Qualidade em Série: Um público mais exigente

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Oficinas devem ter atenção a pontos específicos que vão tornar o local de trabalho mais atraente às mulheres

 

Texto: Fernando Lalli
Fotos: Arquivo

 

Assim como as oficinas deixaram para trás aquele estereótipo de lugares sujos de óleo e graxa, o público feminino também mudou. Ignorar a importância das mulheres como consumidoras no setor de reparação automotiva é perder oportunidades. Algumas oficinas já registram um volume de 50% (ou mais) de mulheres entre seus clientes, o que significa que não importa o estado civil: elas definitivamente tomaram a iniciativa de levar os seus carros – ou os carros da família – para serem reparados. E querem aprender tudo sobre o assunto.

 

Mas será que a sua oficina está preparada para recebê-las? Não se trata apenas de organização e limpeza. Para saber o que a oficina deve oferecer a esse (não tão) novo público, é indispensável se atentar certos detalhes que, no final das contas, vão melhorar o atendimento e a gestão da oficina independentemente de gênero da clientela.

 

Gerente de serviços do IQA (Instituto da Qualidade Automotiva), Sérgio Ricardo Fabiano explica que são três os pilares que a oficina deve trabalhar para evoluir nesse quesito: gestão, estrutura física e atendimento. Mas o principal ponto é trabalhar a comunicação dos funcionários da empresa com o público final.

 

“Geralmente, o homem tem o comportamento do ‘sabe-tudo’. Ou, quando é leigo, confia o veículo às mãos do mecânico sem pensar. A mulher, não. Mesmo que ela não conheça o assunto, ela quer saber o que está acontecendo. É um público mais analítico. A comunicação pessoal tem que ser trabalhada para conquistar a confiança da mulher. O mecânico tem que saber explicar detalhadamente, mas ao mesmo tempo com uma linguagem simples e direta”, avalia Sérgio, que levanta pontos que devem ser levados em consideração na hora de atender às mulheres.

 

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Conhecimento e clareza

 

Tratar clientes com honestidade não é um diferencial, muito menos um favor. Entretanto, não só o trabalho deve ser bom como também a explicação técnica sobre o diagnóstico e a provável solução. O mecânico deve saber se expressar com clareza e coerência, o que transmite credibilidade à cliente. “Não só quem está na recepção, mas também os mecânicos devem ter essa visão de atendimento”, afirma Sérgio. Não se esqueça de providenciar uniformes e identificação adequados a seus mecânicos.

 

Na hora de contratar novos funcionários, procure profissionais que sejam capacitados para atender ao público. E, por quê não?, dar chance às meninas que cada vez mais fazem cursos de mecânica e querem seguir na profissão. “Hoje já existe um número maior de profissionais mecânicas. Não é tão difícil encontrá -las no mercado”, aponta o especialista. Ter mulheres na equipe é um grande passo para criar o elo de confiança com as clientes.

 

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Transmita o conhecimento e a experiência da oficina elaborando boletins técnicos informativos sobre temas básicos de mecânica e manutenção para distribuir às clientes. Os temas podem incluir a importância do óleo lubrificante, como verificar o líquido do radiador, calibragem de pneus, funcionamento do ABS e do airbag, entre outros. Outra sugestão do especialista do IQA é promover um curso básico gratuito de mecânica para as suas clientes aos sábados. Tudo isso não só fomenta a boa imagem da oficina como pode ajudar a trazer mais clientes que ainda não conheçam o estabelecimento.

 

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Sem tempo a perder

 

Ofereça praticidade à mulher. Tenha em seu repertório o máximo de serviços disponíveis. Se a sua oficina não tiver recursos para reparar alguma especialidade (ar-condicionado, por exemplo), pegue o contato de uma empresa amiga que você possa indicar. “Ter à mão uma quantidade maior de serviços ajuda a fidelizar a freguesia”, diz Sérgio.

 

O gerente de serviços do IQA ressalta ser imperativo oferecer serviço agendado, com hora marcada, e que seja pontual. “Esse é um ponto importante, porque hoje as mulheres têm uma carga de atividades muito grande. Às vezes, além de trabalhar fora, elas ainda cuidam da casa e dos filhos. Então, as mulheres não têm tempo a perder”, avisa Sérgio. Pelo mesmo motivo, a entrega do serviço também deve ser dentro do prazo prometido – e se não conseguir cumprir, avise com antecedência.

 

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Uma oficina moderna deve ser um local limpo e organizado para trabalhar. “O conceito de ‘5S’ é um princípio básico da certificação de qualidade para oficinas do IQA”, declara Sérgio. Mas o espaço também deve ser receptivo aos clientes. É importante ter um box específico na entrada da oficina com fácil acesso e que tenha área em volta livre de perigos para movimentação de pessoal para que ele possa explicar exatamente o que está danificado no veículo e o que vai ser substituído. “Algumas oficinas não têm essa área na frente e a cliente tem que entrar pelo meio dos carros, o que pode causar um constrangimento para clientes, principalmente mulheres”, diz Sérgio.

 

Implemente um serviço “leva e traz” de clientes que inclua cadeirinha de bebê no veículo. Assim, a cliente que é recém-mãe não precisa retirar a cadeirinha do carro a ser reparado para voltar com a criança para casa. Utilize também o recurso de sistemas e softwares integrados a câmeras que deem à cliente a possibilidade de acompanhar o reparo do veículo pela internet.

 

Se a cliente preferir esperar, a sala de espera deve ser confortável e arejada. Você pode decorar com plantas, mas aproveite também para exibir folders explicativos sobre mecânica. “Uma área com brinquedos para entreter as crianças também é bem-vinda”, aconselha o especialista do IQA.
Reforçar a imagem de preocupação do estabelecimento com o meio ambiente também ajuda a cativar o público feminino. Utilize e faça menção clara aos produtos biodegradáveis que você usa na oficina, bem como, mande confeccionar os brindes da oficina (canetas, blocos de papel etc.) em material reciclado.

 

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Sérgio também observa que um público que tem crescido bastante nas oficinas é o de mulheres idosas. Portanto, além dos banheiros individualizados, eles também devem ter recursos de acessibilidade. “Tenha banheiro para cadeirantes em local onde tenha um menor grau de dificuldade de acesso, com piso mais retilíneo, sem degraus, o que facilita o acesso para pessoas com restrições de mobilidade”, explica o gerente de serviços do instituto. “Todos esses são pontos que a empresa deve implementar em sua gestão visando a qualidade, e que o IQA entende que devem ser trabalhados para esse público especificamente”, finaliza.

