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Entrevista: O mecânico sugere e aplica o melhor produto

Daniel Randon, diretor-presidente da Fras-le, acredita que o trabalho junto ao mecânico reforça o reconhecimento dos seus produtos e conta sobre os planos da marca no Brasil e no mundo, sempre investindo em tecnologia e sustentabilidade

 

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Revista O Mecânico: A Fras-le cresceu nos últimos anos. Como estão os negócios da empresa hoje, onde são as fabricas e onde mantém operações?
Daniel Randon: Em 2008 traçamos como planejamento fazer da Fras-le uma empresa global com faturamento de 1 bilhão de reais com sustentabilidade até 2013. Tínhamos um posicionamento muito forte em exportação, por conta da nossa história. Em 2008 adquirimos uma fábrica de pastilhas comerciais no Alabama, EUA, e em 2009 começamos a fabricar na China e abrimos um centro de distribuição na Europa, com estrutura técnica e comercial. Nossa meta era investir não somente no Brasil, mas no mundo, com fábricas e escritórios comerciais. Na parte de sustentabilidade, separamos nossas metas em três vetores: 1) econômico, ou seja, trazer retorno para os nossos investidores; 2) social, elaborar projetos para a comunidade e melhoria para colaboradores; e 3) meio ambiente: com implementação e manutenção de programas para reduzir resíduos, reduzir consumo de energéticos e reaproveitar água e outros materiais. A nossa empresa tem trabalhado nesse sentido, estamos entre as 150 melhores empresas para se trabalhar e em 2011 com destaque em saúde.

 

O Mecânico: Quais componentes a Fras-le produz e qual a capacidade produtiva das fábricas?
Daniel: A Fras-le produz materiais de fricção, sendo 60% lonas para automóveis e veículos comerciais, 30% pastilhas para todos os tipos de veículos e 10% de outros produtos: revestimentos de embreagem, sapatas ferroviárias, aplicações industriais e pastilhas para pequenas aeronaves. Temos uma fábrica em Caxias do Sul, uma nos EUA e uma na China. A capacidade global de produção é de 130 milhões de peças por ano. Cerca de 80% desse total sai da linha de produção brasileira, mas nosso objetivo é aumentar o volume das outras fábricas.

 

O Mecânico: Desse total, quanto é destinado para a reposição? Esse é um mercado importante para a marca?
Daniel: Cerca de 70% do nosso volume global vai para o mercado de reposição. No Brasil, temos liderança na reposição, principalmente, por conta da nossa história de tradição e da qualidade dos nossos produtos. Estamos num ritmo de crescimento forte também no exterior, principalmente no mercado de lonas. Nas montadoras, temos 95% do market-share no segmento de caminhões e ônibus e 50% na reposição. A qualidade de nossos produtos é reconhecida pelos clientes, sejam mecânicos, frotistas, distribuidores ou varejistas. Assim, em 2011 o mercado brasileiro de reposição representou 35% do nosso faturamento.

 

O Mecânico: A Fras-le é uma empresa brasileira que se tornou internacional, qual a sua história?
Daniel: A Fras-le completou 58 anos de história em fevereiro. Foi fundada pelo Sr. Francisco Stedile, em Caxias do Sul/RS, e fazia parte do grupo da Agrale. A marca já se destacava no mercado interno e externo quando foi aquirida pelo Grupo Randon em 1996. A partir daí, continuamos a trabalhar o crescimento nas montadoras e mercado brasileiro de reposição e global. Atingimos a liderança mundial em lonas para veículos comerciais e continuamos investindo em tecnologia e aprimorando os nossos produtos. A Fras-le é uma empresa de capital aberto, com produtos reconhecidos no Brasil e no exterior.

 

O Mecânico: A empresa trabalha diretamente na montadora, como é o desenvolvimento das peças nesse sentido?
Daniel: Normalmente, as montadoras desenvolvem as plataformas que vão ser lançadas entre 3 e 5 anos. Dentro desse processo, chamam os sistemistas, como a Fras-le, e descrevem as especificações dos seus projetos. A partir daí, desenvolvemos o produto mais adequado para o veículo, sempre dentro de rigorosos padrões de qualidade. Depois, fazemos a cotação desses produtos, que passam para os testes de campo e são feitos os ajustes necessários. Depois de aprovado, vai para a montadora e para o mercado de reposição.

 

O Mecânico: Essa peça é a mesma que vai para a reposição?
Daniel: Sim, a mesma peça desenvolvida para a montadora vai para o mercado de reposição. E por outro lado, também desenvolvemos produtos que vão somente para a reposição, e mesmo assim passam por todos os controles de qualidade de uma peça feita para montadora.

