Sistemas de medição de ar admitido (Parte 2)

Sistemas de medição de ar admitido (Parte 2) - Foto: Arquivo Bosch
Sistemas de medição de ar admitido (Parte 2) – Foto: Arquivo Bosch

 

Aprenda a diagnosticar o sistema de medição direta da quantidade de ar que é admitida pelo motor

artigo por Diego Riquero Tournier   fotos Arquivo Bosch

Nas próximas linhas você vai entender como se deve fazer a medição da quantidade de ar que é admitida pelo motor. Antes de iniciar, vale lembrar que o sensor MAF é o mais representativo dentro dos sistemas de medição com base em métodos de cálculo direto. O nome deste sensor deriva da sigla em inglês (Mass Air Flow) que pode ser traduzido como sensor de massa de ar admitido. Para que o método de cálculo da quantidade de ar admitido possa ser considerado com um método de medição direto, o mesmo deve cumprir uma premissa fundamental, estar relacionada com a capacidade de entregar uma medição processada em uma unidade de medida que possa ser interpretada pela central de controle de motor (ECU) e sem necessidade de processamentos de dados; ou seja, o sensor MAF deve entregar uma medição pronta para a ECU.

Justamente por isso, a caraterística dos sensores MAF (principalmente os das gerações a partir de 2005) consiste na capacidade de entregar o valor de quantidade de Ar expressado em medida de massa (Gramas ou Quilogramas) relacionados a uma unidade de tempo, já entregues em um formato de sinal digital.

Desta forma, a medição de um sensor MAF entrega um valor já processado para a ECU que ele consequentemente vai corresponder à quantidade de Ar exata que o motor está admitindo em cada momento específico do funcionamento; exemplo hipotético: 0,5 g/s (gramas por segundo).

 

PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO:

Os sensores MAF trabalham segundo o princípio de Filme Aquecido (Hot Film Mass), onde há a criação de zonas aquecidas eletronicamente, das quais temperaturas são transferidas conforme se desloca a massa de ar, permitindo que mediante ao contato físico entre o ar (mais frio) e o elemento de aquecimento acabe-se estabelecendo uma troca térmica, esfriando as superfícies aquecidas.

Conforme o ar se desloca (sentido do fluxo QLM), ele acaba naturalmente realizando uma troca térmica maior (esfriando mais). O elemento de aquecimento (H), no local mais próximo da entrada do AR (Exemplo na figura 1) estabelece uma temperatura diferente da temperatura apresentada nos dois extremos, sendo elas mensuradas pelos sensores (S1 e S2).

A diferença entre os aquecedores geralmente corresponde a um valor de equilíbrio aproximado de 120°C (este número pode variar conforme cada fabricante). E para que o equilíbrio térmico se mantenha o mais estável possível, um circuito eletrônico fica encarregado de regular a temperatura e entregar mais ou menos uma corrente elétrica (controlada em miliamperes) para o aquecedor, conforme a variação da massa de ar que atravessa o sensor MAF.

Desta forma, a variação da massa de ar que passa pelo sensor MAF, será proporcional à variação da corrente necessária para manter o equilíbrio térmico entre o elemento de aquecimento; sendo essa variável equiparada ao valor processado pelo circuito eletrônico incorporado ao sensor MAF (CI) e entregue para a ECU em formato de sinal digital processado; com isso, esse valor será representativo para uma medição de massa de ar por unidade de tempo.

 

O sensor MAF, além do circuito de processamento digital, também incorpora um sensor de temperatura de AR; sendo esta informação, de grande importância para a realização de correções da massa de ar teórica conforme as diferentes variações de temperatura as quais resultam de um motor em funcionamento.

Atualmente, a grande maioria dos sensores MAF conta com a capacidade de poder medir e corrigir a massa de ar admitida pelo motor, considerando os dois possíveis sentidos de fluxo de ar admitido pelo motor; ou seja, o sensor MAF consegue medir contrafluxos produzidos por oscilações/pulsações no coletor de admissão, produto do abrir e fechar das válvulas de admissão, as quais geram pressões variáveis no coletor.

A figura 2 mostra as caraterísticas construtivas de um sensor MAF. Nela, é possível apreciar os canais de entrada e saída de Ar que têm a função de capturar uma amostra representativa do total do ar que está passando pelo conduto de admissão.

Desta forma, é fácil compreender a importância da ausência de falsas entradas de Ar no coletor de admissão; já que elas não são contabilizadas pelo sensor MAF e muitas vezes acabam gerando falhas de funcionamento difíceis de ser detectadas.

Outro ponto importante que deve ser levado em consideração é o cuidado com relação ao acúmulo de impurezas, conhecido como efeito Blow-by, assim como a correta condição do filtro de Ar.

A recomendação é não funcionar o motor com os tubos de admissão desconectados (mesmo que seja por períodos muito curtos), uma vez que existe um alto potencial de geração de danos irreversíveis no elemento de medição do sensor MAF, principalmente levando em consideração que o próprio Ar circulante se encarrega de esfriar o elemento de aquecimento. Lembrando que diante de uma eventual falta de fluxo de ar, o elemento de aquecimento pode ser queimado.

 

Como mostra a figura 3, a maioria dos sensores MAF e os de temperatura do Ar integrado contam com alimentação nominal de 12 Volts; os conexionados devem ser sempre conferidos conforme a informação dos fabricantes, já que existem sensores MAF com 4, 5 e 6 pinos de conexão. Cada localização dos pinos segue o padrão e critério específico de cada fabricante.

DIAGNÓSTICO E MEDIÇÕES:

Os Sensores MAF podem ser analisados de duas perspectivas, seguindo uma lógica de diagnóstico. Leituras eletrônicas feitas com Scanner de diagnóstico (figura 4), e em um passo mais avançado, utilizando um osciloscópio para a realização de medições diretas dos sinais gerados pelo sensor (figura 5).

 

A figura 4 está mostrando um exemplo de leituras de parâmetros de funcionamento de um sensor MAF em situação de marcha lenta.

Mediante a utilização de Scanner, é possível realizar comparação de valores de funcionamento com base em valores referenciais, assim como, realizar testes em diferentes situações de carga.

A figura acima mostra um exemplo de medições diretas feitas com osciloscópio; o exemplo corresponde a um sensor MAF da Bosch, da geração HFM7 com processamento de dados digitais.

O sinal apresentado é do tipo PWM (Pulse With Module), tendo como caraterística a modulação dos pulsos correspondentes ao tipo de carga (massa de ar), conforme a situação de funcionamento do motor.

Como é possível apreciar na figura 5, os períodos de pulsos longos correspondem à situação de baixa carga do motor, e os períodos curtos de pulsos PWM (exemplo; 75:25) correspondem às situações de alta carga do motor.

Motor elétrico E7A é desenvolvido entre Renault e Valeo

Batizado de E7A, e ainda na fase de protótipo, o motor elétrico de nova geração será lançado em 2027

E7A é motor elétrico desenvolvido entre Renault e Valeo - Foto: Divulgação/Renault
E7A é motor elétrico desenvolvido entre Renault e Valeo – Foto: Divulgação/Renault

 

A Renault e a Valeo, trabalham em parceria para o desenvolvimento do novo motor elétrico E7A. Graças aos frequentes intercâmbios entre a montadora e o fabricante de componentes automotivos, a parceria iniciada em 2021 rapidamente se transformou em desenvolvimento conjunto. O Renault Group atua com o rotor e a Valeo com o estator. No momento, este motor elétrico está em fase de aprimoramentos e ajustes.