Lubrificação: Dentro das veias do motor

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Trocar regularmente o óleo é o primeiro passo para garantir a saúde do motor do veículo; especialistas do setor de lubrificantes respondem por que esse elemento é tão importante para o motor

 

Fernando Lalli
Isabelly Otaviano

 

Estar sempre em dia com a troca do óleo é vital para o motor. Utilizar o óleo correto é tão ou mais importante do que abastecer o veículo com combustível de boa procedência. O lubrificante corre pelas galerias e entra pelas folgas para evitar o atrito das peças internas, que se movimentam a milhares de rotações por minuto.

 

Entre as múltiplas funções do óleo lubrificante dentro do motor, além de reduzir a fricção e o desgaste, estão: ajudar a diminuir o ruído do motor amortecendo os esforços entre as peças móveis, fazer a vedação hidráulica entre pistão e cilindro, reduzir as temperaturas de serviço e fazer o papel de fluido hidráulico em tuchos hidráulicos e comando variável de válvulas. “Nesse processo, os componentes do óleo (o óleo básico e os aditivos) sofrem transformações químicas e físicas que fazem com que seja necessário trocar o lubrificante a cada ‘x’ quilômetros, horas ou meses”, explica o engenheiro de aplicação da Motul, Nicolas Demaria. Mesmo assim, muitos proprietários de veículos e mesmo alguns mecânicos não dão a devida importância àquele que é um dos procedimentos mais importantes para o funcionamento correto de todo o motor.

 

“A lubrificação correta e periódica aumentará o desempenho e a vida útil do motor do veículo, além de trazer economia em consertos indesejáveis e no consumo de combustível”, afirma Laura Furst, coordenadora de marketing da Mobil. Por sua vez, o gerente Técnico da Castrol, Haydeu Queiroz declara que, além de lubrificar, o óleo também limpa as suas superfícies internas, removendo e dispersando impurezas, como os resíduos de carvão gerados pela queima do combustível, entre outros. “Com isto, vai ocorrendo a saturação da carga de óleo, por estes resíduos, e daí a necessidade de sua troca, no intervalo predeterminado”, observa Haydeu.

 

A degradação do óleo dentro do motor acontece por diversos fatores. “Durante o funcionamento do motor, o óleo sofre contaminação de diversos elementos: combustível queimado, combustível não queimado, poeira, água etc, além da degradação do próprio óleo. Ou seja, com o uso vai perdendo suas características e eficiência”, afirma o engenheiro Antônio Alexandre Correia, consultor sênior da Gerência de Produtos e Fidelização da Rede de Postos da Petrobras Distribuidora.

 

O contato com essas impurezas, aliados ao oxigênio, metais de desgaste e temperaturas elevadas dentro do motor, facilitam o processo de oxidação do óleo. “Ao longo desse processo, são formados ácidos que podem agredir as superfícies metálicas do motor, criando corrosão ácida e, naturalmente, desgaste, principalmente em mancais e casquilhos”, ressalta o engenheiro de Aplicação de Lubrificantes da Shell, Daniel Menezes.

 

Esse processo de oxidação, que também é responsável pelo escurecimento e aumento da viscosidade do óleo, pode levar à formação de borra e aumento de desgaste, pois o lubrificante vai diminuindo sua habilidade de fluir pelo motor. “Mesmo para um veículo que circula pouco e, normalmente, não atinge o intervalo de troca por quilometragem, é importante a substituição do lubrificante, pois, mesmo parado dentro do motor, o óleo fica exposto à oxidação e formação de ácidos”, frisa Daniel.

 

Não complete: troque tudo

 

O período de troca sempre deve ser seguido de acordo com o estipulado pelo manual do fabricante do automóvel. “Falhar na troca de óleo no período correto pode trazer prejuízo ao motor, que pode travar (superaquecer), sendo necessário a substituição de peças e até retífica delas”, declara o engenheiro mecânico Arley Barbosa da Silva, do departamento técnico de Engenharia e Lubrificação da Bardahl.

 

Com os motores atuais, que cada vez mais têm tolerâncias e folgas menores, a utilização do lubrificante correto e sua troca periódica ganharam importância. “Os motores hoje são de alta rotação e todos, sem exceção, controlados por um computador. Hoje em dia, esses motores altamente sofisticados nada têm a ver com os motores produzidos até pouco tempo atrás, apenas três décadas. A troca de óleo passou a ser fator fundamental e vital”, reforça o Gerente de Marketing e Negócios da Texsa do Brasil, Hamid Mohtadi.

 

Mesmo se a vareta de óleo indicar que o nível de óleo está baixando ao limite mínimo, independentemente do período de troca, dê preferência à troca completa, a não ser em situações excepcionais. “O procedimento de completar o nível de óleo é recomendado somente em casos de emergência, quando não se tem o tempo necessário para a substituição completa do lubrificante”, declara Fabio Silva, consultor técnico da Total Lubrificantes do Brasil. Por outro lado, lembre-se que todo motor de combustão interna consome óleo, inclusive, esta informação é fornecida pelos próprios fabricantes de motores em seus manuais de proprietário.

 

“É recomendado sempre verificar o nível da vareta de óleo semanalmente”, aponta Hamid. “Entretanto, isto não quer dizer que devamos sempre estar apenas completando o óleo. Independente de termos completado esse nível, e mesmo que isto tenha sido feito apenas alguns dias atrás, se é chegada a hora da troca, devemos fazer a troca de óleo conforme indicado pelos fabricantes”, diz.

 

A observação dos períodos de troca fica mais crítica quando o carro é submetido ao uso essencialmente urbano. Ao contrário do que muitos pensam, o uso severo do veículo não é na estrada, mas sim em constantes trajetos curtos dentro da cidade. “Nestes casos, o motor mal chega a esquentar, já esfria novamente e o óleo fica submetido constantemente a situações de esforço extremo”, ressalta o especialista da Texsa do Brasil. Sob uso severo, o intervalo indicado entre as trocas deve ser cortado pela metade.

 

Sempre troque o filtro de óleo

 

Muitas das práticas do mercado de reparação automotiva vêm de tempos em que os carros, os produtos e a tecnologia eram diferentes, e hoje não fazem mais sentido. Uma delas é trocar o filtro apenas a cada duas trocas de óleo. Com a atual demanda dos motores, que trabalham com o lubrificante em temperaturas maiores e sob maior fluxo, manter um filtro velho com óleo novo vai prejudicar o motor. Economizar com o filtro agora pode significar danos ao motor e um maior custo de reparo para o cliente mais tarde.

 

Um filtro de óleo mantém em seu interior um volume entre 0,5 e 1 litro de óleo usado, como explica Antônio, da Petrobras Distribuidora. Quando não se substitui o filtro durante a troca, esse volume de óleo usado mantém-se no sistema, que irá se misturar ao lubrificante novo que será colocado, reduzindo sua eficiência. “Além disso, o filtro usado já estará impregnado com impurezas que foram filtradas durante a circulação do óleo usado, com isso a sua eficiência será inferior à de um filtro novo. Por isso, ao trocar o óleo, troque também o filtro”, crava Antônio.

