WIR e VR3 Engine abrem Centro de Desenvolvimento Técnico em São José dos Campos

Novo centro foca no desenvolvimento de eixos de comando

A WIR, em parceria com a VR3 Engine Consulting, empresa especializada em motores de alta performance e no desenvolvimento de peças automotivas, inaugurou um Centro de Desenvolvimento Técnico (CDT) em São José dos Campos, no interior paulista. O centro é voltado para o desenvolvimento de eixos de comando. Além disso, a infraestrutura conta com uma equipe de engenheiros e técnicos, com supervisão de Luiz Gustavo Vicente, diretor da VR3, responsável pela validação dos projetos.

Luiz Gustavo afirma: “Nossa proposta é criar peças que reproduzam com precisão o design original, destacando a diferença em relação a peças projetadas via engenharia reversa. A WIR é nossa parceira exclusiva e a única empresa no país com um laboratório dedicado a esse desenvolvimento.”

A parceria reforça o compromisso da WIR com a qualidade de seus produtos. Daniel Petry Schmitz, diretor de Produto da WIR, explica: “Essa colaboração surge da necessidade de aprofundar o desenvolvimento de comandos de válvulas. Luiz Gustavo tem o conhecimento necessário para aprimorar nossos produtos, o que abre novas oportunidades para inovar.”

Os primeiros produtos em fase de testes serão lançados com a inscrição WIR VR3, permitindo que os aplicadores identifiquem as peças desenvolvidas no CDT. Daniel destaca: “Essas peças terão a marca conjunta, diferenciando-as dos projetos anteriores da WIR.” Cassiano Braccialli, diretor Comercial & Marketing da WIR, ressalta a relevância do CDT: “O laboratório dedicado eleva o nível de validação e desenvolvimento. Em São José dos Campos, cidade conhecida pela fabricação de aviões, também nascerão os melhores projetos de eixos de comando.”

HPE vai fechar fábrica de motores em Catalão/GO: unidades virão importadas

Motores que ainda eram produzidos equipavam a linha L200 que saiu de linha com a chegada de uma nova geração

A HPE, marca que representa a Mitsubishi e Suzuki no Brasil, confirmou que irá mesmo fechar a fábrica de motores em Catalão/GO. A razão é que o motor 2.4 turbodiesel que equipava a L200 Triton será descontinuado em janeiro já que não atende mais as normas de emissões do Proconve. Os motores da nova geração da rebatizada Triton serão importados.

A fábrica de motores deve funcionar até 31 de dezembro e depois será encerrada. A informação foi publicada inicialmente pelo site Autos Segredos que reproduziu também uma nota de resposta da HPE sobre o encerramento a linha de motores. “Todos os trabalhadores desse departamento estão sendo realocados internamente para outras áreas”, afirma nota. A revista O Mecânico questionou a HPE quantos funcionários atuam na unidade de motores e mais detalhes dessa estratégia mas não obteve resposta. O espaço fica aberto para manifestação oficial.

O Sindicato dos Metalúrgicos de Catalão, Goiás (SIMECAT) vem negociando com a empresa a estabilidade da mão de obra empregada na linha de propulsores e inicialmente cogitava-se uma interrupção temporária na linha o que não aconteceu.

A unidade de motores da HPE funciona há 11 anos quando a marca nacionalizou a produção do ASX e desde então novidades foram incorporadas como a produção do motor 2.4 turbodiesel (4N15) usado por vários anos e agora foi substituído pelo 4N16 que é um biturbo diesel mais potente e mais eficiente.

A HPE enviou uma nota de resposta à revista O Mecânico

A HPE não mais irá montar motores no país neste momento. Nenhum posto de trabalho será afetado por conta disso. Todos os trabalhadores desse departamento estão sendo realocados internamente para outras áreas.

Valeo completa 50 anos e destaca eletrificação no segmento automotivo

Ao completar 50 anos só no Brasil, a Valeo promoveu um evento para destacar a eletrificação. A marca está produzindo o iBSG, primeiro sistema Belt Starter Generator 12V/48V adaptado para motor flex fuel, fabricado no país, a base tecnológica dos veículos MHEV (Mild Hybrid Electric Vehicle), que estarão cada vez mais presentes no mercado nacional.