 

Motor elétrico sem o uso de terras raras

Desde o lançamento do veículo elétrico ZOE, em 2012, a Renault apresentou motores elétricos síncronos com rotor bobinado, também conhecidos pela tecnologia EESM (Electrically Excited Synchronous Machine). Esta tecnologia presente no novo motor E7A é 30% mais compacta, mas com uma potência equivalente à dois motores atuais que propulsionam os modelos Megane E-Tech elétrico e Scénic E-Tech elétrico, além do fato de o rotor não utilizar terras raras, permitindo reduzir em 30% o impacto nas emissões de carbono.

 

Potência e eficiência

Este motor elétrico de terceira geração também prevê a contribuição para diminuição do tempo de recarga da bateria, já que a tensão do sistema será de 800 volts, contra o padrão atual de 400 volts. Graças ao estator fornecido pela Valeo, o novo motor elétrico E7A será mais potente e eficiente, desenvolvendo até 200 kW, o que significa maior potência sem a necessidade de utilizar mais energia elétrica. Além disso, o motor utiliza o sistema de bobinagem de fios de cobre conhecido como Hairpin, uma tecnologia da Valeo desde 2010.

O E7A ainda está em fase de desenvolvimento e outras etapas ainda devem ser cumpridas até que seja iniciada a produção em série. A produção em grande escala está prevista para o final de 2027, na fábrica de Cléon do Renault Group.

 

Race Tools mostrou na prática a troca do fluído de transmissão no 6CBM 2023

Técnicas apresentadas contribuem para aumentar a durabilidade da transmissão e o retorno financeiro da oficina

Race Tools mostrou na prática a troca do fluído de transmissão no 6CBM 2023
Foto: O Mecânico

A demanda por veículos automáticos só cresce com o passar dos anos, pois os veículos manuais estão cada vez mais restritos as versões de entrada de modelos básicos. O aumento do número de carros equipados com esse tipo de transmissão, que dispensa o pedal de embreagem, requer um aprimoramento do mecânico, para que ele possa fazer as intervenções com precisão, melhorando a vida útil do conjunto, além de aumentar a lucratividade do negócio.

Race Tools mostrou na prática a troca do fluído de transmissão no 6CBM 2023
Guto Cintra – Foto: O Mecânico

Para falar sobre o tema e desmitificar alguns tópicos, além de auxiliar na elaboração da precificação, a Race Tools trouxe ao 6CBM 2023 diversas palestras para o público, sendo uma delas “O mercado da transmissão automática e a importância da troca de fluidos”, que foi ministrada por Guto Cintra, que descreveu a notoriedade desse assunto: “Trazemos o cenário do mercado de transmissões automáticas, a importância da revisão preventiva e o quanto isso é importante não só para o reparador em si, que terá um ganho extra com a manutenção da transmissão, mas também para o tempo de vida útil delas, que pode ser duplicado ou triplicado através da manutenção periódica. Para o reparador, o ticket médio também será maior quando ele passa a oferecer esse tipo de serviço em sua oficina”.

Também, na palestra sobre Precificação, Ticket Médio e Retorno Financeiro em Troca de Fluido de Transmissão automática, ministrada por Renato Amaral, ficou evidente a importância da organização na hora de prestar o serviço, como comenta Renato: “O objetivo da palestra é esclarecer o máximo possível as dúvidas sobre composição de uma ordem de serviço, desde a parte de produto, estratégia, até os valores voltados para a troca de fluido. Esse é um mercado em ascendência, em que o investimento em uma máquina de alto custo tem um retorno rápido e com segurança. Passamos, também, dicas de como precificar o valor para ter o retorno desse investimento”.

Race Tools mostrou na prática a troca do fluído de transmissão no 6CBM 2023
Renato Amaral – Foto: O Mecânico

Sobre a oportunidade de passar esses conhecimentos aos mecânicos no 6CBM 2023, Guto comentou: “é uma excelente oportunidade, o congresso traz essas informações, pois o reparador pode ter outra visão sobre aquilo que ele já faz, aumentando seu ticket médio”. Renato completa: “Nós percebemos que muitos reparadores são excepcionalmente capacitados tecnicamente, mas que as vezes ainda falta um conhecimento na hora de precificar e ofertar esse serviço para o cliente, sendo uma chance de aumentar seu retorno”.

 

Funilaria e estética automotiva foram mostradas na prática no 6CBM 2023; veja como foi

Guilherme Romanholi e Felipe Wandarte apresentaram na prática técnicas e procedimentos de funilaria

Funilaria e estética automotiva foi mostrada na prática no 6CBM 2023; veja como foi
Foto: O Mecânico

O setor de funilaria, pintura e estética automotiva tem crescido anualmente no Brasil e no mundo, uma vez que os donos dos veículos começaram a investir mais no cuidado com a aparência e conservação dos seus carros. Portanto, esse movimento tem gerado uma oportunidade aos que desejam abrir uma oficina focada nesse ramo ou para aqueles que oferecem serviços mecânicos e desejam aumentar seu retorno, passando a oferecer também serviços de funilaria e estética.

Funilaria e estética automotiva foi mostrada na prática no 6CBM 2023; veja como foi
Felipe Wandarte – Foto: O Mecânico

Nesse sentido, nos Boxes Técnicos Práticos do 6CBM 2023 Guilherme Romanholi, sócio proprietário da Tonimek com 25 anos de experiência no ramo de reparação e manutenção automotiva, apresentou temas como funilaria e preparação de pintura, que foram divididos em três etapas no decorrer do congresso, e Felipe Wandarte, sócio proprietário da WA Estética e Reparação Automotiva, com 20 anos de experiência no ramo, mostrou temas como polimento técnico e vitrificação de pintura.

Funilaria e estética automotiva foi mostrada na prática no 6CBM 2023; veja como foi
Foto: O Mecânico

Sobre a crescente demanda do setor e a possibilidade do mecânico que faz serviços de reparo também oferecer serviços de estética, Wandarte comentou: “Viemos falar sobre o tema, junto da Tonimek, de estética automotiva, funilaria e pintura dentro das oficinas, mostrando o quanto essa área é viável. Também, vamos mostrar como a oficina de reparos mecânicos já está preparada para atender o público que busca um polimento técnico, pintura ou estética, valorizando seu serviço e aumentando seu ticket médio, além de um maior nível de satisfação do cliente”.

Funilaria e estética automotiva foi mostrada na prática no 6CBM 2023; veja como foi
Foto: O Mecânico

A oportunidade de os mecânicos aprenderem esses serviços no 6CBM 2023 foi um ponto citado por Wandarte: “Hoje vemos muitos mecânicos que têm oficina e quando fazem um serviço aparece um pedido de detalhamento e estética, e ainda na hora da entrega do carro pode ter um cuidado a mais, sendo uma possibilidade de ele aprender hoje a atender um público que ele já possui na oficina”.