 

Viscosidade e desempenho

A nomenclatura que define as características técnicas dos óleos de motor é uma verdadeira “sopa de letrinhas”: SAE, API, ACEA… É fácil se perder em tantos códigos. O básico é entender a classificação SAE (“Society of Automotive Engeneers”), que é a responsável pela padronização da classificação que indica a viscosidade do lubrificante.

 

Os valores de viscosidade determinam a resistência do óleo para se movimentar entre as peças do motor. A opção por usar um óleo mais fino ou mais espesso em cada motor é definida em função do projeto e características do motor, incluindo suas dimensões, folgas internas, rotações, pressão e variações de temperatura de trabalho. “Hoje recomenda-se lubrificantes com menor viscosidade para motores mais modernos, buscando contribuir para a geração de emissões mais limpas e menor consumo de combustível”, conta Haydeu, da Castrol.

 

Os números que geralmente estampam os rótulos dos óleos em maior tamanho estão relacionados à viscosidade do óleo de acordo com a classificação SAE. Utilizando o exemplo de um óleo SAE 10W40, o primeiro número acompanhado da letra W (“10W”) representa a viscosidade a frio, e o segundo número (“40”) representa a viscosidade na temperatura de trabalho do lubrificante dentro do motor.

 

“Quanto menor o valor, mais fino é o lubrificante, ficando mais viscoso conforme o número aumenta”, completa Laura Furst, da Mobil, comentando que, na prática, óleos mais finos alcançam mais rapidamente todas as partes do motor no momento da partida do veículo, quando o conjunto é mais exigido em termos de desgaste. Antônio Alexandre Correia explica que lubrificantes com viscosidades mais baixas possuem uma menor resistência ao escoamento, deixando o motor mais “solto”, ajudando a aumentar a potência dos mesmos e reduzir consumo. “Outra vantagem é que, por escoarem mais rapidamente, a troca de calor é maior, melhorando a refrigeração do motor”, comenta o consultor da Petrobras Distribuidora.

 

Daniel Menezes comenta que lubrificantes mais viscosos são empregados atualmente, por exemplo, em motores turbinados de alta potência, que operam em regimes de temperatura e cargas extremas. “Esses motores, por sua vez, utilizarão lubrificantes premium específicos”, aponta o engenheiro de aplicação da Shell. “Lubrificantes mais comuns, porém, também mais viscosos, são aplicados em veículos antigos ou em veículos com desgaste mais significativo, pois preenchem melhor as folgas existentes entre os componentes do motor, reduzindo assim o consumo de óleo”. No entanto, ele relembra que a recomendação do fabricante do veículo para um determinado motor deve ser seguida à risca: “a alteração de viscosidade pode comprometer o desempenho e eficiência do motor e, por essa razão, deve sempre ser respeitada a recomendação do fabricante do veículo”.

 

As demais especificações tratam do desempenho do óleo lubrificante propriamente dito. No caso da especificação API (americana), ela é composta por letras. Já a especificação ACEA (europeia) possui um sistema diferente, identificada por sequências de letras e números. Há também as homologações e classificações das fabricantes de veículos, que utilizam critérios particulares para aprovar lubrificantes para uso em seus veículos. “Independentemente se o fabricante utiliza as normas americanas ou as europeias, o recomendado é sempre seguir o manual do fabricante do veículo”, reforça Fabio Silva.

 

Mineral, sintético, semissintético

 

Ao escolher o óleo a ser comprado, mecânicos e consumidores finais se deparam com três tipos de lubrificante: mineral (obtido pelo processo de refino do petróleo), sintético (obtido através de síntese química) e semissintético (composto entre óleos minerais e sintéticos). “A principal diferença entre eles é a estabilidade perante os esforços térmicos e mecânicos”, conta Nicolas Demaria.

 

“Um óleo mineral é derivado do petróleo e, mesmo atravessando uma serie de processos de transformação complexos, a estrutura molecular deles não é ‘perfeita’”, diz Nicolas, esclarecendo de onde nasceu a necessidade de se desenvolver óleos sintéticos. “Há vários tipos de sintéticos, mas todos eles compartilham as mesmas vantagens: baixa volatilidade (menor consumo de óleo), melhor estabilidade física e química e melhores propriedades de fricção e melhor lubrificação”, enumera o especialista da Motul.

 

Para oferecer a melhor alternativa custo-benefício, surgiram os semi-sintéticos. Conforme a alta tecnologia dos motores foi se popularizando, atingir com bons preços às grandes massas de carros populares virou uma obrigação, que fez com que os fabricantes criaram distintas formulações formadas por misturas de óleo sintético e mineral. “Os óleos sintéticos e semissintéticos possuem maior durabilidade e resistência se comparados aos óleos minerais, porém, os óleos mais utilizados ainda hoje são os de base mineral, que desempenham um bom papel na lubrificação”, explica Arley Barbosa.

 

O engenheiro da Bardahl não recomenda as misturas entre óleos devido às suas diferentes viscosidades e desempenhos. Já Nicolas, da Motul, garante que os óleos são misturáveis “sempre que possuam níveis de performance similares”. Ele dá o exemplo de dois óleos: um mineral com classificação API SL com um sintético com a mesma API SL. Ou seja, para se misturarem sem prejuízo, óleos lubrificantes devem atender exatamente às mesmas classificações de desempenho. Portanto, se for necessário completar o nível e você não souber exatamente qual é o óleo que está lá dentro do motor, é melhor evitar a mistura.

 

Qualidade e especificação: fique atento

Na hora da troca, é importante consultar se o indicado é um óleo de base sintética, semissintética ou mineral; a viscosidade SAE recomendada e o nível de desempenho (API/ACEA) requerido. Utilizar um lubrificante de especificação inadequada ou de má qualidade pode trazer consequências sérias ao motor e que dificilmente podem ser previstas antes que seus sintomas apareçam em estado avançado.

 

“Ao utilizar um óleo de baixa qualidade, no longo prazo o motor pode apresentar falhas relacionadas à criação de verniz, borra ou, em casos mais extremos, o seu travamento. As consequências não são a curto, mas no longo prazo, sempre”, avisa Fábio Silva. “Alteração de cor e viscosidade são muito difíceis para condenar um lubrificante, porque somente testes de laboratório conseguiriam mensurar se estas alterações poderiam condenar o lubrificante, exceto em alterações muito drásticas que, se perceptíveis pelo mecânico, deve ser feita uma avaliação mais criteriosa para verificar a causa do problema”, declara o consultor técnico da Total.

