Motor desenvolvido na Fórmula 1

Mudanças nos componentes do propulsor deixam Renault Clio mais econômico e com menor emissão de poluentes, também, com a ajuda da experiência na Fórmula 1

Texto: Carolina Vilanova
Fotos: Divulgação

O Renault Novo Clio chegou em novembro do ano passado e ainda não é tão visto nas ruas, o que é uma questão de tempo. Teve muitas alterações no visual, mas foi debaixo do capô que o carro de entrada francês deixa suas melhores impressões. Também pudera, a engenharia da marca teve a ajuda da larga experiência em desenvolvimento de motores das equipes de Formula 1.

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O motor do Novo Clio foi totalmente reformulado e ganhou o nome de Hi-Power, em comparação ao antigo Hi-Flex, teve aumento de potência, tanto com etanol quanto com gasolina, teve o torque melhorado e o consumo de combustível e emissão de poluentes bastante reduzidos. Tanto que ganhou nota “A” no “Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular” na categoria “Subcompacto”. Na prática, essa economia foi destaque do teste que fizemos com o modelo.

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Os engenheiros do RTA (Renault Tecnologia Américas) explicam em detalhes os componentes alterados e as novas partes desse motor:

– Aumento da taxa de compressão de 10:1 para 12:1;

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– Novos pistões adequados para o aumento da taxa de compressão. Essas novas peças tiveram o seu desenho desenvolvido para uma melhor otimização da combustão por conta do aumento da taxa de compressão. Para ampliar a durabilidade e a confiabilidade das peças, foi adotada a aplicação de grafite nas saias dos pistões – que reduziu o atrito -, além da utilização do eixo central flutuante;

– Introdução de um sistema de refrigeração do pistão através da injeção de óleo na parte inferior desse componente. Para isso, foi necessário modificações no bloco do motor, para que em cada um dos cilindros fosse instalado um injetor responsável por “espirrar” um jato de óleo no fundo do pistão. Esse processo de resfriamento foi implantado para atender o elevado grau de exigências mecânicas e térmicas oriundas do aumento da taxa de compressão;

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– Nova bomba de óleo, já usada no motor 1.2 16V Turbo (disponível nos modelos Renault Clio, Twingo Wind e Modus mercado europeu). Essa peça atende às novas exigências de pressão de óleo originadas pela instalação do sistema de refrigeração do pistão;

– Adoção das mesmas bielas utilizadas no motor 1.2 16V Turbo, que são mais resistentes;

– Evolução na matéria-prima das bronzinas, com material mais resistente ao desgaste e à fadiga;

– Nova junta do cabeçote composta de duas lâminas de vedação, que possui como características principais a robustez e o alto nível de resistência às pressões geradas pela combustão do motor. Essa peça substitui a usada anteriormente, que era de folha única, garantindo melhor vedação e contribuindo para a durabilidade da máquina;

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– Sistema de admissão redesenhado para otimizar a aspiração de ar e contribuir para melhora da performance. As modificações se concentraram na redução de dimensões e envolveram a tampa do cabeçote, o coletor de admissão, caixa do filtro de ar e o tubo da entrada de ar;

– Corpo de borboleta com a inclusão do 5º bico injetor. Esse bico é destinado para a injeção de gasolina durante a operação de partida a frio. Com isso, há uma melhor pulverização da gasolina, proporcionando, assim, uma partida mais eficiente;

– Adoção da tecnologia “Contact Less” para indicar o posicionamento de abertura da borboleta de entrada de ar. Essa novidade capta o dado por intermédio de um sistema eletromagnético, o que garante uma melhor precisão na informação. O que contribuiu para o aumento da durabilidade desse componente, na otimização dos ajustes do motor e na redução do consumo de combustível;

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– Sensor de fase instalado na extremidade do comando de acionamento das válvulas. A função dessa peça é identificar o ponto certo do posicionamento das válvulas no momento em que o motor é desligado. Quando é acionado novamente, o motor tem funcionamento mais estável e sem engasgos;

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– Novos injetores, que melhoram a pulverização do combustível na câmara de combustível, contribuindo para a redução dos níveis de consumo;

– Nova Central Eletrônica, com mais velocidade de processamento de informações, além de uma programação desenvolvida para o novo motor.

