Motoristas de caminhão que participaram da 33º Feira do Carreteiro aproveitaram para cuidar do veículo no Truck Service. Técnicos capacitados repassaram informações valiosas para ajudar na conservação dos pesados
Victor Marcondes
Qualquer descuido com a manutenção de um caminhão pode se tornar sinônimo de prejuízo: atrasos na entrega, danos na mercadoria e acidentes graves. A falta de preocupação aliada à rotina apressada, por vezes, se transforma em desculpa para muitos condutores. Para conscientizar esta classe e proporcionar momentos de lazer, a Revista O Carreteiro realiza anualmente a Feira do Carreteiro, em Aparecida do Norte/SP, que nesse ano aconteceu entre os dias 11 e 14 de julho, na sua 33ª edição.
Um dos mais tradicionais encontros de carreteiros do País, o evento reuniu mais de 60 mil pessoas durante os quatro dias, sendo que 6 mil eram caminhoneiros. Com a possibilidade de levar a família, os profissionais contaram com palestras técnicas, estandes para cuidados com a saúde, espaço para crianças, romaria, shows musicais, além do Truck Test, que garantiu a experiência de testar algumas das principais novidades em caminhões num circuito de 4 km.
No pátio da Basílica de Nossa Senhora Aparecida, diversos caminhões estacionados puderam aproveitar o Truck Service, um espaço montado em parceria com empresas de autopeças com o intuito de inspecionar os veículos e realizar serviços de reparação gratuitos. No local, as empresas Bridgestone Bandag, L&D e MIP Medições fizeram a avaliação de itens importantes para a vida útil e segurança do caminhão.
Participando pela 10ª vez da feira, a Bridgestone trouxe novidades e fez o diagnóstico de anomalias mecânicas e a verificação dos principais componentes como pneu, freio, suspensão, lubrificante, eletrônica e acessórios. A L&D por sua vez utilizou um desforcímetro para facilitar a retirada de porcas das rodas e limpou o estofado dos bancos e o tapete com o tornador. Já a MIP Medições fez a aferição dos tacógrafos.
Neste ano, a Bridgestone comercializou diversos produtos como pneus, roda para caminhão, cintas, catraca, bico e câmara de ar, amortecedores, filtros da linha Fram e serviços de recapagem, tudo com até 15% de desconto.
Junto com os parceiros, a empresa ainda colocou à disposição dos carreteiros oito técnicos capacitados para realizar análise de mais de 70 itens. “O Objetivo é passar a real situação do veículo para o motorista. Trata-se de uma ação de grande importância para o cliente final a fim de estreitar o relacionamento”, afirma Felipe Pelaio, coordenador de Novos Negócios da Central de Negociação Bridgestone.
Segundo ele, a feira ajuda a identificar as reais necessidades deste público, e a encontrar sugestões para melhorar os produtos. “São 33 anos da Feira do Carreteiro e ainda temos a oportunidade de nos encontrar com caminhoneiros de todo o Brasil, a fim de trocar experiências e observar como nossos serviços estão sendo recebidos no mercado”.
Foco no carreteiro
“Trabalhamos efetivamente na parte de segurança do caminhão e do motorista. Temos foco no diagnóstico através do check-up. Assim, incentivamos o carreteiro a ir até um de nossos parceiros e realizar a manutenção preventiva”, explica.
Os componentes que mais apresentaram necessidade de reparos, segundo Pelaio, foram rodocalibradores, porcas, parafusos, amortecedores, luzes de freio e indicadoras de direção. “Pneus também aparecem na lista por serem o segundo maior custo de um motorista. Já que o primeiro é com o combustível”, diz. Outro fato constatado foi quanto à falta de alinhamento, balanceamento e folga do terminal de direção.
No ano passado foram 101 inspeções, afirma o coordenador. Neste ano, houve a análise de 120 veículos num tempo médio de 15 minutos cada. “A Central de Negociação Bridgestone possui uma rede de parceiros com mais de 45 fabricantes de autopeças. Com isso conseguimos mais informações para repassar ao caminhoneiro, com o suporte e a garantia dos revendedores”, observa.
Roberto Celso, 35 anos, e motorista há 14 já participou de quatro edições da feira. Pela primeira vez levou o caminhão para o Truck Service e aprovou a iniciativa. “As novidades presentes no evento entretém e contribuem com a nossa atualização. Sinto-me mais valorizado. Geralmente não podemos parar para cuidar do caminhão, então não posso perder oportunidades como esta”, exclama.
Participando pela 1ª vez do evento, Ricardo Reis do Livramento, 33 anos, ou simplesmente Livramento, como é conhecido há 10 anos no setor, acredita que ações como a Feira do Carreteiro ajudam a melhorar o relacionamento entre motoristas e fabricantes. “Na estrada não tenho a como cuidar da minha saúde nem do veículo. A minha classe é muito carente em diversos níveis. Aqui posso ver que as dificuldades e os problemas são ouvidos, tanto os meus como do caminhão”.