 

Ao colocar um óleo com a especificação errada, Arley Barbosa, detalha que, apesar de num primeiro momento o proprietário não conseguir perceber nenhuma alteração no funcionamento do motor, na verdade, internamente, as peças estarão sofrendo consequências graves por não serem totalmente protegidas do desgaste e não passarem pelo processo de limpeza, podendo haver falhas na circulação do lubrificante por todo o motor, entre outros.
“Os problemas serão inúmeros, pode ser desde um ruído por falha na lubrificação até a formação de borras que dificultam a circulação do lubrificante, o que pode levar a fundir o motor”, aponta o engenheiro da Bardahl. Por este motivo, o cliente e profissionais precisam ter em mente que a escolha correta do óleo, de acordo com a indicação do manual do veículo, é garantia de economia a longo prazo e evita o que seria um grave retrabalho no futuro.

 

Vamos mostrar na sequência de fotos o passo a passo adequado da troca de óleo utilizando um Corsa 1.4 2012 como exemplo. O procedimento foi executado pelo mecânico Weverton Pereira na Pneus&Cia, oficina da rede Castrol Auto Service na cidade de Barueri/SP.

 

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1) Remova a tampa de óleo do cabeçote do motor.

 

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2) Com o carro no elevador, remova o protetor de cárter. Neste caso, observe como o protetor está “melado” de óleo, denunciando vazamento em algum ponto do motor.

 

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3) Examine as regiões da junta do cabeçote, do cárter e do filtro de óleo para identificar de onde vêm o vazamento.

 

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4) Posicione corretamente o coletor de óleo sob o bujão do cárter. Utilizar um coletor adequado para a função facilita o descarte correto do óleo, que é obrigatório para as oficinas mecânicas.

 

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5) Solte o bujão do cárter e deixe o óleo escorrer por completo. Ao final, prenda o bujão novamente.

 

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6) Retire o filtro de óleo. A suspeita é de que o vazamento tenha vindo do mau aperto do filtro na troca anterior.

 

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7) Limpe bem a região do filtro de óleo, principalmente a área de contato da vedação do filtro, antes de instalar o filtro novo.

 

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8) Antes de instalar o filtro novo, passe um pouco do lubrificante na borracha para ajudar a vedação com o bloco do motor. Instale o filtro. Basta a força da mão, mas utilize uma lixa para auxiliar na pegada do aperto final.

 

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9) Com o bujão e o filtro presos, desça o carro para adicionar o lubrificante novo pela tampa de óleo do cabeçote. A oficina Pneus&Cia utiliza o sistema de tambores de 200 litros, que proporciona a adição do óleo no motor na quantidade exata, além de economizar embalagens plásticas e evita o desperdício daquele “meio litro” que sempre sobra na garrafa.

 

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10) Para o Corsa 1.4 2012, a Chevrolet recomenda 3,6 litros de lubrificante 10W30.

 

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11) No momento da manutenção preventiva, a Castrol reforça a importância da troca do filtro de ar dentro do período indicado pela fabricante do veículo, o que ajuda a evitar a entrada de impurezas no motor.

 

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Colaboração técnica: Oficina Pneus&Cia – Tel: (11) 4195-1481

Entrevista: Paixão e perseverança

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Em homenagem ao mês das mulheres, entrevistamos Roseli Oliveira da Silva, mecânica há mais de 20 anos. Ela enfrentou diversas barreiras para se tornar referência entre mulheres que exercem a profissão

 

 

Revista O Mecânico: Como você descobriu que queria ser mecânica?
Roseli Oliveira da Silva: Nasci em São Miguel Paulista, zona leste de São Paulo. A minha rua, onde moro desde que eu nasci até hoje, é uma rua sem saída. No lado esquerdo, tinha um posto de gasolina e vários guinchos. Do lado direito, tinha uma borracharia e uma oficina mecânica, que era a oficina do Toninho. Eu conseguia ver a oficina da janela do meu quarto. Sempre fui de dormir tarde, mesmo criança, então, quando era 10 horas da noite, eu via os mecânicos se matando para consertar aqueles caminhões, só com a lanterninha. Eu achava o máximo.

 

O Mecânico: Você tinha quantos anos de idade nessa época?
Roseli: Eu tinha 7 anos. Eu chegava do colégio, comia alguma coisa, ia para a oficina e ficava por lá. Até que me disseram: “aqui é lugar de menino, né?” Minha mãe e o meu pai reclamavam. Eles nunca me deram a menor força porque na família não tinha nenhum mecânico. Quando já tinha uns 9 anos, eu parei de ir à oficina do Toninho e comecei a frequentar uma outra oficina, que era de parede com a minha casa, que era a oficina da Júlia. Uma oficina de costura. Já que não podia ser mecânica eu fui fazer costura. Só saí de lá com 14 anos para trabalhar em uma empresa de banco de dados. Depois fui babysitter, já fui ajudante de cozinha, já fui vendedora…

 

O Mecânico: Então você começou a emendar um trabalho no outro em áreas diferentes antes de conseguir virar mecânica?
Roseli: Ninguém me apoiava em ser mecânica. Virei motivo de chacota na vila. Ganhei até apelido na época: “Ana Machadão” (nota: personagem da atriz Débora Bloch na novela “Cambalacho”, da Rede Globo). Minha mãe gritava: “sai dessa oficina, Ana Machadão!”. Em 1994, eu decidi parar de me importar com o que os outros iam falar e fui fazer o curso de mecânica no SENAI. Depois de formada, ninguém queria uma mulher trabalhando. Entreguei currículo para todo mundo e ninguém queria admitir uma mulher. Foi quando eu lembrei do Laerte, mecânico que era funcionário na oficina do Toninho. Àquela altura, ele já tinha a oficina dele. Pedi para trabalhar na oficina e ele disse que não tinha como me pagar. Respondi que não precisava me pagar: eu queria trabalhar de graça, queria aprender. Fiquei lá durante oito meses. Conheci atendimento, logística, toda a parte operacional de uma oficina. Agradeço muito a ele.

 

O Mecânico: E quando você conseguiu engrenar na profissão? Como você conseguiu seu primeiro emprego remunerado?
Roseli: Quando eu percebi que a oficina do Laerte estava pequena para mim, comecei a enviar currículos e consegui meu primeiro emprego em uma concessionária da Volkswagen em Mogi das Cruzes. Depois de trabalhar lá por um tempo, fui para uma concessionária no bairro do Ipiranga, em São Paulo.

 

O Mecânico: Quando surgiu na sua vida essa vontade de dar cursos de mecânica para mulheres?
Roseli: Nessa concessionária em Mogi das Cruzes eles davam um curso para amadores. Quem comprava o carro, ganhava o curso. Eu comecei a me interessar e me arrumaram os materiais. Fui para a concessionária do Ipiranga e ali fiz o treinamento para poder dar esse curso. A oficina fechava e eu ficava para ministrar o curso, que era de uma semana. E foi um grande aprendizado. Depois eu comecei a dar cursos de mecânica para mulheres em vários supermercados, como naquela antiga rede Big, também em escolas de inglês, em vários lugares. Onde me chamavam, eu ia. Mas não tinha remuneração nenhuma.

