conhecida, tem a função de sincronizar o movimento das válvulas com a posição dos pistões. Por vezes, movimenta a bomba d’água e a bomba de óleo.

 

Pode ser difícil encontrar correias para alguns modelos muito específicos de carros importados, por isso, tenha sempre mais de um fornecedor e esteja atento aos distribuidores. O acesso na hora de instalar uma correia pode ser um pouco difícil, pois está posicionada do lado do motor, onde falta espaço para se trabalhar.

 

O uso de ferramentas especiais, como a trava de comando e do virabrequim e o relógio comparador, quando recomendado pelo fabricante, é essencial. É importante armazenar o produto em local e de forma adequadas e somente manuseá-lo na hora da instalação. Faça uma verificação prévia do estado dos componentes e tenha informações como posicionamento do componente, torques de aperto dos parafusos, e sincronismo das polias, sempre em mãos.

 

Adquira apenas marcas de renome, pois uma peça de qualidade inferior vai comprometer a durabilidade e pode acarretar em quebra e atropelamento das válvulas. Fazer a aplicação de forma incorreta pode provocar as mesmas avarias, por isso, faça o serviço de acordo com os procedimentos indicados pelo fabricante, no prazo determinado.
Correia

 

Correia de acessórios

10356

 

10387 (4)

 

10304

 

A função da correia de acessórios é movimentar dispositivos ligados ao motor, como o alternador e a bomba d’água, compressor do ar condicionado, direção hidráulica e compressor de ar (caminhões e ônibus). Algumas correias são projetadas para movimentar todos esses itens, mas alguns veículos equipados com itens de conforto podem ter correias de acessórios adicionais.
Em geral, é fácil encontrar a peça para modelos nacionais e até mesmo os importados, mas fique atento e adquira somente marcas de boa qualidade. A instalação pode ser mais complicada em alguns modelos por causa da falta de espaço, por isso, a necessidade de usar ferramentas especiais.

 

Faça o armazenamento correto do componente e a verificação prévia do seu estado. Além disso, abra a embalagem somente na hora de usar. Procure antecipadamente por informações técnicas, como posicionamento do componente e torques de aperto dos parafusos.

 

Peças de má qualidade frequentemente têm baixa durabilidade e podem causar quebra. A aplicação incorreta pode causar a parada do veículo e influenciar a quebra de outros componentes, como travamento dos rolamentos tensionador e de apoio, destruição precoce de rolamentos de bomba d’água e empenamento de rotores de alternadores. Não existem correias recondicionadas.

 

Tensor e Polias

 

10348

 

10303

 

10299

 

Os tensionadores de correia têm como responsabilidade aplicar carga/pressão constantes nas correias, evitando que se soltem do sistema de polias. Também compensam eventuais folgas ou tensões excessivas que possam prejudicar o sincronismo do motor e o funcionamento dos acessórios do veículo.

 

As peças de qualidade comprovada utilizam ligas metálicas de alto desempenho e matérias primas específicas para atender as condições de uso de cada aplicação. Em geral, não há dificuldades para encontrar peças para reposição, exceto em alguns modelos importados.

 

Marcas renomadas e originais devem ser a primeira opção do mecânico, Afinal, são produtos testados em relação à durabilidade, eficiência, corrosão, ressonância e fadiga. Na troca da peça, deve-se seguir os procedimentos do fabricante, com o uso das ferramentas adequadas. O acesso ao local de trabalho pode ser difícil em alguns veículos. Tenha em mãos informações técnicas sobre posicionamento do componente, torques de aperto dos parafusos e sincronismo das polias.

 

Fique de olho em produtos de qualidade duvidosa, que proporcionam baixa durabilidade e até mesmo a quebra da correia. Além disso, uma peça de qualidade inferior pode causar ruídos excessivos e desgaste prematuro da correia, podendo provocar sérios danos ao motor. Cuidados com os tensionadores importados de qualidade desconhecida que estão no nosso mercado.

 

Juntas de motor

 

10378

 

10387 (5)

 

10280

 

Outro componente essencial para o bom funcionamento do motor, a junta tem a responsabilidade de proporcionar vedação entre superfícies unidas, suportando as pressões e temperaturas do conjunto, assegurando a estanqueidade entre componentes na condução de gases e fluídos. Existem diferentes tipos: metálicas, borracha, papel, compostas e cortiça. Os fabricantes do item estão sempre investindo em novas tecnologias para melhorar cada vez mais a sua eficiência.