No decorrer das demonstrações apresentadas os mecânicos profissionais puderam colaborar ativamente nos procedimentos técnicos, o que ajudou a melhorar o aprendizado dos reparadores, auxiliados por uma série de dicas e instruções apresentados para os mecânicos.

Quais serão os fins das baterias exauridas dos veículos de tração 100% elétrica e híbrida?

Divulgação
Divulgação

Ainda não tem norma técnica publicada sobre procedimentos de reciclagem de baterias de íons de lítio automotivas, bem como, não é possível encontrar um processo industrial operacional que atue na reciclagem de baterias

artigo por Fernando Landulfo

Apesar de algumas linhas de pensamento levantarem algumas dúvidas a respeito, os veículos de tração 100 % elétrica1 (VTE) e híbrida (VTH) são, até o presente momento, a representação do “ecologicamente correto”, no que diz respeito ao transporte rodoviário. 

E o investimento feito pelas montadoras, assim como intensões de proporcionar incentivos fiscais (IPVA mais baixo), que transpiram pelos bastidores governamentais, para esse segmento, reforçam ainda mais essa tese de que o carro elétrico é a bola da vez.  

Deixando para uma outra ocasião, as discussões a respeito da geração, distribuição e disponibilização da energia elétrica, necessária para a recarga dos VTE: não há sombra de dúvidas que esses veículos contribuem enormemente para a redução de “emissões diretas”2 de carbono na atmosfera, quando comparadas àquelas geradas por veículos impulsionados apenas por motores a combustão.

Quadro 1: comparativo entre os tipos de tração e as necessidades de energia elétrica
Quadro 1: comparativo entre os tipos de tração e as necessidades de energia elétricaQuadro 2: comparativo entre fontes de energia elétrica para veículos automotores

Quadro 2: comparativo entre fontes de energia elétrica para veículos automotores – Fonte: NeoCharge 

 

No entanto, quanto mais eletrificado é o veículo, mais “poderosa” deve ser a sua fonte de energia. Alguns veículos contam com 2 fontes: uma para a tração e outra apenas para os acessórios.  

O quadro a seguir, exibe um comparativo entre as necessidades de energia elétrica, em função do tipo de tração que o veículo possui.  

Já o quadro segundo quadro, exibe um comparativo entre as principais características das principais fontes de energia elétrica para veículos automotores, disponibilizadas atualmente no mercado. 

De acordo com Bosch (2005), enquanto nas empilhadeiras de tração elétrica, a acumulação de energia se dá por meio das tradicionais baterias do tipo “chumbo-ácido” (que também atendem os demais veículos impulsionados apenas por motores a combustão), nos VTE e VTH, para o sistema de tração, estão predominando outros tipos de bateria.  

A simples leitura dos quadros acima mostra que a substituição das baterias do tipo chumbo-ácido, por outras mais modernas, nos sistemas de tração dos VTH e VTE, se faz necessária. Entre outros fatores, estão: à sua menor densidade energética (que reduz a autonomia e consequentemente aumenta o peso do veículo para a devida compensação) e maior tempo recarga, apresentado pelas mesmas. Isso sem falar que, algumas baterias do tipo chumbo-ácido, ainda exige a reposição periódica do eletrólito (maior manutenção).  

Castro e outros (2013) afirmam que as baterias de NiMH equipam a maior parte dos VTH vendidos no mundo, pois o custo é inferior ao das baterias de íon-lítio. Posicionamento esse suportado por NeoCharge (2023).  

No entanto, segundo Castro e outros (2013), esse tipo de bateria têm uma limitação: não podem ser descarregadas por completo. O que, em tese, prejudica sua aplicação em VTE. Por outro lado, segundo Castro e Ferreira (2010), trata-se de uma tecnologia já provada e consequentemente utilizada em grande escala.

Foto: Pexels
Foto: Pexels

 

Castro e outros (2013) também citam as baterias do tipo Zeolite Battery Research Africa Project (Zebra), também chamadas de baterias de sódio ou de sal fundido, pois utilizam um sal fundido como eletrólito. De acordo com essa mesma referência, como operam em temperaturas altas, apesar do isolamento, consomem parte da energia para compensar a perda de calor para o ambiente. De acordo com a mesma referência citada acima, a Itaipu Binacional, tem um projeto de desenvolvimento desse tipo de bateria no Brasil.  

NeoCharge (2023), por sua vez, afirma que a bateria mais utilizada em VTE é a bateria de íons de lítio. Esse tipo de acumulador, segundo essa mesma referência, apresenta duas grandes vantagens em relação as demais:  

 

  1. a) Não sofre do famoso efeito de memória, o que permite a recarga, sem antes ter sido completamente descarregadas.

  

  1. b) Não requer manutenção.

 

Ponto de vista esse confirmado e complementado por Costa (2010): 

“As baterias de íons de lítio apresentam diversas vantagens em relação as outras baterias portáteis recarregáveis, tais como: alta densidade energética, baixíssima taxa de autodescarga, …” 

Castro e outros (2013) afirmam que os acumuladores de energia do tipo íons de lítio, são constituídos por um conjunto de células, que contém o lítio como elemento do catodo e no eletrólito. No entanto, existem diversos tipos de células e acumuladores elaborados com combinações desses materiais: lítio, cobalto, manganês níquel, alumínio, grafite, entre outros. 

De acordo com essa mesma referência, as células são agrupadas em “packs”, que variam de acordo com a arquitetura do veículo.  

Deixando para uma outra ocasião, as discussões a respeito dos impactos ambientais necessários para a obtenção das matérias primas e fabricação das baterias, vamos focar no destino que é dado a esse componente após se tornar imprestável ao uso automotivo. 

NeoCharge (2023) afirma que a bateria dos veículos elétricos é projetada para uma vida útil de até 20 anos em climas moderados ou de até 12 anos em climas extremos. Sendo que o modo de utilização influencia diretamente na eficiência e durabilidade.  

Essa mesma referência afirma ainda que, no final de sua vida útil, essas baterias podem ser utilizadas para armazenar de energia em um sistema estático, como o solar. Já Castro e outros (2013) nada dizem a respeito.  

No que diz respeito a reciclagem dos materiais das baterias ou células totalmente exauridas, NeoCharge (2023) se limita a afirmar que o trabalho de desenvolvimento de processos se encontra em andamento. Castro e outros (2013), nada dizem a respeito.  

Já Costa (2010), afirma que o aumento de produção das baterias de íons, para diversos fins, provocou um aumento do descarte dessas baterias nos lixões. Sobretudo nos países em desenvolvimento. 

Essa mesma referência afirma ainda que, apesar desses acumuladores não conterem materiais perigosos, como: chumbo, mercúrio e cádmio, contém outros materiais (manganês, cobalto, níquel, etc.) que também são prejudiciais ao meio ambiente. Além de conter solventes orgânicos e tóxicos.  

De acordo com Costa (2010), o endurecimento das legislações ambientais, provocou uma maior preocupação do o destino desses produtos. 

