A fabricante de sistemas de exaustão Mastra alerta que o mau funcionamento do catalisador ou sua retirada pode provocar o aumento direto de até 20% de consumo do combustível e emissões de poluentes, além de causar mudança nas taxas de contrapressão, provocando alterações no sistema de injeção, arraste de óleo do motor e desgaste prematuro de outros componentes. Ruídos excessivos, batidas e baixa performance do motor também sugerem problemas no catalisador.
Desde abril de 2010, todos os catalisadores comercializados no Brasil devem estar homologados pelo Inmetro e devidamente identificados com a logomarca do órgão no corpo do produto. O uso é obrigatório por lei em veículos leves e motos desde 1997. Os catalisadores devem ser verificados e trocados a cada 40 mil km ou conforme indicado no manual de proprietário do veículo. A partir de janeiro de 2012, a legislação também exige a presença do catalisador nos veículos pesados (diesel).
A falta, adulteração ou instalação irregular do catalisador pode ocasionar multa de R$ 500,00 a R$ 10.000,00 ao responsável pelo veículo, conforme o artigo 54 da Lei Federal nº 9605 de 12 de fevereiro de 1998 e os artigos 46 e 48 do Decreto Federal nº 3179 de 21 de setembro de 1999 (Lei de Crimes Ambientais).
O bom funcionamento do catalisador, responsável pela transformação dos gases nocivos a saúde em inofensivos garante uma significativa melhora na qualidade do ar e consequentemente na saúde das pessoas. “Ninguém melhor que o dono do veículo para perceber alterações nele. Sempre alertamos para a qualidade do combustível usado e percepção de aumento no consumo, pois são indícios fáceis de que há algum problema no sistema. Cuidar do catalisador é também cuidar da saúde”, diz o gerente de Engenharia e Qualidade Mastra, Valdecir Rebelatto.
Segundo Paulo Saldiva, médico especialista em poluição atmosférica e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), cerca de 4 mil pessoas morrem todo ano na cidade de São Paulo/SP, vítimas da poluição. Idosos, crianças, gestantes, portadores de doenças respiratórias e cardíacas crônicas são os principais atingidos. Aproximadamente 12% das internações respiratórias em São Paulo, segundo Saldiva, são atribuíveis à poluição do ar. Um em cada dez infartos do miocárdio são o produto da associação entre tráfego e poluição.
Para ajudar a diminuir esse índice, quando temos baixa umidade do ar, períodos sem chuva e o consequente aumento na procura de hospitais por doenças respiratórias, é fundamental que mantenha o sistema de emissão de poluentes do seu veículo em perfeito estado de funcionamento. O mecânico sempre deve estimular o proprietário do veículo a fazer uma análise de gases mesmo que ele não esteja apresentando nenhum problema aparente.