Em âmbito Global, a Valeo obteve no ano de 2023 o total de 1666 novos pedidos de patentes na França. Para a empresa a revolução automotiva deve ocorrer com base em três pilares, a eletrificação, nível de dirigibilidade autônoma e, principalmente os softwares que serão envolvidos para que todo o sistema funcione e converse entre si.

 

Autônomo
Em termos de produção, a Valeo informa que os veículos de produção em larga escala estão no nível 2 a 3 de automação. Sem contar os veículos de produção própria de nível 5 (totalmente autônomos) por conta de empresas privadas para usos e fins particulares, como a Google.

O veículo autônomo não tem a ideia principal de dirigir sozinho, sem intervenção humana, mas sim, reduzir ao máximo o número de acidentes que ocorrem no trânsito por falhas humanas.

Por meio do software que analisa os dados e situações informadas por meio dos componentes que formam o sistema ADAS, a capacidade de tomada de decisão rápida e assertiva é muito maior, com o uso de IA (inteligência artificial).

Software
Na parte de software, a ideia é que o carro tenha atualizações por parte do sistema, o que faz com que o carro não seja o mesmo de quando você comprou, devido as atualizações que podem ocorrer, chamado de SDV (software defined vehicle) como é chamado pela Valeo.

Para a Valeo, hoje, os carros possuem em torno de 50 a 150 ECUs. A ideia dos novos SDVs são a diminuição do números de ECUs, para uma única grande central controladora ou para poucas, a depender da montadora.

Eletrificação
A marca destaca que são considerados eletrificados não apenas os carros elétricos a bateria. No entanto, a Valeo lembra que também estão nesse âmbito os veículos híbridos de baixa tensão 12v/48v que serão cada vez mais vistos no país incluindo os de produção nacional. Dentre todos os componentes que compõem um veículo elétrico, para a Valeo o Inversor é o principal componente para que a eletrificação ocorra. A marca destacou no evento suas tecnologias para atender a essa demanda crescente.

Cenário brasileiro

A ideia é que o Brasil parta para um cenário de hibridização da frota, e não a eletrificação total, como em outros países no mundo. Por conta disso além de híbridos puros já feitos no Brasil há alguns anos, teremos dentro de pouco tempo mais carros da marcas Fiat, General Motors e Volkswagen com essa tecnologia em níveis diversos.

O iBSG, primeiro sistema Belt Starter Generator 12V/48V para motores flex fuel, fabricado no Brasil, é produzido pela Valeo em Itatiba, Campinas. O componente é a base tecnológica dos modelos MHEV (Mild Hybrid Electric Vehicle), conhecidos como híbridos leves. E está presente nos dois modelos recentemente apresentados pela Fiat, o Pulse Hybrid e o Fastback Hybrid.

Na prática, o sistema iBSG recupera a energia elétrica durante os momentos de desaceleração e frenagem do veículo e a reserva em baterias. Essa energia acumulada volta convertida em mecânica por meio do iBSG e atua auxiliando o motor a combustão durante as acelerações, além de possibilitar o seu desligamento quando o carro está parado no trânsito, circulando a baixas velocidades ou em velocidade constante.

Com a conversão da energia e seu reaproveitamento, o sistema contribui para economia de combustível, redução de emissões,  aumento da autonomia e melhora o desempenho do carro.

O sistema iBSG permite que a partida do motor ocorra de forma imediata, silenciosa e sem vibrações, comparado a outros sistemas de partida padrão. O benefício é possível por causa da ligação do sistema ao virabrequim do motor a combustão, que é via correia.

Mercado de reposição

A Valeo Service, unidade que cuida do mercado de aftermarket da Valeo, esta baseada na estratégia STEPS, que é composta por quatro iniciativas estratégicas:

1- Smart: programa clube especialista, nos quais os mecânicos podem escanear peças, utilização de suporte técnico em tempo real a distância, auxiliando na manutenção, instalação de componentes e dúvidas dos profissionais.
Além do clube especialista, a plataforma de treinamento, Direct Training, oferece capacitação aos profissionais que desejam atualização e com acesso totalmente on-line.