Imagem: Freepic
Imagem: Freepic

 

No Brasil, por exemplo, pode-se citar:  

 

  1. a) Resolução CONAMA 257/99 (Estabelece os limites máximos de chumbo, cádmio e mercúrio para pilhas e baterias comercializadas no território nacional e os critérios e padrões para o seu gerenciamento ambientalmente adequado e da outras providencias);

 

  1. b) Resolução CONAMA 263/99 (Altera a Resolução CONAMA nº 257, de 30 de junho de 1999, que dispõe sobre o descarte de pilhas e baterias).

 

  1. c) Resolução CONAMA 401/2008 (Estabelece os limites máximos de chumbo, cádmio e mercúrio para pilhas e baterias comercializadas no território nacional e os critérios e padrões para o seu gerenciamento ambientalmente adequado, e dá outras providências.).

 

  1. d) Instrução Normativa 08/2012.

 

No entanto, nada pode ser encontrado direta especificamente a respeito de procedimentos de reciclagem dos materiais oriundos das baterias de íons de lítio.   

Em tempo, Costa (2010) afirma que os processos hidrometalúrgicos tem sido bastante estudado, com foco na reciclagem das baterias de íons de lítio.  

Segundo essa mesma referência, vários trabalhos acadêmicos foram publicados, abordando diferentes fatores: variação dos ácidos, bases e temperaturas empregadas, variação das proporções sólido/líquido dos solventes, variação do pH, etc. 

Costa (2010) também cita a existência de processos industriais de reciclagem de baterias, utilizados pelas empresas:  Sony, Toxco, Sumitmo, Accurec e Suzaquim (Brasil). 

Este mesmo pesquisador complementa, propondo o seu próprio método de reciclagem para baterias de lítio.  

No entanto, nada diz especificamente a respeito da reciclagem de baterias de íons de lítio de aplicação automotiva. 

Foto: divulgação Stellantis
Foto: divulgação Stellantis

 

Da mesma forma, nada pode ser encontrado a respeito do assunto, tanto nas normas ABNT, como internacionais. 

Algumas citações sobre a execução de reciclagem de baterias de lítio, podem ser encontradas em diversos websites. Porém, nenhuma referente as baterias de uso automotivo. 

Por outro lado, várias citações sobre intensões e metas de execução de reciclagem de baterias de lítio automotivas, podem ser encontradas em diversos websites nacionais e internacionais.  

Assim sendo, tendo em vista que até o presente momento: 

 

  1. a) Não pode ser encontrado um processo industrial operacional que atue na reciclagem de baterias de íons de lítio automotivas.

 

  1. b) Não há norma técnica publicada sobre procedimentos de reciclagem de baterias de íons de lítio automotivas.

 

  1. c) Não é permitido o descarte desse tipo de material em aterros sanitários.

 

  1. d) Já está havendo a substituição desse tipo de bateria dentro do mercado de manutenção automotiva.    

 

As estações de energia estáticas estão absorvendo todas essas baterias imprestáveis para a utilização automotiva? 

Se não, para onde está sendo destinado esse material?

6CBM 2023 trouxe novidades na área de test drive; veja as impressões dos mecânicos

Espaço contou com sete modelos eletrificados com destaque para o GWM Haval H6 GT, Peugeot e-2008 GT e Seres 3

6CBM 2023 trouxe novidades na área de test drive; veja as impressões dos mecânicos
Foto: O Mecânico

Assim como nas edições anteriores, o 6CBM 2023 também contou com uma área de test drive, onde os mecânicos puderam ter a experiência de andar no Nissan Leaf, Seres 3, Peugeot e-2008 GT, JAC E-J7 e Renault Kwid E-Tech e, também, no híbrido GWM Haval H6 GT. Veja as impressões dos visitantes.

Nissan Leaf
O Nissan Leaf foi selecionado por aqueles que já tinham visto o modelo circulando por aplicativos de transporte, mas não haviam avaliado o comportamento do veículo 100%, como foi o caso do André William, mecânico da capital de São Paulo, aprovou a sua proposta: “achei altamente sustentável, é muito importante termos carros movidos por energia limpa na sociedade”. Com 150 cv e 32,6 kgfm de potência e torque, o mecânico ficou impressionado com o desempenho: “O Leaf puxa muito bem, tem um torque muito bom. A sensação é muito gostosa”. A autonomia do modelo é de 192 km, garantidos pela bateria de 40 kWh.

6CBM 2023 trouxe novidades na área de test drive; veja as impressões dos mecânicos
André William – Foto: O Mecânico

A possibilidade de trocas de conhecimentos e formar uma rede profissional foi um ponto destacado pelo mecânico, quando questionado sobre o 6CBM: “Essa ação do 6CBM 2023 é muito importante para uma troca de conhecimentos, conhecer novas marcas e novos profissionais da área”.

Seres 3
O Seres 3, que chegou ao Brasil em julho deste ano, despertou a curiosidade do público como a do mecânico da oficina auto center Gustavo Ramos, que veio de Poços de Calda/MG, que exaltou a usabilidade das formas do crossover. “É muito prático, com uma resposta rápida e muita visibilidade, realmente excelente”.

6CBM 2023 trouxe novidades na área de test drive; veja as impressões dos mecânicos
Gustavo Ramos – Foto: O Mecânico

Com 163 cv de potência e 30,6 kgfm de torque, o SUV elétrico possui uma boa resposta, com a bateria de 53 kWh, proporcionando autonomia de 206 km em ciclo PBEV. Sobre o 6CBM, o mecânico fez elogios a infraestrutura do evento: “Muito bem-organizado, estão de parabéns”.

Peugeot e-2008 GT
Com 136 cv de potência e 26,5 kgfm de torque, o Peugeot e-2008 agradou os participantes principalmente pelo design. Bráulio Oliveira, proprietário de oficina mecânica em Jundiai/SP, elogiou a qualidade de rodagem e o isolamento acústico: “Um carro excepcional, confortável e silencioso, é realmente muito bom de andar”. A autonomia declarada do e-2008 é de 234 km pelo ciclo PBEV, com uma bateria de 50 kWh.

6CBM 2023 trouxe novidades na área de test drive; veja as impressões dos mecânicos
Bráulio Oliveira – Foto: O Mecânico

Pela primeira vez ao Congresso Brasileiro do Mecânico 2023, Bráulio apreciou o evento promovido pela Revista O Mecânico: “Estou gostando muito, primeira vez que fui convidado e estou gostando bastante”.

 

GWM Haval H6 GT
O design imponente de SUV Coupé e o motor híbrido de 393 cv e 77,7 kgfm de torque fizeram o Haval H6 GT ser o modelo mais requisitado do test drive. Com um motor 1.5 Turbo em conjunto com dois motores elétricos, um dianteiro e um traseiro, o crossover agradou muito Thiago de Souza, eletricista automotivo de Serra Negra/SP: “O carro é perfeito, excepcional. Na aceleração, a resposta é imediata”.

6CBM 2023 trouxe novidades na área de test drive; veja as impressões dos mecânicos
Thiago de Souza – Foto: O Mecânico

Os diversos expositores no 6CBM 2023 foram interessantes para Souza: “Primeira vez que eu venho, estou vendo alguns estandes que nós já trabalhamos com as marcas, então eu vir conhecer alguns lançamentos deles”.