 

O Mecânico: Era tudo pela paixão e pelo desenvolvimento pessoal?
Roseli: Exatamente. Eu não tinha namorado. Meus namorados eram os livros e os carros (risos).

 

O Mecânico: Você participou de vários programas de televisão falando de mecânica. As emissoras te procuraram ou você as procurou?
Roseli: Nunca fui de ver televisão, mas um dia eu estava assistindo o programa da Ana Maria Braga quando ainda era na Record. Comentei com a minha mãe: “nossa, eles colocam de tudo nesses programas, né? A senhora alguma vez já viu ensinar sobre carro?” Ela respondeu que não e eu disse: “então eu vou lá”. Minha mãe duvidou e riu. Que Deus a tenha, mas era difícil. Hoje, eu vejo que era a idade. Ela era bem idosa e achava que coisa de homem era coisa de homem, e coisa de mulher era coisa de mulher. Eu liguei lá, mandei o release e no outro dia me chamaram para conversar. Expliquei o que eu queria fazer e me pediram para trazer as peças. Só que eu passei nas oficinas e peguei peças sujas: filtro de óleo sujo, filtro de ar, pastilhas velhas… Voltei para a Record, coloquei as peças em cima da mesa e me mandaram tirar, gritando “pelo amor de Deus, arruma peça limpa!” Aí eu fui numa loja de autopeças, pedi emprestado peças novas, voltei na Record no dia seguinte e consegui entrar ao vivo com a Ana Maria Braga. Foi bem no último programa dela na Record. Quando ela foi para a Globo, participei mais duas vezes do programa dela. Numa dessas vezes, minha mãe viu e depois me disse que tinha orgulho de mim.

 

O Mecânico: Você encarou muito machismo dentro da profissão? Como as pessoas que você treinava, seus clientes e mecânicos encaravam sua figura, como mulher, em um meio tão masculino?
Roseli: Uma vez eu estava fazendo estágio numa Freios Varga quando um cliente chegou na loja e disse “olha, eu não quero ela botando a mão no meu carro. Não quero mulher mexendo no meu carro”. Eu não respondi. Nunca fui de brigar, só na escola que eu era mais brigona. Disse a mim mesma: “deixe estar”. Eu sinto que, pela profissão, pelo destaque, talvez, o homem tem sim um certo medo de ser superado pela mulher.

 

O Mecânico: Quando você conseguiu montar sua própria oficina?
Roseli: Depois de trabalhar na concessionária no Ipiranga, eu fui para uma outra em Santo Amaro. Foi aí que em um curso de atualização eu conheci um rapaz mecânico. Conversa vai, conversa vem, ficamos amigos, depois começamos a namorar. Isso era em dezembro de 2000 e eu tinha começado a atender serviços na garagem de casa. Eu tinha saído da concessionária, ele também saiu da que trabalhava. Em março seguinte, meu pai falou que não queria mais bagunça na garagem e arrumamos um galpão. Então, em 9 de março de 2001, abrimos a oficina Hay Flex. Já faz 15 anos. Parece que foi ontem… A gente não tinha dinheiro para comprar nada, nem ferramenta tinha. Tive muito apoio de concessionárias e colegas para arrumar equipamento.

 

O Mecânico:  Desde que você abriu a oficina, como tem sido o movimento durante esses 15 anos? O mercado mudou bastante de lá para cá, não só com a crise econômica atual como também a eletrônica embarcada nos carros.
Roseli: A gente participa de muitos cursos, as coisas mudam muito rápido. A engenharia muda a cada minuto. Mas o mercado muda bastante. Nós não temos funcionários, somos só nós dois, porque, infelizmente, o mercado está muito difícil. Temos só uma pessoa que vem limpar a oficina a cada dois dias. Eu não tenho rampa de alinhamento e tenho que levar o carro para alguns amigos para fazer alinhamento. Eu passo nas oficinas aí e às vezes elas estão vazias. Nos últimos cinco anos, eu estou vendo o pessoal se apertando e, graças a Deus, eu não me aperto.

 

O Mecânico: É mais fácil administrar uma oficina ou consertar um carro?
Roseli:  Consertar o carro, meu filho, com certeza. Aqui a gente tem que assoviar e chupar cana (risos). Tive que aprender muita coisa na raça. Acertando ou errando, teve que ser assim. Mas valeu a pena!

 

O Mecânico: Qual conselho você deixa para as meninas que pretendem ingressar na profissão? Hoje, tem muito mais mulheres interessadas em mecânica.
Roseli: Tem que ter muito peito e tomar muita água para engolir os sapos (risos). Hoje nas palestras que eu faço para a Porto Seguro, as mulheres comentam que me viam. Muita gente que faz curso já falou que é porque me via na televisão. O ramo automotivo está crescendo e acabou aquela história do que é masculino e do que é feminino. É a paixão. A paixão do brasileiro é o carro, então, nada melhor do que a mulher também poder consertá-lo.

Especial Mês das Mulheres

Mulheres que ensinam mecânicos

 

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Profissionais do setor de assistência técnica em empresas de autopeças contam como é encarar um setor que ainda é predominantemente masculino

 

Texto: Fernando Lalli
Fotos: Arquivo

 

Décadas atrás, o setor automotivo era formado por ambientes absolutamente masculinos. Mecânicos, clientes e balconistas: todos eram homens. Mulheres? Apenas nos pôsteres colados nas paredes das oficinas, com pouca ou nenhuma roupa. Mas esse tempo passou. Com a franca evolução e profissionalização do setor, aos poucos, elas foram tomando conta de cargos em fabricantes de autopeças, distribuidoras e oficinas, provando na prática aos céticos de que não importa o sexo para entender e gostar de trabalhar com carros.

 

Se existe alguém que ainda alimente algum tipo de preconceito, temos “más” notícias: agora, é a vez delas te ajudarem nos problemas que você tem na sua oficina. Mulheres que estão nos departamentos de assistência técnica de fabricantes de autopeças trabalham diariamente para solucionar os problemas de aplicação do mercado de reparação. “Quando comecei a visitar as oficinas, era perceptível a estranheza dos homens por conta da presença de uma mulher neste tipo de trabalho, mas essa reação não me incomodava”, revela Cícera Silva, consultora de vendas da Bosch, que atende à Rede Bosch Car Service e os distribuidores de peças em parte da grande São Paulo.