2- Trusted: visa oferecer produtos confiáveis, como sistemas de transmissão, sistemas térmicos, sistemas elétricos, alternadores híbridos, palhetas de para-brisa, sistemas de iluminação, assim como linhas para os veículos pesados.

3-Sustainable: maneira de produção totalmente sustentável dos produtos, assim como a redução de caminhões para transporte de peças a serem analisadas, com auxílio do pilar Smart, para verificação do componente via remota.

4- Premium Experience: programa de experiência do cliente, a fim de entender as necessidades dos clientes, distribuidores e oficinas mecânicas.

 

 

Mahle inaugura Centro de Treinamento no SENAI Ipiranga

Marca irá oferecer cursos para linha leve, diesel, motocicletas, além de ar condicionado

A Mahle inaugurou um Centro de Treinamento dentro do SENAIS Ipiranga, em São Paulo. No espaço, a empresa terá cursos para linha leve, linha diesel e motocicleta, além de ar condicionado.

“O objetivo da Mahle aqui é para o SENAI utilizar esse espaço para formação de futuros mecânicos. O outro objetivo é a Mahle oferecer para os mecânicos atualização em novas tecnologias”, disse Evandro Tozati, diretor de Aftermarket da Mahle.

Com isso, a marca irá oferecer cursos de como reparar os sistemas de ar-condicionado. Além disso, terá treinamentos para motores de três cilindros. Também terá aprendizados para motocicletas e linha pesada.

“A proposta é que não sejam palestras, mas sim cursos de segunda a sexta-feira. Os mecânicos terão oportunidade de fazer diagnóstico e desmontagem e montagem. Aqui também terá equipamentos para calibração de ADAS e para manutenção de sistemas de ar-condicionado”, salientou Tozati.

Honda faz recall de 5,6 mil do Civic, Accord e CR-V híbridos

Unidades envolvidas podem apresentar vazamento de gases na bomba de alta pressão de combustível

Raio X - Honda Civic Híbrido 2023 - Ed.350

A Honda anunciou uma campanha de recall que envolve 5.602 unidades dos modelos Civic Advanced Hybrid, Accord Advanced Hybrid e CR-V Advanced Hybrid. Os veículos podem apresentar vazamento de gases na bomba de alta pressão de combustível, o que pode ser identificado pelo odor de combustível na região do motor.

Segundo a marca japonesa, em situações mais graves, o problema pode resultar em vazamento de combustível próximo ao motor, representando risco à segurança dos ocupantes e de terceiros.

Os proprietários devem comparecer a uma concessionária Honda a partir de 9 de dezembro de 2024 para a inspeção gratuita e, se necessário, substituição da bomba de alta pressão de combustível. O atendimento será realizado mediante agendamento prévio.

A consulta para verificar se o veículo está envolvido pode ser feita pelo site www.honda.com.br/recall. O agendamento também pode ser realizado por esse link ou pela Central de Atendimento ao Cliente, pelo número 0800-701-3432 (atendimento de segunda a sexta-feira, das 8h às 20h, e aos sábados, das 9h às 14h, horário de Brasília).

Inscrições abertas para o programa de estágio da Clarios

Foto: Divulgação/ Clarios
Foto: Divulgação/ Clarios

Interessados podem realizar a inscrição até o dia 8 de dezembro

A Clarios lançou um novo programa de estágio voltado para a formação técnica, atendimento às demandas dos estudantes e geração de impacto positivo na sociedade. As inscrições para o Programa de Estágio Clarios 2025 estão abertas e podem ser efetuadas até 8 de dezembro. Interessados podem obter informações e se candidatar pelo site da Companhia de Estágios: https://www.ciadeestagios.com.br/vagas/clarios/.

Com duração de 24 meses, o processo seletivo ocorre duas vezes ao ano. Os primeiros 22 estagiários do novo programa iniciaram suas atividades em setembro. Na fase inicial, o programa atraiu mais de 1.000 inscrições. O processo seletivo, que valoriza candidatos com trajetórias diversas e não impõe limite de idade, também incluiu operadores e aprendizes da própria Clarios, dos quais seis foram contratados para diferentes áreas.