 

Por ter de suportar altas temperaturas, pressões e contato com agentes agressivos, é muito importante que a junta seja de boa qualidade, original ou de fornecedores renomados no mercado de reposição. Vale lembrar que mesmo em boas condições, as juntas de cabeçote devem ser substituídas em todas as intervenções, pois podem ter perdido sua função de vedação. A aquisição pode ser mais difícil para alguns veículos antigos ou importados.

 

Na hora da instalação, o técnico deve ficar atento aos procedimentos de desmontagem, sobretudo do cabeçote do motor. Para montar, faça a preparação prévia das superfícies e saiba exatamente o posicionamento correto do componente e torques de aperto dos parafusos. Uma instalação mal feita pode causar vazamentos e a parada do veículo, além de quebrar parafusos, provocar empenamento de tampas e vazamentos.

 

Peças de má qualidade vão ter baixa durabilidade, correndo o risco de causar vazamentos. Além disso, podem acarretar em obstrução dos dutos de lubrificação, combustível e arrefecimento; vazamento de compressão dos cilindros e pressão inadequada de fluídos.

Retenção de partículas

10362

 

Veja nesta reportagem exclusiva os conceitos, as dicas de revisão e a substituição do filtro de óleo do Renault Sandero Vibe EXP 1.6 l, ano de fabricação 2009

Victor Marcondes

 

A correta manutenção dos diversos filtros que equipam um veículo sempre será uma maneira muito eficaz de prevenir problemas no motor. A troca no tempo certo e a utilização de produtos de qualidade contribuem para o aumento da vida útil de todo o conjunto, melhora o desempenho e reduz o consumo de combustível e a emissão de poluentes na atmosfera.

 

Os itens que têm a finalidade de separar as partículas protegem o sistema desde que aplicados da maneira e no período corretos. No caso do filtro do óleo, a sua função é reter os contaminantes sólidos que se encontram em suspensão no lubrificante. Em geral, essas impurezas surgem em razão do ar aspirado, que acaba levando algumas partículas para dentro dos cilindros. Sem contar o desgaste natural pelo funcionamento das peças internas como bronzinas, camisas, anéis e pistões, que acabam deixando resíduos que podem causar danos ao conjunto.

 

Nesta reportagem fizemos a troca do componente no Renault Sandero, com motor 1.6, ano de fabricação 2009. Os períodos de troca do lubrificante e do filtro são definidos pelo fabricante do veículo e constam no manual do proprietário. De acordo com João Bezerra de Lucena Filho, auxiliar técnico comercial da Tecfil, se o veículo exigir um óleo para 5 mil km, o filtro deve atender a necessidade nesse tempo. “Ou seja, a substituição do filtro está atrelada diretamente ao prazo de troca do óleo lubrificante”, afirma.

 

“Dentro do filtro do Sandero existe uma tecnologia chamada de válvula antirretorno, responsável por manter o filtro cheio. Se substituir o óleo e mantiver o mesmo filtro, uma pequena quantidade restante que fica dentro dele pode contaminar o novo lubrificante que está limpo”, orienta.

 

Segundo João, quando se usa um óleo de especificação errada, o motor pode ser prejudicado, assim como o filtro. “O componente é desenvolvido para atender aquele modelo de motor específico, então um óleo diferente do ideal acaba danificando todo o sistema de lubrificação do veículo”, avisa.

 

Na falta do filtro, o técnico diz que, entre os contaminantes que deterioram o motor, está a limalha que surge devido ao desgaste natural das peças internas, e o silício, oriundos das impurezas que passam pelo filtro do ar devido à falta de troca da peça. “Quando o sistema de ar aspira impurezas, elas passam a circular dentro do conjunto e sem o filtro de óleo, o propulsor com certeza vai sofrer algum dano”, completa.

 

Procedimento

 

Ao aplicar o filtro é preciso prestar muita atenção no procedimento correto. “Existem alguns filtros especiais que possuem um sextavado na cabeça e necessitam de um torquímetro para fazer o aperto certo”, recomenda.

 

Antes de trocar o filtro, faça uma inspeção visual na região para analisar se não há vazamento. Uma dica do especialista é observar a luz do óleo no painel do carro, que, caso esteja acesa, pode indicar problemas no sistema, como baixa pressão, que pode ser provocada por falta de lubrificante, folgas internas, bomba de óleo cansada, válvula de alívio da bomba travada aberta e, até mesmo, sensor defeituoso.