 

Trabalhar no setor automotivo não foi algo que ela planejou. Ela começou no ramo no telemarketing de uma distribuidora de autopeças. “Com a ajuda de colegas, lendo catálogos e revistas especializadas comecei a entender melhor o ramo automotivo”, relembra Cícera, que saiu da distribuidora para trabalhar em uma empresa com a tarefa de promover os produtos Bosch em oficinas mecânicas e lojas de autopeças. “Após um ano, fui efetivada como funcionária da Bosch para desempenhar o mesmo trabalho e também organizar palestras técnico-comerciais, campanhas de vendas, além de efetuar vendas”, conta.

 

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Cícera Silva

 

Já Loide Santos, de 22 anos, começou no ramo ao decidir fazer um curso técnico no Senai. Ela não fazia nem ideia do tamanho do mercado que ela estava começando a explorar. “O que mais me chamou a atenção na grade curricular foi o curso de mecânica automobilística. Até então, eu não tinha não nenhum contato com o setor”, explica Loide, que trabalha há 1 ano e meio na área de assistência técnica e atendimento ao cliente da Affinia.

 

No dia a dia, ajuda mecânicos a sanar dúvidas e faz planos para o futuro de seguir a carreira na área de engenharia automotiva. Mas Loide já esteve do outro lado do balcão: depois de formada, trabalhou como mecânica e consultora técnica em concessionárias de marcas importadas. “Inicialmente, quando atendo a ligação percebo que a pessoa fica surpresa em ser atendida por uma mulher na área de suporte. Mas depois no decorrer do atendimento fica tudo bem”, relata Loide.

 

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Loide Santos

 

Evolução da mentalidade

 

Paloma Queiroz, da Perfect Peças Automotivas, relata que descobriu o setor ao acompanhar o trabalho de sua irmã, que foi promotora da Schadek. “Em algumas oportunidades, ela me levava para visitar alguns distribuidores. Eu me apaixonei e quis trabalhar no ramo”. Antes de mergulhar no mundo automotivo, ela teve que se dedicar à criação de um casal de filhos pequenos. “Mas quando surgiu a oportunidade, agarrei com unhas e dentes. Daqui eu não saio, é apaixonante”, declarou.

 

Trabalhando na assistência técnica da Perfect, Paloma tem como uma de suas atribuições fazer a análise de garantia em campo, com distribuidores e mecânicos. Um tipo de função onde é difícil encontrar mulheres a desempenhando. “Hoje está se quebrando um tabu. É claro que alguns mecânicos olham meio torto, mas hoje o pessoal está abrindo mais a mente para isso”, revela.

 

Quem reforça essa impressão é Cícera, notando que a figura feminina já não causa mais tanta surpresa. “Atualmente, é muito comum encontrar mulheres transitando e trabalhando em diferentes atividades neste segmento, além de muitas levarem o próprio veículo para reparação e questionarem a real necessidade dos serviços, o que as tornam uma clientela exigente”, afirma a consultora da Bosch Car Service, que foi a primeira mulher a ocupar essa função em São Paulo. “Sempre fui bem recebida e tratada com muito respeito. Eu sabia que para ter reconhecimento profissional eu precisava demonstrar competência e seriedade”.

 

Loide Santos, por sua, vez, já se tornou uma voz conhecida para quem procura sua assistência. “Muitos mecânicos que ligam com frequência já nem estranham e estão acostumados. O importante é passar a informação da melhor maneira possível e sanar a dúvida”, diz.

 

Dedicação e força de vontade

 

Se a camada de “estranhamento” com o público masculino já foi quebrada, elas têm consciência de que, agora, não podem deixar a peteca cair. Sabem que, como qualquer outro profissional do setor, jamais podem parar no tempo. Paloma quer se especializar cada vez mais e se tornar uma promotora técnica e palestrante. “Dedicação é tudo. Temos que aprender sempre”, diz a assistente técnica da Perfect. “Nós somos doutoras do carro, então, nos resta aprender a cada dia mais e mais para a gente sempre deixar nosso bichinho curado”, brinca.

 

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Paloma Queiroz

 

Da mesma forma, Loide, da Affinia, aconselha quem pretende entrar no setor a correr atrás do que realmente deseja, acreditando em seu potencial. “É importante persistir e enfrentar as barreiras para alcançar o seu objetivo”, garante.

 

Para Cicera, da Bosch, o mercado automotivo, apesar de ser um dos mais importantes da economia do país, é carente de bons profissionais. Na opinião dela, a mulher que pretende deve buscar conhecimentos e sempre aprofundar nos assuntos do setor, frequentando palestras técnicas, lendo matérias, assistindo a vídeos instrutivos e visitando oficinas. “Desse modo, poderá integrar-se ao mercado com mais facilidade e será uma profissional bem-sucedida”, finaliza, com a certeza da experiência pessoal de que, no final das contas, perseverança, conhecimento e honestidade são os valores que engrandecem e fazem a diferença em nosso mercado.

Acessórios: Palhetas do para-brisa são itens de segurança

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Identifique o momento de trocar as palhetas do limpador do para-brisa, uma peça importantíssima para a segurança do motorista

 

Texto: Fernando Lalli
Fotos: Isabelly Otaviano / Divulgação

 

Examinar as palhetas do limpador do para-brisa é um item do check-list básico do veículo, mas que pouca gente se lembra antes de pegar chuva pelo caminho. Garantir a visibilidade do motorista é tão importante quanto fazer o carro parar e andar, por isso, é papel do mecânico mostrar à clientela a importância de inspecionar periodicamente a borracha e trocar a peça quando estiver danificada. O coordenador trade marketing de Palhetas da Bosch, Michael Marassatto, revela que, por ser considerado um item de segurança por lei, a falta de manutenção das palhetas pode gerar até multa. “Uma palheta danificada pode até resultar em multa grave, de 5 pontos na carteira”, afirmou Michael.

 

Ao analisar um veículo ano 2010 com 18 mil km rodados, que trocou as palhetas do para-brisa apenas uma vez, Michael identificou dois problemas: as borrachas estavam dobrada e, nas extremidades, havia rompimentos (quebras). “Isso vai atrapalhar a limpeza e fazer com que a visibilidade não fique tão boa enquanto a palheta limpa o vidro”, apontou Michael. Segundo o especialista, esses problemas foram causados devido à incidência de raios UVA e UVB sobre as palhetas quando o carro está sob o sol. “A incidência dos raios faz com que a borracha que limpa o vidro fique ressecada e danificada com o tempo”, explica.

 

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Outras práticas também podem causar o ressecamento da borracha e prejudicar a eficiência da limpeza como, por exemplo, passar produtos de limpeza no para-brisa. “A recomendação é que não seja passado nenhum tipo produto no vidro, apenas água e sabão neutro”, orienta o especialista da Bosch. Muita gente mistura detergente na água do limpador, o que é errado. “A química contida no detergente também pode danificar a borracha da palheta, fazendo com que o tempo de vida útil delas seja menor”.