A reformulação do programa incluiu a capacitação de gestores, permitindo maior clareza no perfil desejado e melhor alinhamento das atividades e responsabilidades dos estagiários. Além disso, foram implementadas avaliações periódicas e um ciclo de desenvolvimento dividido em oito etapas, com temas voltados ao aprendizado e ao crescimento profissional.

As avaliações semestrais incluem autoavaliações e feedbacks de gestores, com indicadores que acompanham desde o processo seletivo até o progresso dos estagiários.

Sampel Vintage: evento reúne mecânicos e carros em visita à fábrica

Evento contou com exposição de carros clássicos e teve sorteio de prêmios

A Sampel realiza pelo terceiro ano consecutivo o Sampel Vintage, que é um evento com o foco de aproximar os mecânicos com a empresa fundada nos anos 1960. Por lá, os mecânicos puderam ver aproximadamente 30 carros clássicos, conhecer a fábrica e participarem de um sorteio de prêmios.

“O Sampel Vintage é um evento para relacionamento com os mecânicos. Nós trouxemos eles para fábrica para apresentar exatamente o nosso processo produtivo. Também contamos com uma exposição com carros antigos aqui dentro da fábrica, bem como iremos sortear prêmios. No final, todos os mecânicos vão receber um certificado”, disse Ricardo Souza, Marketing da Sampel.

Em relação ao próximo ano, o Ricardo informou apenas que a Sampel estará na Automec 2025 e que irá lançar diversas novidades por lá. Todavia, não informou quais produtos serão lançados na feira.

Ademais, a Sampel, fundada em 1961, está localizada em Itaquaquecetuba, no interior de São Paulo, onde opera atualmente com quatro plantas industriais que ocupam uma área total de 25 mil metros quadrados. A empresa conta com a certificação internacional IATF 16949, voltada para a qualidade no setor automotivo, e está em processo de expansão com o projeto de uma nova planta de 60 mil metros quadrados. Entre os principais produtos fabricados pela Sampel estão buchas de suspensão, bieletas, bandejas de suspensão, suportes de motor, suportes de câmbio e suportes de amortecedores, entre outros itens.

 

MANN-FILTER desenvolve filtros específicos para veículos elétricos e híbridos, afirma executivo

Raul Cavalaro ainda informou que para 2025 a meta da empresa inclui expandir a linha de produtos para atender a demanda por filtros de alta eficiência e sustentabilidade

por Felipe Salomão   fotos MANN-Filter

 

A MANN-Filter, que recentemente completou 70 anos de atuação no Brasil, conversou com a Revista O Mecânico sobre os desafios enfrentados ao longo desse período e adiantou algumas novidades para 2025. Raul Cavalaro, Diretor de Vendas e Marketing para o Aftermarket na MANN+HUMMEL Brasil, que foi o porta-voz da empresa, revelou que a companhia já desenvolve produtos específicos para veículos híbridos e elétricos.

“Estamos trabalhando em uma linha de filtros específicos para veículos elétricos e híbridos, incluindo soluções para otimizar a eficiência dos sistemas de bateria e oferecer proteção contra contaminantes”, afirmou Cavalaro. Ele também destacou que, para 2025, a MANN-Filter pretende ampliar sua linha de produtos, acompanhando a crescente demanda por filtros que priorizam alta eficiência e sustentabilidade.  Veja essa e outras respostas nas próximas páginas da Revista O Mecânico.

Revista O Mecânico: Ao celebrar 70 anos, qual foi o principal desafio enfrentado pela MANN-FILTER nas últimas sete décadas?

Raul Cavalaro: O principal desafio que a MANN-FILTER enfrentou ao longo de suas sete décadas foi a adaptação às rápidas mudanças tecnológicas e às exigências do mercado. Desde a evolução dos motores até a crescente demanda por soluções sustentáveis, nossa capacidade de inovação e flexibilidade nos permitiu não apenas sobreviver, mas prosperar em um ambiente competitivo.

 

Revista O Mecânico: Quais são as metas e estratégias da MANN-FILTER para 2025 para o mercado brasileiro?

Raul Cavalaro: Para 2025, nossas metas incluem expandir nossa linha de produtos para atender à crescente demanda por filtros de alta eficiência e sustentabilidade. Estamos focados em fortalecer nossa presença no mercado de aftermarket, aumentando a conscientização sobre a qualidade dos nossos produtos e investindo em parcerias estratégicas com distribuidores e oficinas.