6CBM 2023 trouxe novidades na área de test drive; veja as impressões dos mecânicos
Foto: O Mecânico

JAC E-J7
O sedã elétrico JAC E-J7 atraiu para o test drive aqueles que apreciam este tipo de carroceria, em um mundo dominado por SUVs. Motivado por um motor elétrico de 193 cv e 34,6 kgfm alimentado por uma bateria de 50,1 kWh, com autonomia de 249 km em ciclo PBEV, ele surpreendeu Carlos Eduardo, mecânico da zona sul de São Paulo/SP: “É um carro muito legal, bonito. A experiência superou a minha expectativa, foi melhor do que eu esperava”.

6CBM 2023 trouxe novidades na área de test drive; veja as impressões dos mecânicos
Carlos Eduardo – Foto: O Mecânico

A variedade de empresas presentes no 6CBM 2023 também foi um ponto exaltado por Carlos: “O congresso está maravilhoso, muitas empresas presentes aqui, gostei muito”.

Renault Kwid E-Tech
Buscaram avaliar o Renault Kwid E-Tech aqueles que já andaram nas versões com motores térmicos e tinham curiosidade sobre o comportamento da configuração elétrica, que possui motor com 65 cv de potência e 11,5 kgfm de torque, números próximos das opções à combustão. Diego Costa, mecânico em Ribeirão Preto/SP, gostou da suavidade do pequeno hatchback: “O Kwid elétrico me surpreendeu, não tem aquelas trancos e reduções bruscas dos carros normais”.

6CBM 2023 trouxe novidades na área de test drive; veja as impressões dos mecânicos
Diego Costa – Foto: O Mecânico

Costa, que também já dirigiu as versões à combustão, comparou os dois modelos: “é possível comparar, achei bem similar, ele é até mais confortável e silencioso no modelo elétrico, comparado com o normal”. Em relação ao 6CBM, o mecânico expressou sua satisfação: “Estou gostando bastante, está muito bacana”.

Chevrolet Bolt EUV

Despertando a curiosidade do público por ser um veículo elétrico de uma marca tradicional, o Chevrolet Bolt tem um bom desempenho graças ao motor de 203 cv e 36,7 kgfm, com autonomia de 377 km em ciclo PBEV, dado a sua bateria de 66 kWh. Vinícius de Oliveira, comprador de empresa de materiais na Vila Prudente, São Paulo/SP, comenta suas impressões, e ainda compara com o modelo anterior do Bolt que já dirigiu: “O silêncio é total, barulho zero. Dirigi o modelo anterior, e comparado com ele o EUV está sensacional, a tecnologia nova está incrível”.

6CBM 2023 trouxe novidades na área de test drive; veja as impressões dos mecânicos
Vinícius de Oliveira – Foto: O Mecânico

Aproveitando a oportunidade de testar os carros e obter novas experiências, Vinícius comenta sobre o 6CBM: “Está maravilhoso, cheguei e já vim para o teste drive, mas irei aproveitar bastante as outras atrações do evento”.

6CBM 2023: Painel de gestão chamou atenção para saúde financeira das oficinas

Especialistas mostraram que uma oficina mecânica precisa saber gerir pessoas, finanças, impostos e, também, fazer o processo de mão de obra

6CBM 2023: Painel de gestão chamou atenção para saúde financeira das oficinas
Amanda Medeiros – Foto: Revista O Mecânico

Enquanto os debates anteriores da sexta edição do Congresso Brasileiro do Mecânico 2023 apontaram soluções de reparabilidade, o painel “Gestão de oficinas e de mecânicas” chamou atenção para a saúde financeira das oficinas. Veja como foi.

6CBM 2023: Painel de gestão chamou atenção para saúde financeira das oficinas
Rebeca Toyama – Foto: Revista O Mecânico

Amanda Medeiros, que é consultora financeira especialista em oficina mecânica, apontou para a importância do tema. “Eu tenho notado que cada vez mais os mecânicos precisam saber gerir a oficina, uma vez que é fundamental para colher bons resultados no futuro. Além disso, tive ótimos colegas nesse debate, o que ajudou ainda mais abrilhantar o tema”.

6CBM 2023: Painel de gestão chamou atenção para saúde financeira das oficinas
Renato Paladino – Foto: Revista O Mecânico

Já para Rebeca Toyama, que é fundadora da ACI – Academia de Competências e Integrativas, além de ser signatária do Pacto Global da ONU, falou sobre a importância de gerir pessoas. “Aqui, além de falarmos sobre a parte financeira e, também, tributária, eu pude mostrar para os mecânicos a importância de entender o papel da gestão no elemento humano, pois é fundamental saber gerir pessoas. Quero também destacar que o congresso é um evento ótimo para quem precisa de muita informação, como aconteceu hoje”.

6CBM 2023: Painel de gestão chamou atenção para saúde financeira das oficinas
Luciano Starling – Foto: Revista O Mecânico

Em relação aos tributos, Renato Paladino, advogado, contador e especialista em direito empresarial e em direito tributário, falou sobre como gerir a carga tributária nacional. “Primeiramente, eu achei o congresso um evento fantástico, pois é rico em informação. Portanto, eu pude falar de um assunto extremamente delicado e, também, complicado que é a política de carga tributária brasileira, que nesse setor, no qual eu atendo, dificilmente é falado sobre gestão tributária. Por isso, senti que pude ajudar os mecânicos empresários que aqui estiveram. Inclusive, esse tema pois chamou a atenção para a gestão de pessoas, finanças, precificação e, também, recolhimento de impostos”.

6CBM 2023: Painel de gestão chamou atenção para saúde financeira das oficinas
Foto: Revista O Mecânico

Outro destaque desse painel foi o processo de orçamentação e formação de preço de mão de obra, que foi apresentado por Luciano Starling, sócio proprietário do Tempario Automotivo. “Aqui eu tive uma ótima oportunidade para explicar sobre um tema fundamental. Falei da minha carreira como exemplo e, também, dessa importante área, que é o processo de orçamentação e formação de preço da mão de obra do nosso amigo mecânico. Inclusive, o congresso nos deixa próximo deles, o que é uma maravilha”.

Calmon | Renault Kardian chega em março de 2024 com proposta avançada

Renault Kardian chega em março de 2024 com proposta avançada - Foto: divulgação/Renault
Renault Kardian chega em março de 2024 com proposta avançada – Foto: divulgação/Renault

 

Uma apresentação mundial antecipada no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro (RJ), com pormenores descritos sem cerimônia, mostram que a Renault tem ambições para o Kardian nos mercados brasileiro e sul-americano. A arquitetura foi desenvolvida a partir do zero sem nenhuma ligação com a subsidiária romena Dacia e os atuais Sandero, Logan e Duster. O visual lembra o de um SUV, mas tem identidade mais próxima de um hatch com altura de rodagem elevada.

Linhas são de um autêntico Renault. Frente imponente com o novo logotipo da marca, grupo óptico dianteiro em três níveis (de cima para baixo: DRL, faróis alto/baixo e de neblina no para-choque), rodas de liga leve de 17 pol. e lanternas traseiras em forma de “C”.