 

Também ajuda a preservar a vida útil do conjunto verificar se não tem resíduo de poeira ou terra na palheta ao acionar o limpador de para-brisa. Essa sujeira pode riscar o vidro e danificar a borracha da palheta. “Outras formas de identificar se está na hora de trocar as palhetas é durante o processo de limpeza e verificar se existe a formação de névoa, trepidação, ruído ou a formação de faixas no para-brisa. Se algum desses sintomas aparecer, é um forte indício de que as palhetas devem ser trocadas”, orienta Michael.

 

Substituição

A aplicação das palhetas depende do tipo de encaixe do braço do limpador. Segundo Michael, são quatro os principais encaixes e muitas das palhetas disponíveis no mercado possuem adaptadores para facilitar a aplicação. Atente-se, no entanto, ao comprimento das palhetas, que pode variar de um lado a outro. Caso o veículo possua limpador traseiro, não se esqueça de também trocá-lo quando fizer a substituição dos frontais, afinal, a peça também esteve sujeita às mesmas intempéries e incidência do sol.

 

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Mahle amplia sua cooperação com a equipe Ferrari da Fórmula 1

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A Mahle está expandindo sua cooperação com a Scuderia Ferrari, na Fórmula 1, com um acordo de longo prazo que inclui o desenvolvimento e fornecimento de componentes fundamentais para o motor. “Consideramos a Mahle um parceiro importantíssimo no desenvolvimento contínuo dos nossos motores. Apreciamos não somente seu elevado nível de especialização tecnológica, mas também a sua excepcional confiabilidade”, explica James Allison, diretor técnico da Scuderia Ferrari.
O âmbito da cooperação inclui a optimização do mecanismo do virabrequim e o desenvolvimento de materiais de alta performance. “O compromisso da nossa empresa com as competições tem uma tradição de décadas, e muitos dos nossos desenvolvimentos contribuíram para que os motores dos carros de série ficassem cada vez mais potentes e, ao mesmo tempo, mais econômicos”, enfatiza Wolf-Henning Scheider, CEO e Presidente do Conselho de Administração da Mahle.
Para este projeto, por exemplo, a Mahle desenvolveu e fabricou pistões forjados de alta resistência, além de otimizar ligas de alumínio e reforços de proteção. Essa lista foi complementada por anéis de baixo atrito, pinos de pistão de aço extremamente resistentes, bem como revestimentos de cilindros do motor que reduzem o atrito e são resistentes ao desgaste. “A nova geração de motores V6 turbo, hibridizados, apresenta desafios muito específicos,” diz Fred Türk, Vice-Presidente da Mahle Motorsports.
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O desenvolvimento de componentes para a Ferrari também inclui processos de combustão extremamente inovadores. A Mahle, pela primeira vez, está usando uma solução patenteada que leva a um aumento significativo da eficiência. O novo processo de combustão com mistura pobre, denominado Mahle Jet Ignition, consegue isso com uma superfície especial de queima. Assim, uma maior potência é gerada, tornando a tecnologia especialmente eficaz para o uso no automobilismo. Por sua vez, a Mahle também tem planos de desenvolver essa tecnologia para veículos de série, onde tem conseguido níveis de eficiência que normalmente só são encontrados em motores a diesel.
Este exemplo demonstra que o automobilismo continua a ser um grande descobridor de tecnologias. “As exigências extremas a que estes veículos são submetidos são o ponto de partida para muitas soluções inovadoras, que numa fase posterior, passam a ser usadas em veículos de produção em série”, enfatiza Türk.
O compromisso com o automobilismo tem sido, portanto, parte da estratégia global da Mahle há décadas. O exemplo mais recente é o pistão de aço que colaborou para a vitória em Le Mans – corrida de longa duração – no ano passado. Agora, eles estão sendo instalados nos novos motores diesel de 1,5 e 1,6 litro da Renault, que atendem a norma Euro 6. A Mahle tem estado presente em várias das categorias do automobilismo mundial por muitas décadas. Ao todo, mais de 300 engenheiros e pesquisadores das áreas de Serviços de Engenharia, Motorsports e Aplicações Especiais estão trabalhando na busca por novas soluções, que posteriormente serão implementadas nas linhas de produção em série da Mahle.