Revista O Mecânico: Com o avanço da eletrificação automotiva, quais tecnologias a MANN-Filter pretende lançar para veículos elétricos e híbridos no Brasil?

Raul Cavalaro: Estamos desenvolvendo uma gama de filtros específicos para veículos elétricos e híbridos, que incluem soluções para gerenciar a eficiência dos sistemas de bateria e proteção contra contaminantes. Nossos novos produtos visam garantir a longevidade e o desempenho ideal desses veículos, alinhando-se às tendências de mobilidade sustentável.

 

Revista O Mecânico: Qual é a visão da MANN-Filter sobre o mercado de aftermarket brasileiro
em 2025?

Raul Cavalaro: Acreditamos que o mercado de aftermarket brasileiro continuará a crescer, impulsionado pela diversificação da frota e pela necessidade de manutenção de veículos. Nossa visão é ser reconhecida como a marca de referência em qualidade e inovação, oferecendo produtos que atendam às necessidades específicas dos mecânicos e consumidores.

 

Revista O Mecânico: Quais ações a MANN-Filter está realizando para fortalecer o relacionamento com os mecânicos?

Raul Cavalaro: Estamos implementando programas de treinamento e suporte técnico para mecânicos, além de promover eventos e workshops que destacam a importância da filtragem de qualidade.

 

Revista O Mecânico: Como a MANN-Filter está inovando seus processos de fabricação para atender às novas exigências ambientais?

Raul Cavalaro: Estamos comprometidos com a sustentabilidade e, para isso, estamos investindo em tecnologias de produção que utilizam materiais recicláveis e processos energeticamente eficientes. Nossa meta é alcançar a produção neutra em carbono até 2035, reduzindo significativamente a nossa pegada ecológica.

 

Revista O Mecânico: De que forma a MANN-Filter planeja ampliar sua presença na América Latina nos próximos anos?

Raul Cavalaro: Planejamos expandir nossa presença na América Latina por meio de parcerias estratégicas e investimentos em infraestrutura local. Estamos focados em adaptar nossos produtos às necessidades específicas de cada mercado, garantindo que possamos oferecer soluções de filtragem de alta qualidade que atendam às demandas regionais.

Questar BR traz tecnologia de monitoramento de veículos de carga ao Brasil

Questar BR inicia operações no país

A Questar chega ao Brasil por meio da Questar BR, marca que sucede a Traffilog. O grupo traz para o país a tecnologia de telemetria com IA e videomonitoramento, com foco no comportamento dos motoristas e no gerenciamento da saúde do veículo (manutenção preditiva inteligente).

O objetivo principal é detectar potenciais problemas mecânicos ou eletrônicos antes que eles ocorram, permitindo a manutenção preditiva e evitando falhas inesperadas.

A empresa planeja uma série de iniciativas para expandir as suas atividades e contribuir para o desenvolvimento do setor automotivo e de frotas de carga no maior país da América do Sul.

Liron Rosemberg, Chief Business Officer da Questar, afirma que “esta parceria é fundamental para nossa estratégia de crescimento no Brasil, um mercado com grandes oportunidades em manutenção preditiva e IA em analytics, nosso principal foco agora e para o futuro”.

Motores de carga estratificada

Diego Riquero explica o conceito de carga estratificada, detalhando sua lógica e aplicação em motores de combustão interna

artigo por Diego Riquero Tournier   fotos Arquivo Bosch

 

Talvez você tenha se deparado com o termo “Modo estratificado” em um scanner de diagnóstico automotivo, e essa situação tenha gerado algumas dúvidas com relação ao significado.

Vamos trabalhar então o conceito de carga estratificada para compreender a sua lógica e aplicação em motores de combustão interna.

O conceito de carga estratificada não é uma novidade na indústria automotiva, um dos primeiros fabricantes a desenvolver um motor de produção em massa com esta solução, foi a Honda com o modelo CIVIC de 1975 o qual introduziu uma nova geração de motores CVCC (Compound Vortex Controlled Combustion), os quais além de trabalhar de forma muito eficiente o fluxo de entrada dos gases de admissão na câmera de combustão, também contavam com 2 válvulas de admissão as quais abriam com uma pequena diferencia de tempo, permitindo trabalhar com formações de mistura Ar/Gasolina diferentes, já que o próprio carburador contava com circuitos separados para este fim.