 

10288

 

Para ele, houve um avanço tecnológico muito grande no setor de filtros, já que os tradicionais blindados já estão dando lugar aos do tipo refil. “É um produto novo e que atende as normas da ISO 14001. Diversas montadoras como Fiat, Renault e Citroën usam esse modelo.” A diferença do filtro refil é que ele é mais ecológico em relação ao anterior. Segundo ele, o produto possui mais partes plásticas para facilitar a reciclagem. Além disso, gera menos desperdício, já que a carcaça está atrelada ao bloco do motor do próprio veículo.

 

Para realizar a troca do filtro, não se esqueça de utilizar os devidos equipamentos de proteção (EPIs), como luvas e óculos.

 

Passo a passo

 

1) Com o motor ainda quente, retire a tampa do bocal de enchimento para facilitar o escoamento do óleo usado. Em seguida, alivie a vareta de medição, para impossibilitar a entrada de ar no motor na hora de colocar o óleo novo.

 

10330

 

2) Faça a retirada do protetor de cárter para evitar que fique sujo quando for escorrer o óleo. Assim, o cliente ao chegar em casa não vai achar que houve algum vazamento por descuido do mecânico.

 

10380

 

3) Com uma chave quadrada, tire o bujão de cárter e deixe o óleo velho escorrer até o final. Como o óleo deve estar quente na troca, tome cuidado para não deixa-lo cair na pele, a fim de evitar queimaduras. (3a)

 

10346

 

10352

 

Obs: Depois de escorrido o óleo, use um pano limpo para tirar o excesso do óleo que ficou impregnado no local do bujão. Não use estopa para limpar a área, porque os fiapos podem entrar no buraco e prejudicar o motor, podendo até causar o seu travamento.

 

4) Antes de colocar o bujão novamente no lugar, verifique se a arruela ou borracha de vedação está em bom estado. Caso seja preciso, substitua por uma nova. Por fim, observe se não há nenhum vazamento no local.

 

10372

 

5) Por estar num local de difícil acesso, utilize uma oitavada e um braço de força para retirar o filtro de óleo velho. Não use ferramentas como chave de fenda, martelo ou marreta para o procedimento.

 

10353

 

6) Apenas alivie o filtro com a chave. Coloque um pano limpo por debaixo do componente, para não escorrer óleo no motor do carro. Portando uma lixa fina, solte todo o filtro.

 

10307

 

7) Com o filtro em mãos, verifique se a junta de vedação do componente não ficou no alojamento, a fim de evitar uma aplicação incorreta do filtro novo.

 

10309

 

Obs: Pegue o filtro novo e compare com o antigo. Caso haja alguma dúvida com relação ao filtro que será aplicado, o técnico recomenda que seja consultado o catálogo de filtros da Tecfil. Permanecendo a dúvida tenha sempre o número do SAC: 0800 11 69 64. Antes de instalar o novo componente, observe se não há nenhum tipo de obstrução na parte interna, sujeira que impeça o procedimento. Também analise o alojamento para identificar algum tipo de contaminante.

 

10310

 

8) Com um pano limpo, faça a limpeza da parte da rosca do filtro e da base de assentamento da junta. Passe um pouco de óleo na junta de vedação, com o objetivo de facilitar a aplicação.

 

10277

 

Obs: Neste caso, não é necessário preencher o filtro com lubrificante, já que o componente fica na posição horizontal e pode acabar vazando.

 

9) Com o filtro encostado na base, utilize uma lixa fina para apertá-lo. Ao fim da aplicação, use um pano para remover qualquer excesso.

 

10355

 

10) Use um funil do tipo cotovelo para aplicar o óleo novo no motor. Despeje devagar para não sujar o conjunto. Lembre-se que o funil não deve encostar nas partes internas do motor, pois poderá danificá-lo.

 

10308

 

Obs: Quando o proprietário não souber a quantidade de óleo exata e também não estiver com o manual do carro, verifique o nível de óleo na vareta.

 

10329

 

11) Ligue o carro para que o filtro seja preenchido com o lubrificante novo. Fique atento com relação à luz do óleo, que deve acender na partida e apagar logo depois. Lembrando que este procedimento deve ser feito em marcha lenta e não pode de maneira nenhuma acelerar o veículo.

 

10360

 

12) Desligue carro e volte observar a vareta para certificar-se que atingiu a medida certa. Neste caso, foi identificada a necessidade de mais 250 ml ou 300 ml de óleo. (12a)

 

10391

 

10320

 

13) Por fim, feche o reservatório de óleo com a tampa. Não se esqueça de fazer o correto descarte das embalagens de lubrificante e do filtro do óleo.

 

10338

 

__________________________________________________________
Mais Informações: Tecfil (11) 2145-5876

css.php