Essa fórmula garante ao modelo 80 cv e 77 cv de potência, com etanol e gasolina, respectivamente, sempre a 5.750 rpm. O torque também melhorou, passando a 10,1 kgfm com gasolina e 10,5 kgfm com etanol a 4.250 rpm. Em relação ao consumo de combustível, o Clio foi bastante econômico, e o motorista tem a ajuda do conta-giros com quatro áreas identificadas com cores diferentes, que indica os pontos de menor consumo.

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Ficha técnica: Motor 1.0 16V Hi-Power

Tipo: Quatro tempos, bicombustível (etanol e/ou gasolina)
Cilindros: Quatro cilindros em linha e 16 válvulas
Cilindrada: 999 cm³
Diâmetro x curso: 69,0 mm x 66,8 mm
Taxa de compressão: 12,0:1
Potência máxima: 80 cv (etanol) @ 5.750 rpm / 77 cv (gasolina) @ 5.750 rp
Torque máximo: 10,5 kgfm (etanol) @ 4.250 rpm / 10,1 kgfm (gasolina) @ 4.250 rpm
Alimentação: Injeção Eletrônica Multiponto Seqüencial

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Em conjunto com o motor, um sistema de transmissão que também teve mudanças e agora conta com sistema de pré-amortecimento da embreagem, que contribui para a redução de ruído. De acordo com a Renault, as alterações nas relações de marchas visaram a redução do consumo de combustível. O câmbio é do tipo manual de cinco marchas a frente e uma a ré produzido pela Renault no Chile, caracterizado por engates macios e precisos. Também para economia, a caixa conta com um diferencial de relação mais longa.

Relação de marchas

1ª 4,09:1
2ª 2,24:1
3ª 1,39:1
4ª 1,03:1
5ª 0,79:1
Ré 2,36:1
Diferencial 4,36:1

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Com manutenção barata, outro destaque da parte mecânica do Clio é a suspensão robusta adaptada par os nossos terrenos. Na dianteira é do tipo MacPherson, com amortecedores hidráulicos telescópicos e molas helicoidais (dianteira) e na traseira é do tipo semi-independente, com molas helicoidais e amortecedores hidráulicos telescópicos verticais e barra estabilizadora.

Ficha técnica do veículo

Suspensão dianteira: Tipo McPherson, com triângulos inferiores e amortecedores hidráulicos telescópicos com molas helicoidais
Suspensão traseira: Rodas semi-independentes, molas helicoidais e amortecedores hidráulicos telescópicos verticais com barra estabilizador
Freios: Duplo circuito em “X”, discos ventilados dianteiros, com 238 mm de diâmetro, e tambores traseiros, com 203 mm de diâmetro
Rodas: Aço Estampado
Pneus: 175/70 R13
Direção Mecânica: Diâmetro giro 10,3 m (direção hidráulica disponível opcionalmente)

Com bastante estabilidade e fácil de manobrar, o Novo Clio apresenta um comportamento dinâmico equilibrado. É um carro estável sem comprometer o conforto de motoristas e passageiros e adaptado ao perfil dos motoristas brasileiros.

O Novo Clio tem duas versões disponíveis: Authentique (2 ou 4 portas) e Expression (4 portas). O visual segue a identidade adotada pela Renault na Europa e em outros países do mundo. Por fora está mais jovem e moderno, com linhas e itens que apelam para a esportividade. Por dentro, ficou mais elegante e tecnológico com o quadro de instrumentos trazendo mais informações e bancos com textura e design modificado.

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O consumidor tem a oportunidade de deixar o carro ainda mais com a própria cara. Há quatro kits de personalização disponíveis, sendo três para o exterior: Sport, Look e Adesivos; e uma para o interior: Kit Estilo. O veículo terá rodas de 13 polegadas e pneus ecológicos na medida 175/70 R13.

Entre os componentes de série estão computador de bordo com oito funções, alarme sonoro de advertência de luzes acesas, conta-giros com Eco-monitor, relógio digital e brake-light. A versão intermediária e topo de linha agregam limpador, lavador e desembaçador de vidro traseiro, ar quente, volante com o contorno central do logo cromado e botões do painel com acabamento cromado. Direção hidráulica e ar-condicionado são opcionais.

O Novo Clio será comercializado com preços que variam de R$ 23.290, na versão de entrada, e chegam a R$ 24.950, na opção mais incrementada.

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