Desta forma, o modo de funcionamento de carga estratificada se caracteriza pela possibilidade de introduzir dentro da câmara de combustão, diferentes relações de mistura ar/combustível dentro do mesmo ciclo de funcionamento do motor.

Dependendo da estratégia de cada fabricante, o modo estratificado pode ser realizado a partir de injeções múltiplas, ou mediante concentrações diferentes de misturas de Ar/combustível localizadas em espaços diferentes dentro de uma mesma câmara de combustão.

Os motores que contam com esta opção de funcionamento, utilizam a sigla SCE (stratified charge engine), estando disponível esta funcionalidade a partir da gestão eletrônica do motor, permitindo alternar de modo de funcionamento estratificado ou homogêneo (modo convencional de operação), conforme a programação de cada montadora.

Qual é a vantagem do modo de operação em carga estratificada?

O principal diferencial da modalidade de carga estratificada, é a possibilidade de trabalhar com misturas de ar/combustível muito mais pobres do que permite o modo de carga homogêneo, proporcionando-lhe ao veículo uma grande economia de combustível.

A base lógica que determina o funcionamento de um motor em carga estratificada, está relacionada com a capacidade de introduzir uma pequena quantidade (em volume), de uma mistura rica, a qual inicia com maior facilidade um foco de chama, o qual por sua vez, consegue iniciar a queima de uma mistura mais pobre (com excesso de ar) presente em maior volume dentro da câmara de combustão.

Este processo de queima em duas etapas, permite realizar uma queima de um maior volume de mistura pobre, o qual não seria possível queimar se não fosse por esse foco de chama iniciado a partir da queima dessa pequena quantidade de uma mistura rica.

Desta forma, torna-se fundamental o controle do fator lamba, principalmente falando dos motores de injeção direta que utilizam a modalidade de carga estratificada os quais passaram a trabalhar com misturas muito pobres em determinadas condições de carga, resultando em fatores lambda muito superiores a Lambda 1.

Na figura 1, é possível ver o comportamento de uma sonda Lambda convencional e a relação que existe entre o fator Lambda e a tensão Lambda; fica claro que se trata de coisas diferentes que muitas vesses se confundem, por um lado na coluna vertical do gráfico temos a tensão elétrica gerada pela sonda lambda, produto da quantidade de oxigênio presente nos gases de escapamento, e por outro lado, na linha horizontal está representado o fator lambda.

Em todo veículo ciclo Otto, o fator Lambda 1 representa o resultado de uma combustão ideal como consequência da queima de uma mistura estequiométrica (mistura perfeita).

Durante a leitura ou análise do fator lambda, sempre devemos considerar que todas as medições inferiores a Lambda 1(λ<1), representam uma mistura rica (a), assim como, todos os valores superiores a Lambda 1(λ>1), representam uma mistura pobre (b).

Para obter os resultados de economia de combustível sinalizados anteriormente, os fabricantes passaram a utilizar em sistemas de injeção direta, modos de operação de carga estratificada com situações de funcionamento voltados a relações Ar/Combustível extremamente pobres; e em muitos casos chegando a trabalhar fatores Lambda acima de lambda 2 (λ>2), situação que impossibilita a medição desse tipo de combustão com sondas lambdas convencionais, sendo necessária a aplicação de sondas lambda de banda larga.

Carga estratificada por Injeções múltiplas:

Na figura 2, podemos ver um exemplo de ativação de injetores, com mais de uma injeção no mesmo curso do pistão.

Os exemplos acima correspondem a injetores do tipo piezoelétricos, mas, este tipo de estratégia também pode ser aplicada em injetores do tipo indutivo.

Mediante o controle de ativações com tempos e intervalos diferentes, é possível realizar formações de mistura com relações Ar/combustível variáveis para cada pulso de injeção.