 

O Mecânico: Recentemente o Grupo Randon inaugurou um campo de provas para ser utilizado pelas suas empresas, localizado a 4 km da Fras-le. No que esse espaço ajuda a empresa?
Daniel: Nosso campo de provas conta com uma série de pistas que juntas somam 15 km de extensão, além de vários laboratórios e equipamentos de testes de última geração. Na parte técnica, nos ajuda no desenvolvimento dos produtos, melhorando a realização de testes de uma maneira mais rápida e segura. Assim, podemos fazer simulações de situações reais, dando mais confiabilidade aos produtos. No quesito segurança, há a garantia de que as avaliações são efetuadas de forma padronizada, proporcionando maior rapidez no lançamento de novos produtos, sendo um diferencial competitivo. Além disso, permite uma aproximação maior com alguns clientes, que utilizam as nossas instalações para realizar os seus próprios testes. Nosso campo de provas é o único na América Latina com capacidade de 16 toneladas por eixo, ou seja, atende todos os tamanhos de veículos comerciais. É bom para a Fras-le ter clientes do mundo inteiro que utilizam nossa estrutura e a nossa tecnologia.

 

O Mecânico: Falando um pouco sobre o nosso público, como é a relação da marca com os mecânicos? Você acha que o mecânico influi na escolha da peça?
Daniel: Acreditamos que temos uma boa relação com os mecânicos, isso é confirmado pelos prêmios que já conquistamos junto a eles. Para nós, o mecânico é um profissional de extrema importância, pois é ele quem sugere e aplica o melhor produto no veículo do consumidor. Nossa liderança na reposição está diretamente ligada ao reconhecimento dos mecânicos à nossa marca. Ele influencia muito na escolha da peça.

 

O Mecânico: Que ações a marca tem para esse público?
Daniel: Trabalhamos com equipes de campo para prestar atendimento para os mecânicos e varejistas. Promovemos treinamentos, palestras técnicas e oferecemos suporte técnico em todo o Brasil. Esse trabalho próximo do mecânico reforça a liderança da nossa marca. Além disso, fazemos um trabalho de divulgação da marca em ações como a Fórmula Truck, por exemplo.

 

O Mecânico: Qual é a política de garantia?
Daniel: Oferecemos ao mercado garantia total contra defeitos de fabricação, e temos uma equipe de assistência técnica qualificada que acompanha as eventuais reclamações detectando se o problema gerado foi de fabricação ou de aplicação. Os treinamentos constantes que oferecemos evitam justamente que aconteçam problemas de aplicação.

 

O Mecânico: A participação em feiras ajuda a aproximação com o mecânico?
Daniel: Os eventos do setor, assim como as feiras regionais, são os momentos mais oportunos para ouvir, buscar opinião e interagir com o público. Fazemos pesquisas junto aos nossos clientes para saber como estão posicionados os nossos produtos, além de mostrar nossas novidades e tecnologias. Torna-se necessário ressaltar que o trabalho desenvolvido por nossos consultores técnicos visitando sistematicamente este público em suas empresas solidifica uma relação de confiança.

 

O Mecânico: Qual é o seu conselho para esse público?
Daniel: O material de fricção é um item de segurança, por isso reforçamos a importância de se utilizar produtos de qualidade. Trabalhamos junto ao mecânico, ao Sindipeças através de campanhas e aos órgãos do governo para regulamentar o setor para garantir que o cliente final tenha acesso a um produto de qualidade garantida. Por isso, para os mecânicos, reforçamos a necessidade de treinamentos, palestras e cuidados na aplicação desses produtos, evitando a utilização de materiais de baixa qualidade e procedência duvidosa. O mecânico vai economizar alguns reais comprando um produto mais barato, mas ele precisa lembrar que o risco é grande e ele é responsável pela vida do seu cliente. Então, o mecânico consciente é aquele que compra um item de segurança pela qualidade e não pelo preço. Isso é o mais importante.

 

O Mecânico: Quais os planos da marca para o futuro?
Daniel: Os planos da Fras-le como marca são de continuar investindo de 3 a 4% do seu faturamento em tecnologia. Manter o reconhecimento de qualidade dos nossos produtos, além de oferecer o melhor custo-benefício. Como empresa global, queremos crescer não somente no Brasil, mas nos outros mercados onde atuamos. Nossos produtos estão em 5 continentes, em mais de 80 países. Queremos reforçar mundialmente que a Fras-le é uma empresa que investe em tecnologia e sustentabilidade.

 

O Mecânico: Recentemente a Fras-le adquiriu a Controil. Por que e quais os planos para esse negócio? Vai manter o nome?
Daniel: Ao adquirir a Controil nosso objetivo foi aumentar o nosso portfólio de produtos no Brasil e América Latina, ofertando cilindros de freios e produtos de borracha. A Fras-le tem uma rede de distribuição bem estruturada no mercado externo e isso vai facilitar a entrada desses novos produtos. Vamos manter o nome Controil, que é reconhecido tanto no mercado de equipamentos originais quanto na reposição por seus produtos de qualidade.

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