Oficinas ameaçam suspender serviço de vistoria eletrônica para as seguradoras

A partir de abril, as oficinas de funilaria e pintura que realizam vistoria eletrônica para seguradoras de veículos pretendem suspender este serviço. Segundo a Câmara de Colisão do Sindirepa-SP (Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado), a decisão partiu após a entidade realizar inúmeras reuniões com as empresas nos últimos dois anos para tentar reajustar o valor da hora da mão de obra por carro pago pelas companhias às oficinas.

“Como não houve acordo para garantir o reajuste da remuneração, fica inviável para as empresas de reparação arcarem com as despesas de manutenção do software e do profissional especializado para executar o serviço. Temos um custo mensal altí ssimo para manter esse serviço que facilita muito as operações e o processo de liberação pela seguradora dos veículos sinistrados”, explica o presidente do Sindirepa-SP, Antonio Fiola.

Segundo a assessoria de imprensa do Sindirepa-SP, o valor da hora da mão de obra por carro está entre R$ 20,00 e R$ 50,00. Fiola conta que algumas seguradoras não reajustam a remuneração há cinco anos e que, para manter o sistema de software, “o dono da oficina desembolsa aproximadamente R$ 1.000,00 por mês, além do salário do orçamentista que gira em torno de R$ 3 mil a R$ 4 mil, fora encargos”, acrescenta.

O sistema DRP (Direct Repair Program) tornou-se uma ferramenta ágil que facilita o processo de avaliação do sinistro e liberação da seguradora para a execução do serviço. Entretanto, a programação do software vem diminuindo o tempo de operação do reparo, tornando inviável a execução dos serviços no período estipulado, retraindo a remuneração paga pelas seguradoras.

O Sindirepa-SP garante que a suspensão da vistoria eletrônica aumentará em três dias o tempo da permanência do veículo nas oficinas. Atualmente, veículos sinistrados ficam, em média, 10 dias para que o reparo seja feito.

No Brasil, estima-se que existam duas mil oficinas com esse programa e a suspensão terá inicio no Estado de São Paulo, mas poderá ser estendida para outras regiões.  Segundo a assessoria, 80% do faturamento das mais de 600 oficinas de funilarias e pintura da capital, que possuem a vistoria eletrônica, advêm dos serviços executados por veículos com seguro.

O sistema de vistoria eletrônica funciona por meio de um software que permite ao profissional especializado registrar as imagens do veículo batido que está na oficina, por meio de uma avaliação criteriosa, gerando um laudo que é encaminhado à seguradora. A suspensão dessa prestação de serviço acarretará prejuízo para o consumidor que ficará com o seu carro batido e parado nas oficinas.

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