O interior é amplo para referências do segmento graças aos 2.604 mm de entre-eixos e 4.119 mm de comprimento proporcionando bom espaço para pernas no banco traseiro. Quadro de instrumentos digital de 7 pol., multimídia de 8 pol., freio de imobilização eletroassistido com autoimobilização do veículo nas paradas e porta-malas de 358 litros (VDA) tornam o Kardian um produto bastante competitivo na faixa de preço do Nivus e do Pulse. Estima-se algo a partir de R$ 115.000 quando chegar às concessionárias em março próximo

Para acompanhar a nova arquitetura, a Renault desenvolveu um novo trem de força de 1 litro, três cilindros, turbo flex, de 125 cv e 22,4 kgf.m de torque com etanol. Não se adiantaram pormenores, mas esta é a maior densidade de torque entre os motores produzidos no Brasil por qualquer marca.

Outra escolha bem-vinda é o câmbio automatizado de duas embreagens a banho de óleo, de seis marchas (descartado o câmbio manual). Trata-se de uma caixa mais prazerosa de usar e, segundo o fabricante, permitirá uma economia de combustível até 20% superior a um CVT.

O Kardian será produzido no Brasil no Complexo Ayrton Senna em São José dos Pinhais, região da Grande Curitiba, a partir de dezembro próximo e lançamento em março de 2024.

No mesmo evento a Renault apresentou uma picape conceitual, com o codinome Niagara, desenvolvida sobre a mesma arquitetura. Entre suas características destacam-se tração 4×4 híbrida (na frente um motor a combustão híbrido e atrás um motor elétrico), dois conjuntos mola-amortecedor por roda nos eixos dianteiro e traseiro, além de uma parte frontal e rodas com desenhos dos mais arrojados. A versão final, sem data prevista, terá estilo menos rebuscado.

Incentivos para elétricos começam a diminuir

Não se trata de criticar ou aplaudir, mas ter uma visão racional sobre o assunto. Novas tecnologias precisam mesmo ser incentivadas na forma de redução de impostos. Afinal, veículos elétricos apesar de suas indiscutíveis vantagens no controle da poluição local, têm preço elevado e outras limitações como alcance em estradas, tempo de recarga, além de exigência de uma rede capilar de pontos de carregamento da bateria.

Porém, isenção ou diminuição de impostos dever ser algo racional. Hoje nove Estados e o Distrito Federal oferecem algum tipo de incentivo com prazos diferentes de validade. São Paulo tem a maior frota de veículos convencionais e, claro, também de elétricos. Mas houve desentendimento quando o governador Tarcísio de Freitas vetou a lei aprovada pela Assembleia Legislativa (AL) que isentava todos os elétricos do IPVA.

Em seguida, o governador enviou um projeto de lei à AL com uma proposta de zerar o IPVA já em 2024 apenas para híbridos com motor flex etanol/gasolina. Em Minas Gerais a isenção só vale para veículos elétricos produzidos no Estado.

Por sua vez, o Governo Federal deve anunciar um aumento gradativo do imposto de importação (I.I.) de elétricos ao longo de quatro anos, começando por 9% em 2024 até atingir 35% de I.I. em 2027.

Já comentei que “virar a chave” de combustão para eletricidade é um processo muito caro e lento, que não pode se conduzir apenas por voluntarismo. Precisa haver cautela. A Alemanha acabou de dar este exemplo. Desde 1º de setembro último, zerou o subsídio para as importantes vendas corporativas de automóveis elétricos e a demanda caiu drasticamente.

Como resultado, as vendas da Tesla recuaram 69% frente a agosto e a VW, líder de mercado, também sofreu bastante. Em janeiro de 2024, o governo alemão rebaixará os carros elétricos elegíveis a incentivos do preço sugerido de 65.000 euros (R$ 348.000) para 45.000 euros (R$ 240.000). E o desconto subsidiado encolherá de 4.500 euros (R$ 24.000) para 3.000 euros (R$ 16.000). Espera-se nova queda nas vendas.

Salão do automóvel de Genebra volta a… Genebra!

A tradição vem desde 1905, mas a exposição sofreu seguidos cancelamentos durante o período de epidemia da covid-19. Houve também desinteresse dos fabricantes e a empresa suíça organizadora do evento transferiu a edição deste ano, no começo de outubro, para o Catar, no Oriente Médio.

Agora o Salão Internacional do Automóvel de Genebra acaba de ver confirmada sua volta às origens, de 26 de fevereiro a 3 de março de 2024. O executivo-chefe da exposição, Sandro Mesquita, garantiu: “Não será um show de mobilidade, e sim focará no carro como atração central”. Exibirá de tudo desde veículos tunados com motor a combustão aos elétricos, além dos lançamentos de modelos, acessórios e peças.

Haverá áreas temáticas, além dos estandes tradicionais: “Pavilhão da Inovação”, “Distrito do Design”, “Zona de Adrenalina” e “Zona de Emissões Zero”.

Renault foi uma das primeiras a confirmar presença. E ressaltou em nota: “O Grupo participará dos Salões de Genebra e de Paris de 2024, bem como de todos principais salões do automóvel nas regiões onde o Grupo está presente. São verdadeiros espaços de compartilhamento de inovações e discussões em torno da paixão pelos carros.”

Por outro lado, marcas alemãs anunciaram desinteresse pela exposição de Genebra. Só a Porsche ainda não se manifestou. Stellantis também optou pela ausência. Cerca de 20 fabricantes chineses, no entanto, negociam com a organização.

Inteligência artificial já é aplicável no reparo de veículos

Um recurso para agilizar a avaliação de pequenos danos à carroceria e em até sete segundos fornecer um orçamento para o conserto está disponível em um novo e exclusivo aplicativo. Trata-se do Webmotors Serviços que faz uso da rapidez e precisão da IA (Inteligência Artificial) para tornar muito mais ágil uma operação que antes exigia tempo de deslocamento até uma oficina e assim orçar os serviços de funilaria, pintura e polimento.

A operação é simples e parte de uma foto obtida por meio de telefone celular da área afetada pela colisão classificada como dano leve ou médio, que não comprometa a estrutura do veículo, uma situação comum no pesado tráfego urbano. O aplicativo consegue consultar até 1.500 estabelecimentos conveniados, inicialmente só na cidade de São Paulo, e pode fornecer também o endereço da oficina mais próxima.

Mesmo para quem tem o carro segurado, é muito útil saber o preço do reparo porque sempre há uma franquia associada à apólice. Além disso, ao acionar a seguradora o motorista perde uma classe de bônus na renovação anual. Pode ser mais conveniente executar o conserto por conta própria, especialmente no caso de arranhões ou amassados que não envolvam um terceiro.

Entrevista | ZEN mostra como alcançou o sucesso e conquistou espaço no segmento de equipamento original

André Zen
André Zen

A ZEN, indústria brasileira do segmento automotivo e pioneira na fabricação de impulsores e com 63 anos completados, já está consolidada no mercado brasileiro e internacional. Hoje, a companhia está em mais de 60 países, tendo aproximadamente 50% dos negócios destinados à exportação. A atuação da companhia é tão ampla que de a cada quatro carros novos fabricados na América do Sul, três deles saem com produto ZEN. Isso tudo graças aos mais de 3 mil itens do portfólio. A Revista O Mecânico entrevistou, o atual presidente da companhia e filho de um dos fundadores da ZEN, André Zen. Em 30 anos de carreira, ocupou diversas posições executivas em empresas como ZEN e Delco Remy. Ele se destacou por ter sido fundamental na implementação do sistema de governança  
da ZEN.

