Principais montadoras nacionais e estrangeiras de veículos automotores comemoraram crescimento nas vendas de automóveis no ano passado, favorecido principalmente pela facilidade nos financiamentos
Mesmo com a elevada taxa de juros e o inexpressivo crescimento econômico do País em relação à outras nações emergentes, a indústria automobilística nacional obteve um resultado de vendas satisfatório no ano passado. Isso se atribui ao fato de que o brasileiro ainda é muito dependente do automóvel e procurou, de alguma maneira, substituir seu veículo por um novo. Além disso, o transporte coletivo ainda não dispõe dos mesmos atributos como conforto e segurança proporcionados pelo carro.
O volume da carteira de financiamentos de automóveis em 2006 foi superior a registrada no ano anterior, devido a gradativa queda da taxa de juros, a relativa estabilidade econômica do País e a grande oferta de crédito para o setor automotivo. Esses dados foram divulgados pela ANEF (Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras), que contabilizou um volume de financiamentos até novembro do ano passado da ordem de R$ 62,7 bilhões, contra aproximadamente R$ 50,6 bilhões registrados até o mesmo período do ano anterior.
Entre as montadoras que mais venderam veículos no Brasil no ano passado, a Fiat Automóveis atingiu a marca de 465.562 automóveis e comerciais leves emplacados em 2006 e de acordo com os dados do Renavam (Registro Nacional de Veículos Automotores), obteve 25,4% do total de veículos comercializados no Brasil. A empresa explica que esses números representam um crescimento de 15% nas vendas para o mercado interno, superior à média atingida pelo setor, que foi cerca de 12,4%.
A General Motors do Brasil registrou o emplacamento de 409.932 veículos no mercado interno, um crescimento de 12,23% em relação a 2005, superando em mais de duas mil unidades o recorde atingido em 1997. No ano anterior, a marca contabilizou 365.259 veículos emplacados e em 2004, 364.222 unidades. Entre os fatores determinantes para o aumento de vendas da empresa em 2006 estão os lançamentos do Celta Nova Geração, o Classic Flexpower e o novo Prisma Econo Flex.
No mercado interno, a Volkswagen foi responsável por 22,8% das vendas de veículos, sendo que no segmento de automóveis e comerciais leves encerrou o ano com 409.832 unidades comercializadas, sendo 371.758 automóveis e 38.074 comerciais leves. O Gol continua sendo o modelo mais comercializado no mercado doméstico, alcançando o recorde de 20 anos consecutivos na liderança, com 189.131 unidades.
No acumulado de 2006, a Ford vendeu um total de 220.668 veículos, com crescimento de 3,9% em comparação com o ano anterior e fechou 2006 com 11,4% de participação. No segmento de carros, a Ford registrou um incremento de 5,6% nas vendas, que somaram 141.475 unidades. Um dos destaques da montadora foi o Fiesta Hatch, com 53.587 unidades vendidas.
A Toyota do Brasil encerrou o ano como a quinta montadora em vendas no País. De janeiro a dezembro de 2006, a empresa comercializou 69.709 veículos, um aumento de 14,5% em relação ao ano anterior, superando a média do mercado nacional. Já a participação de mercado alcançou 3,6%. As exportações somaram 16.095 unidades, 26,5% a mais do que em 2005. No mercado de sedãs médios, a marca consolidou a liderança de vendas pelo quinto ano consecutivo, com 35.339 unidades.
A Honda vendeu 67.329 unidades de janeiro a dezembro do ano passado, registrando um aumento de 18% em relação a 2005. Um dos modelos de maior sucesso no mercado, o New Civic foi o grande destaque. No total, foram comercializadas, incluindo a sétima geração (produzida na fábrica de Sumaré até abril de 2006), 29.275 unidades ante as 20.675 emplacadas em 2005. Isso corresponde a um crescimento de 42%.
A Peugeot do Brasil comercializou 61.190 veículos, um crescimento de 15,1% em relação a 2005 e obtém 3,3% de participação no mercado nacional. O bom resultado decorre principalmente do lançamento do Peugeot 206 1.4 Flex, que teve o preço mantido da versão comercializada anteriormente, com motorização 1.0. Em 2006, foram comercializados 27.884 unidades desse modelo, que representou um crescimento da ordem de 63,2%
As vendas da Renault no Brasil aumentaram 8,5% , com 51.557 unidades comercializadas, principalmente devido ao lançamento dos modelos Mégane Sedan e Mégane Grand Tour. Atualmente, 75% dos veículos vendidos pela Renault no Brasil utilizam o sistema Flex Fuel.
A Citröen vendeu 35 mil veículos no Brasil, com crescimento de 30% e superior a média do mercado que foi em torno de 12,5%. A penetração da marca passou de 1,7% em 2005 para 1,9% em 2006, graças a evolução do C3 com motor 1.4 flex.
A Audi registrou o licenciamento de 2.978 veículos no Brasil e com isso foi considerada a marca de importados de luxo que mais vendeu automóveis no segmento premium do mercado nacional. O modelo A3 foi o mais vendido em dezembro de 2006, com 263 unidades, sendo 196 da versão nacional e 64 da importada (A3 Sportback).
A BMW do Brasil encerrou o ano anterior com 2.142 unidades entregues a clientes da marca, resultado que representou um aumento de 18,7% em relação a 2005, e foi considerado o melhor da empresa nos últimos oito anos no País. Com relação ao mês de dezembro, foram entregues 280 veículos e significou um aumento em torno de 60% quando comparado com o mesmo período do ano passado.
Outra montadora, a Kia Motors, contabilizou no ano passado 3.153 veículos emplacados no Brasil, alta de 0,9% em relação a 2005. Em dezembro, a montadora registrou o licenciamento de 320 veículos, equivalente a alta de 28,5% em relação a dezembro de 2005 e alta de 5,6% no comparativo ao mês de novembro.
Por Magno Pereira