Araguaia é eleito o melhor concessionário Mercedes-Benz de 2015

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A Mercedes-Benz reconheceu seu concessionário Araguaia, de Campinas (São Paulo), como o melhor de 2015 na Rede de veículos comerciais. Pertencente ao Grupo Pirasa – tradicional parceiro da marca há quase 50 anos – a revenda Araguaia foi premiada com o troféu Diamante no Programa de Certificação StarClass. O reconhecimento é resultado da qualidade no atendimento e dos serviços prestados, estrutura, performance e adequação às normas de identidade corporativa da Mercedes-Benz.
Baseado numa iniciativa global da Mercedes-Benz, o Programa StarClass foi implantado na Rede de veículos comerciais do País há 10 anos. “Ele estabelece padrões de qualidade que visam a excelência no atendimento e a eficiência na operação”, afirma Philipp Schiemer, presidente da Mercedes-Benz do Brasil e CEO América Latina. “A brilhante conquista da revenda Araguaia merece total reconhecimento. Aliás, o Grupo Pirasa sempre demonstrou comprometimento com o programa, reconhecendo seu valor na busca da melhoria contínua”.
De acordo com o executivo, além dos benefícios de excelência de gestão e de atendimento, a Certificação StarClass eleva a percepção de qualidade premium do concessionário no mercado, assim como da própria marca Mercedes-Benz. “Isso é fundamental para assegurar a satisfação do cliente e conquistar a sua fidelidade”, destaca Schiemer.
“O StarClass está muito focado na gestão do concessionário e na satisfação do cliente, o que ajuda a manter a competitividade do nosso negócio”, afirma Fernanda Guidotti, diretora comercial do Grupo Pirasa, formado pela revenda Araguaia e também por outras unidades Pirasa localizadas nas cidades paulistas de Piracicaba e Limeira. “A conquista do Diamante foi uma consequência de nosso entendimento de que o programa abrange pontos de qualidade e valores que nós acreditamos”.
Para Fernanda Guidotti, o reconhecimento máximo do StarClass é uma conquista que não chega de uma hora para outra. “Desde o começo do ano, buscamos entender todos os pontos que a Mercedes-Benz havia estabelecido para 2015 como importantes para a Rede ser vencedora num momento tão difícil do mercado”, diz ela. “Nesse sentido, contamos com o apoio da fábrica nos momentos de dúvidas sobre as regras da certificação. O programa é muito focado no cliente e isso é o que realmente interessa. Toda nossa equipe estava bem comprometida e a união foi fundamental”.
Às vésperas de completar 50 anos de atividades, o que ocorrerá em 2017, o Grupo Pirasa é um dos mais tradicionais representantes da Mercedes-Benz do Brasil no mercado de veículos comerciais. A empresa tem sua história ligada diretamente à ousadia de Joaquim Mário Peres Ferreira, um engenheiro civil que paralelamente à sua profissão decidiu investir na cidade paulista de Piracicaba, que sequer conhecia. Aos 39 anos, influenciado por familiares, Joaquim Mário juntou suas economias para iniciar um projeto em que não tinha o menor conhecimento: abrir um concessionário de veículos comerciais Mercedes Benz. Dessa forma, deu início a uma brilhante trajetória profissional e empresarial, sendo parceiro de longa data da fabricante de caminhões e ônibus.
O primeiro do grupo, Pirasa Veículos de Piracicaba, foi fundado em 1967. Em 1985, ocorreu a incorporação do Comercial Araguaia de Campinas. Já em 2003, houve a inauguração do Pirasa Veículos de Limeira.
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Em seu décimo ano, o Programa de Certificação StarClass está totalmente consolidado junto à Rede de veículos comerciais. Esta iniciativa teve início com o segmento de caminhões em 2006, seguido por ônibus em 2010 e vans em 2012. “Queremos transformar a Certificação StarClass em selo de qualidade para o cliente, atestando o mais alto nível de serviços, atendimento e estrutura”, diz Roberto Leoncini, vice-presidente de Vendas, Marketing e Pós-Venda de Caminhões e Ônibus da Mercedes-Benz do Brasil. “Dessa forma, o concessionário poderá ser reconhecido pela excelência comprovada e o compromisso pela melhoria contínua”.
O StarClass é uma ferramenta direta entre Rede e fábrica, ampliando a satisfação e fidelização do cliente. Segundo o executivo, a Mercedes-Benz avalia as revendas durante todo o ano, de acordo com os padrões de qualidade estipulados pelo Programa de Certificação StarClass. Este processo se apoia em três pilares: padronização (processos, estrutura e identidade visual), profissionalização e equipe de alta performance.
No final do ano, são apurados os desempenhos dos concessionários, com a Mercedes-Benz indicando, por segmento de veículos, os que mais se destacam nas classificações ouro, prata e bronze. O melhor é reconhecido com a entrega do prêmio Diamante.
Os concessionários ouro recebem o selo de qualidade StarClass para ser exibido em seus pontos de venda, por meio de totens, banners, folhetos e adesivos. Para conquistar o troféu Diamante, a revenda deve receber certificação ouro em todos os segmentos em que atua, maior pontuação no ranking de indicadores de vendas e de pós-venda, além de ter inscrito projetos no Prêmio de Reponsabilidade Ambiental e “Cliente Satisfeito”, ambos são iniciativas realizadas pela Empresa.
A fim de apoiar a Rede, a Mercedes-Benz realiza workshops para os multiplicadores que trabalham dentro dos concessionários com foco no entendimento do programa, indicadores, dúvidas e critérios novos que são agregados a cada ano. Também oferece consultorias sobre processos de vendas e de pós-venda e realiza auditorias e atividades, como o “Comprador Oculto”, que identifica oportunidades de melhoria.

Ônibus híbrido Volvo faz linha de turismo em São Paulo

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Um ônibus híbrido da Volvo começou a circular na linha de turismo da cidade de São Paulo. O ônibus possui carroceria double deck com vista panorâmica e vai passar pelos principais pontos turísticos de São Paulo, como MASP, Mercado Municipal, Liberdade, parque Ibirapuera, Pátio do Collegio e Theatro Municipal.
Chamado de “Circular Turismo Sightseeing SP”, o ônibus possui tecnologia híbrida da Volvo e emite 50% menos material particulado (fumaça) e NOx (óxidos nocivos à saúde) que os veículos similares Euro 5 movidos à diesel. Além disso, pode emitir até 35% menos gás carbônico (CO2).
O modelo é equipado com dois motores, um elétrico e outro a diesel, que funcionam em paralelo ou de forma independente. O veículo opera em modo 100% elétrico durante as arrancadas e quando está parado nos semáforos ou pontos de embarque e desembarque, momento em que não há emissão de poluentes e ruído. A bateria do motor elétrico é recarregada durante as frenagens do veículo. Cada vez que se acionam os freios, a energia gerada pela desaceleração é utilizada para carregar a bateria.
O ônibus é fruto de uma parceria entre SPTrans, CET e SPTuris. O ponto de partida é a Estação da Luz, no centro da cidade. Durante o trajeto, os passageiros receberão informações sobre a história e as curiosidades dos pontos visitados por meio de um sistema de voz, folder e um aplicativo para smartphones. “O híbrido é um veículo ideal para este tipo de serviço. É silencioso e nao não emite poluentes nos momentos em que está parado nos pontos de embarque e desembarque de passageiros, trânsito ou nos semáforos”, afirma Euclides Castro, gerente de ônibus urbanos da Volvo Bus Latin America.

Chevrolet Onix chega a 500 mil unidades produzidas

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O Onix se transformou no modelo Chevrolet que mais rápido atingiu a marca de 500 mil unidades produzidas no país – o feito acontece apenas 40 meses após o lançamento do carro no mercado nacional. A unidade emblemática é representada por um Onix LTZ, e a cerimônia comemorativa contou com a presença de empregados da fábrica da GM em Gravataí (RS), onde o Onix é produzido.
Lançado no fim de 2012, o Onix revolucionou o mercado por oferecer equipamentos inéditos em sua categoria, como a central multimídia MyLink e a transmissão automática de seis marchas. Como resultado, o Onix foi galgando posições no ranking de vendas até fechar 2015 como o modelo mais vendido do Brasil e da América do Sul. Agora, em março, o modelo conquista outro feito histórico, superando o Corsa (hatch) como o modelo Chevrolet que mais rápido atingiu a marca de 500 mil unidades produzidas no país.
O Chevrolet Onix possui atualmente nove combinações diferentes de acabamento (LS, LT, LTZ ou Effect), motorizações (1.0 ou 1.4) e transmissão (manual ou automática de seis velocidades). Em todas as versões, a lista de equipamentos de série é bastante significativa; com destaque para o painel com velocímetro digital, ar-condicionado, direção hidráulica, aviso sonoro em caso de esquecimento do afivelamento do cinto de segurança, airbag duplo e freios ABS com EBD (Electronic Brake Force Distribution).
O sistema multimídia Chevrolet MyLink é item de série nas versões LTZ e Effect e opcional na versão LT. O aparelho pode ser comandado por teclas no volante multifuncional e possui tela LCD sensível ao toque de 7 polegadas, rádio AM/FM com entradas USB e auxiliar, função áudio streaming, além de conexão Bluetooth e aplicativos para celular, entre eles o BrinGo, próprio para navegação.

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