REVISTA O MECÂNICO: Como nasceu o negócio de vocês?

ANDRÉ ZEN: Meu pai, Hylário Zen, e meu tio, Nelson Zen, trabalhavam em empresas de ferramentaria mecânica e resolveram construir uma pequena oficina em São Paulo, em maio de 1960. Na época, iniciaram fabricando ferramentas de estampagem de peças para aparelhos de rádio. Em 1963, os dois tiveram o primeiro contato com um modelo de impulsor de partida e estudaram o funcionamento da peça. Com a empresa sediada em um galpão maior, compraram uma prensa de fricção e no mesmo ano fabricaram o primeiro impulsor de partida da ZEN. Anos mais tarde, eles já se tornavam os líderes de mercado em impulsores de partida no Brasil.

 

O MECÂNICO:Como foi a estratégia de ampliação da produção, como tudo começou?

ANDRÉ ZEN: Como o bairro em que meu pai e meu tio estavam ficou restrito a atividades industriais, eles resolveram voltar para Brusque, em Santa Catarina, terra natal. Em 1974, o primeiro equipamento chegou à atual sede de nossa fábrica. Tanto meu pai como o meu tio sempre encararam os desafios. Foram essas características que tornaram a ZEN em uma líder mundial na produção de bens de consumo para o mercado automotivo. Em 1994, lançamos o Qualidade Total ZEN (QTZ), um programa para conscientizar nossos colaboradores sobre a adequação da empresa às normas de qualidade. O QTZ foi a base para alcançarmos a Certificação ISO 9001, em 1996, posteriormente, em 1998, a QS 9000, que em 2002 passou a ser ISO/TS 16949, relacionada à indústria automotiva. Desde 2009 temos também a ISO 14001, atestando a seriedade de nossa gestão ambiental. Em 1996, finalizamos a implantação do sistema de células na manufatura, reduzindo o tempo de fabricação de nossos produtos. No início do século 21, demos um grande salto no mercado original, dobrando o volume de produção, o que exigiu a ampliação e a modernização da fábrica.

Em 2012, iniciamos um processo robusto de melhoria contínua e posteriormente criamos o Sistema de Manufatura ZEN (SMZ). Tendo o pensamento Lean como estratégia de negócio, tivemos uma evolução significativa nos resultados operacionais, com qualidade, eficiência, produtividade e segurança para nossos colaboradores. Em 2006 começamos a diversificar nossa receita com o lançamento da linha de polias de alternador. Além de impulsores e polias, atualmente nossas linhas de produtos também incluem tensores de correia, kits de distribuição, motores de partida, alternadores, rolamentos, mancais, planetárias, relés de partida, induzidos, rotores, estatores e componentes.

O MECÂNICO:Quais os motivos que vocês consideram importantes para estarem inseridos dentro dos principais equipamentos originais e de estarem exportando para fora?

ANDRÉ ZEN: Em 1986 nos tornamos fornecedores originais. Hoje, a ZEN fabrica peças para sistemistas que atendem praticamente todas as grandes montadoras de veículos da América do Sul e três em cada quatro carros nesta região saem de fábrica com impulsor ZEN. Também fornecemos para o mercado original da América do Norte e Central, Europa, Ásia e África.

Nossa relação com a exportação é antiga. Na segunda metade da década de 1970, nossos impulsores já eram famosos no Brasil e começamos a explorar novos mercados. Realizamos a primeira exportação em 1976, para a Colômbia. Atualmente, exportamos diversos produtos para cerca de 60 países entre mercado original e de reposição. Estamos estrategicamente presentes com escritórios nos Estados Unidos, na Alemanha e na China e, todos os anos, participamos das maiores feiras mundiais do setor, marcando presença como importante fornecedora do mercado automotivo. Somos também a sexta empresa exportadora de Santa Catarina a conquistar o selo do Programa Operador Econômico Autorizado (OEA) da Receita Federal do Brasil, que certifica nossas operações logísticas internacionais pelo baixo risco em segurança física da carga e pelo cumprimento exemplar das leis de exportação. 

Os dois segmentos, mercado de reposição e original, são estrategicamente importantes para nós. O mercado original, por exemplo, nos incentiva a investirmos na atualização tecnológica para manter a nossa competitividade e no mercado de reposição visualizamos ótimas perspectivas de negócio.

 

O MECÂNICO:Como o cliente está presente na estratégia de negócios da ZEN?

ANDRÉ ZEN: Estamos constantemente evoluindo para atender e superar as expectativas de nossos atuais e futuros clientes, desenvolvendo produtos a partir de suas necessidades. Neste ano, batemos um recorde interno de lançamentos de produtos, com 387 novos itens em nosso portfólio para o mercado de reposição. Apresentamos ao mercado cinco novas linhas, entre relés de partida e induzidos, para aplicação no motor de partida, rotores e estatores, para aplicação no alternador, e uma linha de rolamento para ar-condicionado.

Para nós, agilidade e atendimento são diferenciais competitivos. Por isso, estamos inaugurando neste ano dois centros de distribuição para atendimento das distribuidoras do mercado de reposição brasileiro, um em Santa Catarina e outro em São Paulo. Também acabamos de lançar uma loja oficial no Mercado Livre, plataforma em que o mecânico pode encontrar e comprar nossos produtos diretamente pela internet, sendo as vendas realizadas por distribuidoras autorizadas.

Com protagonismo, empreendedorismo, inovação e capacidade para nos adaptar estamos olhando para um futuro em que estaremos cada vez mais próximos de nosso cliente mecânico, para continuarmos atendendo as suas demandas com a qualidade e a excelência operacional pelas quais somos reconhecidos.

Como funcionam os veículos híbridos? Parte 1

Como funcionam os veículos híbridos? Parte 1
Como funcionam os veículos híbridos? Parte 1

Série de reportagens desmistifica os três tipos de carros eletrificados vendidos no Brasil, começando pelo sistema Mild Hybrid Electric Vehicle – MHEV, popularmente conhecido com híbrido 48V

por Felipe Salomão   fotos Divulgação

A transição energética passa pelos veículos híbridos, que chegaram ao mundo em 1997 com o Toyota Prius, desembarcando por aqui apenas em 2013. De lá para cá, o mercado brasileiro recebeu diversos modelos que começaram a se destacar nas vendas. Somente entre janeiro e agosto deste ano, foram emplacados 49.052 veículos eletrificados no Brasil, segundo os últimos dados divulgados pela Associação Brasileira do Veículo Elétrico – ABVE.

Embora esses veículos já comecem a conquistar o público, ainda há dúvidas sobre como eles funcionam e, por consequência, como será feita a manutenção. Portanto, para destrinchar esse tipo de automóvel, a Revista O Mecânico traz uma série especial com três reportagens sobre como funcionam os veículos híbridos, sendo que a primeira abordará os Mild Hybrid Electric Vehicle – MHEV, popularmente conhecido como híbrido 48V.