Os gráficos da figura 2, mostram sinais elétricos de injetores com pulsos correspondentes a uma injeção dupla (lado esquerdo da imagem), e uma injeção tripla do lado direito da figura 2.

Carga estratificada por concentração de mistura:

O modo de carga estratificada por concentração de mistura, se caracteriza pela formação de regiões dentro da câmara de combustão, com diferentes concentrações de mistura Ar/Combustível.

Na figura 3 é possível ver um exemplo de um motor de Injeção Direta com injetor de montagem lateral o qual utiliza o movimento controlado do fluxo de ar para gerar um efeito de concentração de mistura mais rica ou mais pobre, distribuídas em setores diferentes.

Para que este efeito relacionado à dinâmica dos fluidos funcione corretamente, elementos como coletor de admissão, câmara de combustão e cabeça de pistões, passam a ser componentes especialmente desenhados para este tipo de motores.

No desenho do pistão da figura 3, se encontram representadas as diferentes concentrações de mistura com exemplos de fatores Lambda para cada setor da câmara de combustão.

Desta forma, vemos fatores lambda que oscilam entre λ 0,9 e λ 2,5; sendo que uma pequena quantidade de mistura mais rica (λ 0,9), alocada estrategicamente próxima da vela de ignição, será a encarregada de dar início ao processo da combustão, para logo propagar essa frente de chama a qual incrementará consideravelmente a pressão e temperatura dentro da câmara de combustão, proporcionando as condições para que concentrações de mistura mais pobres (λ 1,25; λ 1,5; λ 2,0; λ 2,5), possam iniciar o processo de combustão em uma sequência ordenada.

Utilizando esta estratégia, os motores de carga estratificada podem “queimar”, misturas muito pobres, para as quais não seria possível iniciar o processo de combustão em condições de funcionamento normal (carga homogênea).

É importante ressaltar que a condição de carga estratificada, não se aplica para todas as condições de carga de motor, estando esta função disponível para cargas médias e baixas (velocidade cruzeiro), já em momentos de aceleração ou cargas altas, o motor passa a funcionar em modo homogêneo.

 

Dinâmica dos Fluidos:

Outra caraterística dos motores de carga estratificada é a criação de zonas especificas de concentração de mistura, a partir do desenho da câmara de combustão, coletores e outros componentes do sistema de admissão, assim como, trabalhos específicos que permitem realizar mudanças na velocidade do fluxo de ar que será direcionado à câmara de combustão.

Na figura 4, é possível ver 3 exemplos de diferentes tratamentos do fluxo de ar para o ingresso na câmara de combustão, gerando efeitos de turbilhonamento criados pelas superfícies e condutos pelos quais passa o fluxo de ar.

O exemplo da esquerda, mostra o turbilhonamento criado em formato “Swirl” que se caracteriza pelo movimento perpendicular ao eixo do pistão direcionando a mistura mais rica para o centro da vela de ignição.

No centro da figura 4, é possível ver um turbilhonamento em formato “Tumble” o qual se caracteriza por ter um movimento coaxial na direção do eixo do pistão, para direcionar a mistura que dará início à combustão no centro da vela de ignição.

No lado direito da figura, é possível ver a formação de uma mistura estratificada guiada pelo formato do jato de injeção.

 

Controle do fluxo de Ar.

Para conseguir um correto desempenho do fluxo de Ar, o qual permite gerar os turbilhonamentos controlados para a formação das zonas de concentração de mistura (carga estratificada), é muito importante contar com algum tipo de controle que permita variar a velocidade do Ar conforme as necessidades de cada fase de funcionamento do motor.

Na figura 5, é possível ver o dispositivo “Air Flow Flap”, instalado no coletor de admissão (2), de aplicação frequente em diversos modelos de injeção direta com sistema de carga estratificada.

Este dispositivo, tem a função de acelerar a velocidade dos gases de admissão, através do acionamento do flap de carga (1), o qual por sua vez é acionado a partir do comando da unidade de controle de motor (ECU).

O acionamento do “Air Flow Flap”, não guarda uma relação direta com a borboleta de aceleração (3), já que o acionamento do Flap é utilizado com o objetivo de conseguir formar o turbilhonamento na coluna dos gases de admissão, como parte do processo da formação da carga estratificada para cada cilindro.

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