 

COMO SÃO OS MHEV

Os veículos híbridos leves, que também são chamados de sistema 48V, combinam um motor de combustão interna, que pode ser abastecido a diesel ou gasolina, com uma máquina elétrica. Neste caso, o propulsor elétrico pode atuar na partida do conjunto motriz a combustão, ser um assistente do motor térmico na recuperação de energia e na função start-stop. Desta maneira, cumpre o objetivo de reduzir as emissões de poluentes e aumentar a eficiência energética do veículo. 

Segundo Leonardo Z. Pereira, Instrutor Técnico da Bosch, existem dois sistemas de modelos híbridos leves. “Entre as tecnologias mais comuns utilizadas nesse sistema está a Belt Start Generator – BSG, que é a máquina elétrica de 48V com a função de partida e gerador por correia. Outra opção é o Integrated Starter Generator – ISG, que também tem as mesmas funções do BSG mais modo de auxílio ao propulsor de combustão interna”.

Além disso, a principal diferença entre essa tecnologia e as outras está na potência disponível, pois não é necessário a mesma capacidade de um sistema com alta tensão automotiva. Todavia, há ganhos ao comparar com carros movidos apenas a gasolina, que são equipados com motor de partida e alternadores de 12/24V. Diante disso, os Mild Hybrid Electric Vehicle – MHEV tem vantagem energética para girar o propulsor, além de serem mais eficientes na redução de emissões de poluentes. 

Para se movimentar, o veículo com sistema híbrido usa como fonte principal de torque o motor de combustão interna, já o elétrico auxilia momentaneamente o conjunto térmico, elevando o torque de saída.

FUNÇÃO DA BATERIA

Diferente dos outros sistemas híbridos, o MHEV não tem bateria de alta tensão, mas sim uma de 48V e outra de 12V. Isso posto, o motor elétrico tem a função de recarregar a bateria de 48V e o conversor para a bateria de 12V. “A bateria de 48V é responsável por manter a alimentação e bancar a demanda do sistema de potência (partida e gerador), além da possibilidade de alguns projetos que alimentam componentes auxiliares a 48V, por exemplo, bomba, compressores, aquecedores, entre outros”, informa Leonardo Pereira. 

Em relação à bateria de 12 V (nominal), ela é responsável por alimentar toda a linha de conforto, como faróis, ar-condicionado, multimídia, vidros elétricos, entre outros, como explica Pereira: “Embora o circuito de alta potência trabalhe com 48V a alimentação é feita em 12V para os circuitos internos das ECU e controladores”. 

Já a densidade de carga da bateria depende da composição química dela, volume/peso e tamanho, que vão determinar a tensão, capacidade e potência. Mas tudo isso é estabelecido pela montadora. “A densidade de energia da bateria é algo formatado, produzido e determinado pelo fabricante no ato da construção do projeto”, como esclarece o especialista. 

Outro ponto a ser questionado por quem tem dúvida sobre os veículos é se o motor térmico tem capacidade para carregar as baterias por completo. No caso do sistema MHEV isso é possível, como aponta Pereira. “Por se tratar de um sistema 48V cujo a bateria tem potência baixa (ex. bateria 48V Bosch 0,384 KWh), o motor de combustão acionando a máquina elétrica pode repor a energia utilizada dentro das condições máximas e mínimas de carga”. 

Ademais, as baterias para sistemas híbridos leves não são grandes ao ser comparados com outras tecnologias híbridas de alta capacidade, tem o peso aproximado de até 7kg, como na linha Audi A6 e A7 48V, que traz bateria de 9,6 Ah e somente 13 células de 3,68 V de lítio.

A OUTRA ESTRELA CHAMADA MÓDULO DE POTÊNCIA

Assim como a bateria e o motor elétrico, a outra estrela desse sistema é o módulo de potência, que tecnicamente é conhecido como conversor DC/DC. “O componente é fundamental para interligar o sistema de 12V (nominal) com o sistema de 48V (nominal). Essa comutação entre as linhas garante a operação de descarga e recarga da bateria”, instrui o Instrutor Técnico da Bosch.

A manutenção desta peça deve seguir as recomendações técnicas do fabricante. Em vista disso, o reparo deve ser em alguns casos nos níveis eletrônicos e mecânicos.

 

MOTORIZAÇÃO

Nos Mild Hybrid Electric Vehicle – MHEV a máquina elétrica terá a função na partida do motor a combustão e, também, poderá auxiliar em momento de demanda de torque, de forma momentânea. Vale lembrar que o propulsor térmico em quase todos os momentos funciona, exceto com start-stop ativo e no período de recuperação energética a depender da velocidade do veículo.

Agora, as características do motor elétrico no sistema de 48V obedecem aos dados do fabricante do veículo, como ressalta o instrutor técnico. “A depender da posição de montagem da máquina elétrica e da escolha por parte das companhias, alguns motores elétricos podem possuir de 5 a 6 fases, com inversor integrado”. 

 Por fim, a transmissão nos veículos híbridos leves, geralmente, é do tipo CVT ou automática com ou sem motor integrado ao conjunto.

 

FLUXO E RECUPERAÇÃO DA ENERGIA 

O fluxo de energia é realizado basicamente por duas linhas, sendo a de 48V entre bateria, partida/gerador e conversor DC/DC, e a de 12V para alimentação do sistema de controle, conforto e conversor DC/DC. 

A recuperação de energia é feita durante a desaceleração do veículo. “A partir do momento em que o pedal do acelerador não é pressionado, toda a energia cinética (movimento) é utilizada através do motor gerador elétrico para gerar energia para bateria. Em alguns veículos, nessa condição o motor de combustão é desativado e volta a ser acionado com ação no pedal do acelerador ou velocidade do veículo, isso intensifica a capacidade de recuperação do motor elétrico, diz Leonardo Z. Pereira. 

COMO FAZER A MANUTENÇÃO 

Como nos veículos comuns, o plano de manutenção de um híbrido leve tem que seguir as orientações do manual técnico informado pela fabricante. Todavia, o mecânico deve ter atenção com as desconexões da bateria de lítio de 48V e com o módulo conversor DC/DC. Também deve ser observado a tensão da bateria em caso de longa estadia do veículo na oficina. Inclusive, para o instrutor técnico é preciso checar se o carro realmente está desligado. “Atenção ao realizar manutenção, verificar se o veículo está realmente desligado ou apenas com a função start-stop habilitada, evite acidentes e danos ao sistema, comprovando que o veículo está realmente desligado”.

VANTAGEM DO MHEV 

A principal proposta do híbrido leve é reduzir o consumo de combustível e, também, diminuir os gases nocivos emitidos pelos motores a combustão durante a partida, que é um dos momentos críticos na emissão de CO2 e, também, em marcha-lenta que passa a ser substituído pelo sistema start-stop. Contudo, comparar os veículos híbridos de 48V com outros tipos seria injusto.  “São sistemas diferentes e em categorias diferentes, seria um tanto desleal a comparação entre eles. Porém, esses veículos servem de introdução a tecnologia de eletrificação automotiva”, comenta